Segredos para o crescimento de uma igreja de acordo com Atos

Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 179 views
Notes
Transcript

Prólogo

Tema: Crescimento de igreja
Título: Segredos para o crescimento de uma igreja de acordo com Atos
Propósito geral: Crescimento de igreja
Propósito específico: Despertar o espírito de oração, organização e missão
Introdução:
O livro “A arte da Guerra” de Sun Tzu é um tratado militar chinês, escrito por volta de 500 a.C. O livro tem se mantido interessante através do anos e, especialmente hoje, é usado em diversas situações, desde os ambientes corporativos, isso é, no mundo dos negócios, até em ambientes religiosos.
Pode até ser quenem todos os pastores se sentem com o livro para aplicá-lo a suas igrejas, mas sua filosofia pode ser sentida. Frases como “Faça com que seu principal objetivo seja vencer a guerra, e não a prolongar” ou “Diante de uma larga frente de batalha, procure o ponto mais fraco e, ali, ataque com a sua maior força” podem até se encaixar bem no mundo dos negócios, mas jamais numa igreja. Porém, num mundo onde uma igreja se tornou um negócio, parece que pregar a Palavra de Deus se tornou um mercado extremamente competitivo. Em maio do ano passado, contabilizava-se 178.511 CNPJs cadastrados vinculados ao meio religioso.¹
Em 2022, tive uma experiência desagradável. Pela primeira vez em minha vida acompanhei o processo de encerramento de uma igreja. Lembro-me do desconforto em discutirmos o destino das coisas que sobraram da igreja. Nunca mais desejo passar por algo assim. O que me leva a perguntar: num ambiente quase que hostil, como fazer com que uma igreja não feche? Ou melhor, como fazer com que uma igreja cresça?
Proposição: A igreja que Jesus fundou crescia desenfreadamente
Pergunta de transição: Por que crescia?
Palavra reguladora: Segredos

Espírito Santo

Lição e texto:
Em João temos longos discursos de Jesus com afirmações categóricas sobre Aquele que viria a guiar a Igreja após sua partida.
João 16.7 NAA
Mas eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vocês; mas, se eu for, eu o enviarei a vocês.
Que esse mesmo Consolador não é Jesus fica claro noutra afirmação de Cristo:
João 14.16 NAA
E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre:
É justamente por buscarem a realização dessa promessa que os discípulos se puseram unânimes num espírito de oração (Atos 1.14). Somente então temos a simbólica manifestação do Espírito Santo, indicando que já estava como Consolador da Igreja (Atos 2.1-4). A partir desse momento vemos esse mesmo Espírito agindo através de dons maravilhosos (Atos 2.4), terremotos (Atos 2.2; 16.23), ordenando de maneira audível para que se pregasse (Atos 8.29) e viajasse (Atos 10.19-20), influenciando em decisões (Atos 15.28) ou as impedindo (Atos 16.6).
Atos dos Apóstolos 1.14 NAA
Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.
Portanto, é correto afirmar que do Espírito Santo depende a efetividade da Igreja. Noutras palavras, sem o Espírito Santo não se faz missão, tampouco se começa uma igreja e muito menos se a vê crescer. Enquanto com o Espírito Santo a igreja cresce, sem Ele a igreja mingua.
Ilustração:
O Espírito Santo também desempenha um papel na conclusão da história terrena. Ellen White compara a ação do Espírito ao da chuva resôdia, que cai pouco antes da colheita. Essa manifestação do Espírito “representa a graça espiritual que prepara a igreja para a vinda do Filho do Homem” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 506; EF, 183). Ellen observa que “foi pela confissão e pelo abandono do pecado, por meio de fervorosa oração e da entrega da pessoa a Deus, que os discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O mesmo trabalho, apenas em grau mais elevado, deve ser feito agora” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 507).
Aplicação:
Como saber - alguém poderia perguntar - se temos o Espírito Santo em nossa igreja ou não? É nítido que a comprovação não se dá por meio de gritaria, choro ou quaisquer sentimentalismo. O nome dessas reações não é “ação do Espírito Santo”, mas emoções afloradas. A resposta se encontra numa avaliação mais íntima: temos perseverado unânimes em oração? Estamos separando momentos de nossos dias para orar, assim como fazia Daniel?
Abandono dos pecados e entrega pessoal a Deus, eis o segredo para o crescimento individual. Abandono dos pecados e entrega coletiva a Deus, eis o segredo para o crescimento de uma igreja.
Abandonar os pecados significa reconhecê-los. Me refiro a toda classe de imundície que circula como hábitos dessa geração depravada. É a relação sexual antes do casamento e sua deturpação durante o casamento; é por fim aos casos extraconjugais e ao julgo desigual; dizer um basta para a corrupção; não quebrarmos o santo sábado trabalhando, independente de qual seja nossa desculpa; não abrirmos exceções para as carnes imundas; proibir a avareza, vaidade e cólera desproporcional de nossas vidas; abandonar as drogas e as bebidas alcóolicas. Abandonar os pecados significa reconhecer que errei, confessar e não mais voltar ao erro.
Entregar-se a Deus tem de ver com dispor-se a realizar o trabalho que o Espírito Santo me ordenar, independente de minha vontade. Se ele me disser: pregue, eu prego; testemunhe, eu testemunho; cante, eu canto; ensine, eu ensino; fale com tal sujeito, eu falo; doe certa quantia para alguém necessitado, eu doo. Como igreja, entregar-nos significa entender o que Deus quer dessa comunidade e aceitarmos cumprir isso. Significará abrir nossas portas não somente para aquilo que quero, mas para aqueles que precisam. Entregar-nos não é chorar ou gritar, mas agir conforme a vontade de Deus.

Organização

Lição e texto:
Desde os primórdios do cristianismo, certa organização foi necessária para o crescimento. O fato de Cristo eleger e treinar doze discípulos mirava suas atuações posteriores a sua ida, não somente entre os não cristãos, mas para aqueles que já haviam aceitado.
É por isso que Pedro usa as seguintes palavras para a problemática falta de um discípulo entre os doze:
Atos dos Apóstolos 1.21 NAA
— Portanto, é necessário que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós,
Ao afirmar que “é necessário”, Pedro não está sequer concebendo a ideia de que 11 façam o trabalho. O cristianismo não poderia ser um movimento tão solto a ponto de não existir uma liderança ou uma referência.
Atos dos Apóstolos 4.34–35 NAA
Não havia nenhum necessitado entre eles, porque os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e os depositavam aos pés dos apóstolos; então se distribuía a cada um conforme a sua necessidade.
Os discípulos se encarregaram não somente de pregar, mas da distribuição dos recursos, afim de ajudar os mais necessitados. Note-se que, ao invés de confiar na visão individual (isso é, que cada pessoa ajudasse ao próximo), naturalmente as coisas de desenharam para um liderança com visão macro.
Não muito tempo depois, essa estrutura montada precisou ser revista:
Atos dos Apóstolos 6.1–3 NAA
Naqueles dias, aumentando o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: — Não é correto que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço.
Percebendo a inviabilidade da concentração das tarefas, os discípulos recorrem a criação de diáconos para gerir os recursos e servir as pessoas. Não foi uma imposição, mas uma necessidade a partir do crescimento. Crescimento traz mudanças.
Atos dos Apóstolos 14.23 NAA
E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor, em quem haviam crido.
Em Atos 15.6 se vê os apóstolos e os presbíteros em Jerusalém numa reunião para examinar principalmente o ato da circuncisão e sua relevância para os novos conversos. A medida que a igreja cresceu, esse centro de referência precisou ser deslocado.
Aplicação:
É nítido que quanto mais crescermos mais organização se exigirá. A pergunta é: estamos dispostos a isso? Onde há dois ou três, uma conversa rápida na saída resolve tudo, mas acrescente mais pessoas e logo a conversa passará do meio dia.
Nossa igreja é organizada de tal maneira a ter uma liderança que, através de reuniões chamadas comissões, delibera o melhor para a comunidade, tomando o cuidado de expor ou recomendar certas decisões para a igreja. Nessas comissões os assuntos são diversos, desde onde aplicar os recursos financeiros, a organização de uma atividade missionária ou a disciplina de um membro.
Por que não simplesmente deixamos o pastor ou os anciãos cuidarem de tudo? Porque nossa igreja é organizada e, naturalmente, os cargos existem para desafogar a carga de uma única figura. Caso contrário, não necessitaríamos de outros cargos além do pastor ou ancião.
A maior inimiga da organização é a pressa, ou como gosto de chamar, a afobação. Ela pode vir por vários motivos: pressão de outras pessoas ou o que imaginamos que outras pessoas estão pensando; excitação pessoal; por simples e puro medo. Nesses casos, devemos nos lembrar que o papel é amigo das ideias e, escrevendo, podemos aliviar nossa ansiedade ao mesmo tempo que nos expomos a instrução.

Liberdade Missionária

Lição e texto:
Até o capítulo 8 de Atos, as cenas de passam em Jerusalém, nalgumas vezes no templo, outras no sinédrio. No pentecostes, representantes de vários pontos geográficos escutam a mensagem, claro indicador do plano centrifugo de Deus, porém somente através de uma perseguição Deus os espalha.
Atos dos Apóstolos 8.1 NAA
E Saulo consentia na morte de Estêvão. Naquele dia, teve início uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e da Samaria.
Por que Deus permitiria uma perseguição sobre seu povo? Qual era o propósito disso? O verso 4 e 5 esclarecem:
Atos dos Apóstolos 8.4–5 NAA
Enquanto isso, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Filipe foi à cidade de Samaria e anunciava Cristo ao povo dali.
Não bastasse isso, no capítulo 10 ainda temos Pedro hesitando em entrar na casa de gentios (pessoas que não eram judeus). Foi preciso uma visão e a insistência do Espírito Santo para que o apóstolo assim o fizesse:
Atos dos Apóstolos 10.19–20 NAA
Enquanto Pedro meditava a respeito da visão, o Espírito lhe disse: — Estão aí três homens à sua procura. Portanto, levante-se, desça e vá com eles, sem hesitar; porque eu os enviei.
Noutro capítulo, o Espírito Santo separa Barnabé e Saulo para uma viagem missionária.
Atos dos Apóstolos 13.2–3 NAA
Enquanto eles estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse: — Separem-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e impondo as mãos sobre eles, os despediram.
O que todos esses episódios tem em comum? O Espírito direcionou os cristãos para e em sua forma de pregação. Ter o Espírito Santo numa igreja significará um espírito missionário.
Ilustração:
A perseguição que sobreveio à igreja de Jerusalém resultou em grande impulso para a obra do evangelho. O êxito havia acompanhado o ministério da Palavra neste lugar, e havia o perigo de que os discípulos ali se demorassem por muito tempo, despreocupados da comissão que haviam recebido do Salvador de irem por todo o mundo. Esquecidos de que a fortaleza para resistir ao mal é melhor obtida pelo trabalho intenso, começaram a pensar que não havia para eles trabalho tão importante como o de proteger a igreja de Jerusalém dos ataques do inimigo. Em lugar de instruir os novos conversos para levarem o evangelho aos que ainda não o haviam ouvido, estavam em perigo de tomar um caminho que os levaria a se sentirem satisfeitos com o que já tinha sido alcançado. A fim de espalhar Seus representantes por outras partes do mundo, de maneira que pudessem trabalhar por outros, Deus permitiu que lhes sobreviesse a perseguição. Expulsos de Jerusalém, os crentes “iam por toda a parte anunciando a Palavra”. AA 58.1
Aplicação:
Algumas vezes escuto pessoas me dizendo que não tem o dom de dar estudos bíblicos. A verdade é que não é de professores que temos carência, pois Deus tem levantado pessoas com interesse em ensinar e outras tantas para prepararem os materiais e vídeos. O que mais pecisamos são de formadores de discípulos.
Um discípulo é alguém que lhe admira e copia suas atitudes, seguindo seus mesmos passos. Leva tempo para formar e preparar a pessoa, mas essa foi a missão confiada a nós por Jesus.
No que diz respeito ao estudo bíblico, a igreja tem se esforçado para prover maneiras de ensinar os interessados, sendo a mais direta um estudo bíblico. Porém, o simples acompanhar das reuniões produzirá efeito semelhante sobre o candidato. Por isso, se tudo o que você fizer for trazer alguém a igreja para os cultos e seus encontros sociais, estará cumprindo a missão.
Mas jamais podemos nos contentar numa igreja que vive para si. Jamais poderemos aceitar que, dentro de nossas portas, somente adventistas adentrem. Uma igreja que vive para si, não vive, mas está morta. A igreja não é do mundo, mas trabalha para alcançar o mundo.
Por isso, pergunto: quem é a pessoa que você está discipulando? Quem você tem considerado levar para o caminho de Cristo? Por quem você tem orado quando, quem sabe, ninguém mais ora? Não seja que todo nosso trabalho hoje se prove inútil quando passarmos, por não haver quem continue essa obra.
¹https://oglobo.globo.com/politica/eleicoes-2022/noticia/2022/09/salto-evangelico-21-igrejas-sao-abertas-por-dia-no-brasil-segmento-e-alvo-de-lula-e-bolsonaro.ghtml
Related Media
See more
Related Sermons
See more