OS MÁRTIRES E A FÉ QUE CUSTA. Pág. 191- 203
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Hebreus 11.35–40 (NAA)
35 Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; 36 outros, por sua vez, passaram pela prova de zombarias e açoites, sim, até de algemas e prisões. 37 Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada. Andaram como peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras; passaram por necessidades, foram afligidos e maltratados. 38 O mundo não era digno deles. Andaram errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. 39 Todos estes, mesmo tendo obtido bom testemunho por meio da fé, não obtiveram a concretização da promessa, 40 porque Deus tinha previsto algo melhor para nós, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.
“Deus me curou; ele o curará também. Simplesmente faça o seguinte: (fórmula da cura)”. Qual o problema de tal colocação? Ela dá a impressão que Deus sempre trabalha do mesmo jeito na vida de pessoas diferentes; e assim, passa uma esperança falsa para a pessoa.
O que precisamos entender é que os princípios divinos são os mesmos para todos, mas os planos e propósitos divinos geralmente variam. Precisamos entender que Deus sempre honra a fé, mas nem sempre do mesmo jeito.
Tiago e Pedro são exemplos disso. Tanto Pedro quanto Tiago tinham grande fé em Deus, mas, quando veio perseguição à igreja, Tiago foi morto, enquanto Pedro foi liberto da prisão. Atos 12
Em Hebreus 11:35, o autor passa a falar sobre o outro lado da vida cristã. Ele mostra uma nova lista de “vencedores” que nos parecem “perdedores”. Eles, por causa de sua fé, foram serrados ao meio, posto à prova, mortos ao fio da espada! Será que Deus falhou com eles? Será que eles falharam com Deus? Não e não! Os outros glorificaram a Deus através de sua libertação. Já estes, através de sua provação e perseverança.
Por isso, quando buscamos o socorro do Senhor, precisamos dar espaço para ele agir, pois ele age de forma soberana, particular e criativa. Precisamos crer que o que o Senhor decretou para nós, seus filhos, é o melhor para nós individualmente. Lucas 1:38
15.1. A VIDA DE FÉ GERALMENTE É CUSTOSA.
15.1.1. Com certeza, as pessoas mencionadas no inicio deste capítulo, aqueles que “pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas”, também pagaram um alto preço por causa de sua fé em Deus.
15.1.2. Entretanto, no fim do capítulo, o vocabulário muda. As pessoas mencionadas são postas à prova, zombadas, acorrentadas, colocadas na prisão, maltratadas, afligidas, açoitadas, torturadas, apedrejadas, serradas ao meio, mortas ao fio da espada. Será que Deus poderia livrar esses santos fiéis? Claro que sim, mas esse não era o seu plano para eles.
15.1.3. Será que Deus foi injusto?
Não! Ele é Deus e pode fazer com nossas vidas o que quiser. Ele dá e tira e bendito seja o nome do Senhor. Jó 1:21 e Romanos 9:20
15.1.4. Temos o direito de dizer a Deus o que ele deve fazer com nossas vidas?
Ah, nosso problema é que muitas vezes achamos que estamos no mesmo nível que Deus. Mas não estamos! Definitivamente não estamos. A figura dele como Pai não pode nos dar a impressão que ele não é o Deus Soberano.
15.1.5. A questão é que, às vezes, temos condições de entender os planos de Deus. Outras vezes, não. Nós estamos presos dentro do tempo e espaço, com um campo de visão bem limitado. É por isso que devemos baixar nossa crista e louvar o Senhor. Romanos 11:33
15.1.6. Então, quando deveríamos crer? Só quando entendemos? Só quando os planos de Deus se sujeitam à nossa compreensão?
Não, devemos confiar sempre. Assim, como não devemos julgar a obra final pelo esboço, não devemos subestimar as pinceladas do Pintor das Estrelas em nossas vidas. A fé confia apesar das circunstâncias ou consequências.
15.1.7. Veja o exemplo de Sadraque e seus amigos. Eles permaneceram fiéis quando o rei Nabucodonosor ordenou que se prostrassem diante de sua imagem. Eles sabiam que o Senhor era poderoso para impedir que sofressem, mas também sabiam que o Senhor era digno de adoração mesmo se sofressem. Daniel 3:17-18
15.1.8. Isso nos mostra como a vida de fé é custosa. Jesus Cristo disse que ficaríamos neste mundo para sermos suas testemunhas. Porém, ele bem alertou que o mundo ama os seus e que, assim como odiaram o mestre, odiarão os discípulos. João 17:14-19
15.1.9. Por isso, devemos nos preocupar quando todo mundo nos recebe bem. Quando falamos a verdade, isso incomoda os que amam a mentira. Jesus Cristo nos alertou que o testemunho de uma vida reta em uma sociedade que jaz no maligno irá incomodar e potencializar a perseguição.
15.1.10. Historiadores afirmam que a Igreja Primitiva se apoiava sob o tripé da Koinonia (comunhão), Diakonia (serviço) e Martyria ( testemunho). Naquela época dar “testemunho” significava testificar sua fé em Cristo diante de um tribunal que poderia condená-lo à morte. Hoje em dia, “testemunhar” pode até ser falar como Deus “tem um plano maravilhoso para nossas vidas”, mas naquela época era arriscar o pescoço. Ex. Paulo, Isaías, etc.
15.1.11. Nós estamos mal-acostumados com a nossa liberdade religiosa atual. Shows “gospel” podem encher os estádios, mas as coisas podem mudar. E se mudassem. Você ainda permaneceria na fé e cultuaria a Deus publicamente? I Pedro 4:12-13
15.1.12. O fogo da perseguição separa as ovelhas dos cabritos, os verdadeiros dos falsos. Em que grupo você se encontra? Qual o valor da sua fé em Deus? Vale a pena sofrer por ela?
15.2. A VIDA DE FÉ SEMPRE É MUITO BEM RECOMPENSADA.
15.2.1. A vida pela fé é custosa, mas é sempre bem recompensada! Aos olhos do mundo esses mártires que morrem por amor a Cristo não passam de fracassados, fanáticos que desperdiçaram suas vidas. Mas e diante dos olhos de Deus? O Senhor confirmou em seus corações seu amor, graça e salvação. É essa convicção que nos capacita a perseverar e triunfar! Hebreus 11:39
15.2.2. Mas alguém pode perguntar: “Deus não socorre quem nele confia? O que Deus fez por Estevão que morreu apedrejado, então?” Deus deu a esse mártir a certeza da sua presença; uma visão sobrenatural da glória de Deus e da pessoa de Jesus Cristo; força e coragem para não temer a morte; força e amor para orar pelos seus assassinos. Atos 7:54-56
15.2.3. Creio que o Senhor se revela de forma especial nos momentos de tribulação. Ele sempre está presente com os seus, mas está de forma especial no dia da morte dos seus santos. Salmo 116:15 e João 11:25
15.2.4. Essa certeza, de estar para sempre com o Senhor, transforma como encaramos a morte. Certamente, mudou a forma como Paulo encarava sua possível morte iminente. Filipenses 1:21
15.2.5. Como você reage diante da ideia de morrer? Você se enche de pânico e desespero como um incrédulo? A noção de que Deus irá julgar todas as suas obras e pensamentos te assusta?
Então, você precisa aprofundar seu conhecimento do evangelho. As boas novas dizem que Jesus Cristo morreu para perdoar todos os nossos pecados, riscar a cédula de dívida que tínhamos, e que todo que nele crê não experimentará a segunda morte, a separação eterna de Deus no inferno, mas na bem-aventurança do Senhor. É por isso que um cristão pode considerar a morte lucro!
15.2.6. Cuidado com o evangelho adulterado que é pregado por aí. Esse evangelho adulterado tenta declarar e ordenar vitórias materiais, mas esquece que é Deus o soberano da história. Essa falsificação barata se esquece da cruz, do caminho estreito, da perseguição, do negar-se a si mesmo, do participar dos sofrimentos de Cristo. Esse evangelho adulterado coloca sua vida e seu destino eterno em risco! I Pedro 4:12