Justiça

O coração de Deus  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Alegrar o coração do Pai

Psalm 15:1–2 NAA
1 Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem poderá morar no teu santo monte? 2 Aquele que vive com integridade, que pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade;
Senhor, quem poderá viver na tua presença? Quem terá livre acesso ao lugar santo onde vives? (Salmos 15:1 - Bíblia Viva)
Você já se sentiu deslocado ao chegar a um lugar? Às vezes é simplesmente porque é a nossa primeira vez ali e não conhecemos as pessoas em nossa volta; outras vezes é porque a gente não se sente à vontade naquele ambiente. Você pode até passar um tempinho em um lugar assim, mas jamais pensaria em morar lá.
Por outro lado, muitas vezes a gente chega a um lugar e se sente bem. Parece que há uma sintonia com a ambiente. As coisas acontecem com tal naturalidade que a gente até moraria ali.
No salmo que lemos, Davi reflete sobre como é a pessoa que tem acesso à presença de Deus e tenta responder à seguinte pergunta: qual é o jeito de viver de quem fica à vontade com Deus a ponto de desejar morar com Ele aqui e na eternidade?
Ó Eterno, quem é convidado
para jantar na tua casa?
O que fazer para entrar nessa lista?
Salmos 15.1 (Mensagem)
No verso 2 Davi apresenta um modo de viver que alegra o coração de Deus. As pessoas que vivem do jeito que ele descreve são convidadas a usufruir da intimidade de Deus. Por isso, ao mesmo tempo em que alegram o coração de Deus, elas se enchem de alegria pelo privilégio do acesso a Ele.
Um das atitudes que caracterizam esse modo de viver é praticar a justiça, ou no original hebraico, pa'al tsedeq

Praticar a Justiça

Quando ouvimos a palavra justiça, vêm a nossa mente imagens como defesa, acusação, tribunais, fóruns, juízes, desembargadores, advogados e causas criminais. Mas não é sobre essa justiça que Davi está falando
A raiz da palavra Tsedeq, traduzida aqui por justiça está ligada a retidão, no sentido físico.
Uma das maneiras que usamos para verificar a retidão de algum objeto é compará-lo a algo que já sabemos ser tsedeq.
O pedreiro, por exemplo, usa o prumo para ver se a parede que ele está levantando está reta. O prumo é uma linha de nylon amarada em uma das pontas numa base de madeira e na outra em um peso. Segurando a base de madeira o fio se estica e fica reto pela força da gravidade. Aí é só encostar o prumo na parede e ver se a ela realmente está tsedeq.
Já a palavra pa ‘al significa fazer algo de forma sistemática ou habitual. Por exemplo, quem segue a Jesus tem a leitura das Escrituras como algo pa ‘al (habitual).
Praticar a justiça (pa ‘al tsedeq), então, ao pé da letra, seria parecido como “fazer algo reto o tempo todo”.
Mas é claro que Davi não está falando de maneira literal. Muito antes de ele escrever esse salmo, a palavra Tsedeq já tinha o sentido figurado de viver conforme um padrão. Ele está em viver constantemente guiado pelo prumo de Deus, isto é, enxergando a vida, as pessoas e a nós mesmos da mesma forma que Ele enxerga.
Jesus fala sobre isso quando afirma:
Matthew 5:48 NVI
48 Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.
O prumo de Deus é Jesus. Em Jesus, Deus se fez gente e demonstrou o modelo de retidão que o Pai planejou para nós. Praticar a justiça, portanto, é nos ajustarmos ao modelo de vida que Jesus viveu, de maneira que Deus afirme sobre nós a mesma coisa que afirmou sobre Jesus:
Matthew 3:17 VFL
17 E uma voz vinda do céu disse: —Este é o meu Filho querido. Ele me dá muita alegria!
Hoje quero aplicar esse entendimento a três dimensão da vida: os negócios, o exercício de autoridade e a formação de patrimônio.

Justiça nos Negócios

Uma das áreas importantes da vida é o mundo dos negócios. Não é que a Bíblia seja um roteiro para fazer negócios, mas nela somos encorajados a desenvolver atitudes que tornam os negócios motivo de alegria para Deus, como a honestidade; e alertados sobre outras atitudes que tornam os negócios motivo de tristeza para o Senhor, como a opressão.

Honestidade

A Bíblia toca no assunto honestidade falando sobre pesos e balanças, que ainda hoje são símbolos de justiça. No Brasil, a balança de pratos, daquelas que ainda se vê nas feiras livres, faz parte das representações do poder judiciário.
Na balança de pratos, o comerciante tem pesos de diversos tamanhos. Ele coloca os pesos de um lado e os produtos do outro. No equilíbrio, temos a quantidade desejada do produto.
Há gente que acha que seus negócios não tem qualquer relação com sua fé. Elas dizem que não misturam as coisas: fazem negócios na semana e domingo vão pra igreja; e uma coisa não nada a ver com a outra. Mas isso é um engano. A vida de fé e a vida de negócios estão conectadas e Deus se importa com uma e com a outra, porque elas são uma só vida.
Proverbs 11:1 NVI
1 O Senhor repudia balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer.
Proverbs 16:11 NVI
11 Balanças e pesos honestos vêm do Senhor; todos os pesos da bolsa são feitos por ele.
Proverbs 20:23 NVI
23 O Senhor detesta pesos adulterados, e balanças falsificadas não o agradam.
Ezekiel 45:10 NAA
10 — Tenham balanças justas, efa justo e bato justo.
O Efa e o Bato eram medida padrão para líquidos, como se fosse o nosso litro. Os dois correspondiam a 36 litros.
Micah 6:11 ARA
11 Poderei eu inocentar balanças falsas e bolsas de pesos enganosos?
Leviticus 19:36 NVI
36 Usem balanças de pesos honestos, tanto para cereais quanto para líquidos . Eu sou o Senhor, o Deus de vocês, que os tirei da terra do Egito.
Não há como entender diferente os texto que lemos. Deus se alegra com a honestidade nos negócios e repudia a desonestidade.
Todos fazemos negócios. Todos compramos e vendemos. Você tem sido reto, justo, quando negocia? Tem resistido à tentação de usar dois pesos e duas medidas, uma para comprar e outra para vender?
Na hora de comprar não vale nada, na hora de vender vale uma fortuna? Na hora de comprar só vê defeitos, na hora de vender só vê virtudes? Você é honesto com seus clientes ou se limita a seguir as leis do mercado?
Deuteronomy 25:14–16 NVI
14 Não tenham em casa dois padrões para a mesma medida, um maior e outro menor. 15 Tenham pesos e medidas exatos e honestos, para que vocês vivam muito tempo na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá. 16 Pois o Senhor, o seu Deus, detesta quem faz essas coisas, quem negocia desonestamente.
As relações comerciais são importantes, sabe por quê? Porque elas são amostras da presença (ou da ausência) de honestidade nosso jeito de viver. Negócios são acordos de confiança, uma espécie de pacto, e o nosso Deus honra seus pactos; por isso espera que nós também façamos o mesmo.

Opressão

Outro ensino bíblico sobre praticar a justiça está relacionada à denúncia do profeta Oséias à opressão e sua ligação com prosperidade e desonestidade.
Hosea 12:7–8 BKJ 1611
7 Ele é um mercador; as balanças do engano estão em suas mãos; ele ama oprimir. 8 E Efraim diz: Contudo, tornei-me rico, e tenho adquirido para mim grandes bens; em todo o meu trabalho não acharão em mim iniquidade alguma que seja pecado.
Ao seguir as leis de um mercado corrompido pelo pecado, Efraim fazia uso de estratégias desonestas de redução de custo usando pesos adulterados para pesar sua mercadoria.
Pra aumentar ainda mais seus lucros, eles pagavam um salário vergonhoso para os seus funcionários, mesmo numa época de grande prosperidade para os negócios. Efraim era desonesto e amava a opressão, mas vivia com se nada disso estivesse acontecendo.
Em um mundo corrompido pela ganância, grandes e pequenos podem ser arrastados para esse caminho de injustiça e opressão, mas a palavra de Deus, através do profeta Isaías, nos chama a tomar uma posição pessoal contra a opressão, a injustiça e a exploração.
Isaiah 1:15–17 NVI
15 Quando vocês estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que multipliquem as suas orações, não as escutarei! As suas mãos estão cheias de sangue! 16 Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, 17 aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva.
Praticar a justiça é mais que ir à igreja, participar do culto, cantar boa música e praticar uma religião; é rejeitar a desonestidade e a opressão como um caminho normal para viver a vida.

Investido de Autoridade

Não é apenas nos negócios que somos desafiados a praticar justiça; o desafio permanece quando somos investidos de autoridade para julgar. E não adiante dizer que não é juiz de ninguém.
Desde a mãe que é chamada pelos filhos para decidir qual deles tem razão, até os juízes do Supremo Tribunal Federal em Brasília; todos julgamos. Ninguém escapa da situação de ser chamado a fazer juízo. Veja o que a Bíblia nos diz sobre isso:
Leviticus 19:15 NVI
15 “Não cometam injustiça num julgamento; não favoreçam os pobres, nem procurem agradar os grandes, mas julguem o seu próximo com justiça.
Deuteronomy 16:19 NVI
19 Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos.
Poderíamos aplicar esse texto falando sobre a Justiça corrompido do nosso país, sobre os juízes que vendem suas decisões nos tribunais, sobre os advogados que fazem defesas mentirosas.
Mas as mudanças estruturais pelas quais clamamos começam com pequenas mudanças na maneira como lidamos individualmente com a vida. Portanto, ao ser investido de autoridade para julgar:
Não favoreça o pobre, porque ele é pobre;
Não faça o rico feliz, porque ele é rico;
Não torça a justiça, interpretando a situação em favor de quem você se agrada;
Não aceite favores para beneficiar um dos lados.
A mudança de que o nosso país precisa passa pela sua decisão pessoal em alegrar o coração do Pai e praticar justiça em cada oportunidade que chegar às suas mãos.

Formação de Patrimônio

Por fim, podemos praticar justiça nas decisões que tomamos enquanto cuidamos dos recursos que Deus nos dá, formando o nosso patrimônio (grande ou pequeno)
A Bíblia não tem nada contra alguém que deseja adquirir bens e constituir seu patrimônio. Inúmeros personagens bíblicos do antigo e do novo testamento, eram homens e mulheres descritos como pessoas com grandes patrimônios pessoais. No entanto, o Profeta Jeremias deixou um alerta sobre a maneira como isso é feito.
Jeremiah 22:13 NVI
13 “Ai daquele que constrói o seu palácio por meios corruptos, seus aposentos, pela injustiça, fazendo os seus compatriotas trabalharem por nada, sem pagar-lhes o devido salário.
Não há mérito diante de Deus para quem constrói seu patrimônio com injustiça! Não há satisfação em Deus quando você adquire algo explorando os outros. Deus se entristece com a exploração de quem trabalha para você.
É muito fácil a gente escorregar nisso, gente. É a secretária que trabalha de sábado a domingo na sua casa, sem carteira assinada e recebendo menos que um salário mínimo... é o prestador de serviço contratado por um trocado para fazer um serviço que você não faria por cinco vezes mais... É o FGTS retido do empregado, mas não repassado aos cofres públicos...
Jeremias lamentou por quem constrói seu patrimônio com injustiça. Nós também devemos lamentar se o bens que amealhamos são fruto de corrupção, injustiça ou exploração!

Conclusão

Não estamos sem orientação, se nosso desejo é viver alegrando o coração de Deus. Senhor certamente abre um largo sorriso de satisfação diante disso e nos chama a viver com integridade e a praticar a justiça; porque viver assim faz a gente se sentir à vontade na casa do Pai.
Não estamos falando de salvação, porque eu e você não podemos fazer nada que nos dê um bilhete de entrada no céu. Esse bilhete não se compra... Recebe-se de presente! Deus lhe dá mediante sua confissão de Jesus como o Senhor e Salvador da sua vida.
Viver essa vida que alegra o coração do Pai começa no reconhecimento da nossa necessidade de salvação. A grande ajuda de Deus para vivermos vidas retas é a presença orientadora do seu Santo Espírito em nós e isso só acontece quando entregamos o controle de nossas vidas a Jesus.
Praticar a justiça começa com Jesus se tornando nosso salvador e Senhor e avança por toda a vida, a cada dia em que o consideramos o prumo de Deus para a maneira como fazemos negócios, para nossas atitudes quando estamos investidos de autoridade e para as decisões que tomamos enquanto adquirimos nosso patrimônio.
Que seja doce a voz do Senhor a nos dizer!
Matthew 3:17 VFL
17 E uma voz vinda do céu disse: —Este é o meu Filho querido. Ele me dá muita alegria!
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