A importância do perdão na família (Colossenses 3.13-14)
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INTRODUÇÃO
Certa ocasião, uma senhora idosa, da igreja, enferma em estado já grave, recebeu a visita do pastor e quis falar a sós com ele: “Pastor, muitos anos atrás, quando eu ainda era mocinha, eu lavava roupa para fora. Um dia achei um dinheiro no bolso de uma calça e fiquei com ele sem nada dizer à dona da mala de roupa.
Deste dia em diante nunca mais tive sossego. O senhor não imagina o quanto eu me arrependo e é raro passar um dia em que eu não pense nisso. Se eu soubesse onde mora aquela mulher atualmente, eu iria lá devolver o dinheiro e pedir perdão, mas ela se mudou há muito e não sei para onde”.
Daí, se virou, abriu uma gaveta e tirou dela uma pequena caixa; dela extraiu uma nota de dinheiro dobradinha e continuou: “Por favor, pastor, leve este dinheiro, que eu calculo ser equivalente ao que roubei, e dê para alguém necessitado, e peço que o senhor considere junto comigo que estou devolvendo desta maneira aquele dinheiro”.
O pastor orou com ela pedindo que Deus a perdoasse e foi embora. A senhora por sua vez começou a apresentar melhoras e em pouco tempo havia melhorado. Ela viveu presa à sua culpa tanto tempo que até ficou doente, e no ato de confissão, perdoou-se a si mesma, recebeu o perdão de Deus e ficou livre do sentimento de culpa.
Queridos irmãos, eu inicio o estudo desta noite com esta história que nos leva a refletir sobre a importância do perdão, em especial, como estamos no mês da família, quero falar sobre: A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO NA FAMÍLIA.
A. O TEOR DO PERDÃO DE DEUS
Primeiramente, devemos falar sobre o perdão de Deus por nós. O maior perdão de todos é certamente o dos nossos pecados, que Deus realizou em Cristo Jesus. Leia comigo em Romanos 4:25:
25 o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.
A Bíblia diz que todos estávamos mortos em nossos delitos e pecados, incapacitados para fazer qualquer coisa, quanto menos nos arrepender, quando Deus decidiu nos salvar e colocou em ação seu plano de salvação.
A salvação de Deus tem tudo a ver com perdão. Ele nos amou não porque merecêssemos, mas porque ele é misericordioso. Nosso perdão a nós mesmos e aos outros deve ser motivado por razões análogas. E para perdoar, nós precisamos ter coragem de fazê-lo.
B. CORAGEM DE PERDOAR A SI MESMO E AOS OUTROS
O nosso perdão a nós mesmos e aos outros é a condição básica para que Deus nos perdoe também:
12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
O amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.7).
Muitas pessoas ficam teimosamente presas à amargura e ao ressentimento com sua vida e seu trabalho, às vezes nem tanto por serem ruins ou desagradáveis, mas por não saberem perdoar. É preciso entender que perdoar é o que você faz para libertar você mesmo de uma parte sua que está presa ao pesar e à raiva.
É um engano tentar manter escondidos os erros cometidos por você ou outros. Eles começam a apodrecer e a cheirar mal. A melhor coisa a fazer é admitir honestamente, esclarecer as coisas, se desculpar, perdoar. Às vezes, o que nos impede de falar claramente é o medo de revelar nossas vulnerabilidades ou nos expormos ao risco.
A pessoa que não consegue perdoar os outros mostra ser egocêntrica, não consegue enxergar que neste mundo todos sofrem. Longfellow, um poeta norte-americano, assim se expressou: “se pudéssemos conhecer os segredos do coração e a história de nossos ‘inimigos’, encontraríamos, na vida de cada um, tristeza e sofrimento suficiente para desarmar toda hostilidade”.
C. O PERDÃO DA FAMÍLIA
A. Entre o casal
O perdão diário entre o casal é um exercício constante do amor que os une. Duas pessoas, criadas em famílias diferentes e com hábitos distintos, se casam e passam a viver uma vida em comum.
No início do casamento, os dois começam a ver que suas expectativas em relação ao outro e à vida conjugal ficam muito a dever. Os desapontamentos e frustrações começam a querer se instalar na vida dos dois, abrindo caminho para os ressentimentos e rancores.
Começam as cobranças doentias, o sentimento de inadequação e o casamento a enveredar-se por caminhos incertos. Porém, o casal deve reagir com a firme convicção de querer transformar seu relacionamento em algo valoroso e se dispor a fazer os esforços para fortalecer o elo e a vivência com atitudes cristãs.
Não adianta ficar remoendo e se encastelar no papel de vítima. É muito comum os casais idosos, que viveram juntos uma vida inteira, literalmente se odiarem mutuamente, só se falam pra reclamar, resmungar e destruir.
Os casais crentes não devem permitir que seus casamentos cheguem a isto, ao contrário, mesmo antes do casamento, devem entender o melhor possível a dimensão da necessidade e força do perdão na construção de um casamento cristão.
B. Entre pais e filhos
O que mais se ouve é todo mundo culpando os pais pelas frustrações dos filhos. Ainda que os pais nem sempre estejam totalmente isentos de culpa, os filhos não devem viver o papel de vítima. Todo mundo é pecador e tem uma natureza decaída, por mais que se esforce vai falhar uma vez ou outra.
E quando a pessoa foi criada por pais não-cristãos, então pode-se esperar ainda mais graves motivos para o ódio entre pais e filhos. Graças a Deus que nesta vida cada dia traz consigo uma nova oportunidade de recomeçar e a aceitação de Jesus nos purifica, pelo seu sangue, de todos os nossos pecados.
Se por um lado os filhos culpam os pais, por outro temos pais arrasados diante das escolhas dos filhos. Muitas vezes, eles veem seus bebês crescerem e se transformarem em monstros perigosos (Amnon e Absalão – 2Sm 13, 14, 15, os quais foram terríveis na família do rei Davi. Amnon estuprando a própria irmã, e Absalão procurando vingar este estupro, tentando matá-lo, além disso, por várias vezes procurou matar seu pai Davi e tomar seu reinado).
Ou se não a tanto, pelo menos a jogarem por terra a expectativa dos pais de vê-los bem engajados na vida, cidadãos honestos.
Muitos filhos criados à luz da palavra de Deus abandonam os caminhos do Senhor (Sansão – Jz 13-16), e os pais se veem amargurados e preocupados com o porvir de seus “pequenos”. Ninguém está isento de culpa e é justamente por isso que se deve buscar o perdão mútuo e deixar que Deus governe suas vidas. Só assim não acabarão afogados no ressentimento e na amargura.
C. Entre irmãos
Provavelmente não exista família em que os irmãos não se envolvam em disputas. As competições por privilégios e amor são as causas de muitas divisões fraternas. Temos na Bíblia relatos de alguns irmãos que não se entenderam (Gn 4.1-8 - Caim e Abel; 37.2-28 - José e seus irmãos; 27.6-36 - Esaú e Jacó).
D. AS ENFERMIDADES DA FALTA DE PERDÃO
Na nossa cultura temos a crença e o hábito de considerar a doença como uma fatalidade que veio de fora de nós e nos atingiu. Porém, a razão de muitas enfermidades está em nossa recusa em perdoar.
Quando abrigamos na alma desejos de vingança, inimizades, invejas, mágoas e rancores, nós criamos condições que favorecem o surgimento de várias doenças psicossomáticas em nossos corpos e mentes. Na verdade, a vasta maioria das enfermidades começam na alma, inicializadas pelos nossos pensamentos, sentimentos e atos pecaminosos.
Quando alimentamos estes males eles se instalam na nossa alma e eventualmente se estendem ao nosso corpo. Mas quando entendemos isto, perdoamos os que nos ofenderam, buscamos a ação purificadora do Espírito Santo, pedimos que penetre nos mais escondidos lugares da nossa alma, voltamos a ter saúde.
Os médicos atestam que são inúmeros os casos de cura através do perdão. Outros exemplos são a artrite que é causada pelo hábito de criticar os outros; e as infeções e erupções, causadas pela raiva contida.
Gostaria de ler mais um texto com os irmãos, que se encontra em Ef 5.22-6.4
22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. 25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. 28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. 29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; 30 porque somos membros do seu corpo. 31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. 33 Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido. 1 Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. 2 Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), 3 para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. 4 E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.
CONCLUSÃO
Existe uma frase que diz “Errar é humano, perdoar é divino”. Na oração do Pai Nosso, entendemos que devemos perdoar da mesma maneira com que fomos perdoados.
A incapacidade de perdoarmos, a nós mesmos e aos outros, faz com que vivamos torturados por toda sorte de sentimentos mesquinhos como ressentimentos, raivas, frustrações, etc. Deixar de confessar estes pecados e buscar o perdão pode resultar em enfermidades psicossomáticas graves.
Há pessoas que ficam psicologicamente abaladas enquanto não resolvem o problema. Não sejamos como estes.
Que haja sabedoria em nossos corações, para que, assim, possamos viver o amor de Deus dentro das nossas famílias e em nossas igrejas, que são uma extensão da família. Que o Senhor Jesus nos abençoe sempre!