1 Co 11.1-16: A Maturidade Espiritual é Expressa no Culto Público por meio dos Papéis dados por Deus e Submissão

1 Coríntios: Maturidade Cristã   •  Sermon  •  Submitted
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Os papéis no culto público e a submissão

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Introdução

A Cidade de corinto era uma cidade conhecida pela carnalidade, sexualidade, filosofia pagã e arrogância. A igreja vinha absorvendo essas características e confundiu a mensagem do evangelho com a filosofia humana, especialmente após o impacto de um excelente orador como Apolo. De modo que a igreja ficou dividida entre os líderes de acordo com suas preferencias pessoais.
O propósito da Carta é Desenvolver a Maturidade da Igreja de Corinto.

Desenvolvimento

Paulo incia a argumentação de que a Maturidade Espiritual é Expressa Pela Unidade [1.10-4.21].
Agora nesse segundo bloco ele dá Sequencia demonstrando como A Maturidade Espiritual é Expressa pela Unidade na Santidade e Testemunho [5.1-6.20].
Após falar a respeito da Unidade e Pureza da Igreja que revelam a maturidade, entramos em um grande bloco da argumentação de Paulo que é bem difícil de definir logicamente, visto que provavelmente foram questionamentos da igreja de corinto que demonstra que A Maturidade Espiritual não Busca o Bem-Estar Individual, mas Comum [7.1-14-40]
Iniciando com Orientações a Respeito do Casamento que Demonstram a Maturidade Espiritual [7.1-40] em seguida lida com a Unidade da Igreja e a liberdade ou os direitos [8-11] e inicia com a superioridade da Unidade em relação aos direitos, conhecimento e liberdade [8.1-13] e então Demonstra em seu Ministério os Direitos Cedidos em prol da Igreja e do Reino [9.1-27] e encerra esse bloco da unidade ao colocar o outro acima dos seus direito demonstrando que a Liberdade do Cristão não Produz Comunhão com os Demônios [110.1-11.1]
Paulo inicia agora um novo bloco do Capítulo 11 ao 14 em que lida com o culto público demonstrando que a Maturidade no Culto Público não é expressa pela autopromoção, mas submissão a tradição apostólica revelada [11.2-14.40]
Paulo nesse bloco vai lidar com o papel das mulheres em público e sua relação hierárquica que nada tem relação com valor ou dignidade, A ceia do SENHOR, Os dons Espirituais e as relações na igreja.
Assim Paulo começa Argumentando que a Maturidade Espiritual é expressa no culto publico por meio dos papeis dados por Deus e Submissão [11.2-16]

Contexto

Esse é um texto desafiador que exige extrema cautela por diversas razões. A lógica do argumento de Paulo no fluxo não está claro, incertezas sobre termos cruciais do texto, incertezas quanto a costumes gerais e da igreja.
O problema com o qual Paulo lida nessa carta provavelmente é o de esposas que se recusavam a usar o véu no culto publico. E Paulo argumenta com base na ordem espiritual, criação, ordem natural e presença dos anjos que o véu era necessário por evidencia a submissão ao marido.
Alguns comentaristas defendem que as mulheres conscientes de sua posição em Cristo de igualdade não queria usar o véu no culto. Essa possibilidade não deve ser descartada imediatamente, visto que o argumento da igualdade e da liderança masculina são teológicos.
Ainda assim parece razoável a compreensão de que elas compreendiam o culto público como uma atividade privada, afinal aconteciam nas casas, e em ambientes privados as mulheres não usavam o véu, essa segunda possibilidade faz sentido diante do argumento da presença dos anjos no culto.
Ambas as possibilidades tem seus argumentos textuais, mas na primeira sendo apenas teológico a menção dos anjos não faz sentido, já a segunda o argumento teológico ainda que tenha um peso menor, visto que o problema não é teológico, traz sentido na menção dos anjos e não ignora a importância das evidências teológicas.
Há ainda a possibilidade dos homens usarem um “tipo de véu” a semelhança dos pagãos que demonstravam submissão a Roma ou outras autoridades. Nesse sentido essa carta lida tanto com homens quanto mulheres. Apesar de fazer sentido e essa prática até ser possível não parece ser o centro do embate paulino.
Assim parece que o grande problema do culto público que Paulo lida aqui é o de esposas que ignoravam o uso do véu que indicava seu estado civil e ao orar ou profetizar publicamente envergonhavam seus maridos. Diante disso a melhor comprensão de “homem” (ἀνδρὸς, ἀνήρ) e “mulher” (γυνή) devem ser entendidos aqui no sentido de “marido” e “esposa”. (Ribeiro, Olavo. 1 Coríntios: Comentário Exegético (pp. 382-383). Edição do Kindle.).

A Liderança no Culto Publico deve ser Exercida por Maridos com Base na Ordem Espiritual [11.2-3]

Paulo inicia elogiando os corintios por preservarem as tradições, alguns autores afirmam que isso seria ironia, mas parece mais razoavel pensar que de fato eles preservavam as tradições ainda que da forma errada nessa etapa mais ampla [11-14] parece que Paulo lida com tradições legítimas que eram preservadas tais como véu, batismo, ceia, dons, mas que eram exercidos da forma ou com as motivações erradas.
Em seguida afirma a ordem espiritual com uma referencia clara a criação e extensão a relação na trindade. Aqui o sentido de “cabeça” é origem ou fonte com uma nuance forte de autoridade. Afinal o que gera tem autoridade sobre o que é gerado ou a fonte sob o resultado.
Assim Paulo inicia o seu argumento de que Deus é fonte e autoridade suprema, o filho é a fonte autoridade sob a igreja, tema que retornará ao falar sob os dons, e o marido a fonte e autoridade da mulher.
Aqui Paulo evidencia a Teologia do casamento como um paralelo da relação da trindade, Deus e Cristo são iguais em essência, mas com papéis distintos, de modo semelhante, refletindo a trindade a esposa e o marido são iguais em essência, mas com papéis distintos. Na cultura greco romana a mulher casada usava véu para demonstrar sua submissão ao marido, assim o marido com véu ou a mulher sem era motivo de vergonha e encarado como desrespeito.
A vergonha era tal que é comparado a ter o cabelo raspado, ainda que não saibamos ao certo se havia alguma lei nesse sentido (Chipre a mulher adultera tinha o cabelo raspado), se era uma questão .

A mulher deve usar o véu como sinal de autoridade e honra do marido com Base na Criação [11.4-10]

Paulo lida com a vergonha utilizando a hipótese absurda do homem usar véu como uma vergonha para si como “cabeça” e para Cristo, ainda que essa possa ser uma possibilidade, visto que era comum na cultura pagã os homens se cobrirem para orar. A base dessa primeira argumentação da liderança dos maridos no culto público é a de que o homem foi criado primeiro de de modo que o princípio independente dos aspectos culturais envolvidos permanece intacto.
Fica evidente que a mulher deveria respeitar essa expectativa e demonstrar publicamente sua submissão tanto enquanto orava quanto profetizava. Assim era permitido a mulher profetizar no culto publico desde que respeitasse o marido no caso da mulher casada.
A mulher deveria usar véu, que era culturalmente o esperado, com base na criação o homem era autoridade, origem e o propósito da criação da mulher e por isso ela devia respeito a seu marido e o uso do véu.
Outra expressão de difícil compreensão é a de que o homem é a imagem e glória de Deus e a mulher a glória do marido, difícil compreender sem afetar a essência de ambos como a imagem e semelhança de Deus. Seguindo o fluxo do texto parece indicar que o marido é o cabeça submetido a Cristo de modo que sem o véu traz glória a Deus e reflete a Deus como o líder, já a esposa reflete o marido e deve glorificar (honrar) o marido ao invés de envergonhá-lo. Tanto o homem quanto a mulher devem honrar suas “cabeças”, a esposa seu marido e o homem a Cristo.
Apesar das diversas posições a respeito dos “anjos” aqui mais uma vez a ideia de que mulheres casadas não encaravam como reunião publica parece ganhar força, parece razoável supor que os “anjos” não eram seres espirituais, a menção é muito breve, mas provavelmente “enviados” do governo para acompanharem as reuniões de todo tipo para se prevenirem de revoltas. Assim ao ver a mulher sem véu na reunião pública poderiam supor que o cristianismo era revolucionário a aspectos culturais e propenso a revoltas e Paulo usa mais essa motivação da prudência para que essa regra seja respeitada.
Assim além do argumento supra cultural e mais forte da criação a recomendação da prudencia diante dos “mensageiros” ou “olheiros” de Roma. Assim a mulher deveria manter esse sinal de autoridade e honra de seu marido pela criação e pelo testemunho evitando conflitos desnecessários.

Os Papéis Distintos não Refletem Dignidade Distinta, mas Interdependência, afinal a mulher vem do homem e o homem nasce da mulher [11.11-12]

Talvez a argumentação anterior poderia deixar uma má compreensão não dos papéis, mas da essência ou dignidade. Paulo dedica um espaço para deixar claro que a esposa submissa ao marido não era menos importante ou de menor valor que ele ao contrário ambos vinham de Deus e a relação era de interdependência porque na criação a mulher é feita do homem e o homem nasce da mulher.
Conceito desafiador tanto no primeiro século quanto hoje em dia, homem e mulher se completam na medida em que são opostos e glorificam a Deus revelando a trindade na medida em que dois se tornam um com mesma essência e papeis distintos.
Paulo destaca aqui que o véu não torna a esposa inferior ou o marido superior,mas demonstra papéis distintos e a interdependência de ambos em um casamento.

A mulher deve usar o véu como sinal de autoridade e honra do marido com Base na Natureza (Cultura) [11.13-15]

Paulo apela para a cultura, mais uma vez usando homens como lustração o cabelo comprido era vergonha por ser identificado com homossexualismo que apesar de tolerado não era bem visto pela maioria dos homens. E de modo geral as mulheres tinham cabelos longos e bem enfeitados e ficar careca poderia ser uma punição com algo culturalmente rejeitado, ainda que não tenhamos certeza sobre isso.
Assim o argumento teológico não era o único que apontava para o uso do véu como sinal de autoridade da esposa em relação ao marido, mas a própria cultura.

O Uso do véu era uma Necessidade Cultural, mas o princípio de autoridade deve permanecer no casamento, especialmente no culto público [11.16]

Finalmente encerra afirmando que esse “novo costume” de não usar o véu, caso alguém em corinto quisesse confusão, não era prática entre os apóstolos nem as outras igrejas. Assim a igreja não é uma instituição ativista revolucionária em termos culturais humanos, mas uma organização que olha para o reino. Padrão semelhante vemos na orientação de Paulo em relação aos escravos.
Então os coríntios que quisessem confusão teriam a consciência de que eles estavam sozinhos em relação a essa questão. As mulheres deveriam usar o véu também com base na cultura eclesiástica, eles faziam parte de um corpo que era formado pelas demais igrejas.
Vale destacar também que parece que esse é um costume, hábito e não um mandamento de Paulo pelo próprio uso da palavra e o motivo pelo qual mantemos o principio de honra e autoridade da esposa em relação ao marido ainda que não se use o véu costumeiramente em nossos dias.

Princípios Eternos

Nem sempre o evangelho combate convenções culturais, apenas quando necessário
A esposa deve respeitar seu marido e honrar e não envergonhar
Esposa pode exercer a oração pública e dons na igreja desde que a submissão e os papeis de seu casamento estejam claros
Os papéis distintos são fundamentados em princípios universais
Criação e as relações da trindade são as bases dessa relação
Casamento reflete a trindade e a mulher apesar de igual dignidade tem um papel distinto e a liderança cabe ao marido
Evangelho respeita convenções culturais quando não se chocam com o evangelho
Véu é cultural, mas o principio de submissão e honra ao marido permanecem

Conclusão

Toda a discussão desse texto envolve a necessidade do uso do véu por parte das esposas como sinal de autoridade em relação aos maridos. Esse debate tem sido longo e já rendeu mais de 800 artigos acadêmicos com pontos de vista distintos. Os três pontos de vista principais são:
A mulher deve usar o véu com base nos argumentos dados (criação, cultura, testemunho e igreja)
A mulher por questões culturais não precisa mais usar o véu, mas o princípio de respeito e submissão ao marido permanecem com base nos argumentos supra culturais apresentados (criação e ordem espiritual)
A mulher não deve usar o véu e nem precisa olhar para esses princípios porque eles tem sua base em aspectos da época que mudaram
Para não transformar em um grande debate acadêmico quero apresentar os motivos do porque preferimos a segunda opção.
(1) Os elementos culturais de Corinto possuem grande peso nesta passagem. Apesar de Paulo justificar teologicamente o uso do véu, não seria razoável exigir que as mulheres casadas em nossas igrejas usassem véu hoje, como era costume das esposas greco-romanas. Definitivamente, este poderia ser um problema na Grécia e em outros lugares no primeiro século – com certeza em algumas culturas hoje, especialmente no Oriente Médio ou em países islâmicos. No entanto, impor este costume às igrejas ocidentais de hoje seria um equívoco.
(2) Por fim, a palavra que Paulo usa no v.16 para “costume” (συνήθεια) significa um “hábito”, aquilo que se faz “costumeiramente”, e não um absoluto moral ou teológico (cf. Jo18:39).[1972] O uso do véu por mulheres casadas nas cidades greco-romanas era um “costume” que Paulo preferia manter por questões sociais e políticas, por bom testemunho, e para evitar problemas com as autoridades romanas.
(Ribeiro, Olavo. 1 Coríntios: Comentário Exegético (p. 385). Edição do Kindle.)

A Esposa deve Honrar seu Marido no Culto Público Refletindo a Trindade

Desafios

Ore para que Deus nos ajude como Igreja a termos casamentos que refletem a trindade com mesma essencia e papéis distintos fortalecendo a liderança da igreja
Homens e Mulheres assumam suas posições com responsabilidade na igreja em submissão a Palavra de Deus
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