Fujam da desconfiança (Sl 40:1-5)
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Transcript
INTRODUÇÃO
Existe uma história que eu gosto muito, que é a história do Peregrino, do autor John Bunyan. O peregrino é aquele que teve sua vida transformada e agora desejava viver uma nova vida deixando de lado seus fardos, seus pesos. Ao longo da caminhada, ele passa pela dúvida, pela desconfiança, pela desesperança, mas ele também é ajudado e amparado em momentos de necessidade.
O peregrino se pergunta como vai fazer. Ele firmou seus olhos em direção à porta estreita, guiado pela forte luz. Tomou a decisão de começar a correr, ainda que sua mulher e seus filhos tivessem tentado fazer com que voltasse. Não tem mais volta, agora ele grita “vida eterna, vida eterna” e não olha para trás. Todo mundo zombava dele, e em especial, dois vizinhos tentam persuadi-lo: Obstinado e Volúvel, mesmo ele estando longe, perseguiram e ele lhes perguntou:
- Por que estão atrás de mim?
Um deles respondeu:
- Para convencê-lo a voltar.
- Impossível, vocês moram na Cidade da Destruição, onde também nasci. Este é o lugar que vocês morrerão se continuarem. Venham comigo, me acompanhem!
Então, Obstinado disse: - O que? Deixar nossos amigos e nosso conforto pra trás?
- Isso mesmo – disse o Cristão – pois tudo o que abandonarão não é digno de se comparar nem com o mínimo com aquilo que busco desfrutar. Se vierem comigo, e o alcançarem, desfrutarão também assim como eu, pois lá para onde vou há bastante e de sobra. Venham e comprovem as minhas palavras.
Obstinado perguntou o que ele procurava que era mais importante, e Cristão respondeu que era a herança incorruptível, sem mácula, que não murcha, assim como está em 1 Pedro 1:4 e diz para lerem no livro que carrega. Obstinado ignora o livro e quer que ele volte.
As palavras de Cristão fazem com que Volúvel, seu outro vizinho, se interesse pela caminhada e decida ir junto. Quando começam a caminhada, Cristão fala a Volúvel como é a nova terra que estão indo, e tudo o que poderão receber ao entrarem. Isso enche os olhos de Volúvel de uma grande esperança.
Porém, ao longo do caminho, os dois não perceberam onde estavam entrando. Isso faz com que Volúvel, como seu nome diz, mudasse novamente de ideia, pois sua fé não estava firme, e agora ele havia caído em grande desconfiança e descrédito por tudo o que Cristão contou pra ele. E agora, o que fazer? Como sair deste pântano?
CONTEXTUALIZAÇÃO
Nós lemos no início o texto do Salmo 40, vv, 1 a 5.
Vemos neste salmo que Davi passou por situações muito difíceis, e teve de enfrentá-las. Diante dos problemas, o homem tende a desanimar, voltar atrás, procurar caminhar segundo o que parece mais fácil.
Como é possível fugir desta situação? Como conseguimos, de fato, continuar em nossa caminhada como peregrinos sem ficar olhando para os lados nem pra trás, com medo dos perigos?
Quero tratar com os irmãos nesta noite a respeito destes 5 primeiros versículos do Salmo 40, para que, juntos, possamos aprender lições importantes para nossa vida cristã, cheia de batalhas, como se estivéssemos em um pântano onde só existe a desconfiança. Então, digo a vocês: Fujam da desesperança! Vivam confiando nos propósitos que o Senhor preparou!
Dobradiça: Falar parece fácil, mas como podemos, então, fugir da desconfiança? Como podemos ter fé em Deus? Primeiramente, precisamos:
1. ESPERAR NO SENHOR (v. 1)
1 Coloquei toda minha esperança no Senhor; ele se inclinou para mim e ouviu o meu grito de socorro.
Em nossos dias, diante de tanta inquietação, às vezes deixamos de ouvir a Deus. O Espírito Santo quer nos acalmar e nos trazer tranquilidade à alma aflita. Sabe quando a pessoa está inquieta com alguma situação? Você está falando com ela, mas ela sequer presta atenção no que você diz. Uma mente inquieta não consegue entender. É necessário ficar em silêncio para ouvir.
Deus nos chama para o silêncio, para a quietude. Aquele momento que é somente entre nós e Ele, aquele momento em que aprendemos a esperar e confiar nEle. É tão bom quando estamos em oração a Deus e sentimos a paz e a tranquilidade que Ele traz ao nosso coração!
Em muitas situações, metemos os pés pelas mãos, ou como diz aquela outra expressão, colocamos a carroça na frente dos bois. Ouvimos mais o desespero da nossa alma aflita do que o Deus que conhece nossa vida e proporciona a nós algo que nem ao menos imaginamos.
Ainda que a vida esteja cheia de coisas para resolver, devemos descansar em Deus e confiar que Ele nos ajudará, trabalhando nas situações mais adversas que precisam de solução.
E mais, melhor ainda do que resolver estes problemas pelos quais passamos nesta vida, é a fé em Jesus Cristo, produzida por Ele mesmo em nós, é que dá salvação eterna. O Deus gracioso que habita em nós proporciona vida eterna a pessoas que possuem alma aflita como uma tempestade que parece não ter fim. Ele acalma a tempestade da alma!
Dobradiça: A partir do momento em que somos tirados desse lamaçal do pântano, é necessário que haja em nós uma segunda postura diante do Senhor. Além de esperarmos no Senhor, devemos também:
2. LOUVAR AO SENHOR (v. 3)
3 E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor.
Já parou para pensar como será nosso encontro com Deus? Quando o Senhor nos tira desse pântano da desconfiança, ficamos gratos e, em louvor, cantamos a Ele.
Sabe, por vezes dedicamos ao Senhor um louvor da boca pra fora, um louvor que depende muito das circunstâncias. O louvor ao Senhor não deve ser somente quando tudo está bem, ou quando tudo está mal. Deve ser em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins, nós estando saudáveis ou enfermos, tendo dinheiro no bolso ou sem nada. O Senhor é a nossa alegria!
Em gratidão ao Senhor, estejamos alegres em todo tempo, como peregrinos que somos nessa terra que não é nossa!
Dobradiça: Além de esperar no Senhor, louvar ao Senhor, o que está ao nosso alcance para praticarmos e que, por meio disso, Cristo nos fará perseverar e fugir da desesperança, é:
3. TESTEMUNHAR SOBRE O SENHOR
5 São muitas, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar.
Uma testemunha fiel conta as experiências que viveu e como isso mudou sua vida. Legalmente, diante de um juiz, uma testemunha precisa sempre dizer a verdade sobre os fatos presenciados.
Seja com as pessoas conhecidas ou aquelas que encontramos na rua, que não conhecemos, tem vezes que até temos facilidade de conversar com elas sobre os mais variados assuntos. Falamos das notícias da semana, reclamamos do governo, na época do auge da pandemia comentávamos sobre o número de mortes, falamos de futebol, reclamamos do preço do ovo, da carne, reclamamos do calor, reclamamos do frio...
E a nossa conversa sobre Cristo? Sobre o Evangelho? Não devemos fazer isso de uma maneira forçada, mas é tão bom quando isso flui naturalmente! Melhor ainda quando ganhamos a atenção da pessoa, ganhamos o direito de sermos ouvidos. Vivemos dias assim: dias em que, para que sejamos ouvidos, devemos conquistar esse direito, conquistar a atenção da outra pessoa.
Contar o que Deus fez por nós faz bem a nós mesmos, nos faz recordar o quão bom Deus é, e o quanto, muitas vezes, somos ingratos. Quando a gratidão e a alegria brilham em nossos olhos, é algo motivador! É tão bom quando temos uma experiência que podemos compartilhar e relatar o que Jesus fez por nós quando tivemos um encontro verdadeiro com Ele! As pessoas aí fora estão desejosas por conhecer a Cristo, por ter esperança diante deste mundo que impera o desespero, a desconfiança.
Nós, como servos do Senhor, temos como missão testemunhar a respeito das obras do nosso Deus em nós, mesmo que para este mundo seja loucura, mesmo que apareçam vizinhos tentando nos persuadir e fazer voltar para vida confortável e cômoda que leva à perdição e à destruição, assim como Obstinado e Volúvel fizeram com o Cristão peregrino.
Uma testemunha que não se vende por dinheiro, que ninguém consegue convencê-la a voltar atrás, pois ela sabe bem quem é aquele que ela deseja encontrar: Jesus Cristo! Nosso destino! Nossa luz no fim do túnel! Ele é a solução para este mundo caótico!
Conclusão
Na história do Peregrino, o Volúvel titubeou e voltou atrás, mas o Cristão prosseguiu. A firmeza de sua fé em Cristo lhe fez enxergar o caminho novamente e lhe fez sair do pântano, sair da lama, Cristo o resgatou para seguir rumo à nova vida, rumo à Nova Jerusalém.
Esperar no Senhor não significa que ficaremos parados, estagnados. Temos nossas responsabilidades diante de Deus. Significa, acima de tudo, confiar nEle e agir com sabedoria.
Louvar em todo o tempo ao Senhor nos estimula, nossa vida espiritual também se enche de alegria, nosso coração transborda de amor por aquele que nos cuida!
Por último, jamais podemos nos esquecer da importância de testemunhar dos grandes e maravilhosos feitos do Senhor em nós. A Verdade de Deus é sempre verdade, ainda que a sociedade diga que é mentira. Estejamos nós sempre firmes!
Que nosso Senhor nos guie neste caminho. Que Ele abençoe grandemente nossas vidas.