Caminho de Emaús

O CAMINHO DE EMAÚS

LUCAS 24.13-36

Feliz Páscoa!

Que possamos sempre nos lembrar que Jesus é Deus, ele morreu e ressuscitou e reina sobre as nossas vidas e corações.

Ler de 13 a 16

Oração

INTRODUÇÃO

Lc 24.13–16

Uma das passagens mais famosas dos Evangelhos.

Nos relata um dos encontros de Jesus com seus discípulos após sua ressurreição.

Lucas

maior livro do NT e o mais completo dos Evangelhos.

Preocupa-se com nuances e detalhes.

apresenta alguns fatos e histórias que não encontramos nos outros evangelhos. Citação em Mc 16.12 -.

De todas as onze aparições de nosso Senhor depois de sua ressurreição, nenhuma parece ser tão interessante quanto a descrita nessa passagem.

Capítulos anteriores:

22 - última noite

23 - Julgamento, crucificação e morte

24 - desdobramentos da ressurreição de Jesus como foi se revelando progressivamente aos seus discípulos.

Estrutura do capítulo

1- 12 – Encontro das mulheres com os anjos diante da tumba vazia. Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Pedro se coloca no caminho de sepulcro.

13 - 35 - Uma segunda história, um contraste a primeira. contornado por desilusão e incredulidade.

Ponto de partida - Avançando no tempo. na tarde do domingo de Páscoa, dois dos discípulos decidem caminhar até Emaús:

Cidade 11km a Noroeste de Jerusalém, Distancia percorrida entre 4 e 5 horas.

Eles caminhavam digerindo o que havia acontecido em Jerusalém. Ainda confusos e sem entender muito bem os eventos ocorridos . O Semblante era triste e desesperançoso.

Em um determinado momento, Jesus se aproxima deles, irreconhecível aos seus olhos. E a partir desse momento nós vamos observar aqueles homens desfrutando de uma experiência transformadora com Jesus ressurreto.

OBJETIVO

Reconhecer o impacto do encontro do Cristo ressurreto com aqueles homens.

Como esse encontro promove uma profunda transformação na vida deles. Nunca mais seriam os mesmos.

Entender como esse episódio se relaciona muito mais com nossas vidas do que imaginamos.

Como a ressurreição de Jesus repercute em nosso coração e transformando as nossas vidas e mentes.

‌Essa é uma história linda, rica em sabedoria e poderosa em seus efeitos, ela nos oferecer lições preciosas e robustas que vão nos ajudar a perceber como a ressurreição molda o coração, caráter e mente daqueles que se rendem ao Jesus ressurreto.

‌Objetivamente, quero trazer a primeiro de três destaques:

EMAÚS É UM CAMINHO DE EXPECTATIVAS FRUSTRADAS (13-21)

Enquanto lemos essa porção da passagem de hoje, algumas expressões me saltam aos olhos

.. Eles pararam, com os rostos entristecidos. (17)

‌...Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram (20)

‌... nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel (21)

Implicação: Todas essas expressões nos apontam fatos evidentes:

Jornada marcada por tristeza, melancolia, confusão e desapontamento

Estavam frustrados com o rumo que a história havia tomado.

Sua frustração se deva principalmente porque as expectativas projetadas em Jesus não foram cumpridas.

Expectativa do Judeus comum:

Israel era uma nação há séculos oprimida e escravizada - era um povo que ansiava pela liberdade, e projetavam isso em suas esperanças quanto ao messias.

Em sua concepção, o Messias seria político, militar e revolucionário - libertaria Israel das de Roma e restauraria o poder, beleza e grandiosidade daquela nação; o que remeteria aos tempos de Davi e Salomão. ‌

Aqueles homens caminhavam frustrados, por estarem presos em suas próprias conveniências e desejos. Olhavam para jesus e projetavam nele esse Messias revolucionário.

Esperavam que Jesus agisse de acordo com as suas expectativas, de acordo com os seus próprios interesses, Eles projetavam em Jesus o seu próprio Cristo; Para eles Jesus era apenas um meio para o fim desejado.

Jesus estava morto e todas as suas expectativas, mortas com ele.

O que eles não entendiam era o que Jesus havia apontado durante todo o seu ministério, seu reino não era ali, físico, como Rei em Israel.

Lucas 17:20-21 - "Uma vez, sendo perguntado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus respondeu: 'O reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: 'Ei-lo aqui!' ou 'Lá está!' Porque o reino de Deus está entre vocês'".

Isso significa que as expectativas de um Messias revolucionário, eram tolas, eram pequenas diante do plano de redenção de Deus para a humanidade. Aqueles homens se colocavam como protagonistas. Mas o evangelho nos aponta outro, somos só coadjuvantes nesse grande filme!

As promessas de Jesus eram pra um outro Reino, o reino Deus havia chegado.

‌‌ Aplicação: Em que isso implica?

Que nós devemos fugir do caminho de Emaús, um caminho que coloca as nossas expectativas e sonhos em lugar e posição errada, dá a eles prioridades equivocadas.

Mudança de mentalidade, transformação de perspectivas e expectativas.

A realidade daqueles discípulos nos apontam que:

nossos desejos e expectativas baseados em nossos sentimentos humanos e em nosso coração egoísta somente nos levam a frustração e desapontamento.

Que todas os nossos anseios por conquistas seculares, bens materiais e reconhecimento são ilusões

É Um caminho de frustração porque:

Desejamos que Jesus caiba em seus desejos seculares em nossas projeções equivocadas. sobre a vida.

· Jesus não cabia nas expectativas humanas daqueles discípulos, assim como não cabe nas nossas.

Ele não cabe em uma religiosidade vazia que espera as bençãos de Deus, aquilo que Ele tem a oferecer, que projetam em Jesus uma vida triunfal, regada a bençãos e favores oferecidas pelo Eterno.

Não cabe em discursos vazios de homens cegos pelas próprias conveniências.

Muitos de nós nos encontremos assim; em um caminho de frustração e desilusão:

Expectativas estão sobre as coisas dessa vida, sobre futilidades e coisas banais, na nossa força, entendimento e racionalidade.

Muitos estão a caminho de Emaús, com corações frustrados e desolados com nossos dilemas e sofrimentos. Entristecidos com expectativas destruídas e sonhos frustrados.

Talvez até culpemos a Cristo, desapontados e decepcionados.

o Culpando por não termos a quantidade de dinheiro que queremos, porque não temos uma casa própria ou o carro do ano, porque a sua família não funciona como você quer, porque em algum momento você tenha se deparado com a doenças e a morte, porque não somos reconhecidos no trabalho, ou até aqui mesmo, no nosso contexto como igreja, porque as coisas que você planeja não tem dado muito certo. E projetamos em Jesus a resolução desses problemas e um suporte para o nosso sucesso pessoal quando não é sobre isso que o evangelho nos fala.

‌Jesus quer nos tratar hoje, como tratou aqueles discípulos:

A luz da revelação do Cristo ressurreto, do que Cristo que se aproxima no caminho.

seja forjada em nós uma conversão de expectativas

Que os nossos sonhos e perspectivas seculares e egoístas que temos sobre nós e sobre a vida sejam destruídos e reconstruídos em nós, através do prisma do Reino de Deus.

Jesus em seu sermão do monte, incentivava os discípulos a não ficarem ansiosos quantos as coisas dessa vida, quanto as preocupações sobre o que vestir, o que comer e onde morar. Mas deveriam

Nova Versão Internacional 6.25 As Preocupações da Vida

33 Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas

Que possamos desenvolver perspectivas que nos mantenham com os nossos olhos fitos em Jesus, desejando ardente viver a sua vontade, os seus desígnios para nós e darmos a Cristo o protagonismo que pertence a Ele por direito.

Que Jesus posso forjar em nós novas expectativas, uma nova mentalidade, um novo coração repleto expectativas do reino, que não são frustradas e nem nos desapontam.

EMAÚS É UM CAMINHO DE INCREDULIDADE QUE SE DISSIPA (22-31)

Explicação: Sequência da conversa daqueles discípulos com Jesus. Contam o que haviam ouvido das mulheres, mas demonstram certa incredulidade. Jesus passa a exortá-los, E expõe as escrituras pelo resto do caminho apontando como elas se referiam a Ele. Quando se aproxima de Emaús, Jesus faz como se fosse seguir viagem, mas eles desejam que pernoitasse com eles, costume local, eles se preparam para a refeição e quando o pão é partido Jesus é revelado aqueles homens.

Além de frustração e desapontamento, outro sentimento que encontramos nos discípulos no Caminho para Emaús é a incredulidade. Faltava-lhes fé!

E isso acontece:

Mesmo eles sendo espectadores de milagres e maravilhas,

Mesmo experimentando a vida ao lado de Jesus.

Eles ouviram os rumores e testemunhos da ressurreição de Jesus, mas ainda assim, escolheram um caminho de incredulidade

Ainda eram incrédulos. Não conheciam a Jesus, era apenas uma figura abstrata, distante, um profeta, não o messias, era poderoso em palavras, não o filho de Deus.

Implicação: Não é uma história é sobre perdição ou condenação, ela é sobre redenção. Sobre como Cristo, redimi corações e mentes. Jesus surge para aqueles homens em um caminho de frustração e incredulidade para oferecer-lhes um novo caminho.

Jesus oferece aqueles homens um caminho de comunhão;

O texto nos aponta isso, enquanto caminham, eles desfrutam de intimidade e comunhão; Enquanto caminham a incredulidade vai se dissipando, como uma névoa pela manhã, desaparece com a força do sol

A caminho de Emaús, Jesus passa do desconhecido ao amigo, do oculto ao revelado

... “Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram (25)

... explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras (27)

... “Fique conosco, pois a noite já vem; (29)

... Quando estava à mesa com eles (30)

Expressões que nos ajudam a entender que Jesus foi revelado aqueles homens como resultado da comunhão que compartilharam. Eles tiveram um discipulado intensivo. (Exortados, Instruídos, partilharam de comunhão no caminho e a mesa)

Quando chegam a Emaus, eles desejavam a presença dEle junto a mesa, e no compartilhar da refeição, ele não mais tratado como um forasteiro, mas como um Hóspede. E ao partir o pão, os olhos se abrem, toda a incredulidade é lançada fora e Jesus é revelado. A imagem do Cristo Ressurreto é descortinada como resultado de uma jornada intima com Jesus.

Aplicação: Quando caminhamos com Jesus, quando desfrutamos de relacionamento, quando compartilhamos o pão e a mesa, nós verdadeiramente o enxergamos. Diante disso não há espaço para a incredulidade.

Ele está vivo e páscoa nos anuncia isso! Jesus Vive e deseja se relacionar conosco. Jesus foi buscar seus discípulos infiéis! Que demonstração de graça!

‌Ele não é mais um Jesus distante, não mais a figura abstrata, É o Cristo amigo, o Cristo próximo, intimo.

Isso nos desafia:

Ao desejo de o buscarmos mais Jesus.

A caminharmos com Ele, de desejarmos que Ele faça parte da jornada.

Muitos vivem suas vidas cristãs observando um Jesus distante, um Jesus, profeta, o Jesus crucificado. Veem e experimentam em alguma medida desse Jesus. Mas a incredulidade não permite com que contemplem Jesus Ressurreto.

‌Andar com Cristo é se deleitar nEle, é desfrutar das suas bençãos, é encontrar verdadeiro descanso e consolo nos seus braços. Porém para experimentarmos a plenitude dEle em nós, isso vai demandar relacionamento. Precisamos nos aproximar, permitir que Ele não seja mais o forasteiro, e sim o hóspede, não o desconhecido, mas o Jesus amigo.

‌Dedique sua vida a intimidade com Cristo:

Busque-o em oração -

O ministério de Jesus é repleto de momentos onde Ele orou ou incentivou seus discípulos a oração.

Ora antes de escolher seus discípulos Lc 6.12

Jesus ensina uma oração aos seus discípulos Lc 11

Jesus conta uma parábola sobre a oração Lc 18

Devemos lutar para que a oração seja parte fundamental da vida;

É a atividade cristã mais negligenciada.

Deve fazer parte da nossa rotina, precisa ser constante e precisa ser resultado do nosso desejo de nos relacionar com Jesus.

Ouça-o através das escrituras - “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos” - Jo 8.31

Cristo era a essência de todos os sacrifícios ordenados na lei de Moisés. Cristo era o verdadeiro Libertador e Rei, do qual todos os juízes e libertadores da história de Israel eram apenas figura; ele era o Profeta vindouro, maior do que Moisés, cujo glorioso advento enchia as páginas dos profetas. Cristo era a verdadeira semente da mulher, que pisaria a cabeça da serpente; ele era o verdadeiro descendente em quem todas as nações seriam benditas. Cristo era o verdadeiro Siló, a quem todo o povo se reuniria; ele era o verdadeiro bode da expiação, a verdadeira serpente de bronze, o verdadeiro Cordeiro, para o qual todos os sacrifícios diários apontavam. Cristo era o verdadeiro Sumo Sacerdote, de quem todos os descendentes de Arão eram apenas figuras.

As escrituras nos revelam Jesus.

Devemos nos debruçar sobre a palavra de Deus e nos alimentar dela. Consumi-la imoderadamente.

Experimente-o nos seus relacionamentos. “Eu lhes dou um novo mandamento: amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros." Jo 13:34

A conversa sobre as coisas espirituais é um dos mais importantes meios da graça. Assim como o ferro com o ferro se afia, assim também a troca de pensamentos espirituais aperfeiçoa a alma de um crente

Na comunhão contemplemos maravilhados

o Jesus que ressuscitou. É na comunhão que nós experimentamos a plenitude de Jesus!

JERUSALÉM É UM CAMINHO DE PROCLAMAÇÃO (32-35)

Explicação: O final dessa história nos mostra aqueles discípulos reconhecendo a Jesus, agora com corações ardentes, eles se levantam e se colocam em direção a Jerusalém. O resto da história nos aponta eles testemunhando aos 11 discípulos mais íntimos aquilo que havia acontecido no caminho de Emaús.

O caminho a Emaús era de incertezas, desilusões e incredulidade, O caminho a Jerusalém é cheio de esperança, alegria, contentamento e vida. As palavras do Cristo ressurreto queimavam no coração daqueles discípulos.

Ao reconhecerem Jesus, os discípulos prontamente se dispõem a voltar a Jerusalém e testemunhar o que havia acontecido.

Implicação: E o que havia acontecido?

‌Eles não apenas viram a Jesus, mas agora, seus corações e mentes estavam transformados pelo Cristo que ressuscitou. Suas expectativas e sonhos convergiam para Jesus. E queimava em seus corações o desejo de que outros experimentassem uma experiência semelhante. Eles testemunharam e proclamaram o Cristo que ressuscitou.

‌ Aplicação: Termos nossas expectativas destruídas e reconstruídas, e compreendermos de que só veremos o Cristo ressurreto experimentando comunhão com Ele nos levam a transform,ação de mente e coração a testemunhar e a proclamar Jesus. É impossível sermos impactados pelo poder da Ressurreição de Cristo e não testemunharmos. Isso deve queimar em nosso coração, as palavras de Jesus devem incendiar as nossas vidas, nos levando a testemunhar a todos que Jesus ressuscitou!

‌Nós comemoramos a Páscoa uma vez ao ano, mas ela deve se manter viva diariamente em nossas vidas. Devemos ser constrangidos por ela e expressarmos ela em todos os momentos na nossa vida, seja com palavras, seja com conduta! Proclamamos a páscoa por onde nós andarmos.

‌O capítulo 24 ainda vai nos contar outro encontro de Jesus, quase uma repetição do encontro no caminho de Emaús. E veremos mentes e corações mais uma vez transformados. A última ordem dada a seus discípulos por Jesus foi:

‌​Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,20 ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos Mt 28.19,20

O livro de Atos, outro escrito por Lucas, mostra os feitos e obras de homens impactados pela ressurreição de Cristo, e como eles transformaram o mundo através da proclamação da páscoa.

CONCLUSÃO

O nosso desafio nessa manhã é olharmos para a história desses dois discípulos e perceber que Jesus, assim como chama aqueles homens, nos chama pra retornarmos a Jerusalém. Para isso ele nos chama a:

Uma nova mentalidade, ele deseja mudar as nossas expectativas sobre a vida, sobre o mundo e sobre nós mesmos. Jesus quer nossos desejos e nossas afeições! Ele quer o nosso coração.

Nos incentiva a desfrutarmos de comunhão com Ele. Nos convida a andarmos juntos a Ele. Eles no oferece um caminho de comunhão onde de experimentaremos do seu amor, graça e bondade. Ele quer se revelar a nós no nosso caminhar, no sentar a mesa, no partir o pão! Ele quer nossa disposição em buscá-lo e servi-lo.

Ele também nos comissiona a proclamação e ao testemunho. Que todos saibam e contemplem o Jesus que ressuscitou, que essa verdade alcance a tantos quanto for possível. Que a luz do Cristo ressurreto, diante da imagem daquele que venceu a morte, que isso incendeia nosso coração ao ponto de fazermos da proclamação da páscoa a tarefa central das nossas vidas.

Esse desafio não é para um outro momento,é para já! Aproveitem o almoço de páscoa, peça a palavra e anunciem o Cristo ressurreto.

DIANTE DO CRISTO QUE RESSUSCITOU E SE APROXIMA DE NÓS NO CAMINHO A EMAÚS, SOMOS CONDUZIDOS HÁ UMA NOVA MENTE E CORAÇÃO. SOMOS ABENÇOADOS COM COMUNHÃO, DESFRUTAMOS DELE NA JORNADA, AO SENTAR A MESA E AO PARTIR O PÃO; E POR FIM, SOMOS COMISSIONADOS AO TESTEMUNHO E PROCLAMAÇÃO DA VERDADEIRA PÁSCOA