Orando em tempos de aflição
Orando em templos de aflição
O salmista faz um retrospecto para os livramentos, e faz disto a base para a confiança para o futuro. Ele encontrara em Deus um verdadeiro escudo quando fosse atacado por inimigos (v. 3).
Nada anima mais nossa esperança do que nos lembrarmos da pregressa benevolência de Deus, e, em meio às suas orações, amiúde encontramos Davi dedicando-se a reflexões desse gênero.
No versículo que se segue, ele expressa a confiança de que habitaria, desse tempo em diante, no santuário do Senhor. Não posso concordar totalmente com aqueles que pensam que Davi estava ainda em sua condição de exilado de seu país natal quando isto foi escrito, e deve-se meramente entender como que assegurando a si mesmo a certeza de seu regresso. Ele parecia regozijar-se mais na restauração já obtida do que abrandar sua tristeza mediante a antecipação dela no futuro; e isso se fará ainda mais evidente quando chegarmos à consideração do contexto imediato. É notável que agora, quando estava regressando de seu banimento e se estabelecia em seu próprio palácio, seu coração se expandia ainda mais no culto divino do que em toda a riqueza, esplendor e prazeres que a realeza proporcionava.
Ele louva a Deus por aqueles que temem seu nome não serem abandonados ao mesquinho privilégio de se regozijarem por uns poucos dias, senão que garantia-lhes uma permanente herança de felicidade. Esta é uma verdade que não pode ser questionada. Os ímpios, não tendo pela fé nenhuma possessão dos divinos benefícios que poderiam participar, vivem dia a dia, por assim dizer, da pilhagem. Só os que temem a Deus é que contam com o verdadeiro e legítimo desfruto de suas bênçãos.