A INTEGRIDADE DO EVANGELHO II
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GL 1.
GL 1.
INTRODUÇÃO
8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. 9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
O Evangelho Maltrapilho (Capítulo Um: Alguma Coisa Está Muito Errada)
Dito sem rodeios: a igreja evangélica dos nossos dias aceita a graça na teoria, mas nega-a na prática. Dizemos acreditar que a estrutura mais fundamental da realidade é a graça, não as obras — mas nossa vida refuta a nossa fé. De modo geral o evangelho da graça não é proclamado, nem compreendido, nem vivido. Um número grande demais de cristãos vive na casa do temor e não na casa do amor.
Vs 8 - Paulo prossegue: Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo vindo do céu, lhes pregasse algum outro evangelho, e não aquele que lhes pregamos, que o mesmo seja maldito;
Ou seja, “Ainda que nós, os representantes humanos de Deus (eu, Paulo, e meus cooperadores), ou um bom anjo, que desça dos céus na radiante luz de sua perfeita santidade, começasse a pregar-lhes qualquer outra boa nova diferente – e portanto contrária – ao evangelho que nós anteriormente (na primeira viagem missionária e na primeira etapa da segunda viagem missionária) lhes pregamos, que ele (eu mesmo, meus auxiliares, aquele anjo) seja amaldiçoado.
Mas ainda que nós: À medida que apóstolo prossegue para defender a autoridade de seu ensino, a sua confiança transparece.
Em primeiro lugar, Paulo afirma que a doutrina pregada por ele era o único evangelho e que tentar subvertê-lo é uma atitude ímpia.
Mas Paulo estava ciente de que os falsos apóstolos poderiam argumentar: “Não nos sujeitaremos a você em nosso desejo de manter o evangelho ou naqueles sentimentos de respeito que costumamos nutrir pelo evangelho”.
Que proveito havia em professar respeito pelo evangelho e não saber o que ele significa?
Mas, para os verdadeiros cristãos, não há fé onde não há conhecimento. A fim de que os gálatas, estivessem dispostos a obedecer ao evangelho, não vagueassem para lá e para cá, sem achar um fundamento em que podiam se firmar, Paulo ordenou que permanecessem firmes em sua doutrina.
Ele exigiu uma confiança tão inabalável em sua pregação, que pronunciou uma maldição sobre aqueles que ousassem contradizê-la.
Neste ponto, devemos observar que Paulo começa falando sobre si mesmo, pois antecipa a calúnia que seus opositores lançariam sobre ele: “Você deseja que tudo que fala seja recebido de modo inquestionável, tão somente porque você mesmo o disse”.
Para mostrar que não havia fundamento para essa calúnia, o apóstolo renuncia imediatamente o direito de promover qualquer coisa contrária ao seu próprio ensino. Ele não reivindica superioridade sobre os outros homens; apenas exige de todos, que são iguais a ele mesmo, sujeição à Palavra de Deus.
Ou um anjo do céu.
Para destruir mais completamente as pretensões dos falsos apóstolos, Paulo evoca os próprios anjos. Ele disse que os anjos não deviam ser ouvidos, caso anunciassem algo diferente, e que deviam ser considerados anátemas. Alguém pode imaginar que era absurdo envolver os anjos numa controvérsia acerca da doutrina de Paulo
Um ponto de vista correto a respeito do assunto nos capacitará a perceber que este procedimento do apóstolo era conveniente e necessário. Com toda certeza, é impossível os anjos do céu ensinarem qualquer coisa além da pura verdade de Deus. Mas, quando havia controvérsia a respeito da fé na doutrina que Deus revelara sobre a salvação dos homens, Paulo não achava suficiente refutar a opinião dos homens, sem refutar, ao mesmo tempo, a autoridade dos anjos.
Embora seu argumento tenha por base uma impossibilidade. Essa linguagem exagerada deve ter contribuído para fortalecer a confiança na pregação de Paulo.
Seus oponentes, tentavam atacar seu ensino e caráter.
Ele os responde afirmando com ousadia que nem mesmo os anjos são capazes de abalar sua autoridade.
Isto não é, de modo algum, uma ofensa aos anjos. Eles foram criados para promover, mediante todos os meios possíveis, a glória de Deus. Aquele que se esforça, de maneira piedosa, para cumprir esse mesmo objetivo, embora por meio de uma citação aparentemente desrespeitosa dos anjos, não prejudica a dignidade deles.
Esta linguagem não só expressa, de maneira impressionante, a majestade da Palavra de Deus, mas também transmite à nossa fé uma extraordinária confirmação, enquanto, confiando na Palavra de Deus.
Vs 9 Como dissemos antes, assim repito agora, se alguém lhes pregar algum outro evangelho que vá além daquele que receberam, seja maldito!
Observem a expressão que vos temos pregado. O apóstolo insiste uniformemente que os crentes da Galácia não deviam considerar o evangelho como algo desconhecido, que existia apenas na imaginação deles.
Paulo os exorta a nutrir a convicção inabalável e séria de que a doutrina que haviam recebido e aceitado era o verdadeiro evangelho de Cristo.
Temos o seguinte raciocínio: se na primeira hipótese, muito mais na segunda. Com efeito, Paulo está dizendo: “Se mesmo nós (eu ou um de meus cooperadores) ou um santo anjo seríamos objeto da justa maldição de Deus no caso de pregarmos um evangelho contrário àquele que nós, seres humanos, anteriormente lhes anunciamos, quanto mais, então, a ira divina deve ser derramada sobre esses intrometidos que estão se fazendo culpáveis de tal crime”.
Aqui a tempestade se lança com toda sua fúria. O “maldito” (anátema) de Paulo não é mero desejo, e sim uma invocação efetiva.
O apóstolo, como representante plenamente autorizado de Cristo, está pronunciando maldição sobre os judaizantes que estavam cometendo o terrível crime de chamar o verdadeiro evangelho de falso, e de substituir o evangelho verdadeiro e salvífico por um destrutivo e perigoso.
Essa palavra de severa condenação, porém, dirigida contra os perturbadores é ao mesmo tempo um ardente protesto e uma advertência dirigidos aos gálatas, que estavam sendo paulatinamente desviados, e estavam se afastando efetivamente daquele que os chamara em amor e misericórdia
Quando Paulo diz “como dissemos antes”, provavelmente queira dizer que imediatamente depois do Concílio de Jerusalém, ele e Silas, plenamente cientes de que os judaizantes não estavam satisfeitos de nenhuma forma com a decisão desse Concílio e fariam tudo que estivesse ao alcance deles para anular tais decisões, tivessem dito abertamente aos gálatas:
“É bem provável que logo depois que nós, os verdadeiros pastores, tivermos partido, chegarão os lobos e tentarão destruí-los, proclamando o falso evangelho da salvação pelas obras da lei em lugar do verdadeiro evangelho da salvação pela graça mediante a fé somente. Fiquem alertas contra esses destruidores!”.
Atos 20.29.
Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.
Em segundo lugar, mereceram essa repreensão não só porque o evangelho já lhes fora anteriormente pregado (v. 8), mas também porque o haviam aceito (v. 9). Nesse sentido, o versículo 9 tem mais a dizer que o versículo 8. Pelo poder do Espírito Santo, a mensagem exterior se convertera em convicção interior. Eles deveriam ter guardado o depósito que lhes fora confiado.
Pode surgir a seguinte pergunta: “Paulo não foi severo demais em sua denúncia e repreensão? Não é verdade que os judaizantes também criam em Jesus Cristo para a salvação, e que a única diferença entre Paulo e aqueles que dele discordavam era que ao requisito da fé, os últimos acrescentavam a obediência estrita a certas ordenanças mosaicas?”
A resposta é que o “acréscimo” possuía a natureza de repúdio completo à redenção todo-suficiente de Cristo.Olhemos Gálatas 5.2
Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
Uma bebida pode ser muito saudável e refrescante, porém, quando se lhe acrescenta uma gota de veneno, torna-se letal. Cristo também usou linguagem severa ao condenar os hipócritas de seu tempo (Mt 23, especialmente vv. 15 e 33).
Para ele, o evangelho era a boa notícia de salvação que Deus anuncia a um mundo perdido em pecado.
Paulo o considerava indispensável à salvação (Rm 10.14, 15),
14. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito:Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!
e estava tão entusiasmado com ele que, com carinho, o chamava “meu evangelho” (Rm 2.16; cf. Rm 1.16; 1Co 1.17; 9.16; 2Co 4.4; Fp 1.17; 1Tm 1.11).
Rm 2.16 no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.
A nítida distinção que Paulo traça entre o evangelho verdadeiro e o falso também tem aplicabilidade para os dias atuais.