Vocação (12/03/23)

Gloriemo-nos no Senhor (1Co 1.26-31)

Estamos estudando a primeira seção de 1Co (1.10 - 4.21) que trata da divisão existente na igreja (1Co 1.10-17).

Paulo, tendo a “palavra da cruz” em mente (1Co 1.18-25), exorta os irmãos a compreenderem a vocação deles vendo a forma como Deus age.

1. Quem Deus NÃO escolheu (1Co 1.26).

“Irmãos” (vocábulo importante).

“Vocação” é o processo pelo qual Deus chama aqueles que Ele já elegeu e nomeou com o propósito de saírem da escravidão deste mundo a fim de que Ele os justifique e os santifique conduzindo-os ao Seu serviço (Rm 8.28-29).

Como crentes vocacionados/chamados por Deus devemos considerar a nossa vocação. “Considerar” significa discernir, perceber, compreender. Os coríntios, ao invés de ficarem em disputa e promoverem as divisões na igreja, deviam perceber a profundidade e a maravilha que o simples e puro evangelho tem.

Deus não escolheu os “sábios” e “inteligentes” (v. 19) “segundo a carne” (v. 26), ou seja, pessoas que se tornaram o que são pelo poder de suas própias conquistas e natureza, por suas próprias habilidades.

Deus não escolheu os poderosos políticos nem os que nascem num berço de ouro para pregar o evangelho. A forma ordinária pela qual Deus opera não é essa. A maior parte dos crentes são homens e mulheres humildes que, às vezes, não têm estudo, poder e nem dinheiro. Ele, normalmente, escolhe os menores deste mundo, aqueles que não são nada para confundir aqueles que são alguma coisa.

2. Quem são os escolhidos de Deus (1Co 1.27-28).

Deus não escolheu aqueles que são valorizados pela sociedade e pelo mundo, aqueles que se acham capazes e competentes. Pelo contrário! O Senhor Soberano escolheu os homens que não eram considerados úteis para a sociedade (At 4.13).

O fundamento da escolha de Deus por pecadores é a Sua infinita e soberana graça; Deus quis revelar os Seus mistérios àqueles que Ele mesmo escolheu antes da fundação do mundo não por meios mundanos, mas pelo Seu próprio plano.

Deus não escolheu as melhores formas do mundo para tornar-Se conhecido. Deus salva os que creem não pela sabedoria humana, mas pela divulgação da pregação da palavra da cruz (Is 2.11-12,17-18).

Deus assim fez para que nenhum ser humano se orgulhe.

3. A razão de Deus agir assim (1Co 1.29-31).

O propósito de Deus, ao chamar pessoas humildes, é fazer delas verdadeiras proclamadoras das virtudes do Senhor Deus (1Pe 2.9).

Deus escolheu as coisas loucas porque o Seu propósito é que ninguém se glorie na Sua presença.

Alguém que foi realmente alcançado pela mensagem apostólica e que compreendeu a graça de Deus ao ser chamado pelo Senhor jamais poderá se gloriar como se fosse sábio por si mesmo.

A sabedoria de Deus não é nossa, mas pode ser vista na Pessoa de Cristo Jesus (1Co 1.30).

“Justificação” e “santificação” são dois dos benefícios que os crentes recebem de Deus por meio de Cristo.

A “sabedoria” consiste no conhecimento que temos acerca das realidades espirituais em Cristo Jesus, pois n’Ele é-nos desvendado o mistério da Sua vontade.

“Redenção” é a libertação do pecado; Cristo é o nosso Redentor. Ele nos liberta primeiramente neste mundo do jugo do pecado e das garras de Satanás, mas essa redenção é apenas inicial.

Temos a certeza de que Ele nos libertará totalmente do poder de Satanás quando Cristo retornar com todo o Seu poder e transformar o nosso corpo de humilhação para ser igual ao corpo da Sua glória.

Nós somos, por natureza, insensatos; mas o Cristo da cruz é a nossa sabedoria. Somos, por natureza, culpados; mas o Cristo da cruz é a nossa justificação. Somos, por natureza, depravados e corruptos; mas o Cristo da cruz é a nossa santificação!

O cristão deve se gloriar somente em Cristo, não no que ele é em si mesmo, nem na carne e nem no mundo: “aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (Jr 9.23-24).

LIÇÕES

1. A igreja não é composta por aqueles que, por decisão própria, escolheram fazer parte dela.

Pelo contrário: A igreja é uma comunhão dos eleitos a despeito da condição social, educacional, racial ou seja do que for.

2. Deus não age segundo o critério humano.

Enquanto para o mundo que não conhece a Deus as pessoas mais importantes são aquelas que têm vasto conhecimento, que exercem grande influência humanista na sociedade, que têm dinheiro, poder e status, no reino de Deus ocorre totalmente o contrário.

Quando Cristo veio ao mundo para exercer o Seu ministério terreno Ele não escolheu os sumos sacerdotes da religião judaica, nem os poderosos romanos pra que os Seus ensinos fossem propagados; Ele escolheu homens comuns, cujos corações estavam contritos e que esperavam o reino de Deus.

O mesmo ocorre em nossos dias: Deus não chama aqueles que se veem donos de toda razão e que desejam satisfazer os seus próprios desejos carnais e cobiçosos. O Senhor não olha para a posição social, nem para a intelectualidade dos homens para que possa escolhê-los. Ele age no coração de quem Ele quer e chama aqueles que não são para que sejam grandes instrumentos em Suas mãos.

Que sejamos homens e mulheres humildes e dispostos a realizar a vontade de Deus em Cristo Jesus. Que não nos percamos nos nossos orgulhos, na nossa formação acadêmica ou na posse que temos, nem mesmo no reconhecimento social que obtivemos pela graça do Senhor. Que nos gloriemos, de fato, no Senhor. Que Ele, e somente Ele seja louvado e glorificado em nossas vidas.

Amém! Amém! Amém!