APELO POR AUXILIO DIVINO - SALMO 44

INTRODUÇÃO

O Salmo 44 é um lamento público que se segue a uma grandederrota em batalha, mas sem identificação histórica.

A dor da derrota se torna ainda mais amarga com a lembrança de vitórias passadas. Nunca valorizamos tanto a comunhão com Deus quanto nos momentos em que sua face parece escondida de nós.

I - RECORDANDO OS FEITOS DE DEUS NO PASSADO (V.1-8)

Os pais ensinavam seus filhos sobre os grandes feitos de Deus (v.1) - Segundo Deus havia ordenado, cada geração de israelitas devia contar aos seus descendentes as “maravilhas” que ele havia realizado em favor do seu povo. Cf. Êx 10.2; 12:26–27; 13:14–15; Dt 4:9; 6:20–25; Sl 78:3–8.

A história de Israel é repleta de exemplos emocionantes de intervenções divinas em favor de seu povo (v.2-3). Expulsou os pagãos da terra de Canaã e a entregou aos filhos de Jacó. Ao subjugar os cananeus, libertou Israel e o estabeleceu na terra prometida. Os israelitas não conquistaram essa agradável terra por superioridade militar, nem foram vitoriosos por suas próprias forças. A destra poderosa, o braço onipotente e o favor bondoso de Deus é que lhe deram vitória.

A lembrança dos feitos passados do Senhor inspira nosso coração a louvá-lo (v.4-8). Ele é o grande rei e o Deus poderoso, que concede vitória aos filhos do indigno Jacó. Com a força do Senhor, Israel arrasou os exércitos inimigos e marchou triunfante sobre seus agressores. Aprendeu que não se deve confiar no arco para obter sucesso, nem na espada para obter salvação. Foi Deus quem livrou seu povo e confundiu seus inimigos! Não é de admirar que Israel se glorie continuamente de sua relação com ele e declare que jamais deixará de lhe agradecer!

II - REFLETINDO SOBRE A DERROTA NO PRESENTE (V.9-22).

O cantigo de louvor pelas vitorias se transformou em lamento (v.9-16). Os exércitos marcharam sem a presença e a ajuda de Deus e logo tiveram de recuar assustados, enquanto os inimigos saqueavam toda a riqueza de Israel. O Senhor entregou seu povo como ovelhas para o açougueiro e dispersou os sobreviventes entre as nações gentílicas. Os acontecimentos sucederam como se fossem uma transação comercial, na qual Deus vendeu seu povo por um valor ínfimo. O inimigo, ao que parece, escapou impune. O salmista atribui a derrota a um designio de Deus, e se queixa pela vergoha e humilhação diante do dos inimigos.

O salmista atesta a inocencia do povo pela aparente fidelidade à Aliança (v.17-22). As derrotas de Israel geramente eram causadas pela desobediencia e quebra da Aliança. Aqui temos que avaliar se a autopercepção de inocencia do salmista estava equivocada, o que não é incomum de acontecer conosco. Nem sempre a aparente fidelidade reflete o que realmente está no coração. A realidade bíblica é que Deus permite as adversidades para provar o amor e fidelidade do seu povo (cf. o exemplo de Jó). Paulo cita o v.22 dessa perspectiva em Rm 8.36.

Romans 8:36 ARA

Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.

III - ESPERANDO PELO AGIR DE DEUS NO FUTURO (V.23-26).

O salmo culmina com a ousada urgência do versículo 23, no qual o salmista tem a impressão de que o Senhor está dormindo e pede que ele desperte e intervenha em favor de seu povo. É incompreensível como Deus podia se omitir e esconder a face com indiferença enquanto seu povo se encontrava prostrado até ao pó. O salmista faz soar, portanto, mais um toque de despertar: “Levanta-te para socorrer-nos e resgata-nos por amor da tua benignidade”.

Independentemente do motivo pela qual estavam passando por aquela calamidade, o povo de Deus deve clamar pelo agir de Deus, ele sempre será a nossa fonte de esperança, seja aqui nessa terra ou na eternidade. Deus age em favor daqueles que clamam, conforme ja aprendemos no Salmo 40.1-3

Psalm 40:1–3 ARA

Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor.

O futuro reserva grandes coisas para os que confiam em Deus!