Conselhos especificos
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1 Tessalonisences 5.19-22
1 Tessalonisences 5.19-22
Introdução: O Espírito Santo conferira à Igreja primitiva certos dons especiais ou carismas. Contavam-se entre eles: a capacidade de realizar milagres de cura, falar em línguas e profetizar. A Igreja, em sua infância, não possuía ainda a Bíblia completa (Antigo Testamento e Novo Testamento). Não possuía ainda um vasto acervo de literatura cristã, tal como possuímos hoje. A hinologia cristã também estava ainda em sua fase incipiente. Numericamente falando, também, a Igreja ainda era bastante insignificante. Além disso, ela era objeto de escárnio e desprezo de todos os lados. Em tal situação, Deus, graciosamente, providenciou apoios ou dotações especiais.
19–22. A breve série de admoestações que vem em seguida tem a ver com o Espírito Santo e seus dons:
I. Não apaguem o Espírito. (v.19)19.
A construção em grego sugere a seguinte tradução: Parem de extinguir o Espírito. Apagueis descreve apropriadamente o impedimento do Espírito, cuja natureza tem sido comparada ao fogo (Mt. 3:11; Atos 2:3, 4)
Fogo fala de pureza, poder, luz e calor. O fogo ilumina, aquece, purifica e alastra. Apagamos o fogo quando removemos o combustível: jogando terra ou tirando o oxigênio. O fogo precisa ser mantido aceso no altar do coração. Apagamos o fogo quando cedemos ao pecado ou quando deixamos de orar e obedecer à Palavra.
Howard Marshall diz que havia uma tendência na igreja de Tessalônica para apagar o fogo do Espírito e ele explica dizendo que uma vez que os dons foram dados para o benefício da igreja, segue-se que onde a igreja fosse hostil ou indiferente para com eles, o exercício deles seria apagado; aqueles que poderiam exercer o dom ficariam reticentes em assim o fazer.
Russel Norman Champlin ensina que no original grego temos o verbo bennumi, que significa “extinguir”, “apagar”, e que figuradamente significa “suprimir”. Esse verbo era usado para dar a idéia de “apagar fogo”, ou “ressecar coisas molhadas”, para se tornarem secas. Também transmitia a idéia de tornar “inativas” muitas coisas. Precisamos nos esforçar para manter a chama do Espírito sempre acesa em nossa alma.
II. Não desprezeis as profecias. (v.20)
20. Em I Co. 14:1 os crentes são instados a buscar o dom da profecia, pronunciamentos públicos de profundas verdades orientados pelo Espírito. Este dom pode ter sido abusado; mas o abuso não impede o uso. O elemento preditivo nas profecias bíblicas jamais deveria ser superenfatizado ou desprezado. A tarefa do profeta é contar o que Deus lhe disse, inclusive o que vai acontecer. Com referência ao ministério profético no N.T., veja I Co. 12:28 e Ef. 2:20; 3:5; 4:11. O uso da palavra “apagar” traz a figura do fogo como símbolo do Espírito Santo (Mt 3.11; Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 2Tm 1.6).
As mensagens apostólicas eram revelatórias. Atualmente, as mensagens são expositivas. Profecias aqui não são apenas ensinos escatológicos, mas todo o conteúdo das Escrituras. O dom de profecias era o mais importante na Igreja primitiva (1Co 14.1). Paulo disse que a profecia fala aos homens edificando, exortando e consolando (1Co 14.3). Paulo ensina que a edificação, a exortação e o consolo que emanam da Palavra não devem ser desprezados na igreja.
William Hendriksen lembra que o dom de profecia era como uma chama ardente. Essa chama não deveria ser apagada ou extinta! Assim, Paulo une os dois assuntos, como se estivesse dizendo: “Ao Espírito não apaguem; aos pronunciamentos proféticos não desprezem”. Isto porque ao desprezarem as profecias estavam rejeitando Aquele que é sua fonte, o Espírito Santo. O mesmo escritor ainda esclarece:
A razão para tal descrédito das palavras proféticas pode ser facilmente percebida. Onde quer que Deus planta trigo, Satanás semeia o seu joio. Onde quer que Deus estabeleça uma igreja, o diabo erige uma capela. E assim também, sempre que o Espírito Santo capacita determinados homens para operarem curas milagrosas, o diabo semeia suas “maravilhas da mentira”. E sempre que o Parácleto coloca em cena um autêntico profeta, o enganador apresenta seu falso profeta. A mais fácil – não, porém, a mais sábia – reação a esse estado de coisas é o desprezo a toda profecia. Acrescente-se a isso o fato de que os fanáticos, os intrometidos e os ociosos de Tessalônica talvez não gostassem de alguns dos pronunciamentos dos legítimos profetas, o que nos fez entender prontamente por que entre alguns membros da congregação a proclamação profética caíra em descrédito.
É preciso deixar claro que não existem hoje novas revelações de Deus forâneas às Escrituras. Como disse, Billy Graham, a Bíblia tem uma capa ulterior. Ainda mesmo que um anjo viesse do céu e pregasse alguma novidade fora da Bíblia deveria ser anátema. A revelação de Deus está contida na Escritura. Ele fala pela Escritura. Por isso, devemos restaurar a supremacia da Palavra e a primazia da pregação na Igreja contemporânea.
6. O crente precisa exercer discernimento espiritual (5.21). Paulo diz: “[…] julgai todas as cousas, retende o que é bom”. Na Igreja primitiva havia mensageiros itinerantes que pregavam doutrinas estranhas. A igreja ao ouvir um pregador precisava estar apercebida e atenta. Paulo disse que enquanto um profeta fala, os ouvintes devem julgar (1Co 14.29). Na igreja de Corinto, algumas pessoas em estado de êxtase chegaram a proferir a blasfema expressão: “anátema Jesus” (1Co 12.3). Não podemos aceitar com verdade absoluta tudo aquilo que as pessoas falam em nome de Deus. O crente não pode ser menino no juízo. Ele precisa ser maduro e exercer pleno discernimento como os crentes bereanos que consultavam sempre a Escritura para conferir o que os pregadores diziam (At 17.11).
O crente tem a luz da verdade em sua mente. Ele não é uma pessoa de mente estreita. Ele tem discernimento. Ele tem capacidade para avaliar e julgar. Ele sabe distinguir entre o precioso e o vil (Jr 15.19). O crivo para o julgamento é a Palavra de Deus. Quando falta à igreja o conhecimento, a igreja é destruída (Os 4.12). Quando os crentes não examinam as Escrituras nem julgam os profetas, heresias perniciosas crescem no meio do rebanho
III. Julgai todas as coisas. (v.21a)
O uso do discernimento espiritual é imprescindível para distinguir a mensagem profética verdadeira da falsa. O próprio Paulo pediu que a igreja de Corinto julgasse suas palavras (1Co 10.15); e se referiu à impossibilidade de alguém alegar que está falando pelo Espírito Santo dizer “Anátema Jesus” (1Co 12.3) – (“Jesus seja amaldiçoado” – NVI). Pode ser que isso nunca tenha acontecido em Corinto, mas fica um critério básico: a vida e as palavras de Jesus Cristo são a chave para interpretar toda profecia. A palavra de Deus é o principal meio que Deus usa para dar discernimento a Seu povo (Hb 5.13-14).
IV. Retende o que é bomv.21b)
Ao desprezar (no grego “considerar como nada”) profecias, a igreja de Tessalônica poderia estar rejeitando algo vindo da parte de Deus. Assim, o apóstolo procura preservar o equilíbrio necessário, convidando a igreja a “reter o que é bom”. Aqui vale o antigo ditado popular: “Não jogue fora o bebê junto com a água do banho”. Deus tem trazido muitas coisas boas à Sua Igreja por meio dos dons espirituais. Por isso, não devemos nos contentar somente com o prazer de rejeitar o que não vem do Espírito de Deus, mas preservar e aplicar o que é bom. Certamente, o que falta aos filhos de Deus é conhecimento bíblico e discernimento espiritual.
aplicação: O alimento sólido que você tem obtido na palavra de Deus tem sido suficiente para julgar todas as coisas, saber como ficar longe do mal e reter o que é bom?
V. Abstende-vos de toda forma de mal.(v.22)
No contexto dado, significa simplesmente que, em vez de menosprezar toda e qualquer palavra profética, é preciso testar aquelas que se apresentam como tal. O que é bom deve ser aceito; toda espécie de mal (sem exceção alguma; portanto, seja o mau conselho – dado por um falso profeta – ou qualquer outra forma de mal) deve ser evitada.
conclusão: Dos mandamentos gerais (alegria, oração e gratidão) aos mandamentos específicos (não apagar o Espírito; não desprezar profecias, mas julgar tudo, reter o que é bom, e evitar toda forma de mal), o apóstolo ensina-nos que a vida cristã pessoal e coletiva requer zelo e discernimento a fim de evitar que o Espírito Santo seja apagado.