1 Co 12.12-31_A Natureza da Igreja e as Implicações para os Dons
1 Coríntios: Maturidade Cristã • Sermon • Submitted • Presented
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· 91 viewsA Natureza da Igreja é descrita para ilustrar o uso adequado dos dons.
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Introdução
Introdução
A Cidade de corinto era uma cidade conhecida pela carnalidade, sexualidade, filosofia pagã e arrogância. A igreja vinha absorvendo essas características e confundiu a mensagem do evangelho com a filosofia humana, especialmente após o impacto de um excelente orador como Apolo. De modo que a igreja ficou dividida entre os líderes de acordo com suas preferencias pessoais.
O propósito da Carta é Desenvolver a Maturidade da Igreja de Corinto.
Desenvolvimento
Desenvolvimento
Paulo incia a argumentação de que a Maturidade Espiritual é Expressa Pela Unidade [1.10-4.21].
Agora nesse segundo bloco ele dá Sequencia demonstrando como A Maturidade Espiritual é Expressa pela Unidade na Santidade e Testemunho [5.1-6.20].
Após falar a respeito da Unidade e Pureza da Igreja que revelam a maturidade, entramos em um grande bloco da argumentação de Paulo que é bem difícil de definir logicamente, visto que provavelmente foram questionamentos da igreja de corinto que demonstra que A Maturidade Espiritual não Busca o Bem-Estar Individual, mas Comum [7.1-14-40]
Iniciando com Orientações a Respeito do Casamento que Demonstram a Maturidade Espiritual [7.1-40] em seguida lida com a Unidade da Igreja e a liberdade ou os direitos [8-11] e inicia com a superioridade da Unidade em relação aos direitos, conhecimento e liberdade [8.1-13] e então Demonstra em seu Ministério os Direitos Cedidos em prol da Igreja e do Reino [9.1-27] e encerra esse bloco da unidade ao colocar o outro acima dos seus direito demonstrando que a Liberdade do Cristão não Produz Comunhão com os Demônios [10.1-11.1]
Paulo inicia agora um novo bloco do Capítulo 11 ao 14 em que lida com o culto público demonstrando que a Maturidade no Culto Público não é expressa pela autopromoção, mas submissão a tradição apostólica revelada [11.2-14.40]
Paulo nesse bloco vai lidar com o papel das mulheres em público e sua relação hierárquica que nada tem relação com valor ou dignidade, A ceia do SENHOR, Os dons Espirituais e as relações na igreja.
Assim Paulo começa Argumentando que a Maturidade Espiritual é expressa no culto publico por meio dos papeis dados por Deus e Submissão [11.2-16] em seguida demonstra que A Maturidade Espiritual é Expressa na Ceia por meio do Amor, Unidade e Temor [11.17-33].
Ainda falando a respeito do culto público ele inicia um bloco que destaca o papel da igreja como organismo vivo e o uso dos dos para a edificação do corpo e não ganhos pessoais [12-14]. Inicia esse bloco demonstrando que a Maturidade Espiritual é expressa no culto público por meio do conhecimento e uso adequado dos dons espirituais [12.1-11] em seguida ilustra o uso adequado dos dons ao descrever A Natureza da Igreja e os Dons [12.12-31]
Contexto
Contexto
Os Corintios eram extremamente arrogantes como temos visto sistematicamente, de modo que além de deturparem a Ceia do SENHOR ainda usavam dons ou manifestações espirituais como meio de criar divisões ou destaque no ambiente eclesiástico. É Provável que o mesmo grupo que dividia por conta de filosofias, orgulho, imoralidade, processos civis para ganhar vantagem, idolatria e Ceia do SENHOR usavam o exercício de dons, especialmente o de línguas para serem admirados e ganharem evidência. Bem provável que esse grupo seja de pessoas respeitadas no meio da comunidade, pois tinham condições de excluir outros grupos distintos.
As divisões e rivalidades no meio dessa igreja eram muitas: Líderes, filosofias, homens e mulheres no culto com uso do véu, ricos e pobres e agora até mesmo a posse de determinados dons espirituais.
Assim era necessário que Paulo evidenciasse a consciência de corpo e comunidade, afinal todos os crentes tinham recebido capacitações específicas que visavam a edificação do corpo e a unidade, pois tinham sua origem no mesmo espírito. Assim ao invés de cultivar a divisão precisavam cultivar a unidade por meio de relacionamentos profundos, amorosos e responsáveis destacando a unidade e diversidade do corpo por meio do Espírito.
Paulo demonstra no Bloco de 12-14 que o amor é o principal elemento da fé cristã e não suas manifestações elemento que vem sendo desenvolvido em toda a carta (Abrir mão de direitos ou a espera de todos na ceia por exemplo) e agora de modo mais específico nas reuniões o amor deveria ser mais evidente do que as manifestações em especial aquelas que demonstravam a arrogância e as divisões.
Este é um capítulo fundamental para a doutrina da igreja. Ele nos ensina a riqueza da diversidade na unidade, a importância de cada membro, a inclusividade do Corpo de Cristo.
Ribeiro, Olavo. 1 Coríntios: Comentário Exegético (p. 422). Edição do Kindle.
Esse capítulo estabelece as bases sobre os dons e a igreja que junto com o capítulo 13 a respeito do Amor vão combater os excessos que ficam mais claros no capítulo 14.
A segunda parte do capítulo 12 ilustra por meio da natureza da igreja como deve ser o uso adequado dos dons desenvolvidos na primeira parte.
O Corpo de Cristo é Largo e Profundo [12.12-13]
O Corpo de Cristo é Largo e Profundo [12.12-13]
Paulo inicia esse trecho destacando que a semelhança do corpo humano o corpo de Cristo tem muitos membros, mas o corpo é apernas um. E a base dessa realidade é que todos fomos batizados por um único espírito, argumento que conecta com o texto anterior em que o único espírito dá dons. De modo que Paulo usa a natureza do corpo para demonstrar os efeitos adequados dos dons utilizados de modo correto.
O Corpo é um só porque todos fomos batizados no mesmo único espírito que capacita o crente e as manifestações espirituais.
A expressão batizados em, por ou com o espírito (Locativo ou Instrumental), dependendo da opção de tradução, em grego as três possibilidades são viáveis, não fala de uma “segunda benção” ou uma manifestação especial do espírito para crentes maduros ou especiais, pelo contrário é destacado no texto que todo cristão foi batizado por esse espírito e por isso faz parte do corpo de Cristo, essa é a base do argumento de Paulo e o aspecto principal que Paulo tenta corrigir os coríntios em sua arrogância e partidarismo.
A consequência de todos serem batizados no espírito é que o corpo é diverso, unido e conectado profundamente, por isso largo (diversidade) e profundo (conexão) de modo que não há mais distinção de cultura ou etnia (Judeus e gregos) e nem condição social (escravo ou livre) e que todos receberam do mesmo espírito e por isso devem ser tratados e respeitados de igual modo no meio da igreja, em especial no culto público, ao observarmos o contexto [1 Co 12-14]
A ideia de corpo, tema central desse trecho, não é novidade aos coríntios, já foi usada anteriormente na carta e era comum na filosofia grega ao tratar de organização de agrupamentos humanos, sociedade e hierarquia. A novidade é usar corpo de Cristo como uma referencia a igreja. De modo que há uma identificação profunda entre a Igreja e Cristo, assim o desprezo pela unidade e diversidade da igreja é o desprezo por Cristo um não pode ser independente do outro.
Vale o destaque que a Igreja é o corpo de Cristo e não de Cristãos de modo que alguns teólogos enxergam uma união ontológica nesse texto, a igreja como comunidade revelando corpo ressurreto de Cristo, de certa forma parece exagero. Aqui Paulo destaca uma unidade espiritual um agrupamento unido profundamente em Cristo apesar de suas diferenças que não eram poucas.
Paulo destaca que as casas distintas de corinto que formavam a igreja não tinham todos os dons e juntos formavam o corpo de Cristo. Ao mesmo tempo que nenhuma igreja tinha todos os dons, cada igreja tem todos os dons que ela necessita segundo os propósitos de Deus.
Parece que mesmo uma igreja por maior que seja em um país não forma o corpo de Cristo completo e as diferentes igrejas com dons e ênfases diferentes de acordo com a soberania de Deus formam o corpo espiritual de Cristo e precisamos apreciar essa diversidade e viver em unidade consciente daquilo que nos une e reconhecer o papel que as diferentes enfases, igrejas e denominações tem na formação do corpo espiritual de Cristo e como podem contribuir e se desenvolver de forma interdependente.
No Corpo de Cristo todo Membro é Fundamental [12.14-20]
No Corpo de Cristo todo Membro é Fundamental [12.14-20]
Após estabelecer a base do argumento Paulo desenvolve demonstrando que no corpo de Cristo não há grau de importância ou membros excluídos e que diferente da expectativa dos coríntios as capacidades mais evidentes não eram motivos de divisão porque todo membro do corpo é fundamental e deve ser tratado de forma especial, alias ao contrário é aos membros mais fracos que devem ter maior atenção e não os mais capacitados ou destacados como os coríntios esperavam.
Assim ele inicia o argumento comparando o corpo humano com suas diferentes capacidades (dons) com o corpo de Cristo para demonstrar o absurdo do que acontecia entre os coríntios. E demonstra que toda a parte do corpo pertence ao corpo e não apenas algumas que se destacam, o faz ao falar do absurdo do pé não se sentir parte do corpo porque não é a mão ou o ouvido por não ser o olho e ainda complementa o que seria do corpo se fosse formado por um membro com uma capacidade específica e destaca como esse corpo seria limitado e ineficaz porque lhe faltaria capacidades diferentes que são necessárias ao corpo e encerra esse trecho demonstrando que há muitos membros e capacidades distintas mas o corpo é um só, essa é a essência do organismo chamado igreja, corpo de Cristo.
Devemos destacar que Deus é quem dispõe ou organiza cada membro do corpo em paralelo com o Espírito em relação aos dons quem capacita a igreja é o próprio Deus trino.
No Corpo de Cristo os Membros “…aparentemente mais fracos” são Fundamentais e Merecem Honra [12.21-26]
No Corpo de Cristo os Membros “…aparentemente mais fracos” são Fundamentais e Merecem Honra [12.21-26]
Em segui lida com um tema delicado aos coríntios que promoviam divisão com base na honra ou capacidades específicas que eles admiravam de algum modo. demonstra que nenhum membro pode dizer ao outro que não é necessário por “aparentemente mais fraco” que possa parecer. O fraco nesse caso pode ser uma condição social, influencia ou “espiritual” na perspectiva dos corintios sem manifestar capacidades extraordinárias.
Olho não pode excluir a mão e nem a cabeça o pé, afinal os membros que parecem ser mais fracos são indispensáveis ao corpo e aqueles que pensamos ser menos nobres devem ser tratados de modo especial. Paulo aqui inverte a ordem da expectativa dos coríntios como temos visto em toda a carta (divisão por questões intelectuais, sociais, culturais e econômicas) e destaca que os membros que aparentemente são os menos significativos estes são essenciais ao corpo e merecem maior atenção e honra, aqueles que para nós são os menos honrosos merecem maior honra.
Isso deve acontecer porque os que para nós são os mais honrados não devem ser tratados de forma especial, mas aqueles que para nós não tem honra devem, aqui Paulo está invertendo toda a ordem e expectativa não apenas dos coríntios, mas da cultura greco-romana que excluía os “sem relevância” e destacava a elite. Ecoando capítulos 8-11 onde os fortes servem os fracos para o benefício do corpo na questão do escândalo e da ceia do SENHOR. Sempre uma relativização porque para o SENHOR o forte e fraco desse mundo nada significam (1Co 1.26-29).
26 Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. 27 Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. 28 Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é, 29 a fim de que ninguém se vanglorie diante dele.
Em seguida explica a lógica de Deus ao honrar os membros que não tinham honra e não horar os que tinham, Deus no Corpo de Cristo a igreja, honra os que não tem e não honra os que naturalmente tem para que não haja divisão no corpo e todos os membros sejam horados e cuidados independente da sua condição ou posição.
Usa a imagem de que is membros sem decoro são cobertos com mais roupas diferentes dos membros decorosos que não são cobertos e aplica essa lógica a igreja para que haja igualdade e cuidado.
Isso é extremamente importante porque quando qualquer membro sofre todo o corpo sofre e quando um membro é honrado todos se alegram. Assim mesmo que individualmente não estivessem percebendo havia muito sofrimento no corpo e pouca honra, ao honrar os improváveis e não honrar os que já tinham esse “jogo” era equilibrado e todo o corpo parava de sofrer e se alegraria ao avançar na Unidade em meio a Diversidade.
Ainda que possamos aplicar a qualquer sofrimento do corpo, parece pelo contexto que quando um membro não exerce seus dons e singularidade o corpo sofre pela ausência dessa habilidade e quando ele a usa o corpo se alegra pela execução da habilidade que edifica o corpo, enfatizando os membros que eram considerados mais fracos e precisavam usar seus dons para a edificação do corpo.
No Corpo de Cristo Todos os Membros tem Dons Distintos e Relevância [12.27-31]
No Corpo de Cristo Todos os Membros tem Dons Distintos e Relevância [12.27-31]
Paulo conclui essa primeira parte falando dos dons espirituais e corpo de Cristo juntando as duas partes do capítulo 12. Destaca que individualmente todo membro é fundamental e membro do corpo de Cristo e descreve como na igreja ninguém tem todos os dons espirituais, cada membro tem um dom especifico que contribui com o corpo. Em seguida descreve os dons novamente em uma ordem intencional e enumera os de maior destaque, que talvez esteja lidando com ofícios de acordo com alguns comentaristas.
A ordem dos dons nesse trecho é relevante os apóstolos, fundamento da igreja tem primazia, autoridade que hoje está nas escrituras, o ensino dos apóstolos, em seguida os profetas que traziam a palavra de Deus a igreja, em seguida os mestres que expunham os ensinos de Cristo e do AT. Esses primeiros itens são essenciais a igreja e os principais o restante é uma descrição mais em bloco, ainda vale nota que línguas e interpretação tão valorizados pelos coríntios seguem ao final da lista de modo intencional.
Finaliza o texto desafiando os coríntios a buscarem os melhores dons, item que ele vai lidar no capítulo 14, a perspectiva do melhor dom não é o mais fantástico ou sobrenatural, mas o que mais edifica a igreja é digno de nota que antes de explicar quais são esses melhores dons que devem ser buscados ele faz um parenteses falando a respeito do amor que é o caminho mais excelente até mesmo que as manifestações descritas anteriormente.
Aqui há um problema de crítica textual as duas leituras possíveis são:?
busquem com dedicação os melhores dons
Vocês tem buscado com dedicação os melhores dons
A luz do contexto a primeira leitura parece ser a mais razoável e foi a que a NVI optou com base na maioria dos manuscritos e não dos mais antigos.
Por que buscar um dom, ainda que excelente se o Espírito é soberano, ao que parece o dom de profecia, revelação de Deus para a edificação da igreja está disponível a toda igreja diferente de ser mestre ou apóstolo. [1Co 14.31]
31 Pois vocês todos podem profetizar, cada um por sua vez, de forma que todos sejam instruídos e encorajados.
Paulo vai evidenciar que o dom de profecia é superior ao de línguas que era tão valorizado por edificar a igreja.
No fluxo do argumento fica evidente que Paulo não deseja que todos sejam profetas, mas que os coríntios busquem os dons que mais edificam a igreja e não o de línguas que não eram compreendidos.
Princípios Eternos
Princípios Eternos
A Igreja é o Corpo de Cristo
Corpo tem muitos membros com capacidade distintas que são essenciais
Os membros “mais fracos” merecem honra para igualar a honra e cuidado com todos os membros
Igreja deve ser amplamente diversa e profundamente unida
Ninguém tem todos os dons e ninguém não tem nenhum dom no corpo de Cristo
Todo Membro com seu dom seja ele qual for é fundamental ao corpo e deve ser honrado para que não haja divisões no corpo
Devemos buscar os dons que edificam a igreja
A Igreja é Diversa, Unida e Interdependente por Meio do Espírito que Capacita cada Membro que é Único e Deve ser Honrado e Cuidado
A Igreja é Diversa, Unida e Interdependente por Meio do Espírito que Capacita cada Membro que é Único e Deve ser Honrado e Cuidado
Desafios
Desafios
Honrar e Cuidar de modo especial os membros mais fracos do corpo
Ore para que Deus revele o papel de cada membro no corpo para a edificação da igreja