Frutos de um genuíno avivamento (Atos 2:42-47)
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Muitas notícias nos últimos dias tiveram seu alcance mundial, como o terremoto nos países da Turquia e da Síria, o descarrilamento de um trem com produtos químicos, que alguns estão preocupados comparando, talvez de forma exagerada, ao desastre de Chernobyl ocorrido na antiga União Soviética.
Tivemos, ainda, os Estados Unidos informando que abateram objetos não identificados nos Estados Unidos e Canadá.
Uma notícia que não teve tanta repercussão como estas outras, mas foi muito comentada entre os cristãos, foi o que está ocorrendo na Universidade de Asbury, localizada na cidade de Wilmore, estado do Kentucky, nos Estados Unidos.
Conta-se a respeito de um culto que teve início na manhã do dia 8 e ainda não terminou. Ali estão muitos jovens que se reuniram para orar em um grupo pequeno, grupo este que foi aumentando, e aumentando, e vieram até mesmo pessoas que não eram estudantes da universidade. Você ficou sabendo disso? Qual foi sua reação?
Pessoas se reuniram para buscar a Deus, adorar, confessar seus pecados e orar uns pelos outros. Há relatos de pessoas que foram até mesmo curadas!
E o mais interessante de tudo isso é que, geralmente, quando há um evento com a participação de muitas pessoas por muitas horas, é quando tem a presença de um pregador ou cantor famoso, o que não é o caso deste evento, não foi programado para ser um grande evento, e está acontecendo numa cidade pequena de pouco mais de 6 mil habitantes. Isto tudo está sendo chamado de “O avivamento de Asbury”.
CONTEXTUALIZAÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
Em Atos 2 podemos ver como foi o mover de Deus que resultou em avivamento, promessa de Deus no Antigo Testamento, que está no texto de Joel que lemos no início.
A promessa se cumpriu da seguinte forma:
1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2 de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. 3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. 4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
Antes de subir aos céus, Jesus ordenou que o povo permanecesse em Jerusalém a fim de esperar o cumprimento da promessa, promessa esta que se cumpriu no Pentecostes, festa judaica celebrada desde o Antigo Testamento 50 dias após a Páscoa e era denominada “Festa das semanas”, e tinha como finalidade celebrar a Deus pelas bênçãos recebidas. A promessa da descida do Espírito Santo aconteceu neste dia de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa e 10 dias depois da ascenção de Jesus aos céus.
Como resultado desta descida do Espírito Santo sobre o povo, vemos descrito, em especial, nos versículos 42 a 47 como era a vida daqueles cristãos que haviam acabado de receber o Espírito em seus corações.
Há pessoas afirmando que este é um avivamento genuíno na Universidade de Asbury, mas outras estão questionando a veracidade do fato. O que quero nesta noite não é dizer se é ou não um avivamento. Meu objetivo é refletir sobre os frutos disso no futuro, e é assim que poderemos chegar a uma conclusão se é, de fato, um real avivamento.
De acordo com o pastor e teólogo Martin Loyd-Jones, o avivamento “é uma experiência na vida da Igreja quando o Espírito Santo realiza uma obra incomum. Ele a realiza, primeiramente, entre os membros da Igreja: é um reviver dos crentes. Não se pode reviver algo que nunca teve vida; assim, por definição, o avivamento é primeiramente uma vivificação, um revigoramento, um despertamento de membros de igreja que se acham letárgicos, dormentes, quase moribundos".
Tendo isso como base, gostaria de refletir sobre o genuíno avivamento e quais devem ser os seus frutos. Como vive um povo que busca a Deus e desfruta de um verdadeiro avivamento?
PROPOSIÇÃO: FRUTOS DE UM VERDADEIRO AVIVAMENTO
Dobradiça: O que podemos aprender com este texto de Atos? Quais são os frutos de um avivamento genuíno? Será que temos vivido assim?
1. FIRMEZA NOS FUNDAMENTOS DA FÉ
1. FIRMEZA NOS FUNDAMENTOS DA FÉ
42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
Explicação: A palavra que dá ideia à perseverança tem a ver com o verbo “sustentar” ou “manter”. Ou seja, significa a busca por fazer com que a base sólida que fundamenta os nossos princípios permaneça inalterada. É uma dedicação por continuar convicto naquilo que se crê, de forma que isso também possa chegar aos outros.
Qual era a doutrina dos apóstolos na qual eles perseveravam? São as mesmas instruções ensinadas por Cristo nos Evangelhos. E, dentro da doutrina, estão a comunhão, como ensina o apóstolo Pedro em sua primeira carta:
3 o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
O partir do pão, ou seja, a Santa Ceia instituída por Cristo, a qual foi instituída na última Ceia de Jesus com Seus discípulos, e que estava prefigurando Sua morte na cruz:
26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. 27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; 28 porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.
Aplicação: Em dias de tantos questionamentos e incertezas, manter-se firme e perseverar na Palavra se tornou algo cada vez mais imprescindível. Somos constantemente questionados, cancelados e tachados de intolerantes, censurados, mas não é isso que pode nos fazer parar ou desanimar.
Devemos ser aqueles que sustentam a suas convicções acima de qualquer ideologia ou contradição.
A história da igreja nos mostra a maneira como Deus proporcionou grandes avivamentos. Em meados do século XVIII, viveu um jovem pastor chamado Jonathan Edwards, que teve uma vida breve mas muito produtiva para o Reino de Deus, possuía profunda preocupação com a pregação do Evangelho a fim de que a doutrina do Senhor fosse preservada, como a doutrina dos apóstolos.
Ele era conhecido por, em seu púlpito, pregar segurando uma vela em uma mão e o seu sermão em outra, e suas mensagens eram uma maneira de Deus tocar e quebrantar corações endurecidos. De uma coisa você pode estar seguro: fidelidade na pregação da Palavra é uma das necessidades fundamentais a todo cristão, a todas as igrejas, não podemos negligenciar isto, não podemos deixar de lado!
Dobradiça: Um dos frutos do genuíno avivamento é, sem dúvida, a pregação fiel das Escrituras, mas além disso, outro fruto é o:
2. TEMOR A DEUS
2. TEMOR A DEUS
43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.
Explicação: Devido à intensidade da presença de Deus depois do derramamento do Espírito, eles entenderam que Deus estava operando grandes maravilhas que somente o Senhor poderia realizar. Causou espanto, um temor santo, que não é medo, mas reverência e senso de estar em um lugar que não é digno, a não ser por Cristo. Cristo mesmo prometeu que isto aconteceria:
Atos dos Apóstolos 1.8a (ARA)
8 mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo
A promessa se cumpriu, e os apóstolos receberam poder para realizar muitos sinais, como milagres, coisas sobrenaturais, as quais vemos muitas delas sendo realizadas posteriormente. Jesus já os estava preparando:
8 Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.
O resultado destes grandes feitos era o temor e a fé em Deus aumentando. Pessoas estavam se arrependendo de seus pecados e provando de verdadeira conversão.
Aplicação: Temor a Deus resulta consequentemente em arrependimento de pecados, quando este temor é sincero, quando há um senso de incapacidade e de dependência de Deus de tal forma que todos enxergam que não podem nada se o Senhor assim não permitir, que tudo depende da ação soberana do Senhor para que aconteça.
A história cristã relata o movimento dos moravianos, onde seu avivamento teve início por volta de 1727. O mover de Deus começou como? Com a oração! Muitas pessoas choraram, houve quebrantamento e até mesmo crianças sentiram o poder de Deus em suas vidas.
A reunião de oração deles foi tão intensa que eles fizeram um propósito de oração contínua, um relógio de oração, e o mais impressionante disso é que este relógio de oração durou mais de 100 anos! 24 horas de oração diária!
Fica a dica para nós! Relógio de oração! E se nós todos nos engajássemos nesse propósito? E se levantássemos de madrugada para orar pelos perdidos, pelos enfermos, pela igreja perseguida? Já imaginou o que Deus pode realizar em nosso meio?
Não estou dizendo que é uma regra e que se começarmos vai acontecer de uma hora pra outra, mas oração nunca é demais, e uma igreja orando é uma igreja em comunhão com Deus e uns com os outros. Não se esqueça, também, que temos reuniões de oração toda terça, temos aos sábados, enfim… Dedique sua vida à oração, seu tempo é precioso demais para ser desperdiçado.
Dobradiça: Uma coisa é consequência da outra. Então, assim como a Palavra estava sendo pregada fielmente, havia comunhão, orações, muitos milagres e conversões, mais um fruto do genuíno avivamento surgiu:
3. AMOR PELAS MISSÕES
3. AMOR PELAS MISSÕES
44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
Explicação: A missão começou entre eles mesmos. Era uma comunhão tão forte que eles entendiam que não deveria haver diferenças e todos, de forma livre e espontânea, partilhavam dos seus pertences, dos seus bens, a fim de que os menos favorecidos pudessem viver em igualdade com os que possuíam mais, quebrando, assim, barreiras de classe social e posses.
O entedimento deles é que ninguém deveria passar necessidade, todos deveriam ter direito ao alimento, à moradia e às outras coisas que são básicas a todo ser humano. Mais à frente, no capítulo 4, podemos ver um pouco mais da ação destas pessoas:
34 Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes 35 e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.
A missão continuou com eles se reunindo no pátio do templo e nas casas, e nós vemos no final do v. 47:
Atos dos Apóstolos 2.47b (ARA)
47 Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
Mais e mais pessoas se convertiam pela ação sobrenatural do Senhor em suas vidas usando aqueles crentes com o intuito de alcançar os não crentes.
Mas a ação missionária não parou por aí, eles compreenderam muito bem o que Jesus os havia dito:
Atos dos Apóstolos 1.8b (ARA)
8 e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
Ao longo de todo o livro de Atos pode-se perceber que isto se cumpriu. Eles pregaram em Jerusalém, depois em Samaria e depois por muitos outros lugares pelos quais foram espalhados devido à perseguição que teve início com a morte de Estêvão no final do capítulo 7. Eles foram irmãos e irmãs de incessante oração:
5 Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele.
Aplicação: Meus queridos, não podemos ficar indiferentes ao mover de Deus quando este acontecer. O Senhor está nos chamando para um novo tempo de despertamento, evangelismo e missões que vão além das portas do templo!
Ainda no século XVIII, foi muito grande o desejo de pregar aos não convertidos e edificar a vida dos convertidos na América do Norte, em especial nos Estados Unidos. Jonathan Edwards, por exemplo, vivia uma vida simples e de muita oração, resultado do avivamento do Senhor em sua vida, e isso não parou por aí.
Assim como George Whitefield, um dos primeiros que realizava suas pregações ao ar livre. Em média, seus auditórios possuíam 10 mil pessoas, pregou na Escócia para 100 mil. Segundo os biógrafos: “ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado”.
Qual o segredo para estes dois homens? Sua vida de oração e intimidade com o Senhor.
Queridos, devemos abrir os nossos olhos para as oportunidades que Deus nos dá. Não podemos nos esquecer das missões locais. Ainda este mês estamos fazendo arrecadação de litros de leite que serão destinados a famílias necessitadas da Vila Guay e fraldas geriátricas que serão entregues nos asilos. Lembramos, ainda, que esta campanha vai até o dia 26, próximo domingo.
Somos encorajados a agirmos em necessidades locais, nacionais e mundiais. Que o Senhor desperte o nosso coração neste propósito!
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Amados, para concluir, quero que pensemos sobre este avivamento que pode estar acontecendo em nossos dias.
Se o Senhor assim nos permitir, glória seja dada a Ele! Senão, sigamos buscando a presença do Senhor, a comunhão entre os irmãos, a pregação fiel da Palavra, a Santa Ceia, as orações, as maravilhas que o Senhor pode realizar, um temor santo que nos leve ao arrependimento.
E a um amor pelas missões de tal forma que não fiquemos indiferentes, mas que nosso despertamento resulte em ação voluntária de corações gratos que já foram resgatados pela graça do nosso Senhor!
Que nosso Senhor Jesus Cristo abençoe poderosamente a sua vida!