A INERRÂNCIA DA BÍBLIA (Charles C. Ryrie)
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Alguém pode ser evangélico e negar o conceito total de inerrância? A resposta é “sim”, pois alguns evangélicos fazem isso. Para ser mais específico, evangélico é aquele que acredita no evangelho. Alguém pode ser cristão e não aceitar o conceito de inerrância? Claro, e é inegável que muitos se encaixam nessa situação. Ser cristão é possuir um relacionamento correto com Cristo. Alguém pode crer na Bíblia, mas negar sua inerrância. Não, pois a própria Bíblia ensina sua inerrância.
Quando a inerrância é negada, podemos esperar um sério desvio nas áreas da doutrina e da prática. Algumas questões doutrinárias que podem ser afetadas pela negação da inerrância são:
(1) A negação da histórica queda de Adão.
(2) A negação da veracidade das experiências do profeta Jonas.
(3) Uma explicação racional de alguns milagres, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento.
(4) A negação que Moisés foi o autor do Pentateuco.
(5) A crença que o livro de Isaías teve dois ou mais autores.
(6) Um flerte com a teologia da libertação ou sua adoção, implicando na redefinição de pecado (como algo social e não individual) e de salvação (política e temporal e não espiritual e eterna).
Alguns erros no estilo de vida que podem suceder a negação da inerrância são os seguintes:
(1) Uma visão liberal da seriedade do adultério.
(2) Uma visão liberal da seriedade da homossexualidade.
(3) Uma visão liberal do divórcio e do novo casamento.
(4) Uma reinterpretação “cultural” de alguns dos ensinamentos da Bíblia (por exemplo, em relação à mulher e à obediência civil).
(5) Uma tendência de encarar a Bíblia pela ótica da psicologia moderna.
Agostinho (354-430) afirmou claramente: “as consequências mais desastrosas devem seguir-se à crença de que existe algo falso no livro sagrado. Isso equivale a dizer que os homens por meio dos quais as Escrituras chegaram até nós, encarregados de colocá-las por escrito, registraram algo falso nesses livros. Se nesse sagrado santuário da autoridade admitir-se a possibilidade de haver uma só declaração falsa, não restará uma única sentença desses livros que, parecendo a alguém difícil de praticar ou de nela crer, não possa ser explicada pela mesma regra fatal como uma afirmação na qual o autor, intencionalmente, declarou o que não era verdade”. Epístola, p. 28
Tomás de Aquino (1224-1274): “nenhuma falsidade pode fundamentar o sentido literal das Escrituras”. Suma Teologica I, 1, p. 10 ad3)
Lutero também declarou: “As Escrituras jamais erraram”. Obras de Lutero XV, p. 1481
John Wesley, o fundador do metodismo, escreveu: “Não, se existe qualquer erro na Bíblia, bem poderiam existir mil deles. Se existe uma só falsidade naquele Livro, não proveio do Deus da verdade”. Diários VI, p. 117
A maioria dos debates sobre verdade e erro perdem-se quando se tornam filosóficos e deixam de ser realistas. A maioria das pessoas entende de forma clara e fácil que as aproximações, a linguagem figurada, etc. dizem a verdade. A Bíblia é inerrante por afirmar a verdade, e o faz sem erros em todas as partes e em todas as palavras.
Existe um debate generalizado ao se tratar do relacionamento entre o Autor divino e os humanos das Escrituras. O divino não deve ser tão enfatizado que elimine o aspecto humano, e o humano não pode ser tão humano que permita erros no texto.
Existe uma doutrina ortodoxa a respeito da Pessoa de Cristo e uma doutrina ortodoxa a respeito da Bíblia. Ambas envolvem Deus e o homem e resultam em um produto final isento de pecado.