A oração de adeus : Uma preparação para o futuro
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Introdução
Introdução
A - Preliminares
A - Preliminares
A oração de adeus conduz magnificamente a reflexão teológica desenvolvida nos capítulos 1-16.
Seu tema dominante é a revelação considerada ao mesmo tempo na sua origem, sua afetação e sua finalização.
O Conteúdo desta revelação está fixada na unidade entre o Pai e o Filho, e na maneira a qual os crentes são associados à esta unidade.
Precisamente porque é o uma oração, Jesus se endereça a Deus e não aos discípulos.
Estes últimos se tornam as testemunhas de uma palavra que não os foi diretamente endereçada, mas graça à qual eles tem acesso ao ponto principal mesmo da revelação: a relação exclusiva entre Deus e Jesus.
B - Intenções : Ele, discípulos, outros.
B - Intenções : Ele, discípulos, outros.
Três intenções são exprimidas nesta oração.
Jesus ora primeiramente pela glorificação dele mesmo (v. 1-8),
em seguida pelos discípulos que estão em volta dele (v. 9-19) e, enfim,
pelos discípulos “de segunda mão” (v. 20-26).
C -Primeira parte (v. 1-8)
C -Primeira parte (v. 1-8)
Depois de se ter colocado na postura do orador (v. 1a),
Cristo faz um levantamento da ação dele
e esboça as condições à preencher em vista do cumprimento e da perpetuação da obra dele.
1 - A “glorificação” dele mesmo (v. 1-5)
1 - A “glorificação” dele mesmo (v. 1-5)
Nesta primeira parte, Jesus ora antes de tudo pela “glorificação” dele mesmo (v. 1-5).
De mesmo que a obra dele foi espaço da plena manifestação de Deus (= glorificação),
assim a morte dele que estava eminente não deve se tornar a negação da realidade de Deus,
mas a realização de sua presença plena.
Que Deus permaneça Deus na figura de seu Enviado Crucificado, este é o conteúdo deste primeiro pedido.
Esta glorificação recíproca do Pai e do Filho tem por intenção a salvação dos seres humanos :
manifestação da realidade de Deus
e do dom da “vida eterna” são uma só e única coisa.
Quando se diz “vida eterna”, é preciso entender aqui:
como o conhecimento do único verdadeiro Deus, manifestado no Enviado dele (v. 3).
Conhecer o único verdadeiro Deus:
é conhecer o fundamento de sua existência
é compreender essa existência como uma graça de Deus.
2 - Qual é a essência dos que são crentes ? (v. 6-8)
2 - Qual é a essência dos que são crentes ? (v. 6-8)
Nos v. 6-8, o tema da revelação abordado ao v. 4 é retomado afim de mostrar de maneira densa e concisa qual é a essência da comunidade cristã.
A fé dos discípulos é,
de um lado, eleição,
quer dizer, resposta grata à iniciativa divina,
do outro lado, conhecimento.
Pela qual é preciso entender como a descoberta de Deus na pessoa do Enviado dele.
Assim, a comunidade crente nasce da Palavra e vive do seu apego à essa Palavra.
D - Segunda parte (v. 9-19)
D - Segunda parte (v. 9-19)
Esta comunidade, a qual a essência acaba de ser lembrada é o objeto da oração de Jesus (v. 9a):
É a segunda parte da oração (v. 9-19), a qual é articulada em duas petições:
v. 9-16
v. 17-19.
1 - O primeiro pedido (v. 9-16) : Proteção para os discípulos
1 - O primeiro pedido (v. 9-16) : Proteção para os discípulos
O primeiro é um pedido de proteção.
Jesus não abandona os que são dele à suas próprias coisas e destinos quaisquer,
mas ele os confia a guarda deles a Deus.
Esse pedido demonstra ser necessário por duas razões:
Antes de tudo, depois da partida dele, os discípulos se encontram sozinhos no mundo (v. 9-13).
Para compensar essa deficiência, Jesus ora pela unidade deles.
Esta tem seu fundamento na relação entre o Pai e o Filho
Ela se manifesta na revelação e concorre à uma relação de amor mútuo.
Em seguida, separados do Mestre deles, os discípulos são lançados num mundo hostil por causa deste ter rejeitado a revelação (v. 14-16).
A oração de Jesus não solicita:
o fim do conflito,
nem a possibilidade para os crentes de se escaparem,
mas a capacidade de enfrentar sem sucumbir.
2 - O segundo pedido (v. 17-19) : Santificação dos discípulos
2 - O segundo pedido (v. 17-19) : Santificação dos discípulos
o segundo pedido nesta parte mediana em relação aos discípulos em volta dele é esta da santificação (v. 17-19).
A santificação não depende aqui:
nem de uma ação ritual,
nem de um projeto de aperfeiçoamento moral.
Ela designa a possibilidade de entrar numa relação de proximidade com Deus.
A santificação tal qual Jesus se faz aqui intercessor se realiza no acolho da palavra de Deus, quer dizer, a revelação (v. 17).
Esta conformação da existência à palavra de Deus:
não conduz à uma evasão fora do mundo,
mas à uma missão no mundo para ser dentro dele a testemunha da verdade recebida (v. 18)
Porém esta tacha não está somente sobre as costas
dos discípulos;
ela se torna possível através do cumprimento da revelação pela Cruz (v.19).
Terceira parte (v.20-26)
17 ἁγίασον αὐτοὺς ἐν τῇ ἀληθείᾳ· ὁ λόγος ὁ σὸς ἀλήθειά ἐστιν.
L’expression « sanctifie-les dans la vérité » fait partie d’un texte biblique qui appartient au quatrième évangile. Il s’agit d’une prière que Jésus adresse à son Père en faveur de ses disciples (Jn 17,17). Mais pourquoi cette prière appelle-t-elle notre attention ? Quel intérêt réveillerait-elle dans les auditeurs ? Quelle actualité pourrait-elle avoir ?
I - A revelação da razão da existência da comunidade cristã
I - A revelação da razão da existência da comunidade cristã
Dévoilement de la raison d’Être de la communauté de disciples.
Dévoilement de la raison d’Être de la communauté de disciples.
Une première et intéressante découverte apparaît lorsque nous faisons référence au contexte dans lequel cette prière est prononcée dans l’évangile. En effet, tout le chapitre 17 nous présente un Jésus qui s’adresse au Père à travers d’une oraison que les disciples écoutent et dont ils sont les témoins principaux. Jésus parle de lui-même, de son œuvre, de ses disciples et de ceux qui arriveront à la foi grâce à leur parole. Il ne s’agit plus de parler aux disciples du Père ni de leur révéler plus encore les différents aspects de son vrai visage, il s’agit plutôt de les préparer pour ce qui vient, pour leur avenir, du fait du départ imminent de Jésus vers son Père.
D’une certaine manière, cet avenir est déjà là, à la fin du premier siècle, lorsque le quatrième évangile a été composé. Le chapitre 17 même est la partie finale d’une unité plus large qui commence au chapitre 13 et qui est propre uniquement au quatrième évangile. Mais, à qui s’adressent ces chapitres 13-17 du quatrième évangile ? Quelles sont les caractéristiques de la communauté chrétienne de cette époque ? À la fin du premier siècle, moment où le christianisme commence à se séparer du judaïsme, les chrétiens sont alors obligés d’argumenter et de donner raison de leur foi en Jésus. Il y a donc le besoin d’une compréhension en profondeur des thèmes fondamentaux de leur identité.
Ainsi, les genres littéraires utilisés dans la narration de cet évangile ont leur raison d’être. Les signes (miracles dans les synoptiques) sont accompagnés par de longs discours en forme de dialogues ou de controverses. C’est ce qui fait du quatrième évangile un évangile catéchétique par excellence. À travers des questions et des réponses, l’auteur du quatrième évangile nous fait avancer, par exemple, vers une intelligence plus profonde de thèmes, comme celui du baptême, du culte, de l’eucharistie, de la foi, de la résurrection. Et lorsque les dialogues deviennent des controverses, l’auteur nous donne en même temps des arguments principaux qui montrent la pertinence du caractère révélateur de Jésus et de son extraordinaire communion avec Dieu.
Les chapitres 13-17, appelés aussi de « discours d’adieu », ne sont pas en dehors de cette dynamique. Ils sont là pour accompagner les récits de la passion, mort et résurrection du Seigneur. Le signe par excellence du mystère du Christ, son départ vers le Père. Ces discours préparent le regard du lecteur et son intelligence à une contemplation plus profonde des derniers événements de la vie de Jésus. Le chemin de la croix est alors vu comme une marche vers Dieu et sa mort comme un retour au Père. La croix n’est plus un lieu d’humiliation, mais un lieu d’exaltation et de proclamation du Christ Roi.
Mais pourquoi ces réflexions à ce moment si tardif de la composition du quatrième évangile ? Qu’est-ce qu’il y a encore à comprendre par rapport au départ de Jésus ? Lorsqu’on regarde les chapitres 13-17 du quatrième évangile, on voit bien qu’à côté de ce moment d’affirmation du christianisme face au judaïsme, il y a aussi une réflexion sérieuse sur la raison d’être de la communauté de disciples de Jésus et sur leurs missions dans le monde. Le départ de Jésus vers son Père soulève la question sur le groupe de ses disciples. Jésus n’est plus dans le monde, mais eux, ils sont dans le monde, à la place de Jésus.
Les discours d’adieux, construits sur un contexte eschatologique commun, essaient de répondre à l’attente née dans la première communauté des disciples lors du départ de Jésus vers son Père. Cet événement introduit les disciples vers une nouvelle étape où les points de repère, qui caractérisaient leur relation avec Jésus, se sont déplacés. De l’attente d’un retour immédiat et victorieux, nous passerons petit à petit dans le temps à la découverte d’une nouvelle présence de Jésus, silencieuse et intime, commencement de son retour glorieux.
Cette progression de l’attente eschatologique est une des originalités que le quatrième évangile présente à la fin de ce discours où, sous la forme d’une prière, Jésus s’adresse au Père pour lui parler de ses disciples. L’évangéliste nous laisse voir ainsi comment les relations Père-Jésus-disciples-monde doivent se restructurer et quelle place les disciples y doivent occuper. La raison d’un tel réaménagement est liée au déplacement de Jésus, il s’en va vers le Père et les disciples restent dans le monde.
Cette prière de Jésus est ainsi un point d’arrivée dans le parcours catéchétique de l’évangile de Jean et elle s’adresse d’abord aux chrétiens de la fin du premier siècle. Il s’agit d’une réponse approfondie aux questions plus urgentes du moment. Elles-mêmes appellent l’auteur du quatrième évangile à s’arrêter un long moment sur les conséquences les plus importantes du départ de Jésus vers son Père, pour y réfléchir et les approfondir, parce que ces conséquences correspondent bien aux questions du moment. Je voudrais donc maintenant relever ces questions afin de mieux comprendre la prière. Il y aura nécessairement pour ce travail des références à d’autres textes du quatrième évangile, dont la prière semble faire la synthèse.
II - A referência ao Pai, princípio de integração da igreja primitiva
II - A referência ao Pai, princípio de integração da igreja primitiva
La référence au père principe d’intégration de la communauté primitive
Deuxième partie
A - Qual era a identidade deles como grupo ?
A - Qual era a identidade deles como grupo ?
PREMIÈRE QUESTION : leur identité comme groupe.
La montée de Jésus vers le ciel remet en question l’identité du groupe des disciples et le fondement de leur unité. Jésus quitte le monde alors que les disciples y restent. Il est totalement orienté vers le Père. La prière nous en donne témoignage depuis le commencement, lorsque Jésus fixe son regard vers le ciel (v.1) et lorsqu’il exprime à deux reprises le but de son départ : « aller vers le Père » (vv.11.13). Comment alors interpréter cet agir de Jésus qui semble s’éloigner du groupe des disciples en les laissant seuls dans le monde et sans la raison première de leur cohésion : « sa présence au milieu d’eux » ?
Une première demande de Jésus dans la prière pour ses disciples répond déjà à cette question : « Père saint, garde-les dans ton nom que tu m’as donné, pour qu’ils soient un comme nous » (v.11). Qu’il s’agisse de Jésus ou du groupe de disciples, leur référence au nom du Père est le fondement de leur unité, mais dans un sens analogique et avec une distinction importante à noter. Tandis que le Fils (Jésus) porte le Nom de son Père parce qu’il lui a été donné, les disciples le portent parce qu’il leur a été manifesté (v.6). C’est-à-dire que ces derniers restent attachés au Père en raison de leur foi (vv.7-8) et que, comme disciples, ils connaîtront toujours le danger et la possibilité de se soustraire à cette relation (v.12). D’où la pertinence de la prière pour demander à Dieu le Père de les garder dans son Nom et d’assurer ainsi leur communion.
C’est donc la référence au Nom du Père qui maintient l’unité du groupe des disciples et qui leur donne une identité. Jésus réoriente ainsi le groupe des disciples vers le Père lorsqu’il leur indique le lieu où il va : « Maintenant, je viens à toi, et je dis cela dans le monde afin qu’ils aient la joie pleine en eux » (v.13). Le départ de Jésus vers son Père fait donc partie de son œuvre révélatrice, la manifestation du Nom du Père. Au-delà de toute angoisse ou de toute affliction, l’idée du départ de Jésus élargit l’horizon du groupe de disciples. Pour eux, en effet, le nouveau point de repère de leur identité se trouve dans le ciel, là où Jésus s’en est allé, près du Père.
Le chapitre 17 du quatrième évangile montre ainsi comment le groupe des disciples prend corps au moment même du départ de Jésus vers son Père. Les disciples sont alors à ce moment-là, réorientés totalement vers le Père et c’est en raison de ceci que toute l’œuvre de Jésus y semble donc trouver son sens. Pendant son séjour parmi les disciples, Jésus les a distingués du reste du monde à travers une série d’actions qui se succèdent et dont la prière tient compte : « J’ai manifesté ton nom aux hommes, que tu as tirés du monde pour me les donner. Ils étaient à toi et tu me les as donnés et ils ont gardé ta parole. Maintenant ils ont reconnu que tout ce que tu m’as donné vient de toi ; car les paroles que tu m’as données, je les leur ai données, et ils les ont accueillies et ils ont vraiment reconnu que je suis sorti d’auprès de toi, et ils ont cru que tu m’as envoyé » (vv.6-9)
La première partie de cette séquence renvoie les disciples au passé, pour les faire retrouver deux points de repère qui sont à la base de leur compréhension. Dans le premier, les disciples sont les sujets d’un enseignement où Jésus leur révèle le nom du Père. Dans le deuxième, les disciples sont les sujets d’une distinction où le Père leur donne une identité.
O sujeito do ensino : “A manifestação do Nome”
O sujeito do ensino : “A manifestação do Nome”
Sujets d’un enseignement : « la manifestation du Nom »
Le fait que la création s’explique à partir de la relation Père-Fils confère aux disciples un rôle de sujets. Mais cette création n’arrive pas à leur donner toute la connaissance dont ils ont besoin pour s’adresser au Père et pour le reconnaître. L’action créatrice sera alors suivie d’une autre action complémentaire : « la manifestation du Nom du Père ».
La seule action créatrice ne suffit pas lorsqu’il s’agit de découvrir le Père et de le reconnaître comme tel. Elle doit être accompagnée par une action révélatrice où le Nom du Père est dévoilé et où sa fonction est reconnue : « J’ai manifesté ton Nom aux hommes que tu m’as donnés du monde » (v.6).
Depuis les circonstances de la prière, les disciples ont reconnu que tout vient du Père. Ils ont reçu les paroles transmises par Jésus et finalement ils ont vraiment connu et cru en sa condition d’envoyé (vv.7-8). L’« ici et le maintenant » des disciples sont caractérisés par la croyance. Le contenu de leur foi est le mystère de la personne de Jésus et de sa relation avec le Père. Ils entendent en effet les paroles de Jésus en tant que paroles du Père.
L’événement du départ de Jésus vers son Père confronte les disciples à la consistance de la relation Père-Fils, devenant ainsi des sujets tiers dans cette relation. Leur référence à Jésus est aussi une référence au Père.
Sujeito de distinção : “Tirados do mundo pelo Pai para serem dados ao Filho”
Sujets d’une distinction : «Tirés du monde par le Père pour être donnés au Fils»
Après avoir conclu au v.5 par une allusion à la période précédant la création : « la gloire que j’avais auprès de toi, avant que le monde fût », la prière commence au v.6 par une référence directe à la création elle-même : « aux hommes que tu as tirés du monde pour me les donner ». Sans aucune connotation négative, le monde apparaît en effet pour représenter la totalité encore indifférenciée d’où les hommes ont été tirés. Cette distinction, symbolisée ici par l’acte d’extraction du monde, a une finalité première, « être donnés au Fils ».
Tirés de l’ensemble indifférencié, les hommes, alors introduits dans l’univers des relations intersubjectives, sont identifiés par leur forme de naissance : « tous ceux que le Père a donnés au Fils » (vv. 2.6.9.24). C’est bien cette communication entre le Père et le Fils qui fonde l’avènement du groupe.
Par cet acte, où le Père tire les disciples du monde pour les donner au Fils, les disciples obtiennent leur autonomie et leur capacité de différenciation. Il ne s’agit plus ici de l’échange d’un objet-valeur, mais d’un vrai sujet à qui s’adresse la parole du Père et qui peut l’accueillir, la garder, la reconnaître et y croire(v.6-8). Par leur qualité de sujets, les disciples se distinguent du monde. Et cette distinction leur donne la possibilité de porter la parole reçue.
III - A configuração com o Cristo, caminho inconturnável dos discípulos
III - A configuração com o Cristo, caminho inconturnável dos discípulos
La configuration avec le Christ, chemin incontournable du disciple
A - Qual o lugar e o papel dos discípulos no mundo ?
A - Qual o lugar e o papel dos discípulos no mundo ?
DEUXIEME QUESTION : leur place et leur rôle dans le monde.
Le déplacement de Jésus qui s’en va comporte des conséquences pour le groupe des disciples qui doit se retrouver vis-à-vis du monde. Leur place n’est plus la même et leur rôle est modifié. L’absence de Jésus réoriente le groupe vers le Père et pousse les disciples à occuper la place laissée vacante par Jésus. D’une certaine manière, l’aménagement de cette place est une des préoccupations majeures de la prière de Jésus.
Il s’agit, selon l’intention de cette prière, de suivre les pas de Jésus : « Père, ceux que tu m’as donnés, je veux que là où je suis, eux aussi soient avec moi » (v.24). Pour ce motif, Jésus transmettra aux disciples sa condition d’envoyé : « Comme tu m’as envoyé dans le monde, moi aussi, je les ai envoyés dans le monde » (v.18), après avoir demandé au Père de les sanctifier : « Sanctifie-les dans la vérité : ta parole est vérité » (v.17). En tant que sanctifiés et envoyés, les disciples porteront alors les deux traits principaux de l’identité de Jésus, traits auxquels Jésus lui-même fait allusion au moment d’argumenter son identité devant les autorités juives: « à celui que le Père a consacré et envoyé dans le monde vous dites : ‘Tu blasphèmes’, parce que j’ai dit : ‘Je suis Fils de Dieu’ ! » (10,36)
En partant vers le Père, Jésus installe alors les disciples dans sa place et les distingue comme sujets porteurs de la parole du Père dans le monde (Jn 17,17-19). Orienté vers le Père, ce groupe des disciples se différencie ainsi du monde qui, renfermé sur lui-même, représente l’opposition à toute possibilité d’altérité et de relation. Ce monde est pourtant bien l’objet de leur mission. Pour rejoindre Jésus, les disciples doivent, comme il l’a fait, affronter la haine du monde et sa confrontation. Leur tâche est bien cela : « vivre dans le monde » sans « être du monde ». La prière de Jésus oriente les disciples dans ce sens : « Je leur ai donné ta parole et le monde les a haïs, parce qu’ils ne sont pas du monde, comme moi je ne suis pas du monde. Je ne te prie pas de les enlever du monde, mais de les garder du Mauvais. Ils ne sont pas du monde, comme moi je ne suis pas du monde » (vv.14-16).
La sanctification des disciples est liée alors au fait d’avoir gardé la parole reçue comme une parole venue du Père. Ils portent la parole du Père et c’est à travers cette parole qu’ils seront « sanctifiés dans la vérité » (v.17.19). La confession de foi de Pierre au quatrième évangile avait déjà fait allusion à cette liaison entre la sainteté et le fait de porter la parole. Elle apparaît à la fin d’un long discours de Jésus où ses auditeurs se trouvent confrontés à prendre la décision de l’abandonner ou de le suivre. Au nom des douze, Pierre intervient pour exprimer la raison de leur foi et interpréter ainsi l’ensemble de l’enseignement de Jésus : « Seigneur, à qui irons-nous ? Tu as les paroles de la vie éternelle. Nous, nous croyons, et nous avons reconnu que tu es le Saint de Dieu » (Jn 6,68-69). La qualité des paroles que porte Jésus donne ainsi aux disciples la raison de croire et de reconnaître qu’il est le « Saint de Dieu ». L’emploi successif, dans ce texte, des verbes πιστευω et γινωσκω au parfait de l’indicatif, indique effectivement que cette profession de foi des douze est le fruit d’un approfondissement progressif de la parole de Jésus ainsi que d’une meilleure connaissance du mystère de sa personne.
IV - A unidade de Deus, fonte inesgotável da unidade dos discípulos e dos futuros crentes
IV - A unidade de Deus, fonte inesgotável da unidade dos discípulos e dos futuros crentes
L’unité de Dieu, source inépuisable de l’unité des disciples et des futurs croyants
A - A configuração da relação dos crentes
A - A configuração da relação dos crentes
QUATRIÈME PARTIE
La configuration de leurs relations.
Le devoir des disciples est bien celui d’être là, présent à la place de Jésus, dans le monde. Orientés vers le Père, ils retrouvent, malgré la distance, une manière de poursuivre leur relation avec Jésus. L’ensemble de la prière est construit afin de dévoiler aux disciples leur condition nouvelle : « Je veux que là où je suis, ils soient eux aussi avec moi » (v.24). L’être avec Jésus est conditionné maintenant par l’être là, à sa place, où il est présent encore par ses paroles et ses commandements : « Si vous gardez mes commandements, vous demeurerez en mon amour, comme moi j’ai gardé les commandements de mon Père et je demeure en son amour » (15,10)
Porteurs et communicateurs de la parole venue du Père, les disciples se constituent, vis-à-vis du monde, en témoins d’une parole qui vient d’ailleurs et dans laquelle ils seront sanctifiés (v.17). Leur action est indispensable parce que, traversée par l’axe vertical de l’altérité, elle renvoie toujours au Père. Leur sanctification se réalisera néanmoins par leur disposition continuelle à assumer cette vérité venue d’autrui, et à la transmettre, dans l’espérance de susciter la foi de ceux qui ne sont pas ouverts encore à cette altérité du Père. L’élargissement du groupe de disciples est donc prévu, lorsque dans la prière, Jésus regarde l’avenir : « Je ne prie pas pour eux seulement, mais aussi pour ceux qui, grâce à leur parole, croiront en moi » (v.20).
Grâce au départ de Jésus vers son Père, le groupe des disciples prendra forme, et la question de leur unité deviendra pour eux essentielle. Les disciples devront devenir dans le monde le signe d’un type d’unité particulière qui peut être distinguée à trois niveaux différents : au niveau de la communication, au niveau de la relation et au niveau du rôle à jouer.
V.8 ‘les paroles que tu m’as données, je les leur ai données’v.22 ‘Je leur ai donné la gloire que tu m’as donnée’
Au niveau de la communication.
Au niveau de la communication.
L’unité des disciples qui est demandée dans la prière de Jésus s’explique premièrement à partir de la transmission de deux dons différents : la parole (vv.8) et la gloire (v.22). Ces deux dons viennent du Père. Ils ont d’abord été adressés à Jésus. La présence de ces dons dans le groupe des disciples est indispensable pour l’appel à la foi, non seulement des futurs disciples, mais aussi du monde lui-même. Cet acte de transmission où plusieurs acteurs agissent doit être représentatif d’une action unique : « La manifestation du Nom du Père ». D’ailleurs, l’authenticité de ces deux dons transmis est intrinsèquement liée à notre perception de l’unité des disciples avec Dieu le Père. Cette unité devient alors révélatrice de l’unique origine des dons reçus et de la légitimité de la foi des disciples en Jésus comme « l’envoyé du Père ». Dans la prière, en effet, les dons de la parole et de la gloire apparaissent impliqués dans un acte de communication où Jésus donne aux disciples ce qu’il avait déjà reçu du Père. L’analogie de ces deux actions peut être remarquée lorsque nous mettons en parallèle les deux versets qui y font allusion :
Dans ces deux versets, l’acte de communication exige une unité pour que la transmission de ces deux dons se réalise. Elle peut être reconnue dans les deux traits qui distinguent cette communication, la transitivité et l’altérité. Dans le premier trait (la transitivité), l’authenticité du don sera perçue dans l’unité de la parole qui se propage ou dans le resplendissement de la gloire transmise, du Père au Fils, du Fils aux disciples et de ceux-ci au monde. Dans le deuxième trait (l’altérité), il sera reconnu dans l’unité de la parole entendue et de la gloire perçue lorsque leur référence au Père en tant que donateur d’origine sera mise en évidence. Quant au contenu de ces deux dons, il peut être délimité par les deux domaines caractéristiques de toute transmission. En ce qui concerne le don de la parole, son domaine est celui du discours, embrassant ainsi, l’énoncé et la compréhension (vv.6-8). En ce qui concerne le don de la gloire, son domaine est celui de l’action et des signes, englobant ainsi toute l’œuvre réalisée (vv.4-5).
Au niveau de la relation.
Au niveau de la relation.
L’unité caractérise le groupe des disciples et celui des futurs croyants. Elle les identifie vis-à-vis du monde et les situe au-dedans de cet acte de transmission où la relation entre le Père et Jésus devient, par analogie, le modèle aussi de la relation entre Jésus et ses disciples. Lorsque nous observons les trois occurrences de la prière pour l’unité (vv.11 ; 21 et 22-23), nous constatons qu’elles présentent une structure semblable : à l’unité demandée (pour qu’ils soient un), suit toujours l’allusion au modèle sur lequel cette unité est construite (comme nous sommes un). Ce modèle revient à chaque fois que la prière fait allusion, non seulement à l’unité du groupe des disciples, mais aussi à celle des futurs croyants :
11. Disciples
11. Disciples
21. Futurs croyants
21. Futurs croyants
22. ‘pour qu’ils soient un comme nous sommes un :
moi en eux et toi en moi, afin qu’ils soient parfaits dans l’unité’
23. et que le monde reconnaisse que tu m’as envoyé et que tu les as aimés comme tu m’as aimé.
Les deux demandes pour l’unité des futurs croyants (vv.21 et 22-23) se terminent par la mise en relief de leur objectif, « afin que le monde croie que tu m’as envoyé » ou « et que le monde reconnaisse que tu m’as envoyé ». Cet objectif s’exprime à chaque occasion à travers un verbe différent (πιστευω ou γινωσκω) qui tire son sens des versets qui le précèdent :
20 Je ne prie pas pour eux seulement,
mais aussi pour ceux qui,
grâce à leur parole, croiront en moi,
21 afin que tous soient un.
Comme toi, Père, tu es en moi
et moi en toi,
qu’eux aussi soient en nous,
afin que le monde croie (pisteu,w)
que tu m’as envoyé
22 Je leur ai donné la gloire
que tu m’as donnée,
pour qu’ils soient un
comme nous sommes un :
23 moi en eux et toi en moi,
afin qu’ils soient parfaits dans l’unité,
et que le monde reconnaisse (ginw,skw)
que tu m’as envoyé
et que tu les as aimés
comme tu m’as aimé.
En ce qui concerne le premier verbe (πιστενυω), il s’agit surtout de la foi qui passe à travers la véracité de la parole donnée (vv.20-21). Quant au deuxième verbe (γινωσκω), il s’agit plutôt de la foi qui provient de la reconnaissance des œuvres réalisées et de leur origine divine (la gloire). La plus importante de ces œuvres est ici citée : « que tu les as aimés comme tu m’as aimé » (vv.22-23).
En observant alors les trois occurrences où Jésus prie pour l’unité, nous remarquons qu’il ne s’agit pas d’une simple répétition. Cette prière porte à chaque fois une explicitation nouvelle : V.11/v.21 // V.22/v.23.
Toutefois, l’unité proposée ne peut pas se réduire à la simple fraternité humaine dont le quatrième évangile nous a déjà parlé lors du discours d’adieu (13,34-35; 15,12.17). Elle implique aussi la relation des futurs croyants avec Jésus et son Père où il s’agit d’être un avec eux (vv.21-23). De l’affirmation d’une unité construite sur le modèle de la relation entre Jésus et son Père, nous passons au dévoilement d’une unité qui est une expression de l’inclusion du groupe des futurs croyants dans leur relation. D’ailleurs c’est Jésus qui rend possible ce passage : « moi en eux et toi en moi » (v.23).
De ce fait, l’unité des croyants deviendra pour le monde un appel à la foi. Grâce à cette unité, le monde pourra entendre que la parole annoncée est la parole même du Père et que les œuvres réalisées permettent encore de contempler sa gloire. À travers les futurs croyants, le monde aura alors accès aux dons de la parole et de la gloire, dons les plus importants de tout ce que Jésus, l’envoyé du Père, avait transmis à ses disciples. Ces dons sont indispensables, en effet, pour parvenir à la reconnaissance de la véritable identité de Jésus : « Et le Verbe s’est fait chair et il a habité parmi nous, et nous avons contemplé sa gloire, gloire qu’il tient de son Père comme Fils unique, plein de grâce et de vérité » (1,14).
No nível do papel a assumir
No nível do papel a assumir
Au niveau du rôle à jouer.
Au niveau du rôle à jouer.
L’événement nouveau et décisif accompli en Jésus Christ continue dans le corps unique formé par les disciples ou, dans l’avenir, par les futurs croyants. La caractéristique principale de ce corps est d’être là, à la place de Jésus dans le monde. Le départ vers le Père inaugure une nouvelle époque et donne lieu à un nouveau type de relation où la communauté des disciples devient « le sanctuaire de la présence du Père et du Fils dans le monde » (14,23) et « la communauté de vrais adorateurs annoncée par Jésus » (4,21-24).