Reunião de Oração 5ª feira santa
Jesus chora
O lamento de Jesus sobre Jerusalém (23.37–39)
Depois que Jesus descreve e condena os falsos líderes religiosos, passa a um pungente lamento sobre a cidade de Jerusalém. Tom Hovestol é oportuno quando diz que a forma com que Jesus encerra esse assunto é muito apropriada, pois o conclui com lágrimas, e não com escárnio; com choro, e não com açoitamento. As denúncias feitas por Jesus partiram seu coração. Ele queria ajuntar esses fariseus debaixo de suas asas e cobri-los com seu amor. Ele só queria que eles fossem honestos consigo mesmos e vissem a depravação de seu ser e a necessidade que tinham, para que buscassem a mensagem da graça e uma vida autêntica, em vez de uma religiosidade doentia.
Destacamos dois pontos a seguir.
Em primeiro lugar, um lamento profundo de Jesus (23.37). Esse transbordamento de dor é endereçado a Jerusalém, o símbolo do espírito da nação inteira. A Jerusalém que eles chamavam de santa, Jesus chama de assassina de profetas. A Jerusalém que eles exaltavam, Jesus diz que apedrejava os que a ela eram enviados. A Jerusalém que Jesus quis tantas vezes acolher sob suas asas, como uma galinha ajunta os seus pintainhos, expulsou Jesus para fora de seus muros e o crucificou no topo do Calvário.
Há ternura na linguagem figurada da galinha e seus filhotes. Jesus suportaria o fragor da tempestade na cruz para oferecer a eles proteção eterna. Entretanto, eles não quiserem. A responsabilidade dos judeus pela sua sorte é atribuída diretamente a eles mesmos com a expressão final e vós não o quisestes!
Em segundo lugar, uma profecia dramática de Jesus (23.38,39). Toda a casa dos judeus foi desolada quando Jesus se retirou deles; e o templo, a santa e bela casa, tornou-se uma desolação espiritual quando Cristo finalmente o deixou. Jerusalém foi longe demais para ser resgatada da destruição que buscou para si mesma, diz Spurgeon. A rejeição do reino da graça implica a exclusão do reino da glória. Os judeus, tão arrogantes e soberbos ao rejeitarem Cristo, o Messias, veriam sua casa ficar deserta. Eles, que rejeitaram o convite da graça encarnado na pessoa de Jesus em sua primeira vinda, só voltariam a vê-lo no julgamento final, em sua gloriosa segunda vinda, quando então seria tarde demais! Quando uma nação ou um homem persiste em rejeitar Cristo, o fim é inevitável. Sua casa ficará deserta. Deus já não habita mais ali: essa é a desgraça final.
Soa, então, terrível esta frase: Tendo Jesus saído do templo ia-se retirando (24.1).