O CULTO E A PREGAÇÃO DA PALAVRA
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Malaquias 2.1-9
Nas últimas duas mensagens nós vimos a conversa de Deus e o seu povo falando sobre o relacionamento que Deus tinha com o povo e o culto ao Senhor.
E agora, chegamos no capítulo 2, Deus por meio de Malaquias tinha acabado de exortar o povo, agora dirige sua profecia aos sacerdotes (2.1) para reprová-los pela sua descrença e desobediência (2.2,3), ensino deturpado (2.4–8) e parcialidade na aplicação da Palavra (2.9).
Agora, a conversa é diferente, Deus já chega anunciando o castigo sobre os líderes, sobre os sacerdotes que eram equivalente aos pastores no Antigo Testamento.
Mas, qual era então a causa do castigo dessa vez? o que os sacerdotes estavam fazendo de errado?
Os sacerdotes estavam sendo infiéis na pregação da Palavra.
No primeiro capítulo, Deus denúncia os sacrifícios que eram feitos de forma errada a Deus, e agora, chegou a hora de Deus trazer a denúncia de que os sacerdotes não estavam sendo fieis na ministração da Palavra.
Os sacerdotes eram os descendentes de Arão, da tribo de Levi, filho de Jacó. Foi essa tribo da descendência de Arão para serem os líderes, os dirigentes que iriam guiar o povo na adoração a Deus. Contudo, embora uma parte era fiel nos exercícios de adoração, muitos eram infiéis a Deus.
A PREGAÇÃO QUE NÃO AGRADA A DEUS V.1-4
V.1 - Deus inicia aqui chamando os sacerdotes aos arrependimento.
Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.
Eles tinham que se arrepender, ouvir a Deus e serem zelosos com Deus, com sua Palavra, com a adoração e o culto a Deus. Eles deveriam honrar a Deus executando seu ofício com fidelidade.
Veja, se os ministros da Palavra não honrarem e não forem fiéis ao Senhor, imagine o seu povo? Se sabemos muito bem que os liderados aprendem mais com os olhos do que com os ouvidos, eles aprendem mais vendo o exemplo do que ouvindo os mandamentos que seus líderes pregam.
V.2-3 - E Deus anuncia o castigo que viria sobre os sacerdotes se eles não se arrependessem
Maldição - enviarei sobre vocês a maldição
As maldições aqui referidas por Deus são as que foram escritas em Deuteronômio 28, que Deus os tinha dito que se não andassem no caminho do Senhor sobre eles viriam todas as maldições que lá estão descritas.
Transformaria benção em Maldição - amaldiçoarei as bençãos de vocês
Deus amaldiçoando o sacerdote e o seu povo, onde o sacerdote quando dizia Deus te abençoe e que sobre ti repouse a paz, e acontecia o contrário, pois, em vez de abençoar, viria maldição sobre aquela pessoa.
Deus diz aos sacerdotes, o ministério de vocês que foi feito para abençoar, se caso vocês não voltem a fidelidade e zelo no ofício, eu tornarei o ministério de benção de vocês em maldição, e tanto vocês quanto o povo serão amaldiçoados.
Já os havia amaldiçoado - já as tenho amaldiçoado
Deus já havia amaldiçoado o povo, ou seja, a causa do povo ainda está sofrendo com dificuldades financeiras, continuavam sendo oprimidos, e eles estavam se perguntando em que Deus os amava, era exatamente a causa causada pelo desleixo, pela corrupção do ministério dos sacerdotes que deveriam conduzir o culto segundo a lei de Deus, mas, que agora estava sendo totalmente realizado em infidelidade e corrupção. E assim como estava nos termos da lei, Deus amaldiçoou e trouxe juízo sobre eles que se desviaram do caminho do Senhor.
Reprovação dos sacerdotes - “eis que vos reprovarei a descendência” ou em outra versão diz: “destruirei a vossa descendência”
Sabemos que o sacerdócio era feito perpetuamente pelos descendentes, os filhos de Arão seriam todos sacerdotes, e assim estava seguindo, o pai era sacerdote, então o seu filho seria, seu neto seria e por assim vai. Hoje não é mais dessa forma, não existe isso de linhagem familiar, mas sim vocação, chamado de Deus.
E Deus aqui diz que irá desprezar,, destruir isso, pois, Ele não quer mais os filhos de Arão, Ele não quer mais esses sacerdotes, Ele não quer também a descendência deles liderando a adoração, então, Ele diz que irá os destruir de vez.
Desprezo de Deus pelos sacerdotes - atirarei sobre o vosso rosto, excremento dos vossos sacrifícios, e para junto deste sereis levados.
Aqui temos Deus dizendo que vai desprezar os sacerdotes, e o profeta Malaquias usa uma comparação. Pois, o sacerdote deveria queimar o excremento dos animais junto com a carne e o couro no arraial. O excremento era tirado, pois, a lei de Moisés dizia que a tornava impura a pessoa que entrasse em contato com ele.
E imagine o próprio sacerdote com o rosto sujo de excremento, isso era impuro e assim, Deus diz que esfregaria no rosto deles o excremento do animal. E assim, Deus diz que iria desprezar os sacerdotes da mesma maneira como eles haviam desprezado o Senhor.
V.4 - Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha aliança continue com Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
Deus então tinha em mente com isso, fazer com que os sacerdotes renovassem a a aliança, e desejava fidelidade no sacerdócio.
Deus queria e ainda quer, ministros que vivam de acordo com a aliança.
E Augustus Nicodemus comenta: a rejeição que vemos aqui aponta para uma necessidade de outro tipo de sacerdócio.
E é no livro do Novo Testamento, especificamente em Hebreus, que Deus nos diz que rejeitou o sacerdócio levítico e estabeleceu um novo sacerdócio, e esse novo sacerdócio é estabelecido 400 anos depois, em Jesus Cristo, quando Ele então oferece o sacrífico perfeito.
A PREGAÇÃO QUE DEUS SE AGRADA V.5-7
V.5 - Minha aliança com ele foi de vida e de paz; ambas lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu por causa do meu nome.
Agora, é de suma importância voltarmos um pouco na Bíblia e irmos até Números 25.6-13 - onde Deus estabeleceu essa aliança de vida e de paz.
Diz assim o texto Nm 25.6-13: Um israelita trouxe para casa uma mulher midianita, na presença de Moisés e de toda a comunidade de Israel, que choravam à entrada da Tenda do Encontro. 7 Quando Finéias, filho de Eleazar, neto do sacerdote Arão, viu isso, apanhou uma lança, 8 seguiu o israelita até o interior da tenda e atravessou os dois com a lança; atravessou o corpo do israelita e o da mulher. Então cessou a praga contra os israelitas. 9 Mas os que morreram por causa da praga foram vinte e quatro mil.10 E o SENHOR disse a Moisés: 11 “Finéias, filho de Eleazar, neto do sacerdote Arão, desviou a minha ira de sobre os israelitas, pois foi zeloso, com o mesmo zelo que tenho por eles, para que em meu zelo eu não os consumisse. 12 Diga-lhe, pois, que estabeleço com ele a minha aliança de paz. 13 Dele e dos seus descendentes será a aliança do sacerdócio perpétuo, porque ele foi zeloso pelo seu Deus e fez propiciação pelos israelitas”.
E é exatamente nesse episódio que marca essa aliança é esse, e notamos que os sacerdotes foram chamados com a marca de temerem a Deus.
Minha aliança com ele foi de vida e de paz; ambas lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu por causa do meu nome.
O sacerdote, o líder, o ministro da Palavra, a liderança da igreja de Deus deve temer e tremer diante de Deus. Deus é santo e seus ministros foram chamados a temê-lo, ter temor e tremor.
Hernandes dias disse que Malaquias aqui esta destacando que o verdadeiro ministro de Deus mantém profundo relacionamento com Deus. Andar com Deus é mais importante do que trabalhar para Deus. O Senhor da obra é mais importante do que a obra do Senhor. Jesus chamou os doze apóstolos para estar com Ele. Só então os enviou a pregar (Mc 3.14).
Quando Levi recebeu de Deus o chamado nessa aliança de ser sacerdote, ele recebeu em temor e tremor. Foi isso que levou o homem chamado Fineias a fazer o que fez, foi o seu temor e temor diante de Deus.
V.6 - A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da iniquidade apartou a muitos.
O sacerdote, o líder de Deus está com a verdadeira instrução em seus lábios.
Deus não chama líderes para distorcer a palavra, mas, para pregar a Palavra com fidelidade, sem tirar, nem mesmo acrescentar.
Deve-se o sacerdote pregar a Palavra com zelo, com amor e em fidelidade.
O sacerdote foi chamado para viver uma vida de piedade e santidade. V.6
O sacerdote foi chamado para apartar o povo da iniquidade - andou comigo em paz e em retidão e da iniquidade apartou a muitos.
Hernandes comenta: O verdadeiro ministro é comprometido com o trabalho evangelístico. Ele é um semeador, ele fala a tempo e fora de tempo, ele aproveita as oportunidades
E isso através do ensino da Palavra, do exercício da disciplina, do aconselhamento, do cuidado pastoral.
V.7 - Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos.
O sacerdote foi chamado para ser o mensageiro de Deus.
Nós não encontramos outro homem a não ser o ministro de Deus fiel que irá pregar para nós a palavra de Deus.
Se queremos ouvir a Palavra de Deus, precisamos de pessoas fieis nos púlpitos pregando a Palavra.
Há muitos ministros preguiçosos que não estudam a Palavra. Dão palha em vez de pão ao rebanho
Por fim, Malaquias termina com o anúncio do castigo dos sacerdotes dizendo:
V.8 - Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos. V.9 - Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei.
O falso ministro não anda com Deus, ele de desvia do caminho de Deus, e ele leva outros ao tropeço através da sua pregação infiel e sem evangelho nenhum. O ministro infiel é a pior coisa na vida da igreja, ele desmorona tudo e leva tudo de água a baixo.
Ele prega o que quer, quando quer do modo como quer para agradar e não para a santidade do povo e glória de Deus. Mas para sua própria glória e satisfação.
O falso ministro é infiel a aliança, ele é maligno.
Certo comentarista disse: um falso ministro é parcial na aplicação da lei: “[…] e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei” (2.9). Ser parcial é literalmente “mudar a cara” ou “mostrar favor”, ou seja, usar dois pesos e duas medidas, favorecer uns e penalizar outros; usar para uns as benesses da lei e contra outros o rigor dela. A igreja não pode advertir uns e cortejar outros. Os sacerdotes, às vezes, exerciam funções judiciais (Dt 17.9–11). Os juízes não deviam demonstrar parcialidade com ricos nem com pobres (Lv 19.15). Um falso ministro não é regido pela verdade, mas pela conveniência. Ele nunca busca honrar a Deus, mas ganhar o aplauso dos homens. Ele não visa a glória de Deus, mas o lucro. Ele favorece uns e penaliza outros, ele faz sempre acepção de pessoas.
Mas diz Malaquias, que esse tipo de ministro é desprezível e que será desacreditado em público. E eles sofrerão julgamento severo.
Por isso, Malaquias nos alerta a tomarmos cuidado, a pregação não pode estra nas mãos de qualquer um, pois, isso deve ser exercido com fidelidade e zelo. Pois, Deus nos chama a ter temor e tremor.
APLICAÇÕES
Deus tem zelo pelo culto
Deus se importa com a pregação, e ela é o meio de instrução, portanto, não desprezemos a pregação da Palavra
A Pregação é central no culto
Não aceite qualquer pregação, não aceite qualquer alimento, mas, se alimente unicamente da palavra pregada com fidelidade e zelo.
Deus abençoa e amaldiçoa, se a igreja zelar pela pregação, ela será abençoada, se ela não zelar, será amaldiçoada.