Venha o Teu Reino

Redentor 10 Anos  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Estamos celebrando os 10 anos da igreja do Redentor e demos uma pausa na nossa série de mensagens a Identidade do Rei para celebrarmos essa data tão especial. Mas eu gostaria de refletir com vocês hoje sobre um tema importante para nós enquanto igreja, mas também como cristãos individualmente, a oração.
Mateus 6.9–13 NAA
9 — Portanto, orem assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o pão nosso de cada dia nos dá hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores; 13 e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!”
Essa é a famosa oração do Pai Nosso, é Jesus nos ensinado sobre a forma certa de se orar. A partir disso vemos Jesus falando como devemos orar e pelo quê devemos orar. Sim Jesus orou, e nos ensinou a orar, porque se nosso coração dirigir completamente a nossa oração oraremos da forma errada. A forma como oramos, diz muito sobre a forma como nos relacionamos com Deus. Além da forma, o quanto nós oramos também fala sobre como está o nosso relacionamento com Deus.
Interessante observarmos também que Jesus começa falando, "quando orardes". Ele não fala "se", mas quando, indicando ação contínua na vida de todo cristão. Não existe vida cristã sem oração, quem nasce denovo não tem a oração como uma opção, mas como um hábito, uma obrigação.
1Tessalonicenses 5.17–19 NAA
17 Orem sem cessar. 18 Em tudo, deem graças, porque esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus. 19 Não apaguem o Espírito.
O quanto oramos diz como está nossa relacionamento com Deus e a forma como nos relacionamos com o Senhor. Por isso, eu gostaria a partir da oração do Pai Nosso meditar com vocês sobre o nosso relacionamento como igreja com o Senhor. Porque a forma como nos relacionamos com Deus modela a forma como nos engajamos na missão de Deus.
Jesus começa se dirigindo a Deus como Pai, e não o chama de meu, mas de nosso. Isso aponta para nós a dimensão coletiva do Reino de Deus. Temos um Pai, Ele não exclsuivamente meu, pelo contrário, eu sou apenas mais um dos muitos filhos que Ele tem. Logo, a igreja é composta de pessoas que foram igualmente adotadas por Deus. Logo, você precisa entender que na mesma proporção que você entendo Deus como seu Pai, você também deve ver o outro como seu irmão. Logo, a forma como eu te vejo como meu irmão, amo você, sirvo a você e considero o outro nas minhas decisões. Você já parou para pensar nisso? Se todos os membros da igreja fossem exatamente iguais a você, em termos de compromisso e engajamento, como seria a igreja?
Oração é coisa pra gente que recebeu Deus como Pai e na mesma proporção tem a igreja como família. Se você se dirige a Deus como Pai mas não ama a igreja como família e seus membros como irmãos, a sua compreensão de Deus como Pai está equivocada. Há uma incoerência. Há um problema na forma como você se relaciona com o próprio Deus.
Mas a compreensão de Deus como Pai é importante também para entendermos que esse Pai é infalível , todo-poderoso e totalmente amoroso. Pois o próprio Senhor afirma, que esse Pai é santo. É um pai com tudo de bom que um pai terreno pode oferecer, e de forma plena, mas ao mesmo tempo com nenhum defeito que um pai terreno pode ter. É a experiência perfeita de paternidade para aqueles que conhecem o que é ter um bom pai e a cura para aqueles que não tem esse referencial terreno.
Oração é se deleitar na certeza de que somos filhos desse Pai perfeito. Oração é submissão ao senhorio e governo de Deus, e reconhecimento da santidade de Deus.
Mas a forma como nós oramos revela também as nossas prioridades como discípulos de Jesus, como igreja do Senhor.
Por isso Jesus começa a oração com uma importante afirmação que será o tema da nossa mensagem...

Venha o Teu Reino

Jesus começa após reconhecer a paternidade e a santidade de Deus, ele faz esse primeiro pedido. É interessante que ele pede por isso antes de pedir por perdão, pão e proteção. Então, sobre o ue Jesus está falando quando ele pede "venha o teu Reino" prioritariamente antes de suas necessidades individuais? O que essa afirmação significa?
Já vi muitas pessoas falando que é um desejo pela volta, ou segunda vida de Jesus. Isso seria uma espectativa escatológica. E de fato como crentes ansiamos por esse dia. Mas será que é disso que Jesus está falando, uma vez que Ele estava entre eles?
Eu entendo que diante do sofrimento, da maldade e das injustiças do mundo você deseje que Cristo volte logo, afinal de contas essa é a nossa maior esperança. Mas esse desejo não pode ser usado como um escapismo para a nosssa missão como igreja do Senhor.
O que Jesus fez em seu ministério aqui na Terra? Vemos Ele mesmo falando sobre o que Ele veio fazer citando o profeta Isaias e dizendo que Ele é o cumprimento da profecia.
Lucas 4.17–19 NAA
17 Então lhe deram o livro do profeta Isaías. E, abrindo o livro, achou o lugar onde está escrito: 18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, 19 e proclamar o ano aceitável do Senhor.”
Jesus veio obviamente para morrer pelos nossos pecados, mas Ele veio em seu ministério aqui na Terra manifestar a realidade do Reino. O Reino não é um lugar, mas é um tempo, ele acontece onde Deus reina. Esse desejo também não é algo meramente escatológico, mas presente também. Então como isso se conretiza, como é de forma prática?
Jesus durante sua vida terrena manifestou a realidade do Reino perdoando pecados, pregando o arrependimento, e se movendo em compaixão curando e libertando pessoas. Mas talvez você pense o seguinte: "-Ah, mas Jesus era Deus...". Sim, de fato Jesus enquanto homem nãp abandonou a sua divindade.
Mas, isso me remete a série que acabamos no mês passado em nossa igreja sobre a identidade de Jesus, você vai se lembrar que o entendimento dos discípulos foi gradual a respeito de Jesus ser Deus. Eles vivam e conviviam com alguém que era perfeitamente homem mas houve um processo de convencimento de que Jesus também era perfeitamente Deus. Nós estamos em outro período da história, temos a Palavra de Deus e ja partimos do pré suposto que Jesus é Deus, mas de alguma forma temos dificuldade de entendê-lo também como perfeitamente homem. O nosso caminho é diferente dos discípulos para conhecer Jesus. Quando Jesus ora, Ele ora como homem, e nos ensina a fazer da mesma forma, orar como Ele orou, desejar o que Ele desejou, fazer o que Ele fez e priorizar o que Ele priorizou.
Somos convocados a sermos suas testemunhas, alguém que vive de uma forma que o mundo reconhece que Deus é santo.
Atos dos Apóstolos 1.8 NAA
8 Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.
Embora o Espirito tenha sido derramado sem medida sobre Jesus, é esse mesmo Espírito que foi derramado sobre nós. O mesmo Espírito que capacitou Jesus para que o Reino Dele se manifestasse está sobre a igreja hoje, para que o Reino de Deus seja manifestado hoje.
Lucas 17.20–21 NAA
20 Indagado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: — O Reino de Deus não vem com visível aparência. 21 Nem dirão: “Ele está aqui!” Ou: “Lá está ele!” Porque o Reino de Deus está entre vocês.
O Reino é futuro, mas também é presente. A expectativa é do Reino futuro em sua totalidade sem a presença do pecado, mas isso não significa que ele não ocorra hoje. A igreja em movimento desfruta dessas duas realidades onde o Reino já se faz presente, embora ainda não em sua plenitude. Mas passamos a viver desejando e ansiando por isso.
A grande qustão é que se não entendermos Jesus como homem, temos a tendência em projetar na oração do Pai Nosso algo utópico, que nós não temos a capacidade de realizar e desejar. Mas não é essa a perspectiva da vida cristã, e as nossas orações refletem nosso corações e ações como cristãos, como igreja de Jesus.
Diante da realidade de um mundo caído a igreja é inflamada pelo compromisso com a missão. O desejar o Reino faz com que eu veja o mundo como o campo missionário, e não meu inimigo. Jesus não nos chamou ao isolamento, a criar uma subcultura à parte do mundo, mas para sermos uma contracultura e manifestar o Reino que está entre nós no mundo.
Manifestar a vontade de Deus é a missão da igreja diante de uma realidade de rebelião contra Deus. Deus é soberano, mas isso não anula a realidade do pecado no mundo que está em rebelião contra Deus. A violência, o aborto, a promiscuidade, nada disso é vontade de Deus, mas resultado de uma humanidade em rebelião contra o Criador. E qual o nosso papel? Empoderados pelo mesmo Espírito manifestarmos a realidade do Reino no mundo caído. Conseguimos manifestar essa realidade totalmente? Claro que não, mas o Senhor nos chamou e nos capacitou para manifestar esse Reino. O mesmo Espírito que foi derramado sem medida Jesus, também foi derramado na igreja.
Desejar o Reino me leva também a morrer. Morrer a minha velha natureza, morrer para mim, tomar a cruz e seguir a Cristo. Por isso, ao orar venha nós o Teu Reino e seja feita a Sua vontade, isso significa que...
A vontade de Deus acima da nossa vontade
Qual é a vontade natural do nosso coração? Qua aconteça aquilo que eu desejo. Qual é a lógica do Reino, que a vontade de Deus sobreponha na minha, acontecendo ou não o que eu quero, eu me deleito nesse Deus que continua reinando.
Quando eu busco a Deus buscando a minha vontade, não é a Deus que eu estou buscando, mas a mim mesmo. E isso é contracultural em um mundo onde tudo é sobre investir para receber em troca, ajuntar e conquistar, vencer e superar. No reino a lógica é outra, quem tem reparte, quem recebe de graça, doa de graça. Quando eu amo, eu me entrego, diferente do conceito de amor que é um sentimento por aquilo que é atraente, e que facilmente acaba quando deixa de ser atraente ou vantajoso.
Esse reino terreno está em oposição ao Reino de Deus, e quando somos governados por essa mentalidade mundana, somos destruídos!
João fala em sua carta sobre a lógica do reino deste mundo:
1João 2.15–17 NAA
15 Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Porque tudo o que há no mundo — os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo. 17 Ora, o mundo passa, bem como os seus desejos; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
Os desejos da carne está presente na sociedade hedonista que vivemos, que busca o prazer a qualquer custo, onde o propósito da vida é viver para satisfazer desejos. Isso tem moldado a sexualidade contemporânea, tem ditado o estilo de vida das pessoas (idolatria do entretenimento) e levado muitos a vícios que visam anestesiar a carne. Sabe o que é pior? Isso tem adentrado a igreja, onde cultos e reuniões tem um objetivo único de trazer algum tipo de experiência sensorial, mas não tem arrependimento, confissão e adoração verdadeira.
O desejo dos olhos está presente no bombardeio de informações que vemos nas midias afim de nos fazer desejar algo. É o que alimenta a ganância, pessoas vendem uma vida aparentemente perfeita ou próspera afim de te levar a desejar algo.
Soberba da vida, que é o orgulho e a vaidade de não termos uma visão correta de quem de fato somos e qual é nossa real necessidade. Isso está muito presente atualmene nessa moda do coach, que geralmente se vendem como pessoas de sucesso (embora muitos sejam pessoas que nunca fizeram nada do que vendem) cobram caro por isso e você sacrifica seus recursos financeiros nesse altar da soberba da vida. Porque há uma crise de identidade, as pessoas não querem ser como Jesus, mas como o influencer aparentemente bem-sucedido nos reinos desse mundo. Pior, isso também tem adentrado as igrejas. Muitos cristãos sacrificando muito dinheiro no altar do sucesso, procurando em coaches a sua identidade ao invés de encontrar em Cristo.
É a Cristo que nós devemos render a nossa vontade e não usá-lo como meio para conquistar o que os reinos desse mundo oferecem.
A partir disso Jesus fala sobre como devemos andar nesse mundo. Sermos perdoadores, porque na medida que entendemos que fomos perdoados por alguém muito mais justo (perfeitamente justo) e muito melhores (perfeitamente bom), não temos como negligenciar o perdão a quem nos ofende, porque ninguém se ofende mais com o pecado do que o prórpio Deus.
Jesus também fala de como entendemos o cuidado de Deus, pois a apresenta a oração de quem foi curado da ansiedade pela provisão futura.
Aí você pode mais uma vez dizer assim, é muito complicado isso, viver a oração do Pai Nosso é algo radical demais para mim. Sem uma mudança de mente de fato é algo radical, mas esse é ordinário da vida Cristã.
1Coríntios 2.16 NAA
16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.
Mudar a mente, para que o radical se transforme no ordinário!
Jesus morreu para que nós nos tornássemos parecidos com ele já aqui nesse tempo, até que cheguemos na eternidade à Sua estatura. Já ouvi muita gente falando que quando nascemos denovo temos a humanidade perdida no Éden restaurada. Mas é muito mais do que isso, porque foi naquela natureza que Adão pecou. Jesus que é descrito como segundo Adão se torna nosso representante e somos filhos da obediência.
Efésios 4.13–15 NAA
13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, 14 para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro. 15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,

Conclusão

Crescer em Cristo, manifestar o Reino, essa precisa ser a minha e a sua prioridade como igreja de Cristo. Não estou falando que priorizar e desejar o Reino significa que sua vida nesse mundo será um fracasso, não é isso. O que estou falando é que como igreja precisamos desejar viver de uma maneira em que todos percebam que Deus é Santo.
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