A Ressurreição é a Certeza de uma Vida Transformada

[INÍCIO] Tenho lido algumas biografias ao longo dos anos, e gosto de lê-las, elas são sempre cheias de cor e vivacidade, falam do nascimento e da trajetória de vida de determinada pessoa, falam especialmente de muitos de seus feitos. Algumas excluem os feitos negativos, outras até expõem. Fato é que ler biografia é algo inspirador, traz para nós muitas reflexões. Muitos acreditam que os evangelhos são um simples relato biográfico da vida e obra de Jesus Cristo. Contudo, em praticamente todas as biográficas que li até hoje, a história biográfica termina com a morte do indivíduo. Nesse caso podemos ter plena certeza de que os evangelhos, e em especial o evangelho de João, o qual lemos não é um simples registro biográfico, é a Palavra de Deus. Algo muito mais poderoso que gera não somente inspiração, mas vida em seus leitores. Eu ainda não li nenhuma biografia de homens como eu e vocês, que ressuscitaram. É interessante, o fato de João ter continuado seu relato e compartilhado seu entusiasmo com o milagre da ressurreição. Mostrando que Jesus Cristo não é como qualquer outro homem. Ele é, de fato, o Filho de Deus. E para termos a certeza que ele não é como qualquer outro homem, mas singular, este sermão tem por objetivo trazer para nós como a ressurreição de Jesus impacta nossa fé, nossa esperança e nosso testemunho. De um modo integral, a ressurreição impacta a nossa vida na totalidade. Este sermão está organizado em três partes, para tentar apresentar isso a vocês.

[PONTO 1]. Em primeiro lugar: A Ressurreição Transforma a Fé (v. 1-2). No verso 30 do capítulo 19, nos deparamos com uma cena dramática, o Filho de Deus pendurado no madeiro dizendo: “Está consumado”. O sofrimento de Jesus estava terminado, a sua obra está completa, sua obediência perfeita à vontade do Pai o levou ao ápice do sofrimento. Essa é a imagem que permeia a mente dos discípulos de Jesus, a última vez em que seu mestre foi visto, ele havia sido cravado na cruz. O relato nos diz, que era o primeiro dia da semana, mas diferente da luz que nos ilumina no templo aqui hoje, o que havia era uma manhã densa e escura. E isso no sentido literal, pois o dia estava raiando, era madrugada, mas também pela compreensão, ou melhor, má compreensão dos discípulos de Jesus, sobre suas palavras.

O verso 1 do capítulo que lemos, nos diz que Maria Madalena foi logo cedo ao sepulcro de Jesus. O intuito dela, indo até lá, era ungir o corpo de Jesus, com aromas que ela havia preparado, isso era um costume em Israel. Contudo, ao chegar no local e ver a Pedra revolvida, sua fé parece esmorecer. Isso acontece, justamente porque quando as palavras de Jesus não estão no coração, como centralizadoras do equilíbrio, outra coisa que não é a palavra de Deus está.

Nós não podemos afirmar o que estava passando na mente e no coração de Maria, mas podemos tentar mensurar. Talvez ela tenha guardado em sua mente, a figura do Cristo, pregado no madeiro, ou, até mesmo do Cristo humilhado pelos soldados romanos. Fato é que algo havia abalado, mesmo que momentaneamente, sua pequenina fé.

A cena da pedra removida, pode ter trazido um desespero para Maria, mas conhecendo Jesus, e tendo certeza de quem ele realmente é, talvez ela devesse ter tido um pouco mais de fé. Até porque, como diz o relato bíblico, Cristo teria um corpo naquele momento ressurreto, ele não precisaria remover a pedra para sair do sepulcro.

Acredito que a pedra foi removida para que Deus, em seu modo pedagógico de agir, os ensinasse pelo menos duas coisas, indicando que:

1. Para indicar que a morte, havia sido vencida e que a vitória havia sido alcançada;

2. Para que quando Pedro e João entrassem, que eles vissem que o túmulo estava vazio!

O cenário encontrado era para alegria e exultação, contudo Maria ao encontrar o sepulcro vazio se entristece, acredito que até ao ponto de balançar a sua fé, como eu disse no início.

Talvez você se pergunte, com que base eu faço essa afirmação, a resposta é simples, o verso 2 diz: “Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram.” (Jo 20.2). O verso que lemos nos diz, que a cena gerou espanto e desespero, ela correu apressadamente para avisar Pedro e João, e o que me marcou neste versículo foram suas palavras: “não sabemos onde o puseram”. Esta é a postura contrária à fé, esquecendo-se rapidamente das palavras e do ensino de seu Senhor, que “O Filho do Homem deve sofrer muito. Ele deve ser rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei. Ele será morto, mas, no terceiro dia, ressuscitará.” (Lc 9.22). Mesmo que momentaneamente, ela deixou a situação tirar a centralidade da Palavra e ensino de Jesus. A consequência foi o desespero.

Ela dizer que não sabia onde haviam colocado Jesus, demonstra sua fragilidade, ela é uma pessoa necessitada da graça. Sabemos que a fé, é justamente “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hb 11.1). Os fatos eram claros, Cristo não estava no sepulcro, ele estava vazio, isso apontava para maravilhosa obra de Deus.

O exemplo de nossa irmã, Maria, nos ajuda a compreender onde deve estar posta a nossa fé. Se a sua semelhança nos apegarmos somente a coisas que vemos, certamente duvidaremos do poder de Deus descrito em sua palavra, mas se com fé nos apegarmos as palavras que geram vida. Certamente nossa fé jamais desfalecerá, pois é Cristo quem a sustenta.

[PERGUNTA] A minha pergunta para vocês é: Onde está posta a sua fé? Em coisas que contrariam a palavra de Deus? No túmulo vazio, no Cristo pregado no madeiro, em um Cristo somente para esta vida? Se sim, digo a você, que você será a mais infeliz de todas as criaturas.

Mas, se sua fé está posta, no Cristo, o qual é o Senhor, Salvador, que derrotou a morte, no Cristo vivo, que tira você da morte para vida, no Cristo ressurreto, a sua fé será firme como rocha inabalável. Mesmo diante de uma cena terrível, você conseguirá dizer que: Cristo é a Aquele que lhe dá força, e que em suas palavras você põe a sua fé. A Ressurreição transforma a nossa fé!