VIVER PARA DEUS E MORRER PARA O MUNDO. Colossenses 2.20-3.4

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A nossa nova vida em Cristo é a vida de Cristo em nós. ‌

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Grande ideia: A nossa nova vida em Cristo é a vida de Cristo em nós.
Estrutura: o princípio da nova vida: “morrer com Cristo para os rudimentos do mundo” (2.20-3.4) e o dever da nova vida: “buscar e pensar nas coisas lá do alto” (3.1-4).
A epístola aos colossenses exalta de maneira notável a pessoa e a obra do Senhor Jesus Cristo, visto que Ele havia sido tão severamente diminuído pelos hereges em Colossos, que o consideravam apenas um dos muitos agentes num processo bastante complicado de livramento deste mundo perverso. O tom polêmico de uma boa parte da epístola sugere que Paulo pretendia convencer os indecisos e corrigir os instáveis que já tinham aceitado os falsos ensinamentos dos hereges, trazendo assim ambos os grupos a uma atitude de compromisso e lealdade renovados para com Cristo.
Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso, Foco & Desenvolvimento no Novo Testamento, org. Juan Carlos Martinez, 2a Edição revisada e atualizada (São Paulo: Hagnos, 2014), p. 381
Como teorias da conspiração levaram família à morte na Suíça. Os investigadores concluíram que as mortes foram planejadas e executadas pelos adultos da família, sem qualquer intervenção externa.
22/03/2023 13h27 Atualizado há 6 horas Família morreu na cidade suíça de Montreux — Foto: Getty Images via BBC Autoridades da Suíça encerraram nesta quarta-feira (23) a investigação de um caso que chocou o país, em que quatro pessoas de uma mesma família morreram. Os investigadores concluíram que as mortes foram planejadas e executadas pelos adultos da família, sem qualquer intervenção externa. Os quatro integrantes da família morreram em 24 de março do ano passado em Montreux. Uma menina de oito anos, um menino de 15 anos, o pai, a mãe e a irmã gêmea da mãe caíram do apartamento do sétimo andar. Apenas o menino sobreviveu. Ele ficou em coma por um tempo, mas já se recuperou dos ferimentos graves. Ele diz que não se lembra dos eventos daquele dia, segundo os investigadores. As evidências forenses não revelaram sinais de briga antes das mortes, e as autópsias não mostraram vestígios de drogas. Após um ano de investigação, as autoridades suíças agora dizem que a mãe da família e sua irmã estavam fortemente envolvidas em teorias de conspiração. Há dois anos, a família havia se mudado da França para a Suíça. Após as mortes, a polícia encontrou o apartamento cheio de alimentos, remédios e materiais de higiene, cuidadosamente guardados e organizados. A família raramente saía e as crianças eram educadas em casa. As duas mulheres tinham uma profunda desconfiança do governo e das autoridades locais, dizem os investigadores, e criaram as crianças para acreditar que o mundo externo era um lugar hostil. A pandemia da Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia serviram para fortalecer ainda mais essas suas convicções. As buscas no apartamento e a análise dos aparelhos eletrônicos da família revelaram que o suicídio coletivo foi cuidadosamente planejado e até ensaiado. Os adultos aparentemente esperavam, diz o relatório da polícia, o momento certo para partir para o que acreditavam ser um "mundo melhor". O que parece ter desencadeado a decisão foi uma visita da polícia de Montreux para averiguar o bem-estar da família. Policiais passaram na casa da família na mesma manhã do suicídio para pedir ao pai que fosse a uma reunião com as autoridades locais de educação para discutir a educação domiciliar de seu filho, depois que a família deixou de responder a diversas cartas. Eles não deixaram a polícia entrar na casa e se mataram minutos depois. Na terça-feira, as autoridades suíças fizeram um apelo para que se respeite a privacidade do menino que sobreviveu. Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw8d7420l7no
O princípio de “morrer com Cristo”. (2.20-23)
(a) Nesse ponto precisamos levar em consideração que são ecos da porção anterior:
Colossians 2:6–7 NAA
Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças.
Romanos 6.1–2 (NAA)
1 Que diremos, então? Continuaremos no pecado, para que a graça aumente ainda mais? 2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós, que já morremos para ele?
Gálatas 2.19–20 (NAA)
19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
(b) Uma fixação nos chamados “rudimentos do mundo” fazia com que as pessoas fosses incentivadas à uma vida ascética, dai recomendações do tipo: “não toque nisto, não coma disso, não pegue naquilo”.
Gálatas 4.3 (NAA)
3 Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos rudimentos do mundo.
Ralph P. Martin:
A tradução de J. A. T. Robinson (…) consegue captar a construção incomum: “Morrestes com Cristo, saindo do domínio dos elementos do mundo,” o que sugere a morte para uma velha ordem que liberta o sofredor de todas as reivindicações que aquela ordem tinha contra el.
Romanos 7.4 (NAA)
4 Assim, meus irmãos, também vocês morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para que pertençam a outro, a saber, àquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.
(c) A heresia colossense privava os crentes de uma noção correta de “liberdade cristã”, bem aos moldes do que Paulo combateu em todo o seu ministério.
Gálatas 2.1–5 (NAA)
1 Catorze anos depois, fui outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito. 2 Fui em obediência a uma revelação. E lhes apresentei o evangelho que prego entre os gentios — mas fiz isso em particular aos que pareciam de maior influência —, para não correr ou ter corrido em vão. 3 Mas, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi obrigado a submeter-se à circuncisão. 4 E isto surgiu por causa dos falsos irmãos que se haviam infiltrado para espreitar a liberdade que temos em Cristo Jesus e nos reduzir à escravidão. 5 A esses não nos submetemos por um instante sequer, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vocês.
1Timóteo 4.1–3 (NAA)
1 Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, 2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm a consciência cauterizada, 3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos com gratidão pelos que creem e conhecem a verdade.
(d) Interessante que Paulo chama essas regras de “preceitos e doutrinas dos homens”.
Por que tudo isso é importante? Porque a verdade por si é muito importante, e a Igreja hoje está em perigo iminente de vender seu direito de nascença para uma filosofia pós-moderna que acabaria com a ideia de verdade. Não podemos nos render. Devemos estar prontos para submeter nossa mente à verdade das Escrituras e recusar a submissão das Escrituras a qualquer teoria ou especulação que se torne popular no reino da filosofia secular. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo (Colossenses 2:8)." (from "A parábola do filho pródigo" by John MacArthur, Bárbara Coutinho, Leonardo Barroso)
Marcos 7.5–7 (NAA)
5 Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: — Por que os seus discípulos não vivem conforme a tradição dos anciãos, mas comem com as mãos impuras? 6 Jesus respondeu: — Bem profetizou Isaías a respeito de vocês, hipócritas, como está escrito: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos humanos.”
(e) Esse culto não é verdadeiro, tem apenas “aparência de sabedoria” (discurso de um conhecimento privado), e é inventado, manipulado por homens.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 1479 εθελοθρησκεια ethelothreskeia

εθελοθρησκεια ethelothreskeia

de 2309 e 2356; TDNT - 3:155,337; n f

1) adoração voluntária, arbitrária

1a) adoração que alguém prescreve e impõe sobre si mesmo, contrária à essência e natureza da fé que deve ser dirigida a Cristo

1b) dito do zelo mal orientado e prática dos ascéticos

1Coríntios 6.12–13 (NAA)
12 “Todas as coisas me são lícitas”, mas nem todas convêm. “Todas as coisas me são lícitas”, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. 13 Os alimentos são para o estômago, e o estômago existe para os alimentos. Mas Deus destruirá tanto o estômago quanto os alimentos. Porém o corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo.
(f) Paulo rotula essas manifestações de culto como sendo expressões de “falsa humildade e tratamento austero do corpo”, mas sem valor algum naquilo que de fato importa: sacrificar a carne em prol do crescimento espiritual.
Romanos 13.13–14 (NAA)
13 Vivamos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidades e libertinagem, não em discórdias e ciúmes. 14 Mas revistam-se do Senhor Jesus Cristo e não façam nada que venha a satisfazer os desejos da carne.
Epístolas da Prisão O Cristão Não Está Sujeito às Ordenanças Humanas

O apóstolo mostra um pessimismo profundo diante de qualquer esforço humano. Não só a salvação é gratuita, não sus-ceptível a qualquer merecimento em consequência de obras boas, mas a santificação também depende da revelação da vontade de Deus e a operação do Espírito para transformar vidas à imagem de Jesus Cristo. Esta ênfase tão forte na morte e ressurreição com Cristo sustentam o fato de que a verdadeira vida cristã é uma vida totalmente dependente de Deus.

2. O dever de focar nas “coisas lá do alto”. (3.1-4)
(a) Repare o contraste: “já morreram com Cristo” com “foram ressuscitados juntamente com Cristo”.
Colossenses 2.11–12 (NAA)
11 Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas pela remoção do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, 12 tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual vocês também foram ressuscitados por meio da fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.
Romanos 6.9–11 (NAA)
9 Sabemos que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. 10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. 11 Assim também vocês considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.
(b) Essas “coisas lá do alto” são expressivas nesse ponto da carta.
Ralph P. Martin:
Aqui na situação colossense a glorificação de Cristo conclama a Igreja para subir com Ele além do controle dos poderes cósmicos e convida os cristãos a compartilharem com Ele Sua vida de liberdade em Deus, e, visto que os crentes já ressuscitaram com Ele, não há necessidade de buscar acesso aos mistérios divinos ao recorrer ao ritual sem sentido da religião gnosticizante.
(c) Como os crentes em Cristo já morreram para o mundo, a vida de cada um está “oculta juntamente com Cristo”. A vida de Cristo passa a compor nossa vida com todos os desdobramentos disso.
Epístolas da Prisão As Conseqúências da Ressurreição com Cristo

A vida dos santos é a vida de Cristo outorgada pelo Espírito que habita o seu corpo (1 Co 12.13). Esta vida, que vivemos pela fé (Gl 2.20), não atrai muito a atenção dos pagãos, que se impressionariam muito mais com milagres estupendos e demonstrações dramáticas. A vida de Cristo na sua igreja é, na maioria dos casos, sóbria, tranquila, moderada (Fp 4.5). O fruto do Espírito deve ser esperado mais do que as maravilhas espetaculares da sua operação.

1Pedro 1.3–5 (NAA)
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4 para uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para vocês, 5 que são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para ser revelada no último tempo.
(d) Interessante o termo usado por Paulo: “manifestar e manifestados”.
1João 3.2 (NAA)
2 Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.
Filipenses 3.20–21 (NAA)
20 Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21 o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.
3. Outras aplicações:
(a) Vida cristã é morrer a cada dia, para viver melhor a cada dia. Não podemos dar folga ao nosso “ego”, ele é facilmente inflado.
Filipenses 3.18–19 (NAA)
18 Pois muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu lhes dizia e agora digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. 19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está naquilo de que deviam se envergonhar, visto que só pensam nas coisas terrenas.
(b) Precisamos orar: “Senhor, mantenha os meus olhos na eternidade”. Se não focarmos o que realmente importa, vamos nos distrair com o que menos importa.
Mateus 6.19–21 (NAA)
19 — Não acumulem tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam. 21 Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.
Ilustr.:
https://www.christianitytoday.com/ct/2022/march-web-only/pascoa-ressurreicao-semana-santa-newman-lewis-pt.html
Em um sermão intitulado “Cultivando o jejum e a celebração”, Newman começa fazendo uma comparação entre o Natal e a Páscoa. No Natal, diz ele, nos regozijamos com a “alegria natural e inconfundível das crianças”. A alegria da Páscoa, porém, não é igual. É uma alegria experimentada como “um último sentimento, não como o primeiro”. Ela nasce da tribulação, como Paulo escreve em Romanos 5; ela emerge da colheita (Is 9.3), e vem depois (e por meio) da Quaresma e da Sexta-feira Santa.
Em outras palavras, se viver a Quaresma nos ensina um pouco que seja sobre como Cristo suporta o sofrimento do mundo, então, nosso entusiasmo com a Páscoa deve ser diferente de nossa resposta à chegada de Deus como um bebê, no Natal. Deve ser um sentimento mais comedido, mais maduro e mais desgastado. A alegria da Páscoa não é a alegria das crianças, diz Newman, mas sim a dos convalescentes, que receberam a promessa de cura e estão começando a ficar bem, mas ainda recuperando as forças, depois de viver um período, na quaresma, de confronto com nossa fraqueza e de tristeza por nosso pecado.
A imagem que Newman apresenta dos cristãos como convalescentes traz à mente a história de uma cura no final da obra de C. S. Lewis, O sobrinho do mago. No ponto culminante do livro, Diggory, o jovem herói, observa Aslan plantar uma maçã mágica no solo recém-criado de Nárnia. Uma árvore imediatamente cresce, brotando do solo. Em Nárnia, as maçãs têm imenso poder de cura e fortalecimento. Aslan, então, dá a Diggory uma fruta da árvore e o envia de volta ao nosso mundo, para ajudar a curar sua mãe que estava doente.
Quando dá a maçã mágica para a mãe, Diggory não vê uma recuperação imediata. Em nosso mundo, cheio do vigor da redenção, não da criação, a cura dela é lenta e gradual. Diggory primeiro percebe que o rosto da mãe está um pouco diferente. Então, uma semana depois, ela consegue se sentar. Finalmente, um mês depois, ela está bem o suficiente para se sentar no jardim com o filho. Em meio a esse processo, Diggory luta para acreditar que a cura está realmente acontecendo. Mas “quando ele se lembra do rosto de Aslan, ele [realmente] tem esperança”.
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