Jesus ressurreto: nossa mensagem

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ICT: Maria Madalena, com a lógica humana, não consegue enxergar o milagre da ressurreição, mas Jesus se revela ressurreto e a ordena que anuncie sua ressurreição. Tese: Cristãos, com a lógica humana, não conseguem enxergar o milagre da ressurreição, mas Jesus se revela ressurreto e nos ordena que anunciemos sua ressurreição. PB: Missional PE: Comunicar à igreja que o encontro com o Jesus ressurreto transforma-nos em missionários que anunciam a sua ressurreição. Divisão: - As evidências da ressurreição pelos olhos humanos (v. 1-15) - A revelação e encontro com Jesus ressurreto (v. 15-16) - Vida transformada em testemunha missionária (v. 17-18)

Notes
Transcript

INTRODUÇÃO

Na vida passamos por algumas seleções e escolhas. Por vezes estamos do lado de quem participa de uma escolha em que desejamos ser o escolhido. Por outras vezes estamos do outro lado, do lado de quem está realizando a seleção e escolha. Do lado do “candidato” à seleção, busca-se provar ou demonstrar que se possui requisitos que devem ser almejados por aquele quem escolhe. Já quem escolhe está atento em verificar e quem sabe testar os atributos do candidato para verificar se atende às necessidades buscadas.
Assim é com o namoro, por exemplo, pois normalmente alguém age em direção à outra pessoa em busca de um relacionamento mais íntimo. Só que por vezes, o escolhido ou escolhida, aos olhos dos pais, parentes ou até mesmo de amigos, não é bem aquela pessoa ideal.
Também é possível observarmos isso no segmento profissional e corporativo, onde empresas buscam realizar seleções de estagiários, trainees, empregados e colaboradores que se ajustem e atendam e também possuam os skills requisitados pela função a ser cumprida. E assim, se eliminam aqueles que são julgados no momento como inadequados.
Jesus no início de seu ministério fez uma seleção de doze homens mais próximos a fim de ensinar-lhes e preparar-lhes para uma missão que mudaria completamente as suas vidas. E de cara, vemos os mais inadequados para isso. Parece que Jesus escolheu errado. Tanto é que Judas, um desses doze, o traiu antes mesmo de terminar o “treinamento”. E ainda pior: os outros onze discípulos o abandonaram após a traição de Judas.
Claro que sabemos hoje que, sendo Jesus não só um ser humano plenamente, mas também divino totalmente, ele não havia cometido erro algum. Havia propósito em tudo que ele fazia. Já era predito que o filho do homem haveria de ser entregue às autoridades e também que haveria de ser abandonado e sozinho sofreria e pagaria o preço da pena que estava destinado à toda humanidade.
Nesse “treinamento”, Jesus falou abertamente a eles sobre seu propósito de não só morrer, mas de também ressuscitar. Além do mais as Escrituras também faziam esse prenúncio do Cristo sofredor, bem como também de sua glorificação na ressurreição que era rejeitada pelos saduceus, mas este segmento judaico não era de massa, a maioria dos segmentos, principalmente os de massa como os fariseus, criam nela. Então a ressurreição não era algo estranho para aqueles discípulos.
Como já dito, as Escrituras já relataram bastante sobre a ressurreição. Basicamente esse tema era tratado como uma vida na presença de Yahweh. Não há detalhes de como seria a vida pós morte terrena, mas que simplesmente o soberano da vida não abandonaria seu povo pactual na sepultura que por sua vez era a representação do Sheol, uma espécie de morte eterna.
Nas narrativas históricas, temos de forma muito sutil o relato de Enoque e Elias, por exemplo, que não experimentaram a morte e foram tomados por Deus. Não se atém a detalhes, mas o que se sabe é que eles entraram na presença do Senhor.
Jó expressa essa esperança na ressurreição quando diz:
Jó 19.25–26 NAA
25 Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. 26 Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus.
Já Davi, em 2Samuel quando seu filho com Bate-Seba morre, ainda uma criança, e o rei quebrando o jejum pela morte de seu filho declara:
2Samuel 12.23 NAA
23 Mas agora que ela morreu, por que jejuar? Poderei eu trazê-la de volta? Eu irei até ela, mas ela não voltará para mim.
E ele disse isso com base no que consta em Deuteronômio:
Deuteronômio 32.39 NAA
39 Vejam, agora, que eu, sim, eu sou Ele, e que não há nenhum deus além de mim; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão.
E ainda nas narrativas históricas, encontramos três relatos de ressuscitação:
O filho da viúva de Sarepta;
O filho da sunamita; e
Um homem que foi jogado no túmulo de Eliseu.
Nos Salmos também encontramos revelações da Palavra a respeito da ressurreição. O salmista por vezes lamenta sua condição efêmera com destino terrível de ser tragado pela morte na mais profunda sepultura, porém ao clamar a Deus por salvação, encontra razões para louvar e bendizer o Santo nome do Senhor que não só o livra da morte, mas o coloca em comunhão eterna em vida.
Salmo 86.11–13 NAA
11 Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; põe em meu coração o desejo de temer o teu nome. 12 Eu te darei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei para sempre o teu nome. 13 Pois grande é a tua misericórdia para comigo, e me livraste a alma do mais profundo poder da morte.
Mas são nos profetas onde encontramos mais significativamente a esperança da ressurreição por meio de um messias.
Oséias zomba da morte:
Oséias 13.14 NAA
14 “Eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as suas pragas? Onde está, ó inferno, a sua destruição? Meus olhos estarão fechados para a compaixão.”
E o apóstolo Paulo muito depois da ressurreição e ascensão de Jesus, retoma essa profecia elucidando os conrintios a respeito de seu cumprimento no redentor ressurreto.
Isaías já traz a figura do servo sofredor. O capítulo 53 de seu livro é o prenuncio mais vivo do cumprimento ao ocorrido com Jesus em seu sofrimento e morte. Mas também trata de sua glorificação na ressurreição quando diz:
Isaías 53.10 NAA
10 Todavia, ao Senhor agradou esmagá-lo, fazendo-o sofrer. Quando ele der a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
Ezequiel e Daniel já trazem a nossa ressurreição. Ezequiel pelo famoso relato de sua visão profética intitulada do Vale dos ossos secos. Em especial quando diz:
Ezequiel 37.12–14 NAA
12 Portanto, profetize e diga-lhes: Assim diz o Senhor Deus: “Eis que abrirei as sepulturas de vocês e os farei sair delas, ó povo meu, e os levarei de volta à terra de Israel. 13 Vocês saberão que eu sou o Senhor, quando eu abrir as sepulturas de vocês e os fizer sair delas, ó povo meu. 14 Porei em vocês o meu Espírito, e vocês viverão. Eu os estabelecerei na sua própria terra, e vocês saberão que eu sou o Senhor. Eu falei e eu o cumprirei, diz o Senhor.”
E Daniel fecha essa exposição do Antigo Testamento a respeito da ressurreição quando profetiza:
Daniel 12.2 NAA
2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e horror eterno.
Fora todo esse arcabouço escriturístico a respeito da ressurreição, o próprio Jesus falou diversas vezes para seus discípulos a respeito de si mesmo que deveria sofrer, morrer e ressuscitar ao terceiro dia.

As evidências da ressurreição pelos olhos humanos (v. 1-15)

Ocorre que uma coisa é a teoria ou a exposição verbal da verdade e outra é a aplicação dessa teoria ou a vivência dessa realidade.
Os discípulos de Jesus passaram por uma experiência terrível e traumática que foi a captura de seu mestre, a humilhação dele, a tortura e vexame públicos que ele sofreu até a sua execução na cruz que na época era a pior forma de morte e execução do governo romano, destinado aos piores mal-feitores.
Os discípulos estavam atônitos, deprimidos, sentido-se também culpados por terem abandonado a Jesus no momento mais doloroso e também com medo de serem apanhados pelas autoridades romanas e quem sabe receberem o mesmo destino cruel que Jesus recebeu.
Jesus sendo executado na sexta-feira, antes mesmo que o sábado se iniciasse às 18h, ainda houve tempo de sepultá-lo num túmulo ali perto da crucificação e também próximo de um jardim. Mas com a chegada do sábado às 18h daquele mesmo dia, então pela Lei judaica, não podiam mais fazer nada e os demais procedimentos fúnebres como o embalsamento ficariam então para o domingo.
E é assim que João nos relata. Que no primeiro dia da semana, ou seja, no domingo, logo cedo, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra da entrada havia sido removida.
João escreveu seu evangelho bem mais tarde que Marcos Lucas e Mateus. Por isso que o evangelho dele é tão distinto dos demais que são chamados de sinóticos. Talvez João pensara que como já estava bem conhecido os relatos pelos demais evangelhos, ele trouxe um novo olhar para os mesmos fatos históricos da vida de Jesus e seu ministério terreno.
Então João não precisou detalhar que outras mulheres estavam juntas e Maria Madalena em seu meio. João sabia que seus leitores já tinham essa informação. Tanto é, que ele utilizou o verbo saber no plural da primeira pessoa, indicando assim que haviam mais pessoas com Maria Madalena.
Isso leva a crer o que muitos comentaristas concordam ao dizer que João estava trazendo em destaque Maria Madalena. Esta serva, discípula que, segundo as Escrituras, era uma mulher possuída por setes demônios que foram expulsos por Jesus. Uma mulher má afamada na sociedade, mas que foi liberta da opressão demoníaca e teve sua vida transformada por Jesus.
Ela é a expressão daquelas pessoas que reconhecem sua miséria, seus pecados, suas inadequações, mas que ao serem ajudadas se tornam pessoas imensamente gratas a seus benfeitores. Assim era Maria Madalena, uma serva com grande amor a seu salvador. Ela não escondia o seu amor por Jesus. Ela, com outras mulheres, acompanhou Jesus na via dolorosa e também na sua crucificação estava presente.
É essa mulher que João destaca como quem primeiro testifica a primeira evidência da ressurreição. Mas também João nos informa que ela à priori não entende a pedra removida como essa evidência milagrosa.
Ela corre até Pedro e o outro discípulo a quem Jesus amava que diga-se de passagem se tratar de João, o autor deste evangelho, assim posto por muitos estudiosos da Bíblia, para contar-lhe da “violação” da sepultura. Ela informa que tiraram o Senhor do túmulo e que ela e as demais mulheres não sabem onde o colocaram.
João não diz isso, mas levamos a crer que ela ou outra mulher tenha entrado ou olhado pela entrada da sepultura e visto que o corpo de Jesus não estava lá. E em momento algum lhe veio à mente a possibilidade da ressurreição.
Como disse, João não sente a necessidade de relatar detalhes que foram contados nos outros evangelhos, como por exemplo que haviam mais mulheres no momento. Mas os outros evangelistas nos contam que essas mulheres testemunharam um evento milagroso em que um terremoto provocado por um anjo removeu a pedra. Talvez todo trauma da morte de Jesus somado às tensões ainda muito presentes, fizeram com que só se pensasse na violação da sepultura e não do milagre.
Assim Pedro e João também tomaram ciência do relato de Maria Madalena e puderam verificar as evidências da ressurreição, mas também com olhos humanos, não puderam nem sequer cogitar a possibilidade do milagre.
Há uma breve aproximação da possibilidade da ressurreição quando se diz que João quando entrou no túmulo depois de Pedro e viu como cuidadosamente foi dobrado ou enrolado o sudário, o lenço que cobria o rosto de Jesus, creu.
Ele creu na ressurreição de Jesus. Porém foi como uma fé ainda muito jovem que mais tarde haveria de ser fortificada pela presença do próprio Jesus ressurreto corroborada também por todo arcabouço escriturístico profetizado.
Realmente seria muito difícil de crer que Jesus havia ressuscitado. Não que eles não cressem que Jesus ressuscitaria, mas que este evento seria num outro momento, no fim dos tempos. Não havia nenhuma indicação escriturística mais clara e até mesmo desenvolvida de que o messias morreria e ressuscitaria em seguida, mas de igual forma também não havia nada nas Escrituras que negassem essa possibilidade.
Simplesmente Pedro e João retornaram para seus lares.

A revelação e encontro com Jesus ressurreto (v. 15-16)

Temos de reconhecer que como humanos, pecadores e limitados, somos incapazes de reconhecer a Deus próximo de nós, apesar de sua onipresença. Por isso que em toda Bíblia o que testemunhamos é que Deus primeiramente se revela a nós, porque seria impossível que por nós mesmos pudéssemos ter algum conhecimento dele. Por isso tanta gente não consegue enxergar Deus em todos os âmbitos de sua vida e nem em sua própria vida.
Maria, assim como os demais discípulos, está cega e não consegue perceber o grande milagre que ocorreu. E lá está ela de volta ao túmulo pranteando, mais ainda triste por nem mesmo ter como prestar a última homenagem a seu mestre.
O choro de Maria Madalena relatado por João era comum, pois pela tradição judaica, havia a crença de que a alma permanecia no corpo até o terceiro dia e assim o luto e especificamente o pranto era uma prática comum neste período, bem como as últimas homenagens. E certamente por isso que ela ainda se referia à Jesus como Senhor, mesmo sendo sua preocupação com o cadáver.
Sutilmente João relata então que dois anjos estavam no túmulo, indicando um sentado na cabeceira e outro onde estaria os pés de Jesus. Esses anjos não foram percebidos por Pedro e João. O próprio João não dá mais explicações dessa aparição, mas há estudioso que diga que tais anjos nessas posições estiveram velando Jesus.
Mas especulação à parte, o que é dito é que eles questionam Maria porque chora. E ela responde que a razão de seu choro é que haviam levado o seu Senhor. Mas o questionamento dos anjos podem ser vistos como quem questiona o choro como desnecessário, pois Jesus está vivo. Não há razão para choro, mas para grande alegria.
E outra vez João não detalha, mas simplesmente diz que ela de volta para trás, deixando de olhar para o túmulo e vê a Jesus ressurreto, mas não o reconhece. A presença de Jesus de alguma forma chamou a atenção dela, ou melhor, tirou a atenção dela para o local de morte. Ele faz o mesmo questionamento que os anjos fizeram e muito provavelmente na mesma intenção de comunicar que não havia razão para choro, mas para gozo, indo além ao acrescentar ao questionamento a quem procura e não ao quê procura, indicando que o seu Senhor vive.
Mas ela ainda está totalmente tomada pela lógica humana e certamente aquela pessoa ali seria mais logicamente o jardineiro responsável por aquele jardim e talvez, inclusive ele tenha removido o corpo de Jesus da sepultura. Então ela responde a Jesus que se ele retirou o corpo, então que diga onde está ela vai dar o jeito dela de levar para um outro lugar que não perturbe aquele jardineiro.
Maria Madalena volta o seu olhar desesperançoso para o local de morte, para a sepultura. Mas Jesus não desiste. Aliás, ele nunca desiste de nós. Ele nunca nos desampara. Ele sempre se mostra a nós, nos consola em momentos de tristeza e se alegra em momentos de júbilo conosco.
Jesus é nosso Deus relacional. Somos sempre provocados e constrangidos a respondermos à sua revelação com um sim a seu convite de intimidade. Nossa intimidade com Deus se dá principalmente pela disciplina da oração. A oração, por meio da fé, torna-se nossa conversa com o divino. É por meio dela que abrimos o nosso coração, que respondemos a voz do Senhor revelada principalmente pela sua Palavra, o meio pelo qual nos tornamos amigos de Deus.
Maria Madalena teve o privilégio de conversar com Jesus face a face. Assim com nossos grandes amigos, muitos deles nossos parentes, como pais, irmãos, esposo, esposa e filhos, se tornam tão íntimos nossos que às vezes nem precisam dizer nada e já capturamos no olhar ou em qualquer outra expressão algo que querem nos dizer ou até mesmo algo que não querem nos dizer, mas tá na cara o que se passa, Jesus ao simplesmente falar “Maria”, tocou o coração dela, falando profundamente a seu íntimo do jeito que somente Jesus poderia falar.
Agora sim, seus olhos se abriram para a realidade da vida e desta vez seu olhar deixa de focar o local de morte para contemplar a vida. A sua resposta foi tão íntima quanto foi a de Jesus para com ela. Ela simplesmente responde “Raboni” uma forma de origem aramaica, língua falada por Jesus.

Vida transformada em testemunha missionária (v. 17-18)

Ela deve ter se prostrado e abraçado os pés de Jesus em conformidade com o relato de Mateus. João não relata isso, mas não deixa de transmitir o misto de reverência e intimidade quando Maria responde com “Raboni” como alguém que diz “meu querido mestre”. É justamente esse misto de reverência e intimidade que possibilitam a verdadeira adoração. Uma não anda sem a outra.
A reverência sem intimidade é algo frio e seco e a intimidade sem reverência é apenas fogo de palha. A verdadeira adoração dosa as duas coisas que formam uma simbiose nessa atmosfera.
Mas Jesus diz a Maria Madalena que não o toques ou que não o detenhas. Essa sutil repreensão é justificada porque o relacionamento agora com o Jesus ressurreto não se dará mais da mesma forma como antes. Ele haverá de subir para o Pai e então se estabelecerá um relacionamento mais pleno e profundo: pelo Espírito Santo.
E em seguida Jesus ordena que ela cumpra uma missão. Que vá até os demais discípulos e anuncie sua ascensão e uma nova realidade que se inaugura: a filiação deles por meio da adoção do Pai.
Jesus ressurreto inaugura uma nova realidade não só para aqueles discípulos, mas para todo aquele que ao receber o anúncio de se sua ressurreição e que aceita sua Graça Salvífica, recebendo a adoção de filho de Deus, ou seja, tornando-se co-herdeiros com Jesus, o unigênito de Deus Pai.
O Senhor Jesus que gradativamente foi possibilitando o cumprimento dessa realidade, primeiramente chamando os discípulos de servos, depois de amigos e agora os chama de irmãos! Como será que eles receberam essa notícia? João não nos relata. Mas sabemos que eles a priore não creram por causa do que consta no relato de Marcos e Lucas, afinal de contas era uma mulher que estava testemunhando.
Maria Madalena além de ser mulher, alguém que não era considerada dentro da sociedade judaica para testemunhar algo, também tinha um passado conturbado por sete demônios. Estes sete demônios pode ser uma expressão que indique uma vida plenamente desregrada moralmente e psicologicamente. Então ela poderia ter tido uma recaída e está delirando.
Eugene Peterson que foi teólogo, pastor presbiteriano, poeta, escritor e autor da tradução parafraseada da Bíblia “A Mensagem”, na sua obra intitulada “Viva Ressurreição”, afirma que o deslumbramento é algo central no relato dos quatro evangelistas a respeito da ressurreição. E que a falta de deslumbramento nos dias de hoje é um fator que nos distancia de uma vida em conformidade com a vontade divina.
Os discípulos não se permitiram deslumbrar pelo fato de Jesus ter escolhido uma mulher de passado muito duvidoso para testemunhar sua ressurreição.
Às vezes nos sentimos muito inadequados e incapazes de cumprir uma ordem que vem do Senhor, porque a confiança ou melhor, a desconfiança pesa sobre nós. Mas a centralidade ou a referência não deve estar repousada sobre nós, mas naquele que nos ordena. Nunca atenderemos os requisitos à altura de Jesus, mas devemos confiar plenamente nele e cumprir nossa missão de anunciar a ele próprio ressurreto, vivo e presente!
Por outras vezes, nós não nos permitimos deslumbrarmos com a possibilidade de Jesus ser anunciado por aqueles a quem julgamos ser indignos, não-crentes, inadequados e despreparados. Nossa lógica humana bloqueia a possibilidade de deslumbramento por meio dos marginalizados e minorias de nos trazerem à mensagem da ressurreição. Mas afinal de contas, quem é digno?
O Senhor Jesus iniciou uma nova era por meio de sua ressurreição. O corpo glorificado de Jesus invadiu nossa realidade, sendo ele o primeiro de muitos que haverão de também ser glorificados em momento determinado. O reino de Deus se estabeleceu definitivamente na Terra.
O já e o ainda não estão presentes. A ressurreição de Cristo é o “já”, a nossa, apesar de certa, é o “ainda não”. E enquanto não chega o dia, podemos ouvir a Jesus nos chamar pelo nome, assim como um pastor que fala às suas ovelhas e elas reconhecem a sua voz, entendemos que somos enviados a anunciar a boa nova que há em Jesus. Essa boa nova é sua ressurreição.
A ressurreição de Jesus é o ponto alto de nossa fé. Sem Cristo ressurreto, o cristianismo se torna como qualquer outra religião sem sentido, como que o importante e o seu alvo é algo efêmero ou sem valor eterno. Buda, Maomé, Confúcio, Alan Kardec e outros expoentes religiosos estão todos sepultados, mas o Senhor Jesus não foi detido pela morte.
Nós anunciamos portanto um Deus vivo! Não importa quem você é ou que falam a seu respeito. Apenas anuncie que Jesus vive e por isso temos a viva esperança de um eterno amanhã em sua presença, na presença do Deus que é amor.
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