NÃO HÁ MAIS MISTÉRIO! Colossenses 1.24-2.5

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A igreja de Jesus acolhe em seu seio a vida de Jesus, e a compartilha através de seu testemunho ao mundo. ‌

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Grande ideia: A igreja de Jesus acolhe em seu seio a vida de Jesus, e a compartilha através de seu testemunho ao mundo.
Estrutura: O mistério que é Cristo foi revelado aos “santos” (1.24-28); O mistério que é Cristo leva os crentes a viverem “em Cristo” (2. 1-5).
“Nossa nova vida em Cristo é a única vida dignamente vivida”.
Colossenses 3.11 (NAA)
11 Aqui não pode haver mais grego e judeu, circuncisão e incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo e está em todos.
(1,2) Princípio da “nova vida em Cristo” e (3,4) Prática da “nova vida em Cristo”.
A moldura é a palavra: “mistério” (Cl 1.26, 27; 2.2).

μυστήριον -ου, τό; (mystērion), SUBS. mistério. Equivalente aramaico: רָז (8).

Uso do Substantivo

1. segredo divino — um segredo, cuja interessado é uma deidade apenas e aqueles a quem ele escolhe para compartilhar informações; especialmente quanto ao método e história da redenção de Deus ou outras informações sobrenaturais.

segredo revelado — um segredo divino que agora se revela abertamente.

Colossenses 4.3 (NAA)
3 Ao mesmo tempo, orem também por nós, para que Deus nos abra uma porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado.
https://logosblogeadd.com/2022/12/26/cristo-o-evangelho-de-todos-os-evangelhos/
Quando falamos a respeito de Jesus estamos falando do centro do Cristianismo. Não estou exagerando, para alguns teólogos o “centro” da Escritura (mitte em alemão) está em Deus e para outros não há um centro canônico. Jesus é o centro que liga o Velho e o Novo testamento. Centro, porque Ele é o alvo da Escritura. Há uma frase em latim de Agostinho de Hipona (Bispo em Hipona, atual Argélia no Sec. V), que sintetiza o que é a presença de Cristo: “Novum Testamentum in vetero latet; Veterum Testamentum in novo patet”. Traduzido: “O Novo Testamento está latente (oculto) no Antigo Testamento; e o Antigo Testamento está patente (visível) no Novo Testamento”. Por isso falar de Cristo, Igreja e Evangelho é falar da Bíblia em sua totalidade.
Mistério revelado “aos santos”. (1.24-28)
(a) Estranhamente Paulo se alegra em seus “sofrimentos”.
Colossenses 4.3 (NAA)
3 Ao mesmo tempo, orem também por nós, para que Deus nos abra uma porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado.

πάθημα -ατος, τό; (pathēma), SUBS. sofrimento.

Uso do Substantivo

1. aflição (estado) — um estado de grande sofrimento e angústia devido a adversidades.

2Timóteo 3.10–11 (NAA)
10 Mas você tem seguido de perto o meu ensino, a minha conduta, o meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha perseverança, 11 as minhas perseguições e os meus sofrimentos, os quais tive de enfrentar em Antioquia, Icônio e Listra. Quantas perseguições sofri! Porém o Senhor me livrou de todas elas.
(b) Depois Paulo fala nos termos de “aflições de Cristo”.

Entendo a partícula e no sentido de pois, porquanto ele designa uma razão pela qual se sente jubiloso em seus sofrimentos, porque ele é nesta ação um parceiro de Cristo, e nada mais feliz se pode desejar do que esta parceria.

θλιψις thlipsis

de 2346; TDNT - 3:139,334; n f

1) ato de prensar, imprensar, pressão

2) metáf. opressão, aflição, tribulação, angústia, dilemas

(c) São aflições que Paulo sofreria em sua carne, a favor da igreja.
Filipenses 1.12–13 (NAA)
12 Quero ainda, irmãos, que saibam que as coisas que me aconteceram têm até contribuído para o progresso do evangelho, 13 de maneira que toda a guarda pretoriana e todos os demais sabem que estou preso por causa de Cristo.
2Timóteo 1.8–10 (NAA)
8 Portanto, não se envergonhe do testemunho de nosso Senhor, nem do seu prisioneiro, que sou eu. Pelo contrário, participe comigo dos sofrimentos a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, 9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação, não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, 10 e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus. Ele não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho.
John Piper:
Eis a extraordinária conclusão: Deus pretende que as aflições de Cristo sejam apresentadas ao mundo por intermédio das aflições de seu povo. Deus realmente pretende que o corpo de Cristo, a igreja, vivencie algo do sofrimento que ele vivenciou para que as pessoas, quando proclamarmos a cruz como o caminho para a vida, vejam as marcas da cruz em nós e sintam o amor da cruz vindo de nós. Nosso chamado é para tornar as aflições de Cristo reais para as pessoas por meio das aflições que vivenciamos ao lhes levar a mensagem da salvação.
(d) Paulo já havia mencionado que tinha sido confiado a ele a função de “ministro”.
Efésios 3.6–7 (NAA)
6 O mistério é que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho, 7 do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder.
Colossenses 1.23 (NAA)
23 se é que vocês permanecem na fé, alicerçados e firmes, não se deixando afastar da esperança do evangelho que vocês ouviram e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.
(e) De acordo com a dispensação (economia, administração) de Deus, Paulo revela em sua pregação o “mistério do evangelho” aos santos (Cl 1.2; 1.4; 1.12; 1.22; 1.26; 3.12.
Colossenses 1.1–2 (NAA)
1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, 2 aos santos e fiéis irmãos em Cristo que estão em Colossos. Que a graça e a paz de Deus, nosso Pai, estejam com vocês.
(f) O mistério revelado é: “Cristo em vocês, a esperança da glória”.

Portanto, ele diz que está em Cristo, com isto significando que todo aquele segredo está contido em Cristo, e que todas as riquezas da sabedoria celestial são obtidas por eles quando passam a possuir Cristo, como o veremos declarando mais abertamente um pouco mais adiante. E adiciona em vós, porque agora eles possuem a Cristo, de quem há pouco estavam tão alienados que nada podia exceder tal situação. Por fim, ele denomina Cristo a esperança da glória, para que soubessem que nada lhes está faltando para a completa bem-aventurança, quando já possuem a Cristo. Não obstante, esta é uma maravilhosa obra de Deus, que em vasos de barro e frágeis [2Co 4.7] reside a esperança da glória celestial.

2Coríntios 4.7 (NAA)
7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que a excelência do poder provém de Deus, não de nós.
Romanos 8.10 (NAA)
10 Se, porém, Cristo está em vocês, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o Espírito é vida, por causa da justiça.
(g) O que vem a ser uma “pessoa perfeita em Cristo”?
Antes:
1Coríntios 2.6 (NAA)
6 No entanto, transmitimos sabedoria entre os que são maduros. Não, porém, a sabedoria deste mundo, nem a dos poderosos desta época, que são reduzidos a nada.

Desta passagem, também, podemos deduzir uma definição da verdadeira sabedoria: aquela pela qual somos apresentados perfeitos aos olhos de Deus, e isso em Cristo, e em nenhum outro lugar.

Efésios 4.11–14 (NAA)
11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, 13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, 14 para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro.
(h) Esse propósito de Paulo em revelar esse “mistério” exigia dele empenho (muita luta) e esforço (agonia), e para tanto ele carecia de um poder sobrenatural.
Efésios 1.18–19 (NAA)
18 Peço que ele ilumine os olhos do coração de vocês, para que saibam qual é a esperança da vocação de vocês, qual é a riqueza da glória da sua herança nos santos 19 e qual é a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.
2. Mistério revelado para vivermos “em Cristo”. (2.1-5)
(a) Paulo pelejava uma luta (o lugar de competição, a arena ou estádio) pelos colossenses, por conta da infiltração de erros teológicos na igreja.
(b) A igreja de Laodiceia é incluída também como foco de preocupações de Paulo.
Apocalipse 3.14–16 (NAA)
14 — Ao anjo da igreja em Laodiceia escreva: “Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. 15 Conheço as obras que você realiza, que você não é nem frio nem quente. Quem dera você fosse frio ou quente! 16 Assim, porque você é morno, e não é nem quente nem frio, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.
(c) Tudo para consolo dos crentes que permaneciam fiéis, a despeito de todos os assédios dos falsos mestres (“plena convicção”).

No termo convicção ele distingue entre fé e mera opinião; pois o homem que realmente conhece o Senhor é aquele que não vacila nem duvida, mas permanece firme e em constante persuasão. Paulo amiúde chama a esta constância e estabilidade de πληροφορίαν, plena certeza (termo usado também aqui), e sempre o conecta com a fé, sem dúvida não podendo mais ser separada dela como o calor ou a luz não o pode [ser separada] do sol.

(d) Que expressão rica: “vinculados em amor”.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 4822 συμβιβαζω sumbibazo

συμβιβαζω sumbibazo

de 4862 e bibazo (forçar, causativo [pela reduplicação] da raiz de 939); TDNT - 7:763,1101; v

1) levar a coalescer, juntar, agregar

1a) unir ou ligar: em afeição

2) unir na própria mente

2a) comparar

2b) reunir, concluir, considerar

3) levar uma pessoa a unir-se comigo numa conclusão, vir ter a mesma opinião, provar, demonstrar

3a) ensinar, instruir, alguém

Quanto mais comunhão íntima tivermos com os nossos irmãos cristãos, tanto mais prosperará a alma: Sermos unidos no amor. O amor santo une os corações dos cristãos uns aos outros; e fé e amor contribuem para o nosso conforto. Quanto mais forte for a nossa fé e mais caloroso for o nosso amor, maior será o nosso conforto.
Henry, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry: (Novo Testamento) (p. 5817). Edição do Kindle.
(e) Tudo isso para Cristo e seus tesouros embutidos: “sabedoria e conhecimento” fosse compartilhado com a igreja toda.
1Coríntios 1.21–25 (NAA)
21 Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, Deus achou por bem salvar os que creem por meio da loucura da pregação. 22 Porque os judeus pedem sinais e os gregos buscam sabedoria, 23 mas nós pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios. 24 Mas, para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. 25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana.
(f) Paulo alerta para que ninguém se enganasse com “argumentos falaciosos” para que houvesse “boa ordem” e “firmeza da fé”.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 4086 πιθανολογια pithanologia

πιθανολογια pithanologia

de um composto de um derivado de 3982 e 3056; n f

1) discurso adaptado para persuadir, discurso no qual os argumentos prováveis são fornecidos

2) num mal sentido, persuasão da fala, discurso ilusório que leva outros ao erro

ταξις taxis

de 5021; n f

1) arranjo, disposição

2) ordem

2a) uma sucessão fixa que observa um tempo fixo

3) ordem justa ou correta, condição ordenada

4) posto, nível, ou posição que alguém mantém em afazeres cívicos ou outros

4a) como esta posição geralmente depende dos talentos de alguém, experiência, recursos

4a1) caráter, costume, qualidade, estilo

Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 4733 στερεωμα stereoma

στερεωμα stereoma

de 4732; TDNT - 7:609,1077; n n

1) aquilo que foi feito firme

1a) o firmamento, o arco do céu, que nos tempos antigos se pensava que era sólido

1a1) lugar fortificado

1b) aquilo que fornece uma fundação

1b1) no qual algo descansa firmemente, suporte

1c) firmeza, estabilidade

1c1) metáf. num sentido militar: linha de frente

Ele menciona duas coisas nas quais consiste a perfeição da Igreja – ordem em seu meio e fé em Cristo. Pelo termo ordem ele tem em mente concordância, não menos que a moral devidamente regulada, e inteira disciplina. Ele enaltece a fé deles com respeito à sua constância e prontidão, significando que não passa de uma sombra sem conteúdo quando a mente vagueia e vacila entre diferentes opiniões

(g) Em suma:
Augustus Nicodemus:
Apesar de alguns da igreja em Colossos, aparentemente, já estarem sendo levados pela heresia dos falsos mestres, a maioria ainda permanecia firme e não havia se deixado enganar. Assim, Paulo afirma que não está lhes escrevendo por terem caído, mas, sim, para evitar que isso acontecesse. Sua certeza de que estavam firmes não o impediu de escrever uma carta de advertência, na qual instrui e exorta acerca dos perigos.
3. Outras aplicações:
(a) Temos de pagar um preço para que o evangelho avance. Não se faz missões sem sofrimento.
John Piper:
O que “resta das aflições de Cristo” não é valor, como se elas não pudessem ser suficientes para cobrir os pecados de todos que creem. O que “resta” é que o infinito valor das aflições de Cristo não é conhecido do mundo nem confiado a este. Estas aflições e o que elas representam ainda estão veladas para a maioria das pessoas. E a intenção de Deus é que o mistério seja revelado a todas as nações. Portanto, “resta das aflições de Cristo” tem o sentido de que elas não são conhecidas, nem vistas, nem amadas entre as nações. Elas devem ser carregadas pelos missionários. E esses missionários “completam” o que resta das aflições de Cristo estendendo-as aos outros.
(b) Em Cristo encontramos tudo o que precisamos para vivermos de modo sábio e bem ordenado. Sem Cristo só se vive o caos.

O significado, pois, é que todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos em Cristo – pelo quê ele tem em mente que somos perfeitos em sabedoria se realmente reconhecemos a Cristo, de modo que constitui loucura desejar conhecer algo além dele.

Portanto, o apóstolo agiu com propriedade ao escrever a Epístola aos Hebreus, visto que, ao desejar exortar os crentes a não se deixarem extraviar por doutrinas estranhas ou novas, antes de tudo faz uso de seu fundamento – “Cristo é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre” [Hb 13.8]. Por isto ele tem em mente que está fora de perigo quem permanece em Cristo, mas os que não vivem satisfeitos com Cristo se expõem a todas as falácias e decepções. Assim, aqui Paulo quer que cada um não se deixe enganar, mas que seja fortalecido por este princípio – que não é lícito a um cristão conhecer algo fora de Cristo. Tudo o que for apresentado depois disto, seja qual for sua aparência, não obstante será de nenhum valor.

Ilustr.:
Stephen Neil, em seu livro “History of Christian Missions” (História das Missões Cristãs), menciona os sofrimentos dos cristãos primitivos como um dos seis principais motivos para o tão rápido crescimento da igreja.
Por causa de sua situação perigosa de confrontação com a lei, os cristãos eram praticamente obrigados a se encontrar em segredo. (....) Todo cristão sabia que, mais cedo ou mais tarde, poderia ter de testificar sua fé ao custo da própria vida. (…) Quando a perseguição irrompeu, o martírio foi acompanhado pela máxima publicidade possível. O público romano era duro e cruel, mas não eram completamente destituído de compaixão; e não há dúvida de que a atitude dos mártires, sobretudo das mulheres jovens que sofriam junto com os homens, deixou uma profunda impressão. (…) Nos primeiros registros, encontramos um comportamento calmo, digno, decoroso e de tranquila coragem em face do tormento; cortesia em relação aos inimigos e alegre aceitação do sofrimento como a forma designada pelo Senhor para levar a seu reino celestial. Há muitos casos bem confirmados de conversão de pagãos no exato momento em que testemunhavam a condenação e morte de cristãos; deve ter havido muitos mais que receberam impressões que, ao longo do tempo, transformar-se-iam em fé viva.
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