A persistência da oração (Lc 11:5-13)
Sermon • Submitted
0 ratings
· 12 viewsNotes
Transcript
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Creio que todos os que estão aqui se lembram da “Porta dos desesperados”, uma das atrações de programas como do Sérgio Mallandro, onde as crianças da plateia esperavam ganhar um prêmio quando escolhiam uma das portas para serem abertas e várias vezes saía um monstro assustando as crianças, e elas não ganhavam o prêmio que queriam.
Ainda bem que nosso Deus não é assim. Quando batemos na porta certa, recebemos do Senhor a Sua bênção.
CONTEXTUALIZAÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
O texto que lemos se inicia com a parábola do amigo importuno, o qual Jesus traz um ensinamento sobre a maneira como se deve colocar diante de Deus em oração, que, em meio às nossas necessidades e às de um semelhante a nós, podemos pedir que Deus nos atenderá por causa da nossa insistência.
Contextualizando a parábola, há alguns detalhes interessantes a serem observados: Uma das características fundamentais de um anfitrião era saber cuidar do seu hóspede, que geralmente estaria em sua casa para passar a noite, então a hospitalidade era uma das coisas mais importantes, ele deveria ter recursos a oferecer, e este gesto de hospitalidade incluía que o pão estivesse fresco e inteiro.
Por isto, este homem que seria o anfitrião, caso não tivesse alimento em sua casa, deveria buscar nos vizinhos do vilarejo onde morava. Agora, imaginando que já era tarde da noite, chegar pra bater na porta do vizinho, hoje, seria uma loucura, algo impensável, é possível que o vizinho nos expulsasse dali. Naquela época, não.
O texto conta que a resposta do vizinho foi um pedido para não ser incomodado porque sua porta está fechada e seus filhos estão deitados. O que teria de tão ruim em abrir a porta sem que os filhos fossem acordados? Pois esta é a questão, os filhos inevitavelmente acordariam.
Naquelas casas, que possuíam apenas um cômodo, os filhos dormiam em um tipo de esteira que ficava estendida no chão do cômodo. O simples fato de o pai levantar já acordaria o restante da família. Além disso, precisamos lembrar que a porta era fechada não com chave, mas ficava trancada com ferrolho, impossível de abrir sem ter de fazer força, tinha uma barra pesada entre os aneis que ficavam presos na porta.
E a insistência das batidas na porta também fariam a família toda acordar.
Ou seja, de uma forma ou de outra, todos seriam acordados. Para evitar maiores transtornos, e para não ter sua reputação manchada diante dos vizinhos, aquele homem certamente abriria a porta para atender seu vizinho que o estava importunando.
A comparação desta parábola é semelhante à do juiz iníquo no capítulo 18 de Lucas, em que até mesmo um juiz iníquo pode favorecer alguém em um julgamento. Aqui, compreendemos que, para aquele povo, qualquer um atenderia seu vizinho que está em apuros.
A partir do v. 9 até o 13 de Lucas 11, Jesus conclui o ensino desta parábola com verdades que precisam estar em nosso coração, estando nós motivados a orar ou não, se compreendermos que Ele nos ouve, estaremos seguros de que nos atende segundo a Sua soberana vontade. Quero me atentar a estes versículos e os ensinamentos que eles trazem sobre a persistência em nossas orações diante de Deus.
PROPOSIÇÃO: A PERSISTÊNCIA DA ORAÇÃO
Dobradiça: Primeiramente, o ensino de Jesus é que:
1. PEDIDOS SINCEROS SÃO ATENDIDOS (v. 9-10)
1. PEDIDOS SINCEROS SÃO ATENDIDOS (v. 9-10)
9 Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 10 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.
Explicação: Se é na importunação que o homem estava batendo na porta do seu vizinho para lhe pedir ajuda, é assim que o cristão precisa orar diante de Deus, não de forma arrogante, não exigindo de Deus uma bênção, mas de forma humilde e sincera. Seja por ousadia na maneira como se faz a oração a Deus, seja porque Deus mantém Sua honra e Suas promessas de que atende à oração do necessitado.
12 Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido.
Deus jamais fica aborrecido ou impaciente quando recorremos a Ele em oração.
A persistência na oração é tão somente porque Jesus prometeu que Deus está pronto a responder e a socorrer.
Aplicação: Vivemos dias de pessoas desanimadas e frustradas que não sabem mais o que fazer de suas vidas, visto que procuram solução para seus problemas das maneiras mais inconsequentes e irresponsáveis. Em época de carnaval, ser feliz é aproveitar a vida se relacionando, festejando, comendo e bebendo até acabarem as forças, uma alegria passageira procurada por muitos na esperança de que isso fará com que esqueçam suas preocupações.
Mal sabem estas pessoas que no dia seguinte tudo vem à tona de novo. Desejam soluções prontas para problemas complexos. Pedem pão a outros que também precisam de pão, pedem ajuda para quem não consegue ajudar, e a frustração é imensa.
Nossa postura, como cristãos, é ter a consciência de que a solução para os problemas é externa a nós, temos de sair, procurar Deus, pedir, bater na porta, buscar com sinceridade, humildade e paciência, pois assim será atendido com as melhores bênçãos.
E eu não estou aqui falando de teologia da prosperidade, a qual creio ser uma abominação diante de Deus. As bênçãos que Deus nos dá são aquelas que realmente precisamos, quando nosso coração pede o que é, de fato, para recebermos.
Dobradiça: Pedidos humildes e sinceros são atendidos e:
2. NECESSIDADES BÁSICAS SÃO SATISFEITAS (v. 11-12)
2. NECESSIDADES BÁSICAS SÃO SATISFEITAS (v. 11-12)
11 Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? 12 Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião?
Explicação: Jesus vai além em Sua comparação. Deus não é apenas um amigo ou vizinho que ajuda para não ser mais incomodado, Ele é um Pai amoroso que dá o melhor para suprir as necessidades do filho.
Obviamente que, hoje em dia, pode-se encontrar muitos tipos de pais, alguns deles nem deveriam ser assim chamados, pois não sabem cuidar dos seus filhos.
Agora, os pais que estão dentro dos princípios bíblicos de cuidado e providência, estes sim podem ser aqui citados. Nenhum pai sensato vai dar ao seu filho uma pedra, uma cobra, provavelmente venenosa, ou um escorpião que pode se enrolar em uma bola para atrair sua presa, nenhum pai dará o que não é alimento, nenhum pai tentará enganar seu filho.
Alimentos essenciais para o crescimento do filho não são esquecidos ou negligenciados. Um pai de verdade se coloca no lugar do filho e entende que ele está necessitado do alimento, seja o pão, o peixe ou o ovo, como é citado por Jesus. Principalmente pães e peixes, nos tempos de Jesus, eram elementos básicos, em especial para os habitantes da região da Galileia.
Aplicação: Quando pedimos verdadeiros alimentos que precisamos, Ele realmente supre nossas necessidades. Necessidades básicas são satisfeitas. Ele sempre está atento a nos ajudar.
O pedido dá o entendimento da necessidade.
Comparando fariseu e publicano na parábola do capítulo 18, vemos a diferença entre os dois:
10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. 11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; 12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
O fariseu não reconhece sua necessidade, exalta a si mesmo, mas o publicano humilha a si mesmo e pede a Deus misericórdia. Quem somos nós? Fariseus ou publicanos? Nos consideramos bons e perfeitos o suficiente para não precisarmos de ajuda divina ou recorremos a Deus humildemente?
Dobradiça: Corações humildes são abençoados, pedidos sinceros são atendidos e:
3. ALIMENTOS ESPIRITUAIS SÃO DERRAMADOS (v. 13)
3. ALIMENTOS ESPIRITUAIS SÃO DERRAMADOS (v. 13)
13 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
Explicação: Este versículo 13 é interessante pela ideia que traz. Possui um argumento judaico que é padrão, tem a expressão “quanto mais”. Aquela era uma época em que muitos pensavam que o Espírito Santo havia se ausentado, ou então, que estava disponível apenas para pessoas consideradas mais santas, ou que pertencia a grupos como a uma comunidade especial do fim dos tempos, pessoas que viviam em cavernas.
A promessa do v. 13 veio para trazer alento e entendimento de que o pedido mais importante seria concedido aos mais necessitados. Vamos para o Sermão do Monte em Mateus 5:
1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; 2 e ele passou a ensiná-los, dizendo: 3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. 4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 5 Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. 12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.
Humildes, de coração abatido, mansos, puros, misericordiosos, limpos de coração, pacificadores, perseguidos… todos os que recebem de Deus a Sua bênção. São aqueles que mais precisam. Que façamos parte desse povo.
Este era o povo de Deus que estava sendo preparado para servir, por isso, estavam recebendo Seu Espírito como promessa. Será que fazemos parte desse povo?
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
De certa forma, podemos pensar que estamos diante da “Porta dos desesperados” quando estamos em aflição diante de Deus. Quando clamamos no desespero, Ele está pronto a nos abençoar.
Ele não é um pai sarcástico que faz brincadeiras de mal gosto com seu filho.
Nosso Pai Celestial atende nossos pedidos sinceros, Ele supre nossas necessidades básicas, e principalmente a maior de todas as necessidades: a salvação da nossa alma. Temos o Espírito Santo em nossos corações!
Que o Senhor nos abençoe e nos faça permanecer!