Estudo 640 - O Jesus Historico
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Social
APOLOGÉTICA II
O JESUS HISTÓRICO II
EVIDÊNCIAS DA REALIDADE HISTÓRICA DE JESUS CRISTO
Estudo 640
1 Βίβλος γενέσεως Ἰησοῦ Χριστοῦ υἱοῦ Δαυὶδ υἱοῦ Ἀβραάμ.
Estudo: 26 de janeiro de 2023
Igreja: 5 a 11 fevereiro de 2023
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Para que possamos apresentar evidências a respeito de Jesus Cristo como um personagem que realmente existiu, segundo o que o Novo testamento atesta, primeiramente precisamos confirmar a veracidade da fonte, em outras palavras - a veracidade do próprio Novo Testamento.
Uma vez que não temos os documentos originais (chamados autógrafos), qual o grau de confiabilidade e precisão das cópias que temos em relação ao número de manuscritos (manuscritos são cópias feitas à mão a partir do autógrafo), e qual o intervalo de tempo entre o original e as cópias existentes? Em resposta a essas perguntas, podemos afirmar que há evidências de manuscritos mais precisos e em quantidade muito maior para o NT do que para qualquer outro livro do mundo antigo. Ou seja, há mais manuscritos copiados com maior exatidão e datação mais antiga do que para qualquer clássico secular da antiguidade.
MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
MANUSCRITOS
DATA
CONTEÚDO
LOCALIZAÇÃO
Fragmento John Rylands
125d.C
Evangelho de João 18:21-33 37,38
Biblioteca John Rylands Manchester, Inglaterra
Papiro Bodmer
200d.C
Fragmentos: 40 páginas de João, Judas, Lucas, I e II Pedro
Biblioteca Peter Bodmer – Cologny, Suíça
Papiro Chester Bealty
250d.C
Porções importantes de Mateus, Marcos, João, Lucas e Atos
Museu C. Bealty – Dublin, Irlanda
Códice Vaticano
325d.C
Maior parte do AT e do NT
Biblioteca do Vaticano
Códice Sinaítico
340d.C
Maior parte do At e a maioria do NT
Museu Britânico, Londres, Inglaterra
Códice Ephraemi Rescriptus
350d.C
Todos os do NT exceto II João e II Tessalonicenses
Biblioteca Nacional de Paris
Códice Bezae
Códice Cantabrigense
500d.C
Os quatro Evangelhos, Atos, III João 11-15
Biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra
Códice Claromontano
550d.C
Epístolas Paulinas, Hebreus
Biblioteca Nacional de Paris
Códice Coislinianus
Século VI
Epístolas Paulinas
Várias Bibliotecas – Paris, Moscou, Kiev etc
Comparada com outros escritos antigos, a Bíblia possui mais provas em termos de manuscritos, do que juntos, possuem os textos de literatura clássica com maior número de manuscritos.
Vejamos:
Autor
Data do Original
Cópia mais Antiga
Intervalo em anos
N° de Cópias
César
44a.C.
900d.C.
1.000
10
Platão
427-347a.C.
900d.C.
1.200
7
Tácito
100d.C.
1100d.C.
1.000
20
Plínio, o Jovem
61-113d.C.
850d.C.
750
7
Heródoto
480-4 25a.C
900d.C.
1.300
8
Sófocles
496-406a.C.
1000d.C.
1.400
193
Aristóteles
384-322a.C.
1100d.C.
1.400
49+
Homero (Ilíada)
900a.C.
400a.C.
500
643
Novo Testamento
40-100d.C.
125d.C.
25
24.000
"Dentre todas as composições literárias escritas pelo povo grego, os poemas homéricos são os mais adequados para uma comparação com a Bíblia. Em todo o corpo de literatura antiga, tanto grega como latina, a Ilíada é a que mais se aproxima do Novo Testamento por possuir a maior quantidade de testemunho de manuscritos". (Bruce Metzger - Professor da Princeton Theological Seminary)
Se diante disso não se pode confiar no NT, então deve-se rejeitar toda a história antiga que repousa sobre evidências muito mais fracas.
Tão claras são as evidências para o NT, que ninguém menos que o falecido erudito em manuscritos Sir Frederic Kenyon, pode escrever: ''Portanto, o intervalo entre as datas da composição original e as evidências ainda existentes mais antigas se torna tão pequeno que na verdade é desprezível, e o último fundamento para qualquer dúvida de que as Escrituras chegaram a nós substancialmente como foram escritas agora foi removido. Tanto a autenticidade como a integridade geral dos livros do Novo Testamento podem ser consideradas finalmente estabelecidas''.
Apesar de o justo viver pela fé, temos que estar preparados, pelo conhecimento das Escrituras Sagradas e da compreensão da ciência, que devemos estudar estas mesmas escrituras, para responder ao questionamento daqueles que ainda duvidam da existência do Senhor Jesus:
2Coríntios 10:4-5
A Arqueologia também tem sido imensamente útil para confirmar os registros históricos:
Considere a descoberta do Ossuário de Caifás fora de Jerusalém, em 1990. Esse artefato guarda os ossos de “Yehosef bar Kayafa”, traduzido como “José, filho de Caifás”.
Escavações verificaram as piscinas de Betesda (João 5.1-15) e a de Siloé (João 9.1-11). Betesda é especialmente relevante desde que os críticos duvidaram da precisão de João. Somente mais tarde, encontraram sua descrição correspondendo aos detalhes.
Similarmente, em 1961, uma equipe de arqueólogos italianos, trabalhando em um teatro em Cesareia Marítima, encontrou o que agora é conhecido como a “Pedra de Pilatos”. Ela menciona Tibério e inclui uma inscrição descrevendo Pilatos como o prefeito da Judeia. Obviamente que, essas descobertas falam pela veracidade dos evangelhos.
Também temos o relato dos primeiros discípulos dos apóstolos, e também dos discípulos do segundo e terceiro século da Era Cristã. Estes, além de terem sido fiéis aos ensinos que receberam, muitos sofreram o martírio em razão da fé.
O PERÍODO PATRÍSTICO
O PERÍODO PATRÍSTICO
Podemos dividir os Pais da Igreja em três grandes grupos, a saber:
Pais apostólicos:
Pais apostólicos:
Foram aqueles que tiveram relação mais ou menos direta com os apóstolos e escreveram para a edificação da Igreja, geralmente entre o primeiro e segundo séculos.Os mais importantes foram: Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Papias e Policarpo.
Apologistas:
Apologistas:
Foram aqueles que empregaram todas suas habilidades literárias em defesa do Cristianismo perante a perseguição do Estado. Geralmente este grupo situa-se no segundo século. Os mais proeminentes entre eles foram: Tertuliano, Justino, o Mártir, Teófilo e Aristides.
Polemistas:
Polemistas:
Os pais desse grupo não mediram esforços para defender a fé cristã das falsas doutrinas surgidas dentro e fora da Igreja. Geralmente estão situados no terceiro século.Os mais destacados entre eles foram: Irineu, Tertuliano, Cipriano e Orígenes.
Em adição aos manuscritos do Novo Testamento, podemos citar:
86 mil citações escritas dos pais da igreja primitiva (primeiro e segundo séculos)
36 mil pré-datadas ao Concílio de Niceia, (325d.C.)
“Mesmo que não existisse nenhum documento do NT, poderíamos reconstruir o NT apenas com os escritos dos Pais da Igreja Primitiva, exceto por 11 versículos (os quais não interferem no contexto).”
O TESTE INTERNO DA CREDIBILIDADE DAS ESCRITURAS
O TESTE INTERNO DA CREDIBILIDADE DAS ESCRITURAS
1. O Benefício da Dúvida
1. O Benefício da Dúvida
Sobre esse teste, John Warwick Montgomery (1) escreve que os críticos literários ainda seguem o dito de Aristóteles, o qual diz que, "em caso de dúvida, deve-se favorecer o próprio documento, e não a posição questionadora do crítico". De modo que "deve-se aceitar as afirmações do documento que está sendo analisado, e não pressupor fraude ou erro, a menos que o autor invalide o que escreveu devido a contradições ou a inexatidões quanto a fatos conhecidos."
2. O Valor das Fontes Primárias
2. O Valor das Fontes Primárias
O Dr. F. F. Bruce (2), diz o seguinte: "Os primeiros pregadores do Evangelho reconheciam o valor do testemunho de primeira mão, e repetidas vezes fizeram uso dele. 'Somos testemunhas destas coisas' era a afirmação constante e confiante que faziam. E, ao contrário do que parecem pensar alguns escritores, não teria sido absolutamente fácil inventar palavras e obras de Jesus naqueles primeiros dias, quando tantos discípulos estavam por ali espalhados, os quais poderiam lembrar-se do que havia e do que não havia acontecido."
3. Material de Fontes Primárias Legítimas
3. Material de Fontes Primárias Legítimas
O Novo Testamento deve ser considerado pelos eruditos de hoje como um legítimo documento de fontes primárias, vindo do primeiro século.
William Foxwell Albright (3), foi um dos mais destacados arqueólogos do mundo e disse: "Podemos dizer enfaticamente que já não existe qualquer base sólida para atribuir a qualquer livro do Novo Testamento uma data posterior a 80d.C., isto é, duas gerações inteiras antes do período entre 130 e 150d.C., período calculado pelos críticos mais radicais do Novo Testamento da atualidade."
Ele reafirma essa posição numa entrevista à revista Christianity Today (18 janeiro de 1963): "Na minha opinião, cada livro do Novo Testamento foi escrito por um judeu batizado, entre as décadas de 40 e 80 do primeiro século de nossa Era (bem provavelmente em algum período entre aproximadamente 50 e 75 d.C.)."
Albright conclui: "Graças às descobertas de Qumran, o Novo Testamento comprova que, de fato, é aquilo que anteriormente as pessoas criam que fosse: o ensino de Cristo e de seus seguidores imediatos, no período compreendido entre 25 e 80 d.C."
1Coríntios 15:3-4, 6 (ARA)
3 παρέδωκα γὰρ ὑμῖν ἐν πρώτοις, ὃ καὶ παρέλαβον, ὅτι Χριστὸς ἀπέθανεν ὑπὲρ τῶν ἁμαρτιῶν ἡμῶν κατὰ τὰς γραφὰς 4 καὶ ὅτι ἐτάφη καὶ ὅτι ἐγήγερται τῇ ἡμέρᾳ τῇ τρίτῃ κατὰ τὰς γραφὰς
6 ἔπειτα ὤφθη ἐπάνω πεντακοσίοις ἀδελφοῖς ἐφάπαξ, ἐξ ὧν οἱ πλείονες μένουσιν ἕως ἄρτι, τινὲς δὲ ἐκοιμήθησαν·
No período em que o apóstolo Paulo escreveu esta carta, muitas testemunhas da ressurreição de Jesus Cristo ainda estavam vivas. Sendo assim, após provar a autenticidade do NT, temos aqui outra evidência deixada pelo apóstolo dos gentios, afirmando que aquelas pessoas que viram o Cristo ressuscitado, seriam capazes de testificar contra ele, caso estivesse escrevendo inverdades.
OS EVANGELHOS
OS EVANGELHOS
Escritos há quase dois mil anos, os quatro Evangelhos parecem ter sido compostos por meio de um processo que envolveu três etapas:
Primeira, houve a fase oral. Segunda, a produção de relatos escritos substanciais da vida e ensino de Jesus. Terceira, a produção dos Evangelhos como conhecido agora.
Esses três estágios são possivelmente refletidos nos versículos iniciais do Evangelho de Lucas:
Lucas 1:1-4
1 Ἐπειδήπερ πολλοὶ ἐπεχείρησαν ἀνατάξασθαι διήγησιν περὶ τῶν πεπληροφορημένων ἐν ἡμῖν πραγμάτων, 2 καθὼς παρέδοσαν ἡμῖν οἱ ἀπʼ ἀρχῆς αὐτόπται καὶ ὑπηρέται γενόμενοι τοῦ λόγου, 3 ἔδοξεν κἀμοὶ παρηκολουθηκότι ἄνωθεν πᾶσιν ἀκριβῶς καθεξῆς σοι γράψαι, κράτιστε Θεόφιλε, 4 ἵνα ἐπιγνῷς περὶ ὧν κατηχήθης λόγων τὴν ἀσφάλειαν.
Lucas menciona: - testemunhas oculares;
- os muitos que elaboraram um relato das coisas que foram realizadas entre nós;- o relato ordenado que ele produziu.
Evangelhos Sinóticos
Evangelhos Sinóticos
O termo sinótico foi usado pela primeira vez em relação aos Evangelhos por Johann Griesbach no final do século 18. A palavra grega sunopsis significa “ver junto” e é usada para designar os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas porque eles têm uma maneira comum de ver a vida de Jesus. O processo pelo qual os Evangelhos foram compostos atraiu considerável atenção devido às impressionantes semelhanças entre os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas.
Embora estes Evangelhos tenham muito em comum, o Evangelho de João (Joanino) é bastante distinto. Para compreender por que João apresenta as boas-novas dessa maneira distinta, precisamos entender que ele deseja afirmar que Jesus é o Verbo encarnado e que era Cordeiro de Deus que traz a vida eterna.
Apesar de cada Evangelho ter particularmente sua própria ênfase, eles estão em completa harmonia. O fato de todos os quatro terem sido lidos pelas primeiras comunidades cristãs indica que eles não eram vistos como concorrentes entre si. Eles não apresentaram pontos de vista rivais de Jesus Cristo. Pelo contrário, juntos, eles foram percebidos como dando uma compreensão mais completa e profunda sobre Jesus.
Quatro pessoas diferentes, de culturas diferentes, de ângulos diferentes, podem notar detalhes que outro não perceba, ou ainda, destacar o que julga mais interessante para o seu público. O que um autor reprimisse, o outro poderia mencionar, dando mais detalhes, ou fortalecendo os objetivos principais.
Os copistas, que foram, ao longo dos séculos, montando e traduzindo a Bíblia, não poderiam corrigir estas diferenças e deixar os quatro evangelhos iguais sem nenhuma diferença?
Poderiam. Mas isto não aconteceu, o que é uma prova fantástica da originalidade dos autores. Foi respeitado o que cada um relatou, ao seu modo, sem alterar por gosto ou por correção. Isto é uma prova clara que os evangelhos que lemos hoje, de fato, são o texto integral que os evangelistas escreveram com todas as suas peculiaridades particulares. Se estudarmos as diferenças encontradas entre os evangelistas, iremos notar que os pontos de contradição são questões secundárias de detalhes que não acrescentam ou depreciam qualquer verdade fundamental.
Dos quatro autores dos evangelhos, duas foram testemunhas oculares dos ensinos e dos milagres de Jesus Cristo. Os outros dois, Marcos e Lucas, foram discípulos de Pedro (Marcos) e do apóstolo Paulo (Lucas). Marcos, possivelmente relatou o que ouviu de Pedro, e Lucas após ler o evangelho de Marcos, foi compelido pelo Espírito Santo a preparar uma obra literária mais robusta e direcionada para os gentios. Da mesma forma aconteceu com Mateus, que, após ter acesso ao evangelhos de Marcos, também foi direcionado pelo Espírito Santo a escrever o que viu e ouviu para alcançar o povo Hebreu.
Uma vez que a fonte dos relatos sobre a pessoa de Jesus Cristo é verdadeira, então só existe uma conclusão a esse caso: “Jesus Cristo, conforme relatado nos Evangelhos, é quem diz ser!”
Termino com as palavras do famoso escritor C. S. Lewis (4):
“Um homem que fosse apenas um homem e dissesse o tipo de coisas que Jesus disse não seria um grande professor de moral. Ele seria um lunático - no mesmo nível do homem que diz ser um ovo cozido – ou então ele seria o Diabo do Inferno. Você deve fazer sua escolha. Ou este homem era, e é, o Filho de Deus, ou então um louco ou algo pior. Você pode calá-lo como um tolo, pode cuspir nele e matá-lo como um demônio, ou você pode cair a Seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas não venhamos com nenhum absurdo paternalista sobre Ele ser um grande professor humano. Ele não deixou isto aberto para nós. Ele não tinha esta intenção.”
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Deixo estas perguntas para a vossa meditação:
Como seria o mundo se Jesus Cristo não tivesse nascido?
Como seria a sua vida se Jesus não tivesse nascido?
Pr. Sandro MachadoBoston, MA
Janeiro/2023
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
https://www.cacp.app.br/o-novo-testamento-e-a-arqueologia/
http://questoescristas.blogspot.com/2011/07/submetendo-o-novo-testamento-ao-teste.html
https://www.maisrelevante.com.br/2019/10/por-que-existem-contradicoes-nos.html
(1) John Warwick Montgomery - International Director of the International Academy of Apologetics, Evangelism and Human Rights held in Strasbourg, France.
(2) F.F. Bruce (1910-1990) was a biblical scholar - Professor of Biblical Criticism and Exegesis at the University of Manchester.
(3) William Foxwell Albright was an American archaeologist, biblical scholar, philologist, and expert on ceramics. He is considered "one of the twentieth century's most influential American biblical scholars."
(4) C. S. Lewis, Mere Christianity (London: Fontanta, 1955), 52–53.
Alexander, T. Desmond. Discovering Jesus? (p. 18). Crossway. Kindle Edition.Apologética Cristã ao Islamismo - A Bíblia - Estudo 455, Currículo Doutrinário ADBELÉM/USA