Modelo Base (3)
TEXTO: JO.6.35
O PÃO COMO ALIMENTO FÍSICO:
O relato narrado por João pode se dividir em três partes:
a. Os discípulos sem Jesus
b. Os discípulos e o Jesus desconhecido
c. Os discípulos e o Senhor a quem conhecem e que lhes traz a paz.
2- O PÃO DO DESERTO MANÁ:
Moisés, como agente de Deus, apenas deu direções ao povo sobre o modo em que o maná deveria ser coletado; Êxodo 16.
1. O Pai celestial sempre é o verdadeiro Doador.
2. Mesmo se Moisés fosse considerado o doador, ainda assim ele não deu o verdadeiro pão do céu. O maná era um tipo; não era o antítipo.
2. O Pai está dando o verdadeiro pão do céu. Esse pão verdadeiro é Jesus, o antítipo.
3. O que o maná provia era sustento (τροφή), visto que descia do céu visível.
3. O que Jesus, o verdadeiro pão da vida, dá é vida (ζωή) (para o significado do termo vida,
3- O PÃO DA VIDA JESUS:
35–38. Jesus explica o seu pronunciamento misterioso. Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; ou seja, eu sou aquele que transmite e sustenta a vida. Conforme a estrutura da sentença no original, Jesus se identifica completamente com esse pão da vida (τῆς ζωῇς, genitivo qualitativo, referindo-se não a qualquer tipo de vida, mas à vida eterna espiritual). É por meio da fé que se chega à vida eterna; isto é, por meio da união íntima com ele, assimilando-o espiritualmente como o pão físico é assimilado fisicamente. Jesus continua: Aquele que vem a mim de modo nenhum terá fome, e aquele que crê em mim de modo nenhum terá sede. Naturalmente, ele se refere à fome e sede espirituais. Observe também que, aqui, crer em Jesus é definido como vir até ele; isto é, vir como quem nada possui (além do pecado) e precisa de tudo, voltando-se para ele como as plantas viram suas partes verdes na direção do sol
Veja o esboço inicial. O Filho de Deus rejeitado na Galileia (conclusão).
No dia seguinte à milagrosa alimentação dos cinco mil, a multidão embarcou em barcos vindos de Tiberíades e encontrou Jesus na margem ocidental. O Senhor os repreendeu por sua motivação completamente materialista em procurá-lo. Jesus lhes disse para trabalhar pela comida que permanece. Eles compararam seu milagre àquele que ocorrera muitos séculos antes, no deserto, quando seus ancestrais receberam o maná do céu, enquanto Jesus lhes havia dado apenas pão terreno. Jesus derrubou o argumento deles ao lhes dizer que ele mesmo é “o verdadeiro pão do céu”, do qual o maná era apenas uma sombra. Em um discurso belo e significativo sobre o Pão da Vida, ele se declarou como o dom verdadeiro do Pai. Disse que ele, por sua vez, daria sua carne e sangue pela vida do mundo e que, para alguém ser salvo, era preciso comer sua carne e beber seu sangue.
Ainda que Jesus, é óbvio, estivesse falando sobre a necessidade da aceitação, apropriação e assimilação espirituais, muitos de seus ouvintes interpretaram suas palavras literalmente. Além disso, em seus corações incrédulos, rebelaram-se contra ele e sua mensagem. Jesus enfatiza que só vem a ele quem foi trazido pelo Pai.
A reação da audiência a esse discurso foi quádrupla: a) as massas e seus líderes “religiosos” rejeitaram totalmente a mensagem e menosprezaram o orador. O sentimento deles é sumarizado em 6.42: “Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e cuja mãe nós conhecemos? Como é que agora ele diz: Eu desci do céu?”. b) O grande grupo de seguidores razoavelmente regulares (chamados de “discípulos” aqui) considerou o discurso difícil de aceitar. Quando Jesus demonstrou que a raiz de sua reação era a incredulidade, eles o abandonaram em grande número. c) O grupo mais íntimo de discípulos (chamados de “os doze”) fez uma confissão gloriosa pela boca de Pedro, reconhecendo Jesus como o Santo de Deus. d) Embora se rebelasse contra o orador divino e suas palavras, Judas decidiu permanecer na companhia de Jesus, numa atitude tipicamente traidora!