1Coríntios 15.1-11

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O autor estabelece o fato histórico da ressurreição de Cristo - assim com as outras etapas do evangelho (encarnação, vida e morte) - como fundamento da palavra evangélica por meio da qual a salvação é operada.

Notes
Transcript
"[....] Aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos" (1Co 1.2).
Pr. Paulo U. Rodrigues
Introdução
Tendo encerrado suas exortações e admoestações quanto à ordenação do culto público, principalmente levando em consideração o uso dos dons espirituais, o apóstolo Paulo inicia as tratativas de outro tópico polêmico e que gerava dúvidas ou questionamentos entre os membros da igreja de Corinto: a questão da ressurreição de Cristo.
A comunidade cristã daquela cidade possuía profundas raízes intelectuais na filosofia grega, como é visto ao longo de toda a exortação paulina tecida nos capítulos de 1 à 4, onde o apóstolo exalta o poder do evangelho e da sabedoria de Deus sobre a sabedoria dos homens, sendo esta inútil para a salvação, numa que somente por meio do poder do Espírito Santo concedendo fé, o homem é trazido à graça salvadora (cf. 2.10-16). Entretanto, para além daquelas dificuldades analisadas inicialmente, oriundas da soberba corintiana em razão de seu conhecimento filosófico, o problema agora exposto apresentava entraves àqueles irmãos no que concerne a apreensão de uma verdade basilar a profissão da fé em Cristo: muitos na comunidade questionavam a ressurreição do Senhor Jesus.
Buscando tratar dessa problemática, Paulo tece toda uma argumentação tanto lógica quanto teológica neste capítulo, defendendo e ratificando a factibilidade da ressurreição do Senhor, e a importância da crença nesse fato como verdade que embasa toda a esperança cristã na salvação, tal como foi executada por Cristo.
Nesta primeira seção (vs. 1-11), como dito, Paulo estabelece o fato da ressurreição de Cristo, isto é, o cumprimento das Escrituras em relação a preservação do Santo da corrupção (Sl 16.10), finalizando todo o trajeto messiânico determinado pela Corte da Trindade na eternidade, e isto foi atestado por diversas testemunhas (cf. v.5-7); o que inclui o próprio apóstolo.
O fundamento da fé cristã também é a morte de Cristo, que garante a justificação do pecado daqueles que, na eternidade e no tempo, foram chamados para ser santos. A ressurreição do Senhor, completando o evento redentivo paralelo à morte, assegura, por sua vez, a ressurreição destes, e consuma a obra salvadora na glorificação, da qual Cristo foi o primeiro (cf. v. 20). Sem crença na ressureição não há fé, bem como não há esperança, e assim, tudo torna-se vão, como estavam agindo muitos na igreja de Corinto, que pareciam ainda não terem retido a palavra do Evangelho através do qual foram salvos (v.2). A ressurreição, assim como a morte, encarnação, nascimento e vida/ministério, é parte fundamental do evangelho, sem a qual o mesmo é desconfigurado.
Notando esses contornos introdutórios, o texto de 1Coríntios 15, que evoca o tema da ressurreição de Cristo, salientando em sua primeira seção (vs. 1-11) a veracidade da ressurreição de Cristo como base para o evangelho salvador.
Elucidação
O início da argumentação paulina consiste em primeiro lugar, estabelecer que toda a sequência exortativa que se desenrolará a partir do versículo 3, está fundamentada no evangelho (vs 1-2). Em seguida, o autor enfatiza a factibilidade da ressurreição de Cristo a partir do cumprimento das Escrituras nesse evento (vs. 3-4), corroborando isso com o atestado testemunhal da ressurreição (vs. 5-10), fechando o argumento com evidências suficientes para que a fé dos coríntios esteja alicerçada na genuína pregação do evangelho, no qual haviam anteriormente crido (v.11).
Passaremos a analisar cada ponto argumentativo.
1. (vs.1-2): O fundamento evangélico da ressurreição.
Ao ter chegado àquela cidade num primeiro momento, Paulo apresentou aos coríntios a palavra salvadora através do qual foram trazidos à Cristo. A construção frasal na qual repete o termo "evangelho" e seus correlatos é intencional, elucidando a centralidade da boa nova no processo salvador operado entre eles, como registrado no versículo 1: "Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho (gr. "εὐαγγέλιον") que vos anunciei (gr. "εὐαγγελίζω").
A salvação está diretamente condicionada a permanência do cristão na palavra que foi pregada; não que de alguma forma o processo possa ser revertido, caso haja o abandono ou alteração daquela verdade, e sim que, é a fidelidade ao evangelho que exibe a verdadeira fé. Assim, no versículo seguinte, Paulo ratifica essa relação nevrálgica, afirmando que muitos em Corinto de fato ainda perseveraram no evangelho que havia sido transmitido através dele, sendo "por ele também salvos, se retiverdes (gr. "κατέχω" = "segurar") a palavra tal como vo-la preguei (gr. "εὐαγγελίζω"), a menos que tenhais crido em vão".
Dois termos no versículo são repetidos, fazendo com que ao redor deles toda a exortação seja construída, como mencionado anteriormente. Novamente, ele repete uma expressão análoga ao evangelho: "preguei" (gr. "εὐαγγελίζω"), enfatizando que essa ação é o ponto inicial do empreendimento redentivo aplicado à vida do crente, porém, ligado a isso, a expressão adjetiva "τίνι" (trad. "algum", "algo"; "tal como" - ARA) destaca que a palavra anunciada por Paulo corresponde ao evangelho.
O ponto aludido pelo autor é uma distinção existente entre o evangelho que guiou os coríntios à salvação e um "outro evangelho", ou pelo menos, uma perspectiva da fé que difere do que foi pregado àqueles irmãos, que de alguma forma rompe com a pregação do apóstolo. Por isso, o segundo termo usado por Paulo no verso (e que será repetido ao longo de todo o capítulo) destaca a resultante dessa alteração na mensagem salvadora: "a menos que tenhais crido em vão (gr. "εἰκῇ" = "sem fim", "sem propósito").
Nesse ponto, a dedução do que ocorria em Corinto é inevitável. Não é o caso de haver uma nova doutrina sendo ensinada no meio da comunidade, como era a situação, por exemplo, das igrejas na Galácia, onde naquele contexto, Paulo chama essa nova doutrina de "outro evangelho" (cf. Gl 1.6 "ἕτερον εὐαγγέλιον"), pois adulterava frontalmente o ensino basilar da salvação pela graça mediante a fé. O que acontecia na comunidade corintiana era a proliferação de alguma dúvida ou reserva quanto a um ponto central na mensagem do evangelho, e que já começava a fazer profunda distinção entre aqueles que retinham o ensino apostólico, e os que afastavam-se dele. Esse ponto é apresentado a partir do versículo 3.
2. (vs.3-4): A factibilidade da ressurreição de Cristo a partir do cumprimento das Escrituras.
O texto inicia-se com uma expressão já usada anteriormente: "Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi...". Essa expressão é encontrada em 11.23, onde o apóstolo expõe que o princípio por trás da Ceia do SENHOR foi estabelecido por Cristo e entregue por ele aos apóstolos, que por sua vez foi transmitido por eles às igrejas. Essa estrutura frasal corresponde a apresentação da tradição cristã lançada pelo Senhor através dos apóstolos como o fundamento credal da igreja. A repetição da frase agora em 15.3 enfatiza o mesmo princípio: o ensino expresso por Paulo aos coríntios não foi uma invencionice humana ou uma elaboração narrativa criada pelo colégio apostólico; antes, consiste na própria expressão de fé da igreja.
Como não bastasse isso, Paulo intensifica o argumento afirmando que essa tradição é extraída das Escrituras: "[...] Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (v.3b). Porém, um complemento é feito: não é apenas a morte vicária de Cristo que consta no Texto Sagrado, como atestado de sua veracidade, mas também os fatos de que "foi sepultado (ou seja, verdadeiramente morto) e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (v.4).
Se os coríntios recebiam como fato (contra o qual não nutriam nenhuma dúvida) e base credal a morte expiatória de Cristo, tendo em vista que tal evento cumpre as Escrituras, por que duvidavam de sua ressurreição, numa que complementa (como supra argumentado) o evento redentivo, e consta da mesma forma nas mesmas Escrituras? O ponto de partida do apóstolo é tornar os membros da igreja de Corinto cientes de que a ressurreição de Cristo não é uma parte estranha à narrativa evangélica, mas faz parte dela tanto quanto as outras etapas do processo salvador por ele executado.
Em vista disso, Paulo argumenta que essa concepção é corroborada por diversas testemunhas, conforme ele elenca nos versículos de 5 a 8:
1Coríntios 15.5–8 ARA
E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo.
3. (vs.5-11): A comprovação testemunhal da ressurreição de Cristo.
A intenção paulina é construir um argumento comprobatório do ponto de vista testemunhal. Além da própria Escritura, na qual os coríntios criam (incluindo os que questionavam a ressurreição), o fato de Cristo ter voltado dos mortos era algo confirmado por testemunhas oculares. Os verbos "ὁράω" aplicados a Cefas, aos doze e aos 500 irmãos (neste caso, elipticamente), estão declinados na forma passiva, fazendo referência a Cristo e não as testemunhas. Isso reforça o caráter comprobatório do argumento, pois muda a perspectiva do leitor: Cristo não apareceu (cf. ARA) simplesmente, ele realmente foi visto por diversas pessoas, muitas das quais estão vivas, isto é, podem ser questionadas a respeito.
A historicidade da ressurreição do Senhor Jesus Cristo não é um artigo de fé particular à igreja de Corinto; todas as igrejas criam nos fatos registrados nas Escrituras e experienciados pelos apóstolos e demais irmãos, incluindo a ressurreição do Salvador, e isso não por mero assentimento intelectual, pois a ressurreição é um milagre; uma ocorrência sobrenatural na qual Deus, cumprindo sua palavra, faz Cristo — pelo poder do Espírito — vitorioso sobre a morte, glorificando-o e exaltando-o como o Messias Prometido.
A filosofia pagã não tem capacidade de conceber tamanho mistério, como Paulo já havia declarado no início de sua carta, pois era insuficiente para tal. Muitos filósofos não criam em algum tipo de plano espiritual pós-vida ou na ressurreição dos mortos (KENNER, 2017, p.586). Mas, o intelecto limitado dos homens de fato não pode reproduzir os efeitos que somente o evangelho pode provocar naqueles que foram chamado à salvação, embora a ressurreição do Senhor não seja algo etéreo ou de crença confinada exclusivamente ao ambiente religioso ou "místico", e sim, um fato histórico comprovado, e o apóstolo estava expondo a natural conexão entre esse evento e o próprio evangelho: somente recebendo este como ele é (cf. v.2) é que o homem é salvo.
A fim de que suas palavras não sejam interpretadas como um argumento ad baculum, isto é, que os crentes em Corinto não creiam por ser o apóstolo Paulo o defensor da realidade da ressurreição de Cristo, ele humilha-se nos versículos 8b à 10, para que seja visto como alguém tão agraciado com a obra salvadora quanto cada um dos crentes na comunidade à qual se dirige na carta:
1Coríntios 15.8–10 ARA
e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.
Tendo sido alcançado pelo evangelho, o qual inclui o fato evidente de que o Senhor ressuscitou dos mortos, Paulo afirma que essa graça não se tornou vã, e essa expressão, entendida à luz do versículo 2, indica que, diferentemente de alguns em Corinto, ele cria veementemente na ressurreição de Cristo, o que o fez trabalhar mais do que os outros apóstolos. Ou seja, sua fé em Cristo não é fantasiosa, mas consistente ao ponto de o conduzir ao trabalho ministerial sob a mesma graça que agora o fazia difusor do mesmo evangelho pregado em Corinto, à todos quantos puder.
Concluindo sua exortação ele adverte e ao mesmo tempo ratifica aos corintos que: "[…] Assim (i.e. de acordo com esse evangelho) pregamos e assim crestes", ou seja: foi o evangelho que inclui o anúncio glorioso da ressurreição, que foi exposto aos Corintos, e se eles incialmente creram no que Paulo havia pregado, creram também na própria ressurreição de Cristo.
Transição
A argumentação evidencialista de Paulo em relação a ressurreição de Cristo não visa convencer os leitores/ouvintes de seu texto quanto a esse fato, e sim, demonstrar que tal evento está anexo ao evangelho assim como todos os outros pontos (nascimento, vida e morte de Cristo) que, aparentemente, não causavam nenhum questionamento entre os crentes naquela cidade.
Seria uma admissão de inconsistência credal da parte daqueles irmãos, se retivessem alguma reserva contra a ressurreição do Senhor, mas não manifestassem qualquer dúvida quanto a todos os outras etapas da narrativa evangélica a qual foram expostos, e que com tanta convicção afirmaram crer.
O evangelho, segundo define Paulo, é hermético: é a transmissão consistente e coesa da história redentiva cumprida plenamente em Cristo Jesus, o qual encarnado, viveu, sofreu e morreu para que, para a glória do Pai, o cosmos e os eleitos fossem chamados à santificação e ao aperfeiçoamento, que os porá na presença dele no último dia, tendo sido para isto que o Senhor também ressuscitou.
Se alguém recebe fé para crer nas etapas iniciais do evangelho, isto é, na encarnação, vida e morte de Jesus Cristo, também o recebe para crer na última; na ressurreição, retendo a confiança nessa palavra, sendo ela o instrumento da operação da salvação que o Espírito realiza.
Observando a tônica exortativa do texto de 1Coríntios 15.1-11, o autor divino/humano direciona a seguinte conclusão aplicativa à igreja contemporânea:
Aplicação
A ressurreição de Cristo Jesus é um fato, e deve ser crido como tal por aqueles que o professam e que, por meio dessa palavra evangélica, são salvos.
Numa era tão cética e materialista quanto a que estamos vivendo, o desafio de manter-nos firmes na convicção de que Cristo ressuscitou é certamente difícil. Ocorrências extraordinárias são rapidamente rejeitadas pois contrapõem o que os homens estabelecem como "lógico". Além disso, a natureza da ressurreição é, per si, um desafio à limitada mente humana, que, sem a ajuda do Espírito, realmente não pode transcender ao nível de compreensão necessário para que admita a factibilidade de tamanho prodígio.
Todas as etapas do evangelho, isto é, da obra redentiva executada pela Segunda Pessoa da Trindade, reservam uma "ambiguidade" entre o extraordinário e o ordinário, embora a apreensão de cada uma delas ocorra exclusivamente mediante a fé.
Por exemplo, o nascimento de Cristo é algo completamente fora do comum, pois sua concepção ocorreu pelo poder do Espírito, e não por geração ordinária, fazendo com que, ainda que tenha nascido homem, não tenha herdado a natureza corrompida do pecado. Porém, Cristo ter nascido, é algo que podemos conceber, pois nós mesmos nascemos.
O fato de o Senhor Jesus ter vivido nesse mundo é também, em parte, algo muito natural, pois todos nós existimos e lidamos com todos os aspectos que compõem a existência em interação com o cosmos (i.e. sentimentos, emoções, fatos, sociabilidade etc). Por outro lado, Cristo viveu como nenhum outro homem viveu, pois não tinha pecado, e esteve perfeitamente sob a Lei, cumprindo-a toda.
Sua morte também é alcançável e compreensível ao nosso raciocínio, pois infelizmente, todos lidamos com essa terrível etapa a qual estamos submetidos. Mas, além do sofrimento sobre-humano que sentiu, a morte de Cristo é peculiar, exatamente por causa do último ponto anteriormente apresentado: ele era inocente, e o único capaz de, também como perfeito Deus, redimir o universo e os eleitos do Pai.
Como dito, embora seja possível com nossa mente vislumbrarmos a ocorrência de todas essas etapas do evangelho, somente as retemos para a salvação por causa da fé que nos foi concedida pelo Espírito Santo. Todavia, a última etapa foge completamente do percurso experiencial e referencial que apontamos, pois é uma anomalia ao ciclo natural de nascimento-vida-morte que experimentamos. Pode ter sido essa a dificuldade que os cristãos em Corinto enfrentaram, e nesse ponto, a grandeza do evangelho é revelada de forma ainda mais contundente.
Iluminando nossa mente, o Espírito nos faz capazes de aceitar o extraordinário: que Cristo encarnou, nasceu, viveu e morreu, e que também ressuscitou dos mortos, vencendo a própria morte, anulando de sobre nós a sentença do Éden.
Se nos aproximamos do Deus Triuno, é necessário que tenhamos fé nele, crendo que ele existe e é galardoador dos que o buscam (Hb11.6), e o maior de todos os galardões que podemos receber do Senhor Deus, é o evangelho, isto é, todas as etapas da obra redentiva executada por Cristo Jesus; obra que nos concede fé para, crendo nEle, sermos salvos.
Entretanto, a instrumentalização da fé como ferramenta capacitadora que nos habilita a receber a salvação, fortificando nossa mente para absorver o evangelho, não anula a factibilidade da ressurreição do Senhor Jesus. A ressurreição de Cristo não é algo místico, no sentido de que não aconteceu na realidade e no mundo, mas um fato atestado, diferente do que muitos querem nos fazer crer.
Flávio Josefo, historiador antigo que viveu entre 37 à 100 d.C., cita a historicidade de Cristo com as seguintes palavras:
"Nesse mesmo tempo [em que ocorreu uma revolta dos judeus contra Pilatos], apareceu Jesus, que era um homem sábio, se é que podemos considerá-lo simplesmente um homem, tão admiráveis eram as suas obras. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por judeus, mas também por muitos gentios. Ele era o CRISTO. Os mais ilustres dentro os de nossa nação acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte. Ele [Cristo] lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas haviam predito..." (JOSEFO, 2014, p. 832).
Outros historiadores, tanto antigos quanto modernos, atestam o evento histórico da vida e ressurreição do Senhor Jesus, a partir de outros tantos documentos da época, que afirmavam tal fato.
A conclusão ao qual chegamos pela fé, também sendo demonstrada na história, é que essa verdade — que Cristo ressuscitou —, faz parte da revelação evangélica que recebemos e que temos crido, por meio da qual somos salvos.
Ceder ao ceticismo mundano quanto a isso, é abrir mão daquela compreensão que temos (pelo poder do Espírito) quanto ao fundamento de nossa redenção; sem a qual não podemos crer, tampouco desfrutar, da libertação do pecado que executou Cristo em favor de sua igreja.
Nós recebemos dos apóstolos aquilo que foi entregue a eles pelo próprio Cristo, e que foi crido por todos os nossos irmãos ao longo da história, tendo sido gerado em nós, pelo poder do Espírito, a vida: que Cristo viveu, morreu e ressuscitou pelo nossos pecados, nos garantindo a esperança da glorificação.
Assim foi pregado, e assim nós cremos.
Conclusão
Timothy Keller, comentando o fato da ressurreição de Cristo como central ao evangelho afirma:
"Jesus ressuscitara exatamente como ele mesmo havia dito. Depois que um criminoso cumpre toda a sua pena na cadeia, a lei nada mais tem a reclamar dele e ele, então, está livre. Jesus Cristo veio ao mundo para pagar a pena por nossos pecados. Havia uma sentença infinita, mas ele deve tê-la cumprido por completo, pois, no domingo de Páscoa, ele foi libertado. A ressurreição foi o modo de Deus bater na história um carimbo escrito "pena cumprida", para que todos soubessem" (KELLER, 2012, p. 252).
Jesus Cristo ressuscitou. Estamos livres. Este é o evangelho.
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