Tiago 4:1-7
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Transcript
1 De onde vêm as guerras e brigas entre vós? Porventura não vêm disto, das concupiscências que guerreiam nos vossos membros?
2 Cobiçais, e nada tendes; matais, e desejais ter, e não podeis obter; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para consumirdes em vossos deleites.
4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Qualquer que quiser ser amigo do mundo, torna-se um inimigo de Deus.
5 Pensais vós que a escritura diz em vão: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
6 Antes, dá mais graça. Portanto ele diz: Deus resiste aos orgulhosos, mas dá graça aos humildes.
7 Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
O próprio Tiago responde a pergunta com outra: de onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? É como se ele dissesse: “pode haver outra origem senão essa?”. Dessa forma, ele identifica a origem dos conflitos não nas circunstâncias externas, que poderiam até funcionar como atenuantes, mas, à semelhança de Paulo (1Co 3.1–4), na natureza humana decaída e corrompida dos cristãos. Vemos aqui, bem como no restante das Escrituras, que a regeneração não aniquila nem remove a natureza pecaminosa dos cristãos. Apesar de terem crido em Jesus Cristo (2.1) e de terem sido regenerados pela Palavra de Deus (1.18), ainda tinham dentro de si a semente de Adão ou, mais especificamente, no caso presente, “os prazeres que militam em vossa carne”. A palavra “prazer” em si é neutra. Ela é usada no sentido positivo na literatura grega clássica. No Novo Testamento, contudo, é usada consistentemente com sentido negativo, para prazeres carnais, sensuais, prazeres ilícitos ou “paixões” (NVI) (cf. Lc 8.14; Tt 3.3; 2Pd 2.13). É nesse sentido que Tiago emprega o termo aqui e em 4.3. Ele não especifica os prazeres a que se refere; resta-nos apenas especular, com base no contexto, que se trata do amor à honra, aos primeiros lugares, ao poder e à primazia, a tríade descrita por João como a “concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16). Era o “deleite” (ARC) nessas coisas que estava provocando a disputa e a rivalidade entre os candidatos a mestre. Tiago acrescenta que esses prazeres “militam na vossa carne”. A terminologia é militar. Tiago vê os prazeres mundanos cobiçados por nossa natureza pecaminosa em luta para ganhar controle e expressão (1Pe 2.11: “fazem guerra contra a alma”); é um exército de maus desejos que “milita contra o Espírito” (Gl 5.17). Aqueles aos quais Tiago escreveu deixavam esses prazeres controlar sua vida. E eram capazes de tudo para satisfazê-los, conforme as palavras pesadas de Tiago no verso seguinte. E era daí que procediam as guerras e contendas que havia entre eles. 4.2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis. Tiago continua a repreender os aprendizes de mestre pelos conflitos entre eles, e por extensão, todos aqueles que se enquadram nesse mesmo erro. Aqui, nosso autor expõe de forma detalhada e profunda, como verdadeiro pastor de almas que conhece a natureza humana, o que acontecia no coração de cada um daqueles possuídos pelo espírito faccioso. As afirmações de Tiago revelam o que lhes passava no íntimo: cobiçais e nada tendes. Cobiçar significa literalmente “manter o seu desejo focado sobre alguma coisa” – daí a ideia de desejo intenso que vira paixão e cobiça, quando se trata de coisas ilícitas. No Novo Testamento o termo é usado, na maioria das vezes, para designar desejos impuros e ilegais (cf. Rm 7.7; 13.9; 1Co 10.6; Mt 5.28; veja uma exceção em 1Tm 3.1). É nesse sentido que Tiago usa a expressão, como uma provável referência aos postos de honra e destaque na liderança das igrejas (cf. 3.1). O fato de que eles cobiçavam, mas “nada tinham” pode indicar a frustração destes planos pelo próprio Deus. Contudo, o próprio Tiago dá as causas mais adiante, que são a falta de oração e o amor ao mundo.
Augustus Nicodemus Lopes, Tiago, ed. Cĺaudio Antônio Batista Marra, 1a edição., Série Interpretando o Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2006), 120–122.
Somos ensinados e acostumados a pedir; há alguns até que se tornam viciados em fazê-lo, alguns tratam o Senhor absoluto do universo como se Ele fosse uma espécie de "gênio da bíblia", ou seja, na mentalidade destas pessoas Deus serve apenas para realizar seus desejos não importando o quão banais, vaidosos, egoístas, hedonista, megalomaníacos e sem sentido sejam.
O versículo destacado acima ensina de forma simples, prática e clara o modo como devemos pedir e o motivo de não recebemos alguns de nossos pedidos. Se você leu esta mensagem até agora, parabéns, porque o verso do livro de Tiago é a base para uma compreensão que pode mudar sua mentalidade no que diz respeito a pedir e receber.
Você sabe o que está fazendo de errado?
"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." Tiago 4.3
Todo ser humano é escravo de suas próprias vaidades, praticamente tudo o que as pessoas utilizam, consomem e desejam está baseado em atender uma ou mais vaidades que elas possuem, esta é mais uma das mentalidades do mundo implantadas no coração dos indivíduos desde a infância, pois com a queda de Adão o ser humano se tornou vaidoso, egocêntrico, passional, ganancioso, (entre outras coisas); e o espírito do mundo explora estas mentalidades ao extremo nas pessoas durante toda a vida delas. Os pedidos que as pessoas fazem a Deus, as coisas que elas têm vontade de comprar e consumir não são definidas pela forma que podem atender as suas reais necessidades, da melhor maneira, sem pesar em seu estilo de vida, mas sim ao quanto de vaidades podem tentar satisfazer.
Para ser mais prático no que estou falando, eis alguns exemplos comuns nos dias atuais:
* Há pessoas que necessitam de um Smartphone que seja uma ferramenta de ajuda nas tarefas do cotidiano, mas, na verdade, elas desejam um que sirva para demonstrar para as outras pessoas o seu pseudo grau de poder de compra.
* Há pessoas que necessitam de um carro familiar, mas desejam e estão pedindo a Deus um ou mais carros esportivos, seja para atender ao seu próprio ego, seja para provar algo para alguém, para impressionar vizinhos, colegas, parentes, amigos e irmãos de congregação; ou seja, pura vaidade.
* Há pessoas cuja real necessidade é uma casa ou apartamento moderno, confortável e funcional para si e sua família, mas desejam e pedem em suas orações a Deus uma mansão ou cobertura de luxo ou superluxo em algum condomínio exclusivo de algum bairro chique, porque elas acham que status por status é algo agradável a Deus. Mais vaidade.
* Há pessoas pedindo a Deus que lhes conceda vitórias em batalhas que não as levarão a lugar algum.
* Há pessoas pedindo a Deus que lhes dê uma decisão judicial favorável em determinada causa apenas para que elas possam gastar o dinheiro da indenização da forma mais sem propósito que conseguirem.
*Ha pessoas pedindo a Deus que as livre das dívidas apenas para que elas possam fazer outras novas e maiores.
*Há aqueles que estão pedindo para que Deus lhes dê honras e glórias em seu ministério como líder de uma congregação, mas, no íntimo do coração, sabem que essa não é a vocação que Ele deseja que abracem.
Praticar estes comportamentos e outros semelhantes não passa de loucura, e "...a prosperidade dos loucos os destruirá" Provérbios 1.32b.
Eu poderia citar dezenas de exemplos práticos de como as pessoas têm baseado seus pedidos a Deus mais nas vaidades e nas paixões do que nas reais necessidades, mas a Palavra de Deus através do versículo de Tiago destacado no princípio deste texto é mais do que o suficiente para nos fazer despertar.
"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." Tiago 4.3
E qual é a forma certa de pedir?
Antes de fazermos qualquer pedido ao Senhor, devemos nos certificar de que tal petição não esteja baseada em nossas vaidades, pois como está escrito: "Vaidades são, obras de engano..." Jeremias 10.15
E o que isso quer dizer?
Vaidade significa tudo aquilo que é vão, ou seja, que não tem proveito verdadeiro, sem propósito real, aleatório, ilusório. Ela é uma das características principais da sociedade mundana, e como tal não possui nenhuma capacidade de promover qualquer tipo de desenvolvimento espiritual, mental ou físico em quem a possui; ela apenas provoca uma leve satisfação fugaz, que desaparece rapidamente, e é logo substituída por novos desejos e pedidos tão, ou mais, sem sentido do que os anteriores.
Todas as vezes que formos pedir algo a Deus, precisamos primeiramente nos certificar de que tal pedido seja para suprir (satisfazer ou resolver) alguma necessidade real de nossa vida; pois como Paulo, apóstolo, escreveu certa vez: "O meu Deus, segundo as suas riquezas suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." Filipenses 4.19.
Segundo Paulo, Jesus suprirá em glória (amplamente, plenamente e abundantemente) todas as nossas necessidades; é um compromisso, uma promessa divina para nossa vida; mas nosso Senhor não tem nenhum compromisso com nossas vaidades e paixões egoístas e megalomaníacas; em momento algum Ele declara que atenderá a qualquer vaidade de nosso coração, e por mais incrível que seja, esta verdade tão óbvia parece estar passando completamente despercebida por várias pessoas (comigo foi assim durante muito tempo). Todos os desejos legítimos do seu coração, ou seja, sem vaidade, dirigidos pelo SENHOR, serão atendidos por Deus como está escrito: "Deleita-te no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração". Salmos 37.4
A maioria dos pedidos que são apresentados a Deus ainda são baseados em nossas inúmeras vaidades que mantemos "estrategicamente escondidas" bem lá no fundo de nosso coração, mas como nada pode ser escondido dos olhos do SENHOR, não há como sermos atendidos pelo Altíssimo; "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.". Se você deseja ser atendido amplamente em seus pedidos, ou seja, receber tudo o que pedir como está escrito em: "Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei." João 14.14; passe a orientar suas petições em suprir suas necessidades reais; seja sincero.
Para ajudar você nesta tarefa vamos examinar rapidamente o que são necessidades:
* Necessidade é tudo aquilo que é necessário, essencial, algo que não pode faltar, algo indispensável. Como saúde, trabalho, dinheiro, amor, conforto e qualidade de vida, por exemplo; mas há outras.
Sempre que você preparar um pedido para fazer a Deus, fundamente-o na Palavra e faça a sua petição dirigindo-a de modo que ela resolva, supra e, ou, satisfaça uma ou mais necessidades da sua vida ou da vida de alguém por quem você esteja intercedendo; e tenha o cuidado de não ceder à tentação de se inclinar aos exageros. Desta forma Nosso Senhor tem o máximo prazer em atender tudo aquilo que você pedir, de maneira abundante como só Ele pode fazer.
"...não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites."
Seu telefone não precisa ser de ouro maciço com diamantes em volta, seu carro não precisa ser aquele modelo que deixará a todos com inveja, sua casa não precisa ser a maior do quarteirão ou do bairro, a maioria de nós não precisa de um jato particular ou um barco de luxo, e todos os outros bens de sua vida não precisam ser necessariamente os mais caros, os maiores, os mais rápidos ou mais exclusivos; não é desta forma que um cristão mostra que Deus é com ele; na verdade, seus bens e pertences precisam ser aqueles que se enquadrem adequadamente às suas reais necessidades de vida. Como está escrito: "Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso satisfeitos." 1 Timóteo 6.8
Afaste-se das vaidades (deleites), esqueça-se do pseudo-status e das vanglórias das coisas do mundo; seja consciente, simples e direto em seus pedidos. Identifique e concentre-se em resolver e atender todas as suas necessidades e não em atender seus luxos e excentricidades; esta é a forma correta e infalível de receber tudo o que pedirdes.