A Tentação de Jesus
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a. Introdução
a. Introdução
A escrita, a literatura é a forma mais comum de se transmitir ideias e informações. Entretanto, a tempo tem comprometido a maneira de compreender e praticidade das informações.
Um livro ou um artigo que foi escrito há, por exemplo, mil anos dificilmente será compreendido de maneira eficaz nos dias de hoje. Na verdade, o assunto de tal livro, está ligado à época em que foi escrito, e para nós é praticamente obsoleto.
Isso não acontece com a Bíblia!
A Bíblia, a Palavra de Deus, levou em torno de 1600 anos para ser escrita, e abrange eventos da humanidade por aproximadamente 6000 anos!
Entretanto, a Bíblia continua sendo um livro atual e prático. Essencial para satisfação e propósito de vida.
b. Explicação
b. Explicação
O evento tem início logo após o batismo de Jesus nas águas por João Batista, Mt.3.13-17 e antecedeu o princípio do Seu ministério.
O texto sobre a tentação de Jesus, tem o seu paralelo em Lc.4.1-13 e de maneira bem resumida em Mc.1.12-13.
Numa sequência ao Seu batismo, Jesus é “levado” pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo.
A Palavra de Deus enfatiza que devemos andar, viver pelo Espírito, Gl.5.25-26, e que os filhos de Deus são guiados pelo Espírito, Rm.8.14. Foi esse mesmo Espírito que “levou” ao deserto para ser tentado pelo diabo.
O deserto era um lugar árido, de altas temperaturas durante o dia e baixíssimas à noite. Era um lugar de escassez e solidão, bem como muitos perigos. Na parábola do Bom Samaritano, na travessia do deserto, de Jerusalém para Jericó, aconteceram o assalto e espancamento, Lc.10.30-35. Em Mc.1.13, nos diz que além da tentação, Jesus estava no meio das feras - animais selvagens.
...”O tentador aproximando-se...”. Muito se tem comentado e refletido sobre como foi a aproximação do diabo a Jesus. Provavelmente não foi pessoal e física, pois Jesus sabendo que era o diabo, as suas insinuações não seriam uma tentação! Sendo assim, é muito provável que a tentação foi nos pensamentos, onde o diabo lançou pensamentos na mente de Jesus. Outra razão para se interpretar dessa forma, é que “O diabo ainda levou Jesus a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos da terra e a glória deles...” Como não existe um lugar onde se pode ver todos os reinos da terra, certamente essa tentador não agiu de maneira física e pessoal.
Mediante cada investida do diabo, Jesus retrucou utilizando a Palavra de Deus. De maneira bem interessante, Jesus citou três textos que estão no livro de Deuteronômio: 8.3; 6.16; 6.13. Curiosamente o livro de Deuteronômio é atacado com grande ferocidade pelos eruditos anticristãos.
1ª Tentação - “Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães”. Muito embora Deus tinha no capítulo anterior, no batismo nas águas, Mt.3.17, enfatizado que Jesus era Filho amado. O tentador tenta colocar em dúvida a filiação de Jesus, insinuando que se ele fosse Filho de Deus não estaria passando fome no deserto. Jesus retrucou citando Dt.8.3 “…O ser humano não viverá só de pão, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus.”
2ª Tentação - o diabo “colocou” Jesus na parte mais alta do tempo, no pináculo, e novamente tentando colocar dúvida na relação de Jesus com o Pai e a Sua missão: “Se você é Filho de Deus, jogue-se daqui [para baixo] (NVI)...”.
O texto não é muito claro sobre o que está por trás das insinuações malignas, mas ao que parece, Jesus estando no início do Seu ministério, seria muito apropriado um sinal milagroso sem igual, diante de todos, e assim convencer de maneira mais simples e rápida que Ele seria o Messias enviado por Deus ao povo judeu. Seria uma maneira de cumprir o Seu ministério sem ter que sofrer, ser rejeitado, perseguido ou caluniado. Talvez um atalho para cumprir a Obra de Deus sem ter que morrer!
E o argumento do diabo foi extramente ousado - o diabo cita o Sl. 91.11,12 , sem acrescentar ou diminuir nada!
Curiosamente o diabo se utiliza de uma das porções bíblicas mais conhecidas e utilizadas - Sl.91. Interessante que, esse salmo tem sido utilizado de uma maneira que beira à idolatria - deixando a Bíblia aberta neste salmo, muitos acreditam que isso traria proteção ao ambiente!
Toda a Escritura é inspirada por Deus, 2Tm.3.16,17, não só uma parte dela, e não foi feita para ficar apenas aberta, mas lida, meditada e Seus princípios obedecidos.
Muito embora, na história, o diabo tenha convencido várias pessoas a falsificar a Palavra de Deus removendo e acrescentando partes ao seu conteúdo, neste texto foi diferente. O diabo na altera o texto, ele torce o seu sentido.
A promessa contida em Sl.91.11,12, se refere a um livramento da parte de Deus, mas a um risco não provocado. Se colocar de maneira proposital em uma situação perigosa, buscando pressionar Deus a agir é considerado como “tentar a Deus”, “provocar a Deus”.
Jesus percebendo o que estava por trás das insinuações do tentador, retrucou citando de maneira enfática Dt.6.13.
Digno de nota e esclarecedor, nesta segunda tentação é que Jesus, diante da apresentação com o sentido torcido do Sl.91.11,12, o Senhor declara: “Também está escrito:...”, deixando claro uma regra de interpretação bíblica muito interessante: nenhum assunto ou doutrina bíblica é tratada de maneira exaustiva em um único texto. Um texto bíblico explica e amplia o entendimento de outro. Um exemplo interessante é Mt.21.22 “E tudo o que pedirem em oração, crendo, vocês receberão.” A primeira vista, o texto trás a ideia de que se o cristão pedir qualquer coisa, crendo vai receber. Mas, quando lemos 1Jo.5.14 “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.”, temos, de maneira bem clara, como a promessa deve ser cumprir. O “tudo” do verso de Mt.21.22, deve estar “segundo a vontade de Deus”. A Bíblia explica a Bíblia, e só podemos ter uma compreensão correta e eficaz da vontade de Deus, lendo as Escrituras de maneira completa e assídua.
3ª Tentação - Na última tentação da sequência, o diabo levou Jesus a um monte muito alto, mostrou todos os reinos do mundo, e Lhe fez uma proposta: ganhar todos os reinos se se prostrasse e adorasse ao diabo.
A primeira coisa que podemos ressaltar é que o diabo é mentiroso e pai da mentira, Jo.8.44. Como acreditar em promessas de um mentiroso?
Em segundo lugar, “…do Senhor é a terra e a sua plenitude”, 1Co.10.26. Deus é o soberano sobre toda a terra, não o diabo!
Em terceiro lugar, em Cl.3.5, a avareza (desejo desordenado e dominante de obter e acumular bem materiais) é identificada como idolatria. O diabo “apresentar” todos os reinos do mundo e a glória (riqueza) deles, tentando despertar avareza, seria levar Jesus a adorá-lo indiretamente. Quantos cristãos são avarentos e adoram as riquezas como se fossem deuses?!
A resposta de Jesus foi clara e direta: “Adore o Senhor, seu Deus, e preste culto somente a ele”, Mt.4.10b.
No evangelho de Lucas, Lc.4.13, declara que tendo terminado as tentações, o diabo o deixou até ocasião oportuna. Dando a entender que o tentador continuou a tentar Jesus durante todo o Seu ministério terreno.
c. Aplicação
c. Aplicação
Podemos absorver alguns princípios desse texto:
a. Muito embora a vontade de Deus seja “boa, agradável e perfeita”, é comum e até esperado que o cristão seja conduzido pelo Espírito para situações desagradáveis, perigosas, solitárias e escassas (deserto), para sermos provados. É necessário passar por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus, At.14.22b.
Na verdade, as provações são previsíveis e comuns na vida cristão, 1Pe.4.12.
As provações nos aproximam de Deus e nos ensinam a depender dEle.
b. O diabo, o tentador, sempre estará a espreita, como leão, em derredor, procurando alguém para devorar, 1Pe.5.8.
c. A arma que temos para vencer as tentações é a Palavra de Deus. Mas, só podemos utilizar esta poderosa arma, se lermos, entendermos e meditarmos nas Escrituras. Um cristão que não lê a Bíblia estará indefeso diante dos ataques do maligno.
d. Não basta apenas ler a Bíblia, mas entendê-la corretamente, no sentido a qual foi escrita.
e. O diabo sempre vai oferecer “atalhos” para a vida cristã. Sempre vai insinuar que o cristão pode ter uma vida espiritualmente sadia sem orar, sem ler a Bíblia, sem ter uma vida de gratidão e participação no Reino de Deus. Esses “atalhos” propostos pelo maligno tem enganado a muitos.
d. Conclusão
d. Conclusão
Que possamos ter uma vida de temor a Deus, estando preparados para os desafios e provações da vida cristã.
Que possamos ter uma vida devocional (vida particular) e congregacional (participação coletiva) no Reino de Deus.