Em Espírito e em Verdade
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“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.23–24)
Um dia desses escrevi aqui sobre o fato de que Deus busca adoradores não adoração. Sim! Ele quer ser adorado e deve ser. Ele criou o universo e nos criou a sua imagem para esse fim. Mas sabemos que atos externos de adoração não o agradam quando desacompanhados do coração íntegro do adorador.
Observe nosso texto dessa manhã. Jesus diz a uma mulher samaritana que “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade”. Interessantemente, essa mulher samaritana está preocupada com o lugar da adoração. No entanto, ela vivia em pecado. Depois de cinco casamentos, agora, provavelmente, estava envolvida em um relacionamento adúltero. Mesmo assim, sua preocupação é a adoração, mas isso é incoerente. Por que alguém que não adora a Deus com a própria vida deveria se preocupar com o lugar onde se presta culto?
Igual a essa mulher samaritana, nós também erramos ao separar nossa vida do nosso culto. Como disse o bispo Ryle: “Somos naturalmente inclinados a transformar a religião em uma simples questão de cerimônia e formalidade exterior, atribuindo excessiva importância à maneira como adoramos a Deus. Devemos ter cuidado com essa atitude, especialmente quando pensamos com seriedade sobre nossas almas. O coração é o aspecto principal em toda a nossa aproximação de Deus. O Senhor olha para o coração (1Sm 16.7)”[1].
Ouça mais uma vez as Palavras de Jesus: os “verdadeiros adoradores adoram a Deus em espírito e em verdade”. Isso significa que os verdadeiros adoradores prestam culto com vidas íntegras. Eles não oferecem um mero culto, mas oferecem vidas santas a Deus. O seu espírito ou alma ou coração está devotado a isso, que é o equivalente a amar a Deus de “todo seu coração, de toda sua alma e de todo seu entendimento” (Mt 22.37) ou a oferecer um culto racional, que é nos oferecer “por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). Portanto, os que adoram em espírito e em verdade não tratam adoração como se fosse algo que fazemos em determinado local e horário, mas como uma vida santificada a Cristo.
Deus busca seus próprios adoradores! Os verdadeiros adoradores são aqueles que o Pai busca para si, disse Jesus. Quer dizer que adorar em espírito e em verdade é uma resposta à redenção em Cristo. O Dr. MacArthur diz que “O propósito da salvação é gerar verdadeiros adoradores”[2]. Sendo assim, ele conclui: “é impossível alguém ser salvo e não adorar em espírito e em verdade”.
Aquela mulher samaritana foi convidada por Jesus para experimentar a verdadeira adoração, mas, para isso, ela precisaria se tornar uma verdadeira adoradora do Pai. Ela teria que abandonar seus pecados e ídolos para adorar somente a Deus. Por essa causa, Jesus lhe ofereceu água da vida (v. 10) e se revelou para ela como o Messias (v. 26). Adorar a Deus em espírito e em verdade não é, primeiramente, uma questão de forma e lugar, mas, essencialmente, de um coração convertido a Deus.
Querido irmão, seria o seu caso semelhante ao da mulher samaritana? Será que você tem reduzido o culto à Deus a um dia, local e liturgia e, ao mesmo tempo, tem se esquecido de santificar a Cristo como senhor em seu coração? Se esse é o caso, Deus não aceitará seu culto. Mas, em Cristo, somos aceitos. Se cremos Nele e nos consagrarmos a Ele, Jesus, como sumo sacerdote perfeito, apresentará nossa oferta de fé e obediência a Deus e, então, nossa vida e o nosso culto serão aceitos pelo Pai.
Jesus nos exorta a deixarmos a hipocrisia cultual e nos convida a adorar a Deus com integridade de coração, em espírito e em verdade.
Em Cristo, que se ofereceu como sacrifício a Deus,
Rev. Aláuli Oliveira.
[1] RYLE, J. C., Meditações no Evangelho de João, 2a Edição. São José dos Campos, SP: Editora FIEL, 2018, p. 75.
[2] MACARTHUR, John, O Evangelho Segundo Jesus, 2. ed. São José dos Campos, SP: Editora FIEL, 2008, p. 72.