Breve estudo sobre Louvor e Adoração

Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 170 views
Notes
Transcript

FOMOS CRIADOS PARA CANTAR

Quero começar reforçando que fomos criados para cantar. É certo que nem todos somos bons cantores, mas somos todos criados para cantar.
O desenvolvimento de um bebê comprova isso. A sua capacidade de cantar é criada de modo assombrosamente maravilhoso. Por volta da décima segunda semana de gestação, as cordas vocais de um bebê, que cresce dentro do ventre materno, já estão formadas e se revelam funcionais muito antes dessa criança nascer.
Podemos soar diferentes, mas cada um de nós possui o mesmo aparelho vocal (você, nós, Bono, Pavarotti, Sinatra) - com a respiração fluindo de nossos pulmões, vibrando através de cordas vocais em nossa garganta, empurrando o som para fora pelos articuladores de nossa boca, língua, e nossos lábios.
Cantar não é um mero feliz subproduto da intenção de Deus de nos fazer criaturas falantes. É algo que fomos projetados para sermos capazes de fazer.
Mas, não somente isto...
Deus projetou nossa psique para cantar. Quando cantamos louvores a Deus, está engajado muito mais do que somente o nosso aparelho fonador. Deus criou nossa mente para julgar timbre e lírica, pensar nos conceitos que cantamos envolve o intelecto, a imaginação, a memória, e relembrar o que está em uma melodia.
Por essas e outras que conseguimos lembrar mais letras de músicas do que conseguimos recitar Escrituras de memória.
Deus formou nosso coração para se mover com profundeza de sentimento e com toda uma gama de emoções, enquanto uma melodia nos leva às verdades de quem Deus é e em quem nós estamos firmados.
A verdade é que Deus te projetou para cantar e te deu tudo o que é necessário para cantar, e ele quer que você cante.
Ele está muito menos preocupado com sua afinação do que com sua integridade. O cantar cristão começa no coração, não nos lábios (Ef 5.19).

A IMPORTÂNCIA DA ADORAÇÃO

Por que precisamos falar da importância da adoração? A primeira coisa que eu diria é que fomos salvos para adorar, para prestar culto. Um exemplo bíblico é o fato de que Deus falou a faraó para libertar o povo para que lhe prestasse culto (Êx 7.16; 8.1).
Êxodo 7.16 NVI
16 Diga-lhe: O Senhor, o Deus dos hebreus, mandou-me dizer-lhe: Deixe ir o meu povo, para prestar-me culto no deserto. Mas até agora você não me atendeu.
Êxodo 8.1 NVI
1 O Senhor falou a Moisés: “Vá ao faraó e diga-lhe que assim diz o Senhor: Deixe o meu povo ir para que me preste culto.
O clímax do livro de Êxodo não é as dez pragas, e sim o relato dos capítulos 19 e 20, no qual o povo se aproxima do Senhor, e ali Deus se manifesta com poder e glória: o Monte Sinai tremia, o povo clama a Moisés para que interceda junto ao Senhor e que não tenham que encarar um Deus tão temível. Ali, percebemos que Deus salva seu povo para a adoração.
Essa mesma ideia também aparece na doxologia Efésios 1.3-4, no qual Paulo explica por que fomos predestinados, eleitos e redimidos: por três vezes Paulo diz que fomos salvos “para o louvor da sua graça e glória”. Assim podemos entender por que o domingo é o ápice da nossa semana: é uma prévia, um prelúdio do que faremos por toda a eternidade. Por isso devemos valorizar a reunião comunitária do domingo.
Efésios 1.3–4 NVI
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. 4 Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença.
Quando começamos a entender isso, nossa consciência a respeito do culto começa a mudar. Não precisamos ser forçados a ir à igreja, mas temos alegria em estar ali presentes.

O QUE CANTAMOS

Possuímos tanta liberdade criativa em nossa música e em nossos cânticos, o que, é claro, se vê de forma magnífica na diversidade de sons e estilos expressos nas igrejas por todo o mundo. Mas a Bíblia é mais específica quanto ao que devemos cantar. Na sua carta à igreja de Colossos, Paulo escreve:
Colossenses 3.16 NVI
16 Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração.
Tiramos pelo menos dois aprendizados desse texto:
Uma das formas da palavra de Jesus habitar ricamente em nós é cantando-a uns aos outros.
Somos ordenados a cantar a palavra de Deus - a verdade revelada nas Escrituras, a história da redenção.
Temos, portanto, um fundamento para sustentar nosso canto: devemos cantar sobre Deus, revelado em Cristo e supremamente no seu sofrimento e sua glória, pois é disso que a palavra de Deus trata. (Lc 24.26-27) "Ricamente" lembra palavras como generosamente, magnificente, plenamente, completamente. O conteúdo é importante.
Tragicamente, muitas das canções escritas para as igrejas e nelas cantadas não preenchem esta descrição.
Se tivermos espaço para cantar apenas alguns cânticos em determinado domingo, temos de tornar o tempo realmente produtivo - cantando as melhores canções que se possa encontrar. Por que iríamos querer fazer menos que isso? Devemos ser exigentes.
Os hinos que cantamos não podem apenas passar de leve sobre a superfície, ou extrair as frases fora do contexto, ou focar exclusivamente em nós mesmos, ou descrever a Jesus de uma maneira que sua palavra não o faz (ou pior ainda, contradizendo o que sua palavra diz).
Toda a letra deve estar ligada para traduzir, para cada pessoa que canta, uma expressão maravilhosa, bem pensada e profunda da Escritura. Se você, como líder do momento de louvor, estiver escolhendo as músicas, esta é a sua responsabilidade.
Se você estiver cantando como membro da assembleia dos santos, então não cante apenas, mas pense:
O que estamos cantando?
Como isso aponta para Jesus conforme ele se revela em sua Palavra?
Que verdades estão sendo colocadas em seu coração, e como o seu cantar está sendo usado para colocar essas verdades no coração daqueles que o cercam?
Que partes da letra o enchem de alegria, levando-o a considerar Cristo de maneira nova, e como você vai cantá-las aos outros e a si mesmo durante esta semana?

COMO CANTAMOS

Colossenses 3.16 também fala sobre como cantamos. A disposição do nosso coração não é forçada - "canto porque sou obrigado" - mas sim "com gratidão a Deus em nosso coração" "Canto porque Deus é maravilhoso".
Gratidão é bem mais que dizer as palavras somente com os lábios. De fato, você não estará cantando de modo cristão se apenas estiver cantando com a boca. A raiz da verdadeira gratidão vem do nosso coração pelos imerecidos benefícios da bondade de Deus em nossa vida.
O que acontece quando cantamos trata muito mais do que o som audível que criamos, mas não menos que isso.
Como cantamos revela como pensamos e sentimos a respeito de alguma coisa. A maioria de nós canta com alguma garra no estádio esportivo ou quando canta o "parabéns pra você" na festa de uma pessoa amada.
Nossa personalidade individual se une para fazer uma personalidade coletiva, e nosso coração individualmente grato se unifica como igreja.
Assim sendo, ao obedecer a ordem de cantar, estamos (ou deveríamos estar) liberando um som congregacional de convicção - quer sejamos uma dúzia ou alguns milhares de nós.
Se não for assim, nossos filhos ou visitantes, que nos observam, têm todo o direito de questionar se o que cantamos é realmente importante para nós. Neste sentido, o nosso cantar revela a verdade a nosso respeito, no que é melhor e naquilo que é pior.

CANTAMOS JUNTOS

A melhor e mais perfeita forma de expressar uns aos outros uma doce concordância de mente é por meio da música.
Quando cantamos juntos, como igreja, estamos mostrando como somos uma congregação de pedras vivas.
Nosso canto é a expressão audível dos laços que partilhamos, testificando a vida que habita nessas pedras. Fomos talhados dos mesmos elementos de fé, unidos em um só Senhor, cheios de um só Espírito, trazidos a uma só igreja, para oferecer a Deus o nosso louvor. Ao cantarmos juntos, somos forjados juntos.
Vivemos numa época em que a importância da música na igreja foi grandemente elevada (no mínimo porque tem se tornado comercialmente lucrativa). Mas, ao mesmo tempo, corremos o perigo de reduzir a importância de se cantar juntos. Escutar um ao outro, murmurando quietinhos, enquanto uma banda toca de maneira brilhante em um palco no prédio de uma igreja não é o mesmo que cantar juntos como congregação.
A igreja medieval cometeu o erro de tratar a ceia do Senhor como algo que a congregação assistia, enquanto os profissionais à frente participavam. Será que não estamos correndo perigo de fazer o mesmo com nossa música hoje?
Tantas das instruções dadas ao povo de Deus devem ser trabalhadas em comunidade, juntos. O forte canto congregacional vindo do coração é uma expressão marcante disto, do Espírito Santo operando em nosso meio, por nosso intermédio, enquanto cantamos sobre as coisas que compartilhamos como povo de Cristo.
Assim, quando você canta, olhe à sua volta. Encoraje os outros com aquilo que você está cantando, e espere ser encorajado pelo fato de outras pessoas estarem cantando com e para você. Todas as nossas histórias individuais se encontram no cruzamento do culto de adoração e louvor. Somos lembrados que não estamos sós - somos membros de uma família multigeracional, multiétnica, multitudo. Somos lembrados que não somos autossuficientes, pois precisamos de um Salvador.
Somos lembrados que não precisamos nos desesperar, pois temos em nós o seu Espírito. Somos lembrados que não somos o centro do universo, mas apenas uma voz e um coração, entre a grande multidão por todo o mundo de pessoas que louvam Aquele que é esse centro. Lembramo-nos de tudo isso quando cantamos juntos!

Algumas considerações finais

Prestar culto (cantando/tocando ou no meio da igreja) envolve acreditar que todo o povo de Deus foi criado para adorá-Lo e, então, ter isso em mente enquanto louvamos.
O ministério de louvor existe para ministrar (servir) à igreja (povo de Deus) na tarefa que ela tem em louvar e adorar a Deus.
Somos a igreja também: é incoerente sabermos o porquê a igreja louva, servir a igreja para que ela louve melhor e não louvar a Deus de todo meu coração.
O entendimento do louvor guia a escolha do que cantamos e deixamos de cantar.
Related Media
See more
Related Sermons
See more