O que é o pecado?
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Transcript
O que é o pecado?
Ações que violam a lei ou o padrão moral de Deus.
A barreira que separa os homens de Deus, e que se interpõe entre quem somos e quem Deus deseja que sejamos.
O jogo de xadrez
O jovem disse ao abade do mosteiro:
- Bem que eu gostaria de ser um monge, mas nada aprendi de importante na vida. Tudo que meu pai me ensinou foi jogar xadrez, que não serve para iluminação. Além do mais, aprendi que qualquer jogo é um pecado.
- Pode ser um pecado, mas também pode ser uma diversão, e quem sabe este mosteiro não está precisando um pouco de ambos - foi a resposta.
O abade pediu um tabuleiro de xadrez, chamou um monge, e mandou-o jogar com o rapaz.
Mas antes da partida começar, acrescentou:
- Embora precisemos de diversão, não podemos permitir que todo mundo fique jogando xadrez. Então, teremos apenas o melhor dos jogadores aqui; se nosso monge perder, ele sairá do mosteiro, e abrirá uma vaga para você.
O abade falava sério. O rapaz sentiu que jogava por sua vida, e suou frio; o tabuleiro tornou-se o centro do mundo.
O monge começou a perder. O rapaz atacou, mas então viu o olhar de santidade do outro; a partir deste momento, começou a jogar errado de propósito. Afinal de contas preferia perder, porque o monge podia ser mais útil ao mundo.
De repente, o abade jogou o tabuleiro no chão.
- Você aprendeu muito mais do que lhe ensinaram - disse.
- Concentrou-se o suficiente para vencer, foi capaz de lutar pelo que desejava. Em seguida, teve compaixão, e disposição para sacrificar-se em nome de uma nobre causa. Seja bem-vindo ao mosteiro, porque sabe equilibrar a disciplina com a misericórdia.
Romanos 5:12-14
Adão e Cristo
12 O pecado entrou no mundo por meio de um só homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram.13 Antes de a * lei ser dada, já existia o pecado no mundo; porém, quando não existe lei, Deus não leva em conta o pecado. 14 Mas, desde o tempo de Adão até Moisés, a morte dominou todos os seres humanos, mesmo os que não pecaram como Adão, quando ele desobedeceu à ordem de Deus. Adão era a figura daquele que havia de vir
Genesis 4.7
“Se tivesse feito o que é certo, você estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo.”
PECADO. A barreira que separa os homens de Deus, e que se interpõe entre quem somos e quem Deus deseja que sejamos. Mesmo que na linguagem comum um “pecado” seja qualquer ação contra as práticas da sociedade, a maioria da tradição cristã está consciente que pecado é tanto uma ação como uma condição. Como ação, o pecado é a violação consciente da vontade de Deus, portanto, é possível falar de “pecados” no plural e classificá-los conforme diversos critérios. Isso é o que geralmente é conhecido por “pecado atual” — uma ação ou atitude que se rebela contra o que se sabe ser a vontade de Deus. Porém, em seu sentido mais profundo, o pecado não é uma ação nem uma atitude, mas uma condição em que os humanos se encontram afastados de Deus e, por conseguinte, entre si e o restante da criação. Isso é parte do que se indica por pecado original* — uma condição em que todos nascemos e da qual não podemos nos livrar por nós mesmos. Essa visão do pecado se encontra na própria base do contraste entre o agostinianismo* e do pelagianismo*. Pelágio tendia a pensar dos pecados como ações ou decisões contra a vontade de Deus e, portanto, insistia em que é possível não pecar. Em contraste, para Agostinho, o pecado é um estado, uma condição na qual os pecadores se encontram e da qual não podem livrar-se por seus esforços. Em tal condição, os homens têm liberdade para escolher entre diversas opções, mas todas elas são pecados — como diria Agostinho, o ser humano non posse non peccare.
A redenção* é a ação pela qual Deus em Cristo vence o pecado e, portanto, cada interpretação da obra de Cristo se relaciona com ênfase diferente ou com uma dimensão particular com respeito ao pecado. Se, por exemplo, o pecado consiste em romper a lei de Deus e, portanto, deve satisfação a Deus, a obra de Cristo será vista como o pagamento da dívida que resulta do pecado humano. Se o pecado consiste na alienação psicológica ou emocional de Deus, então a obra de Cristo consistirá principalmente em dar um exemplo, mostrar o caminho e prover inspiração e guia. Se, por último, o pecado consiste em uma forma de escravidão ou sujeição na morte e ao poder do próprio pecado, então Cristo será o conquistador que vence os poderes que oprimiam a humanidade. Da mesma forma, muitos teólogos da libertação*, hoje, veem o pecado como uma realidade inextricavelmente relacionada com as diversas formas de opressão e, portanto, Cristo vem a ser o libertador.
Apesar do consenso, que o pecado é uma condição antes de tornar-se ação, os teólogos nem sempre estão de acordo quanto ao grau em que o pecado corrompe a natureza humana. Nesse contexto, a doutrina calvinista da depravação* total insiste que as consequências do pecado são tais que não só toda ação humana leva o selo do pecado, mas que nem sequer podemos discernir corretamente entre uma ação boa e uma má. É somente mediante a graça* — graça irresistível — que temos verdadeira consciência da profundidade de nossa condição pecaminosa. Em contraste com isso, muitos teólogos medievais — e com eles o catolicismo tridentino* — ao mesmo tempo em que afirmam que o pecado é uma condição, tendem a centrar sua atenção sobre o pecado como ação. Cada ação pode ser externa, no caso de uma ação física, ou também interna, no caso de atitudes de pecado. Considerando essa visão de pecado, esses teólogos têm prestado grande atenção à tarefa de classificar os pecados segundo sua gravidade. Tudo isso recebe importância particular devido às necessidades pastorais relacionadas com a administração do sacramento* da penitência, quando é necessário assinalar um pagamento ou satisfação* adequada para cada pecado. Por isso, os pecados podem ser mortais ou veniais, conforme sua gravidade. Outra tradição ou classificação dos pecados, que remonta pelo menos até o século VII, oferece uma lista de sete “pecados mortais”, em contraste com as sete virtudes*. Esses sete pecados são o orgulho, a avareza, a luxúria, a inveja, a glutonaria, a ira e a desídia. É importante assinalar que em boa parte dessa discussão o pecado é visto como um problema individual e que as dimensões sociais do pecado, que tem um lugar tão importante na Bíblia, por um longo tempo ficaram ocultas sob suas dimensões mais privadas, particularmente as que têm a ver com a sexualidade.