A Vida em Longa Escuridão - Salmo 88:10-18

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INTRODUÇÃO

Vs 10-12
Vs 10a Mostrarás tu prodígios aos mortos
Com essas palavras o SALMISTA insinua que se Deus não se apressasse a socorrê-lo, seria tarde demais, não existindo quase nada entre ele e a morte; e que por isso esta era uma combinação crítica, caso Deus quisesse ajudá-lo; pois a presente oportunidade provavelmente não mais se depararia.
Ele inquire até quando Deus se delongará – porventura quereria ele agir quando a morte interviesse, para que se erguesse dentre os mortos por um ato miraculoso?
Ele não fala da ressurreição do último dia, a qual excederá a todos os demais milagres. Todavia ele não pode ser inocentado da culpa de ir longe demais, pois não nos pertence prescrever a Deus o tempo de nos socorrer.
Vs 11b - Tua benignidade será declarada na sepultura?
A saber: que é mais oportuno socorrer os homens enquanto se encontram no meio de perigo e clamando do que soerguê-los de seus túmulos quando já estão mortos.
Seu raciocínio procede do que sucede ordinariamente; não sendo o modo costumeiro de Deus fazer os mortos saírem de seus túmulos para que sejam testemunhas e arautos de sua bondade.
Vs 12bE a tua justiça, na terra do esquecimento?
Algumas pessoas equivocadas torcem tolamente a afirmação em apoio de um erro grosseiro, como se ela ensinasse que os homens são aniquilados pela morte.
Ele fala tão-somente do modo ordinário pelo qual Deus estende seu auxílio, o qual designou este mundo para ser um estágio no qual pudesse exibir sua bondade para com o gênero humano.
Outro Apelo por Socorro (vs. 13,14)
Vs 13a Mas eu, SENHOR, clamo a ti por socorro,
Ainda era um sinal de rara fé e piedade perseverar como fez com ardente solicitude de jamais se desvanecer em oração.
Isso é o que ele quer dizer quando afirma que apressou-se de manhã; pelo quê ele não queria que imaginássemos que ele lenta e friamente demorasse até que se visse constrangido pela mais premente necessidade.
Ao mesmo tempo, ele modestamente insinua com estas palavras que seu definhamento em longas e contínuas misérias não se devia a sua própria indolência, como se ele não buscasse a Deus.
Vs 14a Por que rejeitas, SENHOR, a minha alma
Estes lamentos à primeira vista pareceriam indicar um estado emocional profundo no qual prevalecia a dor sem qualquer consolação; porém eles contêm orações tácitas.
O salmista não entra arrogantemente em debate com Deus, senão que entre lamentos deseja algum antídoto contra suas calamidades.
Esse tipo de queixa com razão merece ser reconhecido entre os gemidos inexprimíveis de que Paulo faz menção em Romanos 8.26.
Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
FRAQUEZA - ἀσθένεια -ας, ἡ; (astheneia), SUBS. fraqueza;
Uso do Substantivo
1. doença ⇔ fraqueza — comprometimento da função fisiológica normal, afetando a parte ou a totalidade de um organismo; especialmente compreendido de acordo com a fraqueza resultante causada por uma doença. Tópico Relacionado: Padecimento.
“Semelhantemente” indica algo, no contexto anterior, com o que está vinculado o assunto destes dois versículos.
A esperança e a expectativa da glória a ser revelada sustentam o povo de Deus nos sofrimentos e gemidos desta época (vv.18–25).
Por igual modo, o Espírito Santo ajuda-nos em nossa fraqueza.
Nos versículos anteriores, a ênfase estava sobre os sofrimentos e o amparo oferecido em face de tais sofrimentos.
Nos versículos 26 e 27, a ênfase recai sobre nossa fraqueza e a ajuda fornecida para alívio da mesma. Assim como a esperança nos sustenta em meio aos sofrimentos, de modo semelhante o Espírito Santo nos ajuda em nossa fraqueza.
UM PONTO MUITO IMPORTANTE AQUI: Os gemidos terão de ser entendidos como aqueles que são registrados nos corações dos filhos de Deus.
Vs 27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.
VOLTANDO AO SALMO
O SALMISTA, entre esses suspiros, e descartando-se deles, por assim dizer, pondo-os no seio de Deus, certamente não cessou de esperar pela salvação da qual não podia ver nenhum sinal à vista dos sentidos.
Ele não chama Deus, na abertura deste Salmo, o Deus de minha salvação, para depois dizer adeus a toda e qualquer esperança de socorro procedente dele.
Vs 15 É incerta a razão por que ele diz estou prestes a morrer desde a juventude [v. 15], a menos que se considere que provavelmente ele foi severamente tratado numa variedade de formas, de modo que sua vida, por assim dizer, pendia por um fio entre vários tremores e temores.
Do quê também deduzimos que as iras e terrores de Deus, dos quais ele fala no versículo 16, não eram de curta duração. Ele os expressa no versículo 17 como que o cercando diariamente.
Visto nada ser mais terrível do que imaginar Deus como que irado contra nós, não é impróprio comparar ele sua angústia a um dilúvio.
Daí também procedia sua dúvida; pois o senso da ira divina necessariamente teria agitado sua mente com dolorosa inquietude.
Mas pode-se perguntar: Como é possível que essa oscilação se coadune com a fé?
É verdade que, quando o coração se acha em perplexidade e dúvida, ou antes é arremessado de um lado para outro, a fé parece ser tragada.
A experiência, porém, nos ensina que a fé, embora flutue em meio às agitações, ela continua a vir novamente à tona de tempo em tempo, de modo a não ser esmagada de vez; e se em algum tempo ela se vê ao ponto de asfixia, não obstante é protegida e nutrida, porque, embora as tempestades nunca se tornem tão violentas, ela se esconde delas movida pela ponderação de que Deus continua fiel e jamais desaponta seus próprios filhos, e nem os abandona.
O salmista traça suas tribulações de volta a Deus mesmo, acusando-o de o separar de todos os seus companheiros e pessoas amadas. O único amigo que lhe resta são as trevas.
Contudo devemos contrabalançar esta conclusão com a abertura do salmo.
Isolado do auxílio humano, ele ainda é capaz de chamar Deus seu Salvador. É aqui onde sua verdadeira esperança realmente repousa. Em dias quando não há luz, o crente tem de caminhar, confiando no nome de seu Deus
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