Amor: um distintivo
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Amor: um distintivo
Amor: um distintivo
1 João 4:7-12
Amados, continuemos a amar uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Quem ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
Deus mostrou quanto nos amou ao enviar seu único Filho ao mundo para que, por meio dele, tenhamos vida. É nisto que consiste o amor: não em que tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício para o perdão de nossos pecados.
Amados, visto que Deus tanto nos amou, certamente devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Mas, se amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e seu amor chega, em nós, à expressão plena.
Introdução:
Introdução:
O amor está em falta. Tem dias que parece que o amor tirou férias. Basta assistir à toda a violência relatada nos telejornais; ou aos desabafos de artistas pelas agressões verbais/virtuais dos internautas; ou talvez nos nossos próprios ambientes, seja o patrão altivo do trabalho, ou os colegas de classe que se dizem ter personalidade forte, ou quem sabe o próprio tratamento do cônjuge.
O fato é que ao olharmos para a realidade muitas vezes chegamos a conclusão profetizada por Jesus: o amor de muitos está se esfriando.
E há quem pense que diante de um mundo tão desprovido de amor, a única possibilidade é que se existe um Deus, e se Ele é o Criador, também é assim, desprovido de amor. Afinal de contas, como ele pode permitir tanta violência, desagrado, injúrias e difamações sendo ele bom, como dizem os cristãos? Será que Deus de fato ama?
Nesse mundo, muitas vezes hostil, em que vivemos, esses questionementos não são impensáveis.
Mas creio que é exatamente após essa leitura da realidade que o texto nos encontra.
Corpo de Sermão:
Corpo de Sermão:
Ponto 01: Amor: distintivo
Ponto 01: Amor: distintivo
7-8 Amados, continuemos a amar uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Quem ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
Como ele começa o texto? Como ele se refere ao leitor da carta?
"Amados".
Apesar de João ter toda essa delicadeza, ele tem clareza da ausência de amor. Ele não finge que todas as pessoas amam tranquilamente, incondicionalmente.
Pra ele é natural que falte amor. É verdade que muitos não amam.
Mas ele nos exorta: Continuemos a amar uns aos outros!
É como se ele dissesse: insista no amor!
Irmãos, se o amor fosse algo tão fácil e natural, creio que João não precisaria insistir com a gente pra que amemos uns aos outros.
E ele nos dá a razão: pois o amor vem de Deus.
Se o amor vem de Deus, quem ama, conhece a Deus.
Me parece pelo texto que não dá pra amar sem antes conhecer o Senhor. É muito claro que aquele que ama é nascido de Deus, e aquele que não ama não conhece a Deus.
O que é interessante de se pensar, porque a gente tá sendo apresentado ao amor não só como sentimentos bons sobre alguém, ou boas ações, mas o amor como um distintivo.
Percebe? É tipo: quem ama tá do lado de cá, quem não ama tá do lado de lá.
Geralmente o amor une, né?
Mas aqui o amor está fazendo uma separação.
Por que é tão claro a distinção entre os que conhecem e os que não conhecem a Deus?
Por que Deus é amor.
Amor para nós é uma atitude, um hábito, um estilo de vida, que precisamos cultivar. Para Deus o amor é algo natural. Pertence à sua natureza.
Deus é o próprio amor, por isso que quando eu expresso amor eu evidencio minha relação com Deus.
Ponto 02: Amor: origem
Ponto 02: Amor: origem
Tudo bem então, João. Deus é amor. Tem algum exemplo desse amor de Deus?
Versículos 9 e 10:
Deus mostrou quanto nos amou ao enviar seu único Filho ao mundo para que, por meio dele, tenhamos vida. É nisto que consiste o amor: não em que tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício para o perdão de nossos pecados.
O versículo 9 é quase uma paráfrase do Evangelho de João: 3:16, escrito pelo mesmo autor da carta.
Deus é a origem do amor, e o que demontra isso é exatamente a encarnação de Jesus.
Cristo foi enviado ao mundo. Isso é a demonstração do amor de Deus.
O envio do Filho ao mundo não é algo tão simples assim. Existe uma missão a ser cumprida.
Restauração: Diante do pecado, Deus poderia simplesmente ter zerado toda a humanidade e começado de novo. Ele poderia muito bem ter evaporado Adão e Eva no momento que comeram do fruto e feito outro casal. Mas ele não fez isso, por amor. A intenção de que tudo seja restaurado em Jesus já é uma demontração imensa do amor de Deus.
Renúncia: Deus demonstra seu amor não apenas na intenção mas também no custo inicial para que essa missão aconteça: Cristo abre mão da sua glória. Não é como você aceitar trabalhar por metade do salário pra ter tempo com a família. É abrir mão da glória divina para habitar em figura humana.
Ministério: O ministério de Jesus demonstra esse amor. Ele passa 3 anos pregando, ensinando, levando salvação, cura, ressurreições... Jesus demonstra seu amor na compaixão que tem pelos que estão em seu caminho.
Sofrimento: Também vemos o amor de Jesus no quanto ele sofreu. Ele vem para um povo que não o recebe, pelo contrário, que pede sua morte.
Morte: E aqui está a prova desse amor: Quando Jesus vem ao mundo, ele vem com uma missão, e essa missão não é a de um soldado que vai pra batalha sabendo da possibilidade da morte, o que já seria muita bravura. A missão de Jesus não tem a morte como possibilidade, mas sim como alvo. Ele vem para morrer.
"ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício para o perdão de nossos pecados."
Cristo era um sacrifício.
E diferente de qualquer sacrifício de cordeiro já feito, ele não foi pego à força para morrer por alguém. Ele se voluntariou.
Pense no quanto ele teve de abrir mão.
Ah, mas esse amor demonstrado por Deus foi por um povo que o amava, que vivia sua vida ao lado de Deus... Vai nessa.
"É nisto que consiste o amor: não em que tenhamos amado a Deus,"
Não fomos nós que fizemos por merecer esse amor. Ele nos ama por que ele é amor. Ele nos ama porque é da sua natureza, não porque merecemos. É justamente a falta de merecimento que mostra ainda mais como esse amor é grande.
Esse é o amor daquele que é o próprio amor. É aí que nosso amor tem sua origem.
Recebemos de Deus o amor. Deus nos amou. Ele nos deu o amor. Agora temos o amor.
Ponto 03: Amor: dever.
Ponto 03: Amor: dever.
Agora que recebemos o amor, que temos o amor, o que a gente faz com isso?
Me diz, como você entrega algo que você não tem? É impossível. Primeiro você precisa ter algo, antes de o entregar. Eu só posso dar daquilo que eu tenho.
E nós recebemos o amor de Deus. Somos amados por Deus. Esse amor foi entregue a nós. E agora que o temos, somos chamados a entregar. Somos chamados a distribuir.
Amados, visto que Deus tanto nos amou, certamente devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Mas, se amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e seu amor chega, em nós, à expressão plena.
Parece pelo texto que é amar é algo óbvio diante do amor de Deus. Se ele me amou tanto, certamente devo amar.
Somos lembrados que ninguém jamais viu a Deus, mas existe algo de Deus que nós podemos experimentar: sua presença em nós.
E interessante, essa permanência de Deus em nós tem um “se”: se amamos uns aos outros.
Já pensou? A medida que nos amamos, Deus permanece em nós, é seu amor chega à expressão plena.
Existem coisas para serem vividas com Deus, irmãos, que só são vividas diante do amor entre os irmãos.
Ilustração:
Ilustração:
Uma vez ouvi de um pastor que o cristão é como uma árvore frutífera. Nós produzimos frutos. Essa linguagem é bem presente ao longo da revelação bíblica. E existe um aspecto interessante de sermos comparados a árvores frutíferas: as árvores não consomem o que produzem. Elas produzem para o outro consumir.
Existe um nível fundamental em que Deus nos ama e nós desfrutamos desse amor, isso é fato. Mas os frutos que são produzidos em nós por esse amor são para o desfrute do outro.
O amor de Deus em nós nos leva a produzir frutos para o próximo. E esses frutos não tem outra razão de serem produzidos em nós se não o benefício dos que estão a nossa volta. Nossos irmãos precisam sentir o sabor do amor de Deus em nós.
Conclusão e Apelo:
Conclusão e Apelo:
Existe muita maldade:
Existe muita maldade:
De fato, quando olhamos ao redor, vemos muitos casos em que a ausência de amor é nítida. Tamanha maldade, hostilidade e vilania há em nosso tempo. Mas João nos diz que ainda assim, Deus é amor.
Essa é a mensagem central do texto: Deus é amor.
Deus participa:
Deus participa:
Mas como ele poderia ter amor diante de um mundo tão caótico e pecaminoso como o nosso?
A resposta é que ele tanto é amor que se entregou a participar da vida desse mundo hostil, não apenas de passagem, por um dia, mas toda uma vida.
E não uma vida confortável, cheia de bens materiais e tranquilidade, mas uma vida pobre, sofrendo diversas acusações de pessoas relevantes socialmente. Tanto foi acusado a ponto de essas acusações o levarem à morte.
A encarnação do Filho mostra o profundo amor pela humanidade, pois nela está o destino final do ministério de Jesus aqui: a cruz. Cristo vem para morrer, para se entregar.
A maldade vista no mundo não apresenta um Deus desprovido de amor, irmãos. Pelo contrário, quando o próprio Deus se submete à maldade por amor à sua criação, isso na verdade evidencia o grande amor de Deus.
Saber do sofrimento voluntário de Deus, inclusive a ponto de se submeter à morte, nos traz esperança. Apesar de servirmos a um Deus tão grande e poderoso, ele sabe o que sofrer. Quando sofremos e o buscamos, não oramos a um Deus que não se compadece de nós, mas que na verdade sofreu, sofrimentos que jamais teremos de lidar, exatamente porque ele assim sofreu em nosso lugar.
Aniquilou-se si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à e morte de cruz.
Chamados para amar:
Chamados para amar:
Mas além do amor de Deus demonstrado no sofrimento de Cristo por nós, também somos edificados pelo texto diante da aplicação que o próprio apóstolo João faz aos leitores: Deus tendo amado tanto vocês na encarnação de Jesus, vocês devem então distribuir esse amor aos outros.
O amor desse Deus que é o próprio amor, onde o amor começa, onde o amor floresce, é entregue a nós na pessoa de Jesus. Foi nos dado como um presente. E nós usufruímos desse amor. Somos salvos, desfrutamos da graça de Cristo, vivemos na presença do Senhor.
No entanto, existe um aspecto desse precioso presente que recebemos que só podemos experimentar quando compartilharmos dele com outras pessoas.
Deus nos amou, devemos amar. Ele nos amou sem que nós merecêssemos, e se espera que nós amemos, apesar da falta de merecimento dos que estão ao nosso redor. Ele nos amou quando ainda vivíamos em rebeldia contra o Senhor. E até aqui já seria suficiente para vermos o tamanho do amor desse Deus. Mas esse amor também é demonstrado não apenas quando consideramos o destinatário do amor, mas o que foi feito por esse amor. Cristo amou intensamente, e Deus espera que nós amemos intensamente também.
E isso nos serve de distintivo. Por que será que Cristo diz “nisto saberão que vocês são meus discípulos: se amarem uns aos outros”?
Parece que para Jesus e para João o normal é que a gente sinta falta de amor no mundo. A ponto que quando vemos uma demonstração de amor a gente perceba: tem algo de Deus ali.
Quando olhamos ao redor e vemos tanto caos, tanta hostilidade, tanto desafeto, somos chamados por Deus a levar amor, exatamente nesse contexto.
Onde um amado por Deus está não pode faltar amor.
Ainda que o mundo todo tenha desaprendido o que é o amor, se existe um cristão em algum lugar no planeta, ali, naquele lugar tão específico, precisa haver amor.
De fato, meus irmãos, há muita maldade no mundo. Mas também há vários cristãos. Cabe a nós equilibrar melhor essa balança. Se vemos tanta maldade, sejamos nós os agentes do amor. Nós, que recebemos o amor do Pai, devemos distribuir com generosidade esse amor.
O amor precisa nos distinguir do restante do mundo.
Nosso lar não pode ser como todos os lares, precisa ser regido pelo amor.
Nosso trabalho precisa ter uma pitada desse amor que vem de Deus.
Nosso dia a dia precisa ser regado por esse amor.
Nosso culto precisa ser um ambiente de amor.
Diante de tudo o que falamos, onde deve ser a maior expressão do amor? Exatamente na igreja. E as vezes não é assim. Muitas vezes deixamos de amar por coisas pequenas demais.
Nós servimos ao mesmo Deus, ao Deus que é amor. Por isso, que aqui seja o lugar do amor.
Lá fora, o comum é a maldade. Mas aqui não. Nós somos a resistência.
Deus é amor. Que nós, cristãos, aqueles que buscam se parecer com Jesus, sejamos amor também onde quer que cheguemos.