1Coríntios 11.2-16
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· 18 viewsO apóstolo exorta a igreja quanto ao ordem no culto público, expondo a necessidade de que verdadeiramente confessem diante do Senhor sua submissão a ele, atendendo à ordem da criação e a relação de autoridade por ele estabelecida entre marido e mulher, tendo isso impacto direto na adoração comunitária.
Notes
Transcript
"[....] Aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos" (1Co 1.2).
Pr. Paulo U. Rodrigues
Introdução
Prosseguindo em sua "carta-resposta" aos cristãos em Corinto, Paulo anexa uma nova seção ao seu texto, tratando de outro ponto de dúvida da igreja, manifesto pelos irmãos da casa de Cloe. A seção inicia-se com uma expressão de louvor da parte do apóstolo, por ter ele sabido que, pelo menos em alguns aspectos de sua vida, a comunidade cristã de Corinto lembrava-se das tradições (gr. "παράδοσις") que recebera dele (v.2).
A temática básica de todo o capítulo 11, estendendo-se aos capítulos 12 à 14, em que trata dos dons espirituais, é a prática ou administração do culto público, sob a ótica de alguns princípios que aparentemente precisavam ser reforçados naquela igreja, como é o caso da ordem na relação esposo-esposa e seu impacto no exercício da adoração.
O aspecto cultural que é usado por Paulo como demonstrativo do princípio de autoridade no lar e ordem na igreja é o uso do véu; uma prática muito popular no contexto da época, inclusive na igreja, e que agora serve aos propósitos exortativos do apóstolo.
Preocupado em fazer com que aquela comunidade vislumbrasse mediante tal princípio, a grandeza de sua relação de serviço junto a Cristo, por meio da boa administração do casamento e suas implicações para a saúde do culto público na igreja, Paulo tece a presente exortação, tendo como base temática da ordem do lar e seu impacto na vida devocional da igreja.
Elucidação
Segundo proposto introdutoriamente, Paulo inicia essa seção de sua carta fazendo menção às tradições que comunicara à igreja de Corinto, elogiando aquela comunidade por terem se mantido fiéis (pelo menos a isso) ao que fora ensinado. Levando em consideração expressões semelhantes, ou que possuem a mesma carga semântica, como é o caso do início do versículo 23: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei", o interesse de Paulo é rememorar ou enfatizar para os cristãos coríntios o padrão doutrinário que circunscreve a igreja de Cristo, não somente naquela cidade, mas em todo lugar onde se invoca o nome do Senhor (cf. 1.3).
Esse aspecto mais abrangente das tradições (gr. "παράδοσις"), aponta para o ideal de ordem que deveria ser encontrado (e de fato era o que acontecia em Corinto, embora necessitasse de algumas correções) no meio de todos aqueles que se submetiam a Cristo Jesus como seu senhor e salvador. Esse caráter de submissão é expresso a partir do versículo 3, quando o apóstolo exprime:
Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.
Há um evidente objetivo por parte do apóstolo Paulo de fazer com que cada crente naquela cidade veja-se ligado (e portanto submisso) à relação hierárquica que mencionou: Deus é o cabeça de Cristo, no que concerne àquela submissão voluntária através da qual o Senhor submeteu-se ao desígnio do Pai, vindo a esse mundo como o Filho bendito que executou a obra redentiva. Tendo isso feito, o seu senhorio foi publicado sobre tudo, referenciado no texto pelo fato de ser ele "o cabeça de todo homem". Por sua vez, segundo será reforçado posteriormente, à luz da ordem da criação, essa relação de autoridade por meio da qual Cristo reina sobre tudo, é expressa mediante o estabelecimento do esposo ou marido como cabeça de sua esposa.
Paulo chama atenção dos membros da igreja de Corinto para o fato de que há uma ordenação existente, por meio da qual uma relação de autoridade é comunicada. Essa dinâmica ordenativa ou autoritativa, redunda novamente na expressão do senhorio de Cristo sobre a igreja, quando esta se ajunta para o momento do culto público. Qualquer alteração na última parte do esquema de autoridade citado, ou seja, na relação do marido como cabeça da esposa, altera os estágios anteriores da relação, causando uma desordem no exercício devocional prestado pelos cristãos ao Senhor, pensamento que o autor introduz a partir do versículo 4: "Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra sua própria cabeça".
Tal como introduzido, aqui o apóstolo se vale do aspecto cultural do uso do véu em Corinto para demonstrar o que tem ensinado. O véu ou lenço que envolvia a cabeça, era uma indumentária geralmente usada por mulheres casadas, a fim de simbolizarem sua relação conjugal, principalmente porque, segundo a compreensão de alguns naquele contexto, uma mulher que não usasse a cobertura na cabeça, estaria "despertando o desejo sexual masculino" (KEENER, 2017, p. 575).
Paulo, a partir do versículo 4, descreve uma situação que traria vergonha à um homem: se o uso do véu apontava para a relação de respeito de uma mulher para com seu marido, um homem, ao usá-lo, estaria demonstrando submissão a quem? se ele é o cabeça do lar, haveria sobre ele algum outro cabeça? Cristo era o cabeça do homem, mas sua autoridade sobre o marido não era representada pelo véu, e sim pela boa ordenação de seu lar, o que inclui o respeito de sua mulher. Logo, todo homem que ora ou profetiza, isto é, apresenta-se para o culto público tendo a cabeça coberta, envergonha a si mesmo, pois sugere que ele não é o cabeça de sua mulher e de seu lar, mas estaria debaixo da autoridade de outrem.
A situação inversa é analisada no versículo 5, em que uma mulher compareceria ao culto público com a cabeça descoberta:
Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada.
Se o demonstrativo de autoridade e submissão da mulher era o uso do véu, estar no culto público com a cabeça descoberta indicaria rebelião (ou no mínimo desrespeito) da mulher para com o seu marido, o que seria algo vergonhoso para ela (também), isso referido a partir da ideia que o apóstolo ilustra: agindo assim, é como se ela estivesse com a cabeça raspada, o que era uma grande vergonha para as mulheres naquele contexto.
Se tal mulher estava disposta a trazer sobre si o vexame de comparecer à reunião solene demonstrando a todos sua insubmissão para com seu marido, por que não raspar logo a cabeça? como sugere o apóstolo em seguida: "Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo" (v.6).
Como dito anteriormente, era uma grande vergonha para uma mulher raspar sua cabeça, pois perderia aquilo que, do ponto de vista estético, lhe conferia feminilidade, e assim, nenhuma mulher em sã consciência traria sobre si tal vergonha. Entretanto, o apóstolo se vale do argumento reductio ad absurdum, a fim de levar as mulheres cristãs em Corinto a verem quão grande vergonha já estavam passando ao comparecerem às reuniões solenes com a cabeça descoberta, pois o que estava sendo sugerido é que elas não submetiam-se a seus maridos, o que por sua vez, entre cristãos, deveria ser um sinal de grande constrangimento, pois configurava um profundo desrespeito para com a relação de autoridade que ela deveria expressar para com o próprio Cristo, cabeça de seu marido, a quem também estava pessoalmente ligada pela fé.
"Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu", continua o apóstolo. Se uma mulher chega a mesma conclusão acima demonstrada, deveria então usar o véu, indicando que respeitava o marido como seu cabeça, retirando de sobre si a vergonha de ser vista como desrespeitosa ou insubmissa.
Do versículo 7 ao 9, o autor fundamenta sua exortação. Se nesse ponto alguém questionasse a base de tal ensino, deveria ver, em primeiro lugar, na dinâmica da honra devida a Deus, o lastro desse aspecto da tradição cristã, e em segundo, na própria ordem da criação, como segue:
Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem. Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem.
O homem, tendo sido criado primeiro, expõe diante de toda a criação a glória de Deus. Ao referir-se ao homem como sendo ele "imagem e glória de Deus", usando o termo imagem, Paulo remete a atenção dos Coríntios ao texto e ao contexto de Gênesis 1.26. Não está sendo dito (nem naquele texto, nem neste) que a mulher não tem essa imagem como parte constituinte de sua natureza, pois isso seria afirmar que a mulher é outro ser, e não a ajudadora correspondente dada pelo próprio Deus ao homem, conforme descreveu o Adão (cf. Gn 2.18-23). O que Paulo alude é que em termos publicadores ou de visibilidade, dentro do contexto de relação de autoridade, segundo ele tem apresentado nessa seção da carta, o homem é o responsável por declarar sobre toda a criação a glória de Deus, obedecendo e servindo ao SENHOR, assim como a mulher foi dada ao homem como glória dele, sendo responsável por enaltecê-lo, mediante o respeito e submissão.
A "glória", nesse caso, vem para seu objeto (Deus ou o homem) a partir da submissão daquele que a deve transmitir, no caso, o homem à Deus, e a mulher, mediante o uso do véu, a seu marido. Tudo isso é também ligado a ordem da criação: o homem não foi criador a partir da mulher, mas a mulher, do homem (v. 8), e além disso, Deus cria a mulher tendo em vista suprir o homem da necessidade de uma ajudadora; esta então é criada por causa dele, e não ele por causa dela.
Toda a dinâmica criacional é trazida à baila da discussão por Paulo, a fim de que a vergonha da subversão a esta ordem se torne anda mais vexatória. Paulo não está preocupado com a adequação da igreja ao aspecto cultural em si; está na verdade ressaltando para a igreja a importância de uma relação saudável entre marido e mulher, porque dessa relação depende também a ordem no culto público. Como o povo de Deus pode reunir-se para declarar sua fé no Senhor atendendo ao chamado para adorá-lo, se os lares estão desordenados, e a própria ordem da criação está sendo violada? como alguém pode dizer que se submete a Cristo, violando a ordenação estabelecida por ele para o funcionamento de sua criação, e consequentemente, para o louvor de sua glória?
Reforçando isso, Paulo evoca até mesmo os anjos como testemunhas da possível vergonha que muitos estavam passando naquela comunidade, ao comparecem à assembleia solene ultrajando o Senhor Jesus, através da violação a esse princípio: "Portanto, deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade".
No momento do culto, a igreja une-se ao coro angélico na adoração ao Senhor, Deus Triuno. Os anjos estão diante do Criador em perfeita ordem, demonstrando toda sua subserviência a Deus. Porém, estão também sendo testemunhas da adoração prestada pela igreja aqui na terra, o que consequentemente os faria contemplar a desordem que ocorria num culto em que as mulheres demonstrassem desrespeito para com seus maridos, descobrindo a cabeça; erro no qual seus maridos também incorreriam, se eles usassem véu, como argumentado anteriormente.
Após esse ponto de sua exortação, Paulo preocupa-se em rechaçar qualquer tipo de "hierarquismo ontológico" entre homem e mulher, isto é, o apóstolo, nos versículo 11 e 12, deixa claro que essa relação de autoridade exigida por Cristo em sua igreja, especialmente no momento do culto, não reflete algum tipo de diferença natural que estabelece os homens como superiores às mulheres, pelo contrário, para além da execução de seus papéis (líder e auxiliadora), o homem e a mulher são exatamente iguais diante de Deus, isso representado pela relação de interdependência criada pelo próprio SENHOR:
No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus.
A conclusão da exortação apostólica é tecida mediante um questionamento retórico que apela tanto para rememoração de tudo o que foi dito, quanto para a observação da natureza:
Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu? Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido?
Paulo usa a auto-proclamação dos coríntios quanto a sua "sabedoria" (cf. 1.18-25,26; 2.1-4; 3.1-9, 18-23; 4.18) contra eles mesmos, levando-os a verem a importância de atentarem para o que lhes foi ensinado. Se de fato são sábios, certamente chegariam a conclusão de que não era próprio das mulheres comparecerem ao culto com um claro demonstrativo de que não respeitavam seus maridos, insurgindo-se contra esses, e consequentemente, contra Cristo; da mesma forma que seria desonroso para um homem cobrir-se, como que se omitindo de suas atribuições como cabeça de seu lar. Contudo, se o exame, a partir da sabedoria deles, fosse insuficiente, bastava-lhes olhar para a própria natureza, nesse caso, para o fato de que em relação a mulher, "o cabelo lhe foi dado no lugar de mantilha (i.e. véu)" (v.15).
Tendo exposto todo esse princípio, Paulo adverte no versículo 16, que esse assunto não deve se tornar matéria de discussão belicosa entre os irmãos. Retomando a ideia apresentada em 10.24, nenhum irmão deveria buscar seu próprio interesse, nesse caso, usando o assunto para dar lugar a discórdia, como muitos naquela igreja faziam (cf. 1.11-12; 3.3-7), pois "não temos tal costume, nem as igrejas de Deus".
Transição
A preocupação pastoral do autor é que a igreja ande ordenadamente, principalmente no momento de maior importância para qualquer cristão: o culto público. Haveria uma profunda incoerência se a igreja estivesse preocupada em cultuar ao Senhor, buscando professar sua submissão a Cristo como seu cabeça, vivendo ao mesmo tempo em completa desordem para com o princípio da relação de autoridade estabelecido por Deus na própria criação, colocando-se a mulher como vexame seu e de seu marido, e o marido, envergonhando a si e a sua esposa; aquela monstrando insubmissão para com seu marido, e este, omitindo-se de agir como cabeça e líder de seu lar.
Se os cristãos em Corinto receberão as tradições do apóstolo Paulo, que os ligava a todas as outras parcelas do povo de Deus, que em toda parte invocam o nome do Senhor, deveriam corrigir o modo como se apresentavam diante de Cristo no culto público, para que adequadamente professassem ser Jesus o único Senhor e Cabeça de sua igreja, e isso por meio da boa ordem nos lares.
O mesmo princípio é direcionado à igreja do século XXI, pois o imperativo de ordem no culto percorrerá todos os tempos, conclamando cada crente a reverenciar o Senhor Jesus como Cabeça da Igreja, obedecendo à relação de autoridade disposta na própria criação.
Esse princípio pode ser desdobrado em algumas aplicações a serem apreendidas pela igreja. Quais sejam:
Aplicações
1. A saúde e ordem do culto público na igreja será fruída em igual medida, tanto pelo zelo da igreja para com a permanência no ensino da Sã Doutrina, quanto pela ordem que será encontrada em cada lar, especialmente na relação entre marido e mulher.
Certamente todo crente deseja fazer parte de uma igreja saudável, isso percebido a partir de um culto agradável (de um ponto de vista legítimo e bíblico); uma pregação satisfatória, que promova o conhecimento do texto bíblico com profundidade, o que acarretará a experimentação de uma comunhão verdadeira e calorosa entre os membros.
Entretanto, a última coisa que nos ocorre, é que essa saúde da vida da igreja e do culto público, está relacionada ao estado e condição das famílias na igreja. Quando queremos melhorias na igreja, buscamos o pastor, os presbíteros e etc, mas não olhamos debaixo do tapete de nossos casamentos.
O que o texto de 1Coríntios 11.2-16 nos mostra é que a primeira influência sobre a saúde da vida devocional de uma igreja está nos lares. Paulo falará sobre diversos temas, os quais relaciona ao culto na igreja de Corinto: modo de administração e recepção do sacramento da Ceia do Senhor; dons espirituais; a ordem do uso desses dons na reunião solene; o amor entre irmãos etc. Nada obstante, o primeiro tópico a ser tratado é a relação marido-esposa.
Queremos uma igreja saudável? Um culto em que temos a clara convicção que está sendo recebido por Deus? Queremos ter uma vida espiritual com Deus profunda, vivendo no Espírito como nos manda o próprio Senhor Jesus? … Como está seu casamento? Há ordem no seu lar? Você, marido, têm sido o cabeça de sua mulher e de sua casa, levando sua esposa e filhos ao temor do Senhor? ou tem coberto sua cabeça com o véu da covardia e da omissão? Esposa, você tem respeitado seu cabeça, isto é, seu marido, sabendo que ele foi posto como seu cabeça pelo Senhor Jesus que é o cabeça da própria igreja da qual você faz parte? Ou tem descoberto sua cabeça, exibindo rebelião e desrespeito?
As respostas para essas perguntas vão evidenciar se o culto que prestamos é realmente agradável ao Senhor, e portanto, eficaz como meio através do qual Deus é glorificado, e nós, fortalecidos. Se você acha que nossa igreja está em desordem, ou que há algo errado na forma como operamos, pode ser a que a resposta não esteja na pregação, ou na comunhão, ou nas atividades que ocorrem em nossa congregação, e sim, nos lares, que com a boca professam Cristo como Senhor, mas em suas relações conjugais desrespeitam o cabeça da igreja, quando marido e mulher violam a relação de autoridade que Deus estabeleceu no mundo.
Quer ser edificado espiritualmente aqui, em sua igreja, no culto público? comece examinando seu lar.
Aos maridos;
Analisem se vocês têm realmente obedecido a ordem do Senhor, que o estabeleceu como sacerdotes, estando preocupados em primeiro lugar, não com empregos, ou dinheiro, ou carros, ou com o conforto de suas casas, mas com a saúde espiritual de sua esposa. Examinem seus corações, a fim de saberem se estão liderando suas casas no Temor do Senhor; se têm ensinado a Palavra de Deus a elas, a fim de que elas possam, à luz desse testemunho, administrarem seus lares para a honra do Senhor. Ou se vocês têm "empurrado com a barriga" essa responsabilidade, sobrecarregando-as com decisões que não precisam tomar, já que têm a vocês como cabeças, sabendo que, os próprios anjos estão nesse momento olhando para cada um de vocês, maridos, sendo eles testemunhas da sua honra ou da sua vergonha, como cabeças de suas famílias.
Às esposas;
Examinem seus corações da mesma forma, pois é possível que estejam aqui nesse momento, com grande vergonha sobre a cabeça — mesmo que vocês não estejam apercebidas desse constrangimento — porque agem de maneira desrespeitosa para com seus maridos, querendo ser cabeça sobre ele… atribuição que não lhes foi dada.
Você é a glória de seu marido, e agindo com desrespeito, só porque determinada decisão no lar não lhe agrada; ou contrariando algo que por ele foi estabelecido, só porque isso lhe "parece" errado, só traz vergonha sobre si.
Você cogitaria raspar o cabelo e aparecer em público assim? Não? Mas já o faz, sempre que seu marido é desonrado por causa de suas atitudes rebeldes.
À todos os casados;
Vocês possuem uma parcela grande de responsabilidade, no que concerne à saúde da igreja e do culto. Se envergonharem a si, agindo de maneira omissa (no caso dos maridos) ou rebelde (no caso das esposas) estarão envergonhando a Cristo, nosso cabeça, a Deus, cabeça de Cristo, e certamente, a desordem espiritual vai invadir esta igreja, legando-a à pobreza e frieza espiritual.
Se queremos uma igreja forte e saudável, devemos lutar para que nossos casamentos sejam saudáveis e fortes, para a glória de Deus!
2. Embora o aspecto cultural presente no contexto do público para o qual Paulo escreveu no primeiro século (i.e. uso do véu) não esteja presente hoje, o princípio mantém-se o mesmo, ainda que agora, o apelo cultural seja encoraje o inverso.
Por mais incrível que possa parecer, na época em que Paulo escreveu este texto, um traço cultural foi útil para que o princípio bíblico da ordem no lar e seu impacto no culto público fosse ensinado, como é o caso do uso do véu.
Entretanto, em nossa cultura hoje, não temos esse hábito, muito pelo contrário. Graças ao feminismo e outros traços corrompidos do espírito do nosso tempo, o incentivo impregnado em grande parte das fontes de informação as quais temos acesso, nos encorajam a praticar o contrário daquilo que o autor divino/humano desejou que fizéssemos.
Que mulher em sã consciência submete-se a seu marido em pleno século XXI? Que mulher respeita seu marido ao ponto de honrá-lo, de forma a vê-lo com a admiração de ser ele alguém posto por Deus como seu cabeça?Que homem quer realmente colocar sobre seus ombros o peso de um lar, e todo o cuidado necessário para mantê-lo? Que marido quer ter o trabalho de ensinar assiduamente sua esposa a temer a Deus, respeitá-lo, cuidar de sua casa e de seus filhos? Resposta: Aqueles homens e mulheres que foram chamados à compreensão de que estes foram os papéis dados a eles pelo próprio Deus, no momento em que este criou homem e mulher.
A internet, os filmes, as séries e 90% de toda informação que você colhe do mundo lá fora, lhe incentivarão a viver o inverso de tudo isso, mas ceder ao pensamento mundano, apesar de parecer mais fácil, só trará vergonha para você; vergonha, não diante dos homens caídos que promovem a subversão à ordem do SENHOR…, mas diante do próprio Criador.
O texto de 1Coríntios 11.2-16 não incentiva você a colocar um lenço sobre a cabeça, antes de vir para a igreja, mas sim, que respeite a Cristo, seu cabeça, respeitando o papel que lhe cabe cumprir como homem e mulher de Deus, chamados para dar glória a Cristo através da ordem de seu lar, o que proporcionará à igreja do Senhor a ordem que a capacitará a testemunhar da graça de Deus em salvar homens pecadores.
Conclusão
O culto público é a reunião de toda a igreja, que diante de Deus e dos anjos, professa sua fé em Cristo Jesus como seu salvador, e assim, sua submissão a ele como seu cabeça. Expressando isso, maridos e esposas, cumprindo seus papéis com honra e respeito, dão glória a Deus, testificando essa verdade, tornando o culto um lugar de ordem, no qual, Pai, Filho e Espírito são devidamente reverenciados.