Eu vim para que tenham vida

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Introdução

Vivemos dias de abundância de recursos a respeito da fé em Jesus. Temos à nossa disposição estudos, mensagens, aulas, pregações, músicas, livros, conferências, seminários, encontros, etc. Toda sorte de ferramenta que se possa imaginar está cada vez mais acessível, sobretudo através da internet. Estamos encharcados de evangelho.
No entanto, nem tudo que inunda os meios de comunicação e a fala das pessoas que se dizem crentes é realmente a autêntica mensagem de Cristo. Sobre isso o apóstolo Paulo já alertava a igreja sobre os que pregavam um “outro evangelho”.
Isso significa que desde os primeiros dias da igreja somos ensinados pelo Espírito de Deus que não devemos aceitar qualquer mensagem que fale de Deus ou de Jesus. É preciso conferir sua autenticidade.
Na reflexão de hoje vamos voltar às Escrituras e conferir de que se trata o autêntico evangelho de Jesus apresentado nas páginas dos evangelhos.
Claro que não é possível esgotar o assunto numa pregação, de maneira que hoje vou compartilhar com os irmãos umas reflexões sob o tem “Eu vim para que tenham vida”. O texto que vamos ler está em
John 10:10 NVI
10 O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.

O ladrão e o bom pastor

Eu vim para que tenham vida! Essa fala de Jesus é muito conhecida dos leitores dos evangelhos, mas se popularizou depois de ser usada pela CNBB em uma das Campanhas da Fraternidade, lançadas anualmente por aquela entidade no período chamado de quaresma.
O contexto em que Jesus nos faz essa maravilhosa revelação é uma conversa sobre ovelhas, apriscos, ladrões, pastores, etc. Cuidar de um rebanho de ovelhas era uma atividade profissional bem comum nos dias de Jesus. Por isso ele a usou como exemplo. Jesus fazia isso com frequência: usava as coisas comuns do dia-a-dia para ensinar verdades e princípios eternos.
Existe um contraponto importante aqui: de um lado Jesus nos apresenta o ladrão: ele não tem qualquer apreço pelo rebanho. O bem-estar das ovelhas não faz parte dos seus interesses. Ele está disposto a roubar, matar e destruir, porque seu objetivo é tirar proveito da situação. Ele está pronto para sacrificar a vida do rebanho em prol de si mesmo.
Do outro lado da comparação está o próprio Jesus. Ele é a porta do aprisco, por onde as ovelhas passam (à noite para encontrar lugar de descanso; durante o dia para encontrar pastagens e água). Ele está pronto para entregar a própria vida a fim de preservar a integridade do rebanho. Ele é o bom pastor que entrega a própria vida para que suas ovelhas vivam vidas fartas, plenas de tudo o que é necessário.
Então, o ladrão furta, destrói e mata, mas Jesus oferece às suas ovelhas uma vida plena, abundante mesmo. Quero me concentrar hoje à noite em como o Senhor faz isso.
Eu sei que algumas pessoas compreendem que vida abundante é aquele em que temos tudo aquilo que desejamos. Mas eu entendo que esse não é o conceito do Evangelho. Quando leio os ensinos de Jesus, entendo que essa vida abundante está relacionada mais àquilo que Jesus faz em nós do que a algo que ele nos dá.
O texto afirma que o ladrão rouba, destrói, e mata. Mas as Escrituras também afirmam que Jesus veio destruir as obras do diabo (1João 3.8). Por isso penso que quando texto diz que ele nos dá vida, quer dizer que ele (1) restitui o que foi roubado, (2) refaz o que foi destruído e (2) reanima o que fora morto.

Restitui nossa dignidade

A primeira ação de Cristo para nos conceder vida plena é restituir nossa dignidade. A dignidade humana que recebemos de Deus foi corrompida e se tornou menor. Não é demais afirmar que a dignidade de seres criados à imagem e semelhança de Deus, nos foi furtada.
Não somos tudo aquilo que o Deus planejou que seríamos. Não é difícil reconhecer isso. Basta abrir os jornais ou ligar a TV para constatar! A notícias são desanimadoras: assassinatos, roubos, estupros, desrespeito, mentiras, humilhações, xingamentos, pouco caso, intolerância, conivência, coações, arrogância, abusos e outras coisas terríveis como estas nos fazem menos humanos. Mas, se você preferir, pode ler esse trecho da Bíblia:
Romans 3:10–18 VFL
10 Como dizem as Escrituras: “Não há ninguém sem pecado. Ninguém! 11 Não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. 12 Todos se afastaram, todos ficaram sem qualquer valor. Não há ninguém que faça o bem. Ninguém!” 13 “Suas bocas são como túmulos abertos; usam a língua para mentir.” “O que dizem é como veneno de cobras!” 14 “As suas bocas estão cheias de maldições e amargura.” 15 “Estão sempre prontos para matar 16 e para onde quer que vão causam ruína e miséria. 17 Não conhecem o caminho da paz.” 18 “Não tem nenhum respeito por Deus.”
Fomos furtados, irmãos! Sem que nos déssemos conta, nos levaram o respeito pela vida! As pessoas perderam o valor para nós. Somos uma sociedade sempre pronta para matar; e quando não usamos armas brancas ou de fogo, usamos palavras e atitudes.
Fomos furtados, irmãos! Na calada da noite nos levaram embora a disposição de fazer o bem com alegria, de ajudar os que passam por alguma necessidade, de proteger os indefesos, de dizer palavras de encorajamento. Somos uma sociedade em que ser altruísta é perda de tempo.
Mas o Senhor nos quer dar vida plena! E como ele faz isso? Ele muda a disposição da nossa mente por meio da presença do seu Espírito em nós. E exatamente isso que o profeta Ezequiel quis dizer quando escreveu:
Ezekiel 36:26–27 NVI
26 Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. 27 Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis.
De forma gentil, o Espírito tenta restaurar em nós a imagem e a semelhança de Deus, a plenitude da nossa humanidade. Com sussurros e exortações ele nos conduz a valorizar a vida, abençoar as pessoas, defender quem sofre ameaças, lutar pela verdade, encorajar os humilhados, preservar os relacionamentos, promover a paz, respeitar os diferentes e amar a todos.
Sua vida será plena na proporção em que você dá ouvidos à voz do Espírito e permite que sua maneira de encarar a vida seja moldada pelos seus preciosos ensinamentos. Portanto, não faça ouvidos de mercador, quando ele sugerir mudanças em sua vida.

Refaz nossa identidade

A segunda ação de Cristo para nos conceder vida plena, é refazer nossa identidade. Esse é um assunto importante, porque a maneira como nós nos percebemos tem uma influência direta sobre nossa maneira de viver a vida.
O mundo é tão grande e complicado que é muito fácil a gente perder a noção de quem é e se sentir um zé-ninguém. Acordamos pela manhã, saímos para trabalhar, fazemos o que nos pagam pra fazer ou cuidamos dos afazeres domésticos, estudamos, compramos, vendemos, comemos, assistimos TV, dormimos, acordamos no dia seguinte, e lá se vai tudo outra vez. O escritor de Eclesiastes também se perguntou sobre a mesmice da vida:
Ecclesiastes 1:5–8 NVI
5 O sol se levanta e o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta. 6 O vento sopra para o sul e vira para o norte; dá voltas e voltas, seguindo sempre o seu curso. 7 Todos os rios vão para o mar, contudo, o mar nunca se enche; ainda que sempre corram para lá, para lá voltam a correr. 8 Todas as coisas trazem canseira. O homem não é capaz de descrevê-las; os olhos nunca se saciam de ver, nem os ouvidos de ouvir.
Se quando olhamos para a rotina diária, a vida pode parecer sem graça; quando olhamos para a imensidão do mundo e do universo, podemos nos sentir insignificantes. É aí que alguns começam a perguntar: quem de fato eu sou, uma poeirinha nesse universo que por acaso respira? O salmista pensou sobre isso:
Psalm 8:3–4 NVI
3 Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, 4 pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes?
Nossa sociedade tem respostas para essas inquietações da alma. As vozes que surgem são rápidas para oferecer uma solução:
Você é aquilo que veste!
Você é o carro que tem!
Você é o curso que fez!
Você é um acaso que deu certo!
Você é o conhecimento que tem!
Você é a fé que professa!
A verdade sobre quem somos está embaçada e nosso mundo agoniza em meio a uma crise de significado. E muitas igrejas estão do mesmo jeito.
Mas o evangelho autêntico de Jesus tem algo a dizer para quem quiser saber seu papel neste mundo. Quando o Espírito de Deus entra na vida de alguém por meio da rendição a Jesus, Ele nos concede uma nova identidade: somos feitos Filhos de Deus.
Vejam o que diz o apóstolo João:
John 1:11–12 NVI
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 12 Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus,
O apóstolo Paulo detalha essa obra do Espírito e nos ajuda a perceber como podemos confiar nas transformações que o amor de Deus produz em nós.
Romans 8:14–15 VFL
14 Os verdadeiros filhos de Deus são aqueles que se deixam guiar pelo seu Espírito. 15 O Espírito que vocês receberam não é um espírito que os faz escravos e os deixa novamente com medo. Ao contrário, vocês receberam o Espírito que os torna filhos adotivos de Deus e, com esse Espírito, vocês dizem: “Pai, querido Pai”.
Essa é nossa nova identidade, irmãos. Quando nos rendemos a Jesus, o Espírito de Deus encontrou lugar em nossas vidas. Sua primeira obra foi nos fazer filhos, nos adotar na família de Deus. Essa é nossa identidade! Não somos um zé-ninguém e nem um grão de areia no universo, somos filhos amados de Deus! O amor dele por nós foi provado na cruz! Deus se fez gente e entrou na história para que essa nova identidade se tornasse real!
Somos importantes não por aquilo que vestimos, calçamos, compramos, comemos, estudamos, entendemos ou onde moramos. Não nos deixemos enganar! Essas coisas fazem parte da vida, mas não são determinantes para nossa identidade.
A gente é importante de verdade apenas para aqueles que nos amam. E Deus nos ama! É sobre este chão que nossa identidade deve ser construída. O chão do amor de Deus por nós. Amor provado e comprovado na cruz do calvário.
Há muito o que falar sobre essa nova identidade em Cristo Jesus que não cabe da mensagem desta noite, mas devemos sair daqui com a clareza de que a vida abundante que o Senhor prometeu depende de crermos e vivermos conforme essa nova identidade que recebemos por meio do Espírito de Deus.

Despertar para a eternidade

A terceira ação de Cristo para nos conceder vida plena é nos despertar para a eternidade.
De forma geral somos uma geração que não tem expectativas sobre a eternidade. Não ansiamos por ela! Eu acredito que parte da angústia que consome a vida de muitos é a ausência de uma esperança que vá além desta vida.
Fomos ensinados que a vida é aqui. O agora é o que importa, a única coisa que realmente existe. Portanto, o melhor a fazer é usufruir de tudo que a vida possa oferecer, porque o depois é incerto e duvidoso.
Esse modo de pensar também tem encontrado espaço na igreja. Temos nos tornado apressados, imediatistas e pragmáticos; incapazes de esperar o tempo necessário para as mudanças de Deus em nós e em nossos irmãos.
No entanto, quanto mais aumenta a pressão para encontrar satisfação com o aqui e o agora, mais nossa alma se angustia e entristece. Isso tem uma razão: Fomos criados eternos e temos em nós um profundo anseio pela eternidade.
Ecclesiastes 3:11 NVI
11 Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.
A vida aqui é um presente maravilhoso de Deus. Mas a eternidade não cabe nela; tudo aquilo que Deus planejou para nós não cabe nesta vida.
Por mais longa seja a vida de alguém, por mais saudáveis sejam seus dias, por mais realizações ele alcance, por mais prazer ele venha a sentir, por mais alegres sejam os seus dias... ainda não será suficiente.
Por mais numerosos sejam as programações da igreja, por mais abençoados sejam os cultos jovens, por mais instrutivas sejam as EBs, e mais tremendos os retiros e vigílias... ainda não será suficiente.
Porque esta vida não é suficiente para preencher o desejo de eternidade que temos em nossas almas.
O evangelho de Jesus quer nos libertar da tirania do aqui agora e nos fazer ver a eternidade que Deus está preparando para nós. É impossível não lembra as palavras de Jesus ao fazendeiro rico que só pensava em ficar mais rico:
Luke 12:20 VFL
20 Deus, porém, lhe disse: “Tolo! Esta noite a sua alma lhe será tirada. Com quem ficarão todas as coisas que você guardou?”
O evangelho autêntico de Jesus ecoou também nas palavras do Apóstolo Paulo. Através dele somos animados a não permitir que a mentalidade de nossos dias nos aprisione e a olhar para a eternidade com esperança.
1 Corinthians 15:19 NVI
19 Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão.
Onde está nossa esperança, irmãos? Por séculos os cristãos olharam para a eternidade aguardando a vida plena e abundante prometida por Jesus. Eles encontraram conforto em saber que um dia todo o choro será consolado, toda a dor será banida e os anseio de nossas almas encontraram consolo naquele é ele mesmo a plenitude de Deus.
Por isso quero terminar com algumas palavra de Jesus. Ele disse isso ao seus discípulos quando eles estavam tristes e angustiados, achando que o mundo não fazia mais sentido, porque Jesus não estaria fisicamente entre eles.
John 14:1–3 NVI
1 “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. 3 E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver.
É assim que Jesus nos dá vida abundante:
Ele restitui nossa dignidade,
Refaz nossa identidade
E nos desperta para a eternidade
Que ele nos abençoe a todos
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