Preconceito ao evangelho: João 7. 45-52

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Introdução

Preconceito é a forma pela qual se faz julgamento alguma coisa ou a alguém sem antes conhecer o objeto do Juízo.
Exemplo: Não gostar de uma comida só por causa da sua aparência, sem experimenta-la.
Preconceito é uma palavra muito na moda atualmente. Devido as políticas de apoio as chamadas “minorias”, a palavra preconceito tem sido requisitada para demonstrar como as minorias tem sido rejeitadas pela maioria da sociedade.
Porém, mesmo sendo uma palavra atual, o preconceito se manifesta de muitas formas a muito tempo. O texto que acabamos de ler acaba por demonstrar manifestações de preconceito.
Jesus estava na festa dos tabernáculos. No último dia, o grande dia da festa, o cerimonial do derramamento de águas havia ocorrido. E então, Jesus usa dessa imagem para se mostrar como a verdadeira fonte da provisão. Ele convida a todos aqueles que tem sede a beberem dEle. Além disso, ele afirmou que todo aquele que nele cresse, do seu interior fluiriam rios de água viva.
A partir desse momento a multidão mais uma vez se dividiu. Uns consideravam que Jesus poderia ser o profeta; outros o Cristo; já outros tendiam a duvidar disso, pois o Cristo teria que vir da Judeia e não da rejeitada região da Galileia.
É então que chegamos ao final deste capítulo, onde vemos a reação das principais lideranças religiosas em relação a tudo que Jesus fez naquela festa. Aqui, podemos ver como eles foram preconceituosos. Por isso, vamos olhar para este texto e ver algumas manifestações de preconceito ao evangelho.

Manifestações de preconceito ao evangelho:

1. Preconceito para com os guardas do templo (v. 45)

Os guardas do templo haviam sido enviados conforme o v. 32. Nos versículos que separam este do v. 45, temos todas as declarações de Jesus que já foram expostas.
Os guardas, ao perceberem a divisão entre a própria multidão, resolveram não por as mãos em Jesus (v. 44).
Para entendermos melhor isso é necessário pensarmos sobre quem eram esses guardas. A guarda do templo era formada por levitas. Eles eram religiosos. Eles conheciam as Escrituras e a tradição judaica. Portanto, eles tinham algum grau de conhecimento acerca da Palavra de Deus.
Isso é importante porque nos faz compreender que a guarda do templo não era um bando de soldados brutamontes que apenas cumpriam ordens. Na verdade, eles eram um grupo organizado de levitas que se encarregavam de trazer ordem no local religioso.
Por isso, quando eles falaram “Ninguém nunca falou como esse homem”, era como eles dissessem: “Ele é alguém especial. Não há razão para prende-lo”.
A reação dos principais sacerdotes e fariseus é de indignação para com os guardas. A pergunta “será que vocês também foram enganados?” é retórica, não precisa de uma resposta, pois já está implicita o “sim”. Contudo, ela parte da ideia de que Jesus era um enganador (veja o v. 12).
A segunda pergunta retórica serve como um argumento para desiludir os guardas do templo. “Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?” (v. 48). A resposta óbvia a pergunta seria NÃO.
E nesse momento vemos a soberba ainda mais intensa sobre os guardas do templo. Com essas duas perguntas retóricas, os fariseus queriam afirmar: 1) Que os guardas eram muito fracos e, por isso, foram enganados; 2) Que eles s são superiores aos guardas e, assim, estes precisavamnão se ater não ao que Jesus dizia, mas ao que eles diziam.
Mas essa não é a única manifestação de preconceito nessa passagem. Vejamos mais uma:

2. Preconceito para com a multidão (v. 49)

A segunda pergunta lançada pelos fariseus aos guardas também serve para vermos uma manifestação de preconceito a multidão. Nenhuma das autoridades ou fariseus tinha crido em Jesus, mas a multidão sim.
Argumentação soberba. Nós sabemos e somos abençoados. A multidão sabe e é maldita.
Exemplo de preconceito contra a multidão João 9. 34 “Mas eles retrucaram: Tu és nascido todo em pecado e nos ensinas a nós? E o expulsaram.”
Uma advertência:
O que fizerdes a um destes meus irmãos mais pequeninos é a mim que o fazeis” (cf. Mt 25,34-46).

3. Preconceito para com Nicodemos (v. 52)

Ironia: Nicodemus é a própria refutação do argumento dado em Jo 7.48.
Nossa lei julga um homem sem primeiro ouvi-lo?
A lei romana também aprovava este ponto.
A pergunta retórica. A resposta é não.
Argumentação defensiva. Nicodemos gostaria que Jesus falasse a eles também (Jo 3.1-15)
Base da argumentação de Nicodemos (Dt 1.16,17; 19.1-21)
A resposta dos fariseus: “Dar-se-á o caso de que também tu és da Galileia? Examina e verás que da Galileia não se levanta profeta.” (Jo 7.52)
A pergunta retórica. A resposta é NÃO.
Argumentação ofensiva. Para eles, Nicodemos falava isso porque também era um inferior!
Galileia: região marcada pela miscigenação e pela falta de observância da Lei.
“É bem possível que as autoridades judaicas digam isso por pura frustação em sua inabilidade de diminuir autoridades judaicas digam isso por pura frustração em sua inabilidade de diminuir as atividades e o ensino de Jesus, esse desprezado mestre vindo da Galiléia” (CARSON, p. 333)
“O Antigo Testamento não nos diz exatamente onde o profeta escatológico nasceria. Os oficiais do Sinédrio, refletindo os profundos preconceitos que os de Judá contra a Galiléia, simplesmente não podem crer que o profeta poderia vir daquela região” (CARSON, ibid)

Aplicações:

Um alerta contra a soberba
Um alerta contra o intelectualismo
Um lembrete de que devemos nos importar com todas as pessoas, independente de suas condições.
Uma lição de como nós devemos lidar quando sofremos preconceito por causa do evangelho. Bem diferente das minorias de hoje.
João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;”
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