Cristo, um libertador suficiente - Mc 1.21-28

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Introdução

Na última semana fomos desafiados a pensar que pra termos um encontro com Jesus, precisamos antes ter um encontro com o Evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Marcos, deseja continuar nos chamando a Jesus, a conhecê-lo como de fato ele é.
Um Libertador, suficiente.
Ele tem autoridade para trazer o reino de Deus e ordenar que os homens se arrependam e creiam (1.14-15), tem autoridade para chamar homens para seguí-lo (1.16-20).
E aqui, nestes versículo, vemos que ele tem autoridade sobre os escribas e seu ensino, e sobre os demônios.
Mark 1:21 NAA
21 Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, Jesus foi ensinar na sinagoga.
É importante mencionarmos aqui, que Jesus vem para Cafarnaum depois de uma investida em Nazaré, onde ele foi rejeitado pelo povo (Lc 4.16-30).
Agora, ele faz de Cafarnaum sua base de atuação.
O texto que temos diante de nós narram dois episódios, sobre o ensino de Jesus na sinagoga, e a libertação de um homem possesso por um demônio.
O que conecta estes dois textos, é a expressão dos ouvintes de Jesus nos versos 22 e 27, "Maravilhavam-se e admiravam-se", do seu ensino com autoridade e da expulsão do espírito imundo.
Marcos 1.21–28 A Cura de um Homem com um Espírito Imundo (Cf. Lucas 4.31–37)

Era hábito de Jesus ir à sinagoga (Lc 4.16). Logo também se tornou costume para ele pregar enquanto estava lá (Jo 18.20)

Luke 4:16 NAA
16 Jesus foi para Nazaré, onde havia sido criado. Num sábado, entrou na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
John 18:20 NAA
20 Jesus lhe respondeu: — Eu tenho falado francamente ao mundo. Sempre ensinei, tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo.
A sinagoga era uma instituição judaica importante, pois além de ter surgido na época do exílio babilônico, em certo sentido estava ocupando o lugar do templo, servia principalmente para o ensino.
E uma vez que eles estavam distantes de Jerusalém e aos sábados era hábito cultuarem e se reunirem para ler as Escrituras, Jesus e seus discípulos foram para a sinagoga da cidade.
É importante recordar também que sinagoga significa casa de reunião, de instrução e de adoração dos judeus.
Eram necessários pelo menos dez homens judeus, com mais de 30 anos, casados, para se formar uma sinagoga.
E era costume convidar os visitantes e mestres para ler e explicar alguma passagem das Escrituras.
É diante deste contexto, que Jesus então é convidado para expor seu ensinamento.
Algo fora do comum acontece, pois segundo o relato do verso 22, o povo maravilhou-se da doutrina que Jesus trouxe,
Mark 1:22 NAA
22 E maravilhavam-se com a sua doutrina, porque os ensinava como alguém que tem autoridade e não como os escribas.
O texto é claro em dizer, que Jesus ensinava como quem tem autoridade, algo que o texto diz que os escribas não tinham.
Isso fez distinção entre o ensino de Jesus e dos escribas.
Os escribas são conhecidos desde o período do exílio do povo de Deus, temos uma boa referência em Esdras como o primeiro escriba, ele restaurou a leitura da lei diante do povo, ele era um conhecedor da lei.
Os escribas eram especialista na Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia) por serem interpretes da lei, eles eram mestres da Torá (professores da lei), E por fim, mestres da Lei, ou seja regentes da moralidade e Advogados do povo.
Eles tinham autoridade diante do povo judeu.
O que no ensino de Jesus gerou tal distinção?
i) Jesus ensinava a verdade; (Jo 14.6; 18.37) - os escribas usavam argumentos evasivos baseados na tradição dos homens;
ii) Jesus apresentava assuntos de grande relevância, assuntos de vida, morte e eternidade. - os escribas com frequência perdiam tempo em trivialidades (Mt 23.23; Lc 11.42).
iii) Jesus tinha uma mensagem clara (Mc 1.15). - os escribas, por sua parte, muitas vezes divagavam sem parar e sem propósito.
iv) Jesus despertava a curiosidade ao fazer grande uso de ilustrações (Mc 4.2–9,21,24,26–34; 9.36; 12.1–11). A pregação dos escribas era distanciada da vida e da realidade.
v) Jesus falava como quem ama as pessoas, como quem está interessado no bem-estar eterno de seus ouvintes, e apontava para o Pai e seu amor. - A falta de amor dos escribas fica clara em passagens como Marcos 12.40;
vi) Finalmente, e este é o ponto mais importante, porque está claramente indicado aqui, ele falava “com autoridade”, pois sua mensagem vinha direto do coração e da mente do Pai (Jo 8.26), na verdade Jesus é a própria verdade.
Os escribas sempre usavam fontes falíveis, sempre citando outros escribas.
Podemos ver isso nos verso seguinte:
Mark 1:23–26 NAA
23 E logo apareceu na sinagoga um homem possuído de espírito imundo, o qual gritou: 24 — O que você quer conosco, Jesus Nazareno? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem você é: o Santo de Deus! 25 Mas Jesus o repreendeu, dizendo: — Cale-se e saia desse homem. 26 Então o espírito imundo, agitando-o violentamente e gritando em alta voz, saiu dele.
Diante da leitura e do ensino provenientes da Palavra de Deus, o demônio se manifestou.
Ao ouvir a Palavra de Deus exposta por Jesus com autoridade divina, e por Jesus estar sempre cheio e conduzido pelo Espírito Santo, o diabo se manifestou.
Apareceu um homem - palavra grega eimi é melhor entendido como "estava, havia".
Luke 4:33 NVI
33 Na sinagoga havia um homem possesso de um demônio, de um espírito imundo. Ele gritou com toda a força:
Tal afirmação nos mostra que até aquele momento ele estava na sinagoga participando da reunião, mas não fora incomodado.
Por quê?
Porque os que ensinavam não o faziam no poder do Espírito Santo e na autoridade de Deus, eram vazios de Deus, ensinavam a letra da lei, eram religiosos, pautavam sua espiritualidade em regras exteriores.
Mas Jesus está na sinagoga, e quando Jesus manifesta seu poder, o mal é destruído, vidas são transformadas e Deus é glorificado.
O demônio ao possuir o homem, passa a falar a partir dele e diz aos berros: fazendo duas perguntas e uma afirmação.
"Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus!"
Essa expressão, "que temos nós contigo Jesus Nazareno" denota toda a separação de interesses: isto é, “Tu e nós não temos nada em comum; não Te queremos; o que queres conosco?
Aliás, isto fica visível na narrativa de Marcos, ele chama os demônios de imundos e o espírito reconhece Jesus como o Santo de Deus.
Estão diante de nós, luz e trevas, Deus e o Diabo.
Explicar sobre nossa ideia equivocada sobre Maniqueísmo.
De fato, Jesus e o demônio não tem nada de ver, a não ser pelo fato, de que Jesus veio para desfazer as obras do diabo, e que será totalmente engrandecido ao derrotar o mal.
Outra pergunta é feita;
"Você veio para nos destruir?"
Isto traz a tona o real conhecimento dos demônios a respeito de quem é Jesus.
Eles o chamam de Nazareno, reconhecendo sua humanidade, e o chama de Santo de Deus, reconhecendo sua divindade.
Mas eles falam dessa forma não para adorá-lo, mas para tentar dominá-lo, pois entendia-se na tradição daquele tempo que mencionar o nome do oponente espiritual, se tinha controle sobre ele.
O espírito imundo pensou ter algum controle sobre Jesus, mas não demorou muito para perceber que Jesus era superior a eles, e que é aquele que os destruiria.
Eles sabiam que Jesus os destruiria os lançando no inferno que foi preparado para o diabo e seus anjos. Mt 25.41
Jesus mostra que a autoridade que ele tem, não se aplicava apenas ao seu ensino, mas também ao se poder como Deus de dar ordem e ser obedecido.
Mark 1:25–26 NAA
25 Mas Jesus o repreendeu, dizendo: — Cale-se e saia desse homem. 26 Então o espírito imundo, agitando-o violentamente e gritando em alta voz, saiu dele.
A palavra "repreendeu" significa reprovar ou envergonhar. Jesus desferiu uma ordem dupla.
Diferente dos exorcistas que usavam palavras decoradas, rituais, e até mesmo mágica, Jesus ordenou com autoridade e agitando-se e gritando ele saiu. Jesus é a própria fonte de poder e autoridade.
Explicar sobre os cultos pautados em Batalha Espirituais.
Algo que nos chama atenção, é que Jesus manda o demônio se calar, já que o mesmo sabia sobre quem Jesus era.
Jesus não aceita um reconhecimento vindo de um demônio totalmente corrupto. Além disso, o demônio não tinha permissão para interromper o ensino de Jesus.
Jesus tem poder de atrair as pessoas, ele não precisa que um demônio fale a seu respeito.
O demônio obedece imediatamente.
Isso é tudo o que ele podia fazer. Ele obedece, embora, como fica evidente, muito relutantemente.
Todo esse episódio novamente faz com que o povo se admire de Jesus.
Mark 1:27 NAA
27 Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: — Que é isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
A admiração vem pela vida que flui do ensino de Jesus e pelo poder contra as obras do mal.
As palavras e ações de Jesus invadem a cena da sinagoga, que nunca mais foi a mesma, as pessoas foram impactadas por aquele mestre que naquele sábado ensinou como ninguém, subjugou o mal como nunca antes havia sido feito.
Isso fez com que todos, passassem a falar sobre o acontecimento e principalmente, sobre o autor de tudo aquilo, Jesus.
Mark 1:28 NAA
28 E a fama de Jesus se espalhou depressa em todas as direções, por toda a região da Galileia.

Quais as lições que aprendemos?

1- O ensino de Jesus é a palavra de Deus, o Evangelho, e somente ele pode nos transformar, nos trazer maravilhamento e conhecimento sobre Deus.

Não adianta buscarmos auxílio em outros lugares, ensino de cartomantes, filósofos, médiuns, ou cultos de libertação, com seções de descarrego ou quebras de maldicão.
Somente pela palavra de Deus conhecemos a Jesus como um libertador suficiente, podemos saber que somente ele tem poder de libertar, curar, e salvar as vidas das mãos do diabo.

2- A atuação de demônios é um fato inegável:

Ainda que alguns digam ser isto mito, invenção e fantasia, e outros dizem ser problemas mentais.
A possessão demoníaca é inegável pelo fato do registro bíblico nos mostrar que Jesus expulsou o demônio daquele homem, e mais, as escrituras fazem distinção clara entre doenças diversas e ação de demônios.
Mark 1:32–34 ARA
32 À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados. 33 Toda a cidade estava reunida à porta. 34 E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era.

3- A libertação e transformação do homem não se dão por meio do seu esforço, mas pela ação poderosa do evangelho de Jesus.

Tentamos com frequência viver longe de Deus, sem considerar a palavra de Deus, mas isso pode nos levar a se tornar habitação do diabo, mesmo indo a igreja, já que este homem, frequentava a sinagoga, mas não era habitação de Deus.
Somente por meio do Evangelho de Jesus, é que podemos ser transformados, por Jesus, um libertador suficiente.

4- O demônio neste episódio surge para nos envergonhar;

O demônio demonstra conhecer a Jesus, saber de seu poder, de sua autoridade, do seu ensino, de que ele era um libertador suficiente, que veio para salvar e libertar os homens.
Os religiosos daquele tempo, não o reconheceram como tal, e nós, muitas vezes somos tardios em reconhecer a Cristo, o rejeitamos, endurecemos nosso coração, neste sentido, os demônios davam testemunho de Jesus e nós nos opomos a ele muitas vezes.

5- Vida religiosa não é sinônimo de vida transformada;

O texto nos mostrou que havia um homem frequentador da sinagoga que era habitação de demônios.
Isso nos ensina que a religião em si, com suas regras, costumes, liturgias, não transformam e libertam ninguém.
Precisamos de um encontro com o Evangelho, e com o poder de Jesus, por meio do Espírito Santo, para então experimentarmos uma verdadeira mudança de Vida.
Viver com Jesus é mais que ir a igreja, é mais que ter uma religião, é ser habitação do Espírito de Deus, abandonar a vida de pecados, é viver para seguir a Jesus e não se cansar de fazer o bem e anunciá-lo.

6- Jesus não vem somente para derrotar o mal, mas para libertar e salvar os homens.

Jesus em seu primeiro sermão vem para anunciar o reino de Deus (Mc 1.14-15) , seu reino é para pessoas que nele creem, os benefícios do reino de Jesus são para os homens e não são os demônios que irão impedir aqueles a quem Jesus quer salvar.
Ao libertar aquele homem, Jesus demonstrou que esse é o papel da igreja e de seus discípulos diante das necessidades e do domínio que o inimigo exerce sobre a humanidade.
Nós somos cooperadores de Deus para libertar, para sermos usados como canais da sua graça em favor dos cansados, oprimidos e sobrecarregados, conforme o convite do próprio Senhor Jesus (Mt 11.28–30).

Por fim;

É fundamental sabermos que Jesus veio anunciar a vinda e a presença do reino de Deus entre os homens.
Essa era e é a mensagem que devemos proclamar. O reino de Deus está entre nós.
A autoridade de Jesus não pode ficar confinada na igreja, em uma cidade, em um país. Como vimos nos verso 28.
Jesus nos chama sob sua autoridade para ir ao mundo anunciar o Evangelho, pois o evangelho é o poder de Deus para salvação, por meio de Cristo, um Salvador suficiente.
S.D.G
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