A ELEIÇÃO DA GRAÇA
Notes
Transcript
Introdução
Introdução
Dentre outras mensagens que podemos encontrar nesta porção da Palavra é a clara demonstração da graça de Deus ao escolher pessoas indignas da salvação. Ao escolher Jacó ao invés de Esaú, Deus está mostrando que ao ser humano é impossível compreender suas escolhas e ações.
Ele escolheu Jacó por amor e graça, e não por merecimento. Mas, antes do texto tratar disso nos versos 19 a 34, ele nos conta uma prévia do fim da vida de Abraão e alguns de seus descendentes.
1 Abraão casou com outra mulher, que se chamava Quetura.
2 Ela lhe deu à luz Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Sua.
3 Jocsã gerou Seba e Dedã. Os filhos de Dedã foram: Assurim, Letusim e Leumim.
4 Os filhos de Midiã foram: Efá, Éfer, Enoque, Abida e Elda. Todos estes foram filhos de Quetura.
5 Abraão deu tudo o que tinha a Isaque.
6 Porém, aos filhos das concubinas que tinha, Abraão deu presentes e, ainda em vida, os separou de seu filho Isaque, enviando-os para a terra do Oriente.
7 Os dias da vida de Abraão foram cento e setenta e cinco anos.
8 Abraão expirou e morreu após uma longa velhice, e foi reunido ao seu povo.
9 Os filhos dele, Isaque e Ismael, o sepultaram na caverna de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o heteu, em frente de Manre,
10 o campo que Abraão havia comprado dos filhos de Hete. Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher.
11 Depois da morte de Abraão, Deus abençoou Isaque, o filho dele. Isaque morava perto de Beer-Laai-Roi.
12 São estas as gerações de Ismael, filho de Abraão, que Agar, egípcia, serva de Sara, lhe deu à luz.
13 Estes são os nomes dos filhos de Ismael, por ordem de nascimento: o primogênito de Ismael foi Nebaiote; depois, Quedar, Abdeel, Mibsão,
14 Misma, Dumá, Massá,
15 Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.
16 Estes são os filhos de Ismael e estes são os seus nomes pelas suas aldeias e pelos seus acampamentos: doze príncipes de seus povos.
17 E os anos da vida de Ismael foram cento e trinta e sete; e morreu e foi reunido ao seu povo.
18 Os filhos de Ismael habitaram desde Havilá até Sur, nas imediações do Egito, no caminho para a Assíria. Ele se estabeleceu diante de todos os seus irmãos.
Aqui encerram as histórias sobre alguns descendentes de Abraão que não Isaque, que é o foco da história, pois é nele que a semente da mulher e a aliança do Senhor permanecerá.
A partir do v. 19, Moisés nos conta sobre os descendentes de Isaque.
19 São estas as gerações de Isaque, filho de Abraão. Abraão gerou Isaque.
O narrador quer que nos lembremos da história de Abraão acima de tudo. Como o Senhor o chamou para a terra de Canaã, como o Senhor lhe fez ricas promessas de terra, de uma grande nação e de ser uma bênção para todas as famílias da terra; como o Senhor, acima de tudo, prometeu ser o seu Deus e o Deus da sua descendência, e como o Senhor começou a cumprir essas promessas com o nascimento milagroso de Isaque, a oportunidade de comprar um pequeno lote da Terra Prometida, e finalmente como o Senhor guiou o servo na busca de uma esposa para Isaque.
20 Ele tinha quarenta anos quando tomou por esposa Rebeca, filha de Betuel, o arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, o arameu.
Depois de sermos lembrados da providência de Deus ao guiar o servo até a esposa prometida para Isaque, é natural que esperemos os filhos deste casamento. Porém, o texto irá nos informar que Rebeca era estéril.
Não há garantias naturais quanto ao futuro e nada que garanta a herança da família. Eles precisam confiar unicamente no poder de Deus.
Rebeca era estéril, da mesma forma como Sara era. Rebeca esperou 20 anos por um filho. O texto entao diz:
21 Isaque orou ao Senhor por sua mulher, porque ela era estéril. O Senhor ouviu as orações dele, e Rebeca, a mulher de Isaque, ficou grávida.
Assim, a linhagem da semente da mulher está garantida.
Porém, ao invés de alegria, Rebeca fica triste e aflita pois a gravidez é aflitivamente dolorosa.
22 Os filhos lutavam no ventre dela. Então ela disse: “Por que isso está acontecendo comigo?” E ela foi consultar o Senhor.
O texto diz literalmente que "os filhos se esmagavam dento dela". Interssante que, embora a resposta à oração de Isaque e Rebeca viesse de forma tão dolorosa, ela ainda assim, vai consultar o Senhor.
23 E o Senhor lhe respondeu: “Duas nações estão no seu ventre, dois povos, nascidos de você, se dividirão: um povo será mais forte do que o outro, e o mais velho servirá o mais moço.”
Havia uma lei naquela época, a lei da primogenitura, que declarava que o mais velho deveria ser sempre o primeiro e sempre mais favorecido.
15 — Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem não ama, e as duas lhe derem filhos, e o primogênito for da que ele não ama,
16 no dia em que repartir a herança entre os filhos, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filho da que ele não ama e que é de fato o primogênito.
17 Pelo contrário, deve reconhecer por primogênito o filho da mulher que ele não ama, dando-lhe dobrada porção de tudo o que possuir, porque aquele é o primogênito do seu vigor; o direito da primogenitura é dele.
Este era, portanto, um direito natural que era inquestionável. Porém, no texto de Gênesis, Deus declara que o mais velho serviria o mais moço.
24 Cumpridos os dias para que desse à luz, eis que havia gêmeos no seu ventre.
25 Nasceu o primeiro, ruivo, todo revestido de pelo; por isso, deram-lhe o nome de Esaú.
Se estivéssemos vivendo naquele tempo e esta história fosse um filme, certamente diríamos que Esaú é o mocinho e Jacó o bandido. Esaú é do campo, trabalhador, franco, etc. jacó é enganador, filhinho de mamãe, e não sai de casa.
Porém, na história bíblica encontramos o posto disso. Esaú e seus descendentes, os edomitas, são considerados inimigos de Israel.
Quando Israel saiu do Egito, Moisés pediu cortesmente ao rei de Edom:
14 De Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom, para dizer-lhe: — Assim diz o seu irmão Israel: Você conhece todas as aflições que nos sobrevieram.
17 Deixe-nos passar pela sua terra. Não passaremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços. Iremos pela estrada real. Não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelo seu país.
18 Porém o rei de Edom respondeu: — Não passem por aqui! Se o fizerem, sairei com a espada ao encontro de vocês.
Depois disso, a luta entre Israel e Edom continuou, Em certo momento o rei Davi:
13 Davi ficou ainda mais famoso quando, ao voltar do ataque aos sírios, matou dezoito mil homens no vale do Sal.
14 Pôs guarnições em todo o Edom, e todos os edomitas se tornaram servos de Davi. E o Senhor dava vitórias a Davi por onde quer que ele ia.
Porém, com o tempo, Edom conquistou a independência e mais tarde aliou-se à Babilônia quando esta estava expulsando Judá para o exílio. O Sl 137.7 rememora essa tragédia:
7 Contra os filhos de Edom, lembra-te, Senhor, do dia em que Jerusalém foi tomada, pois diziam: “Arrasem! Arrasem Jerusalém até os seus alicerces!”
Pensando em tudo isso, é natural que sejam feitas as descrições que são feitas de Esaú desde o seu nascimento.
25 Nasceu o primeiro, ruivo, todo revestido de pelo; por isso, deram-lhe o nome de Esaú.
Naqueles dias havia certo preconceito contra os ruivos ou pessoas de cabelo vermelho. Além disso, ele tinha o corpo todo revestido de pêlo. Ser peludo era também uma marca de incivilidade, alguém, desleixada e irresponsável no meio da sociedade.
Jacó também é descrito com algumas características ao nascer:
26 Depois, nasceu o irmão. Com a mão segurava o calcanhar de Esaú, e por isso lhe deram o nome de Jacó. Isaque tinha sessenta anos quando Rebeca deu à luz.
Jacó provavelmente signifique "que Deus proteja", mas aqui Moisés associa o nome dele à sua ação de agarrar o calcanhar de Esaú. Ou seja, esse menino seria um agarrador de calcanhar. Isso não é um elogio.
27 Cresceram os meninos. Esaú tornou-se perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, era homem pacato e morava em tendas.
Quando Jacó é descrito, é dito que ele é "homem pacato". Aqui precisamos saber da palavra hebraica usada para esta expressão. A palavra é "tam", e o sentido básico de "tam" é "íntegro".
Daí a pergunta sobre como ser possível Jacó ser íntegro. Deus chama Jó de "tam". Deus chama Noé de "tam", além do próprio Abraão que também é chamado de "tamim". Jacó, como o legítimo descendente de Eva para carregar a semente do Messias também deveria ser íntegro.
A diferença entre os gêmeos se torna ainda mais notável no versículo 28:
28 Isaque amava Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava Jacó.
O amor de Isaque é motivado pela "barriga".
29 Jacó tinha feito um ensopado, quando Esaú, exausto, veio do campo
30 e lhe disse: — Por favor, me deixe comer um pouco da coisa vermelha, essa coisa vermelha aí, pois estou exausto. (Por isso deram-lhe o nome de Edom.)
A linguagem de Esaú é extremamente grosseira aqui, diferente de como parece em nossa tradução.
Uma traduçao mais literal seria: "Deixa-me devorar um pouco desse vermelho vermelho" (adom adom - de onde vem edom).
Jacó, calmamente reponde:
31 Jacó respondeu: — Primeiro me venda o seu direito de primogenitura.
estas palavras revelam pra nós que havia no coração de Jacó uma premeditação de explorar impiedosamente um momento de fraqueza do seu irmão. Jacó faz jus a seu nome: agarrador de calcanhar.
Esaú responde:
32 Ele respondeu: — Estou morrendo de fome; de que me vale o direito de primogenitura?
33 Então Jacó disse: — Primeiro jure. Esaú jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó.
ao nascer, jacó so segurou o calcanhar de seu irmão. Agora, ele literalmente o ultrapassa e torna-se o primogênito por direito.
34 E Jacó deu a Esaú pão e o ensopado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, Esaú desprezou o seu direito de primogenitura.
Desprezou = tratar como indigno, ou menosprezar.
Isso mostra que Esaú não está espiritualmente habilitado para ser o veículo da eleição divina, o portador do direito de primogenitura da semente de Abbraão. É também, de maneira geral e demasiada, escravo do momento e da tirania do corpo para vir a ser o progenitor do povo prometido pela aliança divina com um grnde destino histórico para cumprir.
O fato de vender o seu direito de primogenitura nas circunstâncias aqui descritas é em si mesmo uma prova de não merecer conservar o direito de primogenitura. Esaú não é digno.
MAS JACÓ TAMBÉM NÃO É DIGNO!
O agarrador de calcanhar não pode esperar que Deus, à sua maneira, cumpra a promessa. Ele obterá o direito de primogenitura pela própria esperteza. jacó maquina egoisticamente de que maneira o obterá, sem a mínima consideração pelo irmão.
Mais tarde, Jacó enganará o próprio paipor causa da bençao, estando Isque cego e velho. Bem depois, enganará o tio Labão para encher ilicitametne os p'roprio bolsos. jacó é uma agarrador de calcanhar, um enganador, um homem feito por si mesmo. Ele não é digno de ser a semente da mulher. Jacó foi escolhido exclusivamente por causa da graça de Deus.
Veja o amor de Deus:
7 O Senhor os amou e os escolheu, não porque vocês eram mais numerosos do que outros povos, pois vocês eram o menor de todos os povos.
8 Mas porque o Senhor os amava e, para cumprir o juramento que tinha feito aos pais de vocês, o Senhor os tirou com mão poderosa e os resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito.
graça de Deus.
Deus tem uma história de escolher o mais moço em ver do mais velho. Ele escolheu o mais moço Abel em vez de Caim, o mais moço Isaque em vez de Ismael, o mais moço Jacó em vez de Esaú, o mais moço José em vez de seus 11 irmãos mais velhos, o mais moço Efraim em vez de Manassés, o mais moço Davi em vez de seus irmãos mais velhos, e o mais moço Salomão em vez de Adonias ou Absalão.
Essa trilha prossegue no NT quando Deus escolhe Jesus, nascido cum estábulo, criado na desprezada Nazaré, pobre e humilde, para ser a semente da mulher. E Jesus por sua vez escolhe discípulos humildes para representá0lo diante das nações.
Um dos ensinamentos centrais de Jesus é que muitos primeiros serão úlimos e os úlimos, primeiros.
Deus, o rei, é generoso. Mediante o Seu Filho Jesus ele concede o reino de Deus até mesmo a nós, gentios. Os últimos só serão os primeiros por causa da grça soberana de Deus.
Assim como no At Deus garantiu a vitória do seu povo perseguido, também Jesus no NT assegura a vitória da sua igreja perseguida.
Ele promete aos seus discípulos que as portas do inferno nao prevalecerão.
Jesus admite:
33 Falei essas coisas para que em mim vocês tenham paz. No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.
João assegura a mesma vitória à igreja perseguida:
3 e todo espírito que não confessa isso a respeito de Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual vocês ouviram dizer que viria e que agora já está no mundo.
4 Filhinhos, vocês são de Deus e venceram os falsos profetas, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo.
Aquele que está em nós não ninguém menos que o Espírito de Jesus. Ele nos capacita para vencer. João cntinua:
4 Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
5 Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?
E no livro de Apocalipse, encontramos mais uma vez a inimizade entre a igreja e o mundo em Ap 12. João recebe uma visão dos últimos dias quando os reis da terra e a besta fazem guerra ao Cordeiro. Mas:
14 Lutarão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; serão vencedores também os chamados, eleitos e fiéis que estão com o Cordeiro.
Deus, na sua soberana graça, escolheu esse provo fraco e desprezado para ser vitorioso.
Ele fez tudo isso por sua graça.