Escolhendo o culpado

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Introdução

Roy Zuc (2008, p. 307-308), tratando sobre a teologia de Paulo, diz que o apóstolo vê a salvação como uma experiência passada, presente e futura (1Ts 1:9-10). Ele apresenta a justificação, também dessa maneira, ou seja, fomos justificados (1Co 6:11), somos justificados (Rm 3:26) e seremos justificados (Rm 5:19). Quando Goppelt (2002, p. 376) estuda a descrição de Paulo do assunto “justificação e reconciliação”, ele afirma que justificação e santificação, descrevem “o mesmo processo sob aspectos diferentes” e, claro, tendo Jesus como autor. Aí então consigo entender que quando o apóstolo está apresentando o tema, (1ª lição) a justificação acontece de cima para baixo, e de dentro para fora.
Em 1944 foi executado na cadeira elétrica, na Carolina do Sul, um adolescente de 14 anos. George Stinney Jr. foi acusado do assassinato de duas meninas brancas, encontradas perto de sua casa. George foi ouvido sem a presença doa pais ou advogado. O julgamento durou duas horas e a sentença foi dada em 10 min, sendo a pessoa mais jovem a ser condenada a morte nos EUA, no séc. XX.
Depois de 70 anos, em 2014, uma juíza do mesmo estado declarou a inoscência de Stinney alegando que não lembrava “de um caso, em que tenham sido tão abundantes as provas de violações aos direitos constitucionais e tantas as injustiças” (G1, 2014).
No final de 2022 Steven Lorenzo, acusado do abuso, tortura e assassinato de duas pessoas, pediu a pena de morte alegando que a espera pela execução seria mais confortável do que a prisão perpétua (Aventuras na História, 2023).
Nesses casos nós temos um inoscente que foi condenado a morte e um culpado que pediu pena máxima para sua condenação. Em qual das duas situações, se fosse o caso, você se ofereceria para trocar de lugar? Por isso paulo diz que dificilmente alguém morreia por um justo mas até que podemos cogitar uma escolha numa situação como essa. Mas o apóstolo nos surpreende com a verdade de que Jesus fez a escolha de morrer pelo Steven Lorenzo, o réu confesso!
Romans 5:6–11 ARA
Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.

Qual nossa condição A.C.?

Quando alguém é chamado de fraco, ímpio, pecador e inimigo não se espera muito dessa pessoa. Não se dá crédito a alguém assim. Mas Paulo esclarece que esta é a “nossa” condição, inclusive incluindo-se no grupos.
Vale a pena considerar que essa descrição não nos coloca como observadores de sentenciados de uma prisão, mas apenas diante de um espelho. (2ª lição) Olhar para dentro de si é o suficiente para encontrar maldade, impiedade, pecaminosidade e inimizade - tanto a Deus quanto aos outros.

O que ele fez por nós?

Morreu a seu tempo

Deus é Senhor do tempo. Queremos que algumas coisas acompanhem nosso ritmo, mas no tempo certo para o benefício de todos as interferências divinas na história humana acontecem.
Cristo, motivado pelo amor soberano e não pelo mérito ou realização humana, morreu por nós, ímpios. (HENDRIKSEN, 2011:219)
Segundo Jamieson (2002:212) são três as características do amor de Deus reveladas na morte do nosso Salvador: (1) morreu pelos ímpios, (2) quando éramos fracos e (3) a seu tempo.
C. S. Lewis em O Peso da Glória… presente do Marcelo

Nos justifica pelo seu sangue

Nos salvará pela sua vida

Nesta descrição que o apóstolo faz da ação de Jesus em três tempos, lembramos do que Roy Zuc disse sobre a salvação ser uma experiência em todos os momentos da vida, ou seja, não posso esquecer que (3ª lição) a justificação é uma experiência de toda a vida.

A vida D.C.

Estamos reconciliados

Você já viveu a tristeza de viver um conflito e depois a alegria que a reconciliação traz? A que Cristo fez trouxe consequências eternas!

Seremos salvos da ira

Este é um tema pouco discutido, mas a ira de Deus é um tema bíblico. Desde Nm 22:22 “Acendeu-se a ira de Deus, porque ele se foi; e o Anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário. Ora, Balaão ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos, com ele.” Até Ap 19:15 “Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.” Esta expressão aparece 168 vezes.

Conclusão

Na semana passada estudamos a justificação como uma experiência que diviviu sua vida em A.C. e D.C. Hoje vimos que esta experiencia nos acompanha por toda a vida, depois do encontro com Jesus.
Voltando ao caso do rapaz de 14 anos que foi injustamente condenado, George Stinney Jr. Certamente ninguém lembra desse fato, mas lembramos de Tom Hanks interpretando um guarda e de Michael Duncan um condenado no filme A Espera de um Milagre (Darkwoods, 1999). Stephen King, o autor do livro que inspirou o filme, usou a triste história George Stinney Jr. na construção de sua ficção.
Você não precisa esperar o milagre. Já aconteceu! No tempo certo Deus mostrou seu amor quando Jesus morreu por pecadores perdidos e condenados, como nós. Estamos justificados como resultado da justificação que recebemos em Cristo, aguardando a justiça que receberemos quando Ele voltar. É a experiência de uma vida inteira!
Referências: “Execução de garoto negro nos EUA é considerada irregular após 70 anos”. G1, 2014. Disponível em: http://glo.bo/1GWhWOG. Acesso em: 12/02/2023. Veja também: https://pt.wikipedia.org/wiki/George_Stinney; BRUNATO, Ingredi. “O assassino que quer ser condenado à morte nos EUA”. Aventuras na História, 11/02/2023. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br. Acesso em: 12/02/2023.
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