A VERDADEIRA EXALTAÇÃO DO CRENTE

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Introdução

A Epístola aos Efésios, juntamente com Colossenses, Filipenses e Filemon, foi escrita pelo apóstolo Paulo quando estava preso. O apóstolo tinha algo em mente quando escreveu esta epístola: ele queria que os efésios entendessem a posição privilegiada da Igreja em Cristo Jesus e chamá-los à responsabilidade.
Neste texto, Paulo se assemelha a um bom motorista que percorre todos os caminhos para chegar em segurança ao seu destino. Ele quer chamar a Igreja a responsabilidade, mas não antes de demonstrar o privilégio do seu grande chamado.
Assim como Paulo, meu objetivo é que nós reflitamos sobre o nosso chamado, sobre a nossa posição em Jesus e dediquemos as nossas vidas a honrar esse chamado.
Para alcançar este propósito, gostaria de ressaltar dois pontos que nos devem fazer refletir sobre a posição da Igreja em Cristo Jesus e um último ponto a nos chamar para a nossa responsabilidade como Igreja.

I - De onde Deus nos tirou (V.1-3)

1. Ele nos tirou da morte (v.1)

E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados

O pecado não é como algumas doenças que infectam alguns e outros não (Rm 3.23).
Estar morto não significa que o homem sem Deus não pode fazer coisas boas, antes, significa, que ele está morto espiritualmente para Deus.
Aplicação:
Deus ainda ressuscita mortos espirituais.
O homem sem Deus não está donte, ele está morto! Ele não precisa de remédio, tem que nascer de novo!
2. Ele nos tirou do curso do mundo que é governado pelo Maligno (v.2)

noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência

Significa que caminhávamos na direção em que o mundo anda.
Mundo aqui significa o sistema mundano e corrupto.
Há duas coisas que desvirtuam o homem aqui neste versículo: o mundo e o diabo.
O mundo. A Bíblia diz que quem é amigo do mundo é inimigo de Deus (Tg 4.4); João diz que quem ama o mundo não pode amar a Deus (1Jo 2.15-17);
O diabo. Ele é o espírito que atua nos filhos da desobediência (Ef 2.2); É quem enganou o homem no Jardim; É quem se rebela contra Deus e os seus desígnios.
Aplicação:
Como estávamos mortos para Deus, o nosso caminho era ruim, perverso. Mas Deus mudou a nossa direção nos livrando do rumo em que o mundo nos levava e a desobediência que o inimigo colocava em nosso coração.
Deus ainda muda rumos, Deus ainda muda a história.
O homem sem Deus não precisa concertar o seu caminho, ele precisa de um novo caminho. Assim, é que Jesus se apresenta como “o Caminho”.
3. Ele nos deu forças para lutar contra os desejos pecaminosos da nossa carne (v. 3a)

entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos

No versículo dois, observarmos duas coisas que desvirtuam o homem. Aqui veremos que há mais uma: a sua própria carne.
Carne aqui significa a natureza humana decaída.
Hernandes Dias Lopes diz que “O mal não está apenas nas estruturas exteriores a nós, mas, sobretudo, procede do interior do nosso próprio coração”.
Aplicação:
Embora todo crente, em certo sentido, também seja carnal, ele tem o auxílio do Espírito Santo que o capacita a lutar contra o Mal.
Além do Espírito temos a Palavra de Deus que nos ensina a vestirmos as armaduras de Deus. Assim, a palavra de Deus pode vencer o nosso impulso pecaminoso.
4. Ele nos adotou em Cristo como filho do seu amor

e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também

A ira de Deus é sua reação santa contra o pecado.
Neste mundo não temos muitas escolhas: ou somos filhos da ira ou filhos do amor de Deus.
De certa forma, todos são filhos no sentido de criaturas de Deus. Todavia, o homem sem Deus é objeto da sua ira.
Por outro lado, o homem com Deus é objeto do seu amor. Ele está no Filho de Deus.
Aplicação:
A Igreja foi comprada pelo precioso sangue de Jesus. Ela está em Jesus e tem o favor de Deus.
Tanto a ira de Deus quanto o seu amor são eternos: o homem estará, depois de sua morte, eternamente debaixo da ira divina (no inferno) ou eternamente debaixo de suas asas no paraíso.

II - Onde Deus nos colocou (V.4-9)

1. Quando ocorreu a mudança em nossa vida? (v.4-6)

Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus

a. Se antes éramos filhos da ira, agora somos diferentes. Isso pode ser percebido pela conjunção adversativa “mas”.
b. Aplicação:
i. A história da nossa salvação começa a ser mudada na plenitude dos tempos, quando Deus envia o seu Filho para morrer por nossos pecados.
2. A base da mudança (v.4)

Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou

a. misericórdia
i. O texto diz que Deus é riquíssimo em misericórdia. Deus não é apresentado na Bíblia como apenas o dono do ouro e da prata. Dele é a misericórdia.
b. amor
i. Paulo diz em Romanos 5.8 que a prova do amor de Deus para conosco está no fato de que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
c. Aplicação:
i. Jeremias diz que as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos. Deus observa os miseráveis e se compadece deles. Nós somos alvos da misericórdia divina.
ii. Nossa vida muda não apenas pela misericórdia de Deus, como também pelo seu muito amor. Amor este que desceu na cruz e lá se entregou para que hoje pudéssemos exclamar: “Aba, pai!”.
3. Onde Deus nos colocou? (v 5-6)

estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus

a. Paulo diz que, de alguma maneira, o crente está ressuscitado com Cristo e assentado com ele nos lugares celestiais.
b. Aplicação:
i. Engana-se quem pensa que a Igreja terá autoridade. A Igreja tem autoridade. Ela está assentada com Cristo em lugares elevados e triunfa sobre todo império das trevas.
4. Por que Deus nos reposicionou? (v.7)

para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus

a. Deus é zeloso pela sua glória. Ele deseja demonstrar nos tempos vindouros que foi pela sua graça que Ele fez todas essas coisas.
b. É preciso se lembrar por toda a eternidade que a salvação foi um presente recebido de Deus para a igreja.
5. A base da salvação (v. 8-9)

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie

a. Aqui Paulo estabelece sua teologia sobre a salvação: a salvação é pela graça, por meio da fé, não é por meio de nossas obras que a adquirimos, portanto, ninguém pode se gloriar disso.
b. Aplicação:
i. Embora Deus nos chame para realizarmos boas obras, a salvação não diz respeito ao que você fez ou faz. A salvação diz respeito aquilo que Jesus fez por você.

III - Por que Deus nos salvou (2.10)

Há uma razão porquê somos salvos:
Para realizarmos boas obras que glorifiquem o nome Dele (v. 10)

Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas

a. Veja que o texto paulino é claro ao estabelecer que fomos criados em Cristo: isto implica novo ser, novo nascimento, nova criatura.
b. Deus nos recriou em Cristo por uma simples razão: “para as boas obras”
c. Aplicação:
i. Obras, como visto anteriormente, não salvam, mas evidenciam a salvação.
ii. A salvação é o maior milagre de Deus, nem a criação pode barrá-la. Se na criação Deus fez tudo a partir do nada, na recriação (novo nascimento) Deus refaz a partir de uma massa ruim, corrompida.

Conclusão

Perceba que neste texto Paulo trilha um caminho para que a Igreja de Deus possa perceber a grandeza do seu chamado. Em primeiro lugar, ele estabelece de onde Deus tirou o seu povo: éramos desobedientes, andávamos no curso do mundo, estávamos espiritualmente mortos. Isto significa que, humanamente, não havia para nós esperança alguma. No entanto, no momento certo, Deus agiu enviando seu Filho para nos dar novas esperanças e nos salvar, colocando-nos em posição de destaque acima de principados e potestades. Por fim, Paulo descreve a razão de ser da Igreja, como que chamando todos à sua responsabilidade. Assim, a Igreja existe para as boas obras que glorifiquem a Deus.
Desta maneira, reflitamos nessa passagem e entendamos a grandeza do nosso chamado como Igreja e glorifiquemos ao Senhor.
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