O Evangelho transformando a família (Atos 16:27-34)

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INTRODUÇÃO
Irmãos, uma notícia do site G1, de 9 de maio de 2022, dizia o seguinte: “Jovens 'sem religião' superam católicos e evangélicos em SP e Rio. Grupo já soma mais de 30% dos jovens de 16 a 24 anos nos dois Estados, indica Datafolha. Maioria desses jovens não são ateus ou agnósticos, mas combinam crenças diversas, fora das igrejas”.
Esta notícia está falando de grandes estados. Mas, e se formos pesquisar no nosso contexto, será que está diferente? Talvez, no interior, ainda não esteja assim, mas é possível que, em breve, cheguemos a esta realidade.
E o que estamos fazendo para evitar isso? Que resposta temos dado para reverter este quadro? É fundamental compreendermos os dias que vivemos e que devemos nos posicionar sempre com firmeza. Há muitos em nosso meio afastados dos caminhos do Senhor, seja filhos, netos, sobrinhos, enfim… Precisamos responder a isto.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Em Filipos, uma cidade localizada na região da Macedônia, Paulo e Silas expulsam o demônio de uma mulher que a tornava uma adivinhadora do futuro e trazia lucro para aqueles que, como o texto mesmo fala, eram os senhores dela, seria como se esta mulher trabalhasse para eles com as adivinhações.
Então, aqueles homens que se aproveitam da situação desta mulher levam Paulo e Silas às autoridades e os acusam de serem perturbadores da cidade ao trazerem costumes diferentes da cultura romana. Paulo e Silas têm suas roupas rasgadas, são açoitados e levados à prisão.
Eles são presos injustamente, os vs. 23 e 24 afirmam que o carcereiro recebe ordens de colocá-los em uma prisão com toda a segurança, eles têm seus pés presos no tronco. A partir de então, são considerados homens perigosos para a sociedade.
O texto conta, ainda, que, por volta da meia-noite, enquanto eles louvam a Deus e oram, vem um terremoto para abalar as estruturas do lugar, abrindo as portas das prisões e libertando todos os presos.
Foi aí que conhecemos sobre o carcereiro que entra em desespero pensando ser o culpado pela fuga dos prisioneiros. Alguns detalhes aqui merecem nossa atenção:
Não se sabe ao certo o que levou este homem a estar nessa profissão, mas podemos imaginar como não é fácil se expor ao perigo de trabalhar em um local como as prisões daquela época. No momento do terremoto, aquele carcereiro estava dormindo quando deveria estar em alerta, de guarda a fim de que tudo estivesse na mais perfeita normalidade dentro da prisão, mas provavelmente ele está cansado.
Após o terremoto, ao acordar e perceber o ocorrido, ele deseja cometer suicídio, pois sabe que receberia uma pena pela fuga dos prisioneiros, que seria a morte.
Observamos que, a partir do v. 28, começa a sua libertação de uma vida de angústia, ele vê que Paulo e Silas são homens íntegros que, ao invés de fugirem, sendo inocentes ou não, que no caso, eles são, ali eles permanecem. Aquele que viria a tirar a própria vida, agora recebe a vida eterna por meio da fé em Cristo Jesus. Paulo e Silas estão presos fisicamente, mas era o carcereiro que anteriormente vivia em prisão espiritual, pois não teve um encontro com o Evangelho de Jesus Cristo.
Nos vs. 29 e 30, ele reconhece que aqueles homens de Deus e podem levá-lo a uma nova vida, ele deseja ser salvo. Aqueles homens poderiam muito bem se aproveitar da situação para seu próprio benefício, poderiam exigir sacrifício, compensação financeira, mas eles não o fazem. São homens íntegros e compromissados com a Palavra do Senhor. Assim, nos vs. 30 e 31 temos o seguinte diálogo:
Atos dos Apóstolos 16.30–31 ARA
30 Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? 31 Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.
Não seria pela simples confissão dele que os outros também seriam salvos, cada um precisaria confessar por si mesmo.
Aquele carcereiro entendeu o que deveria ser feito, por isso, não somente ele, mas todos os da sua casa podem, então, desfrutar da nova vida em Cristo Jesus. A sua postura para trazer a família foi muito importante no processo de salvação de todos.
Amados irmãos, nesta noite, eu gostaria de analisar as atitudes tomadas por este carcereiro, e de que maneira o Evangelho alcançou sua família. O tema é O EVANGELHO TRANSFORMANDO A FAMÍLIA.
Dobradiça: Vemos o Evangelho transformando a família no momento em que houve:
1. DESEJO PELA SALVAÇÃO DE TODOS
Atos dos Apóstolos 16.32 ARA
32 E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa.
Explicação: O carcereiro compreendeu que todos deveriam confessar a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas. Paulo já declarou em Romanos a importância de pregar a Palavra de Deus a fim de que todos sejam levados à fé em Cristo:
Romanos 10.17 ARA
17 E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.
Não se sabe ao certo onde eles se reúnem para ouvir a Palavra do Senhor, mas o que se pode perceber é que ouvem o Evangelho, e isto já é suficiente para crerem.
O conhecimento de que a salvação vem pela fé em Jesus já está em seus corações, mas é necessário aprofundar o conhecimento a fim de que a mensagem do que é o Evangelho seja cada vez mais completa, contendo a noção da criação de Deus, da queda do homem, que nos fez necessitar de um Salvador, da redenção por meio de Cristo e da consumação que haverá para a vida eterna.
O carcereiro compreende a urgência que há em receber a salvação, e assim ele não perde tempo, corre para buscar seus familiares. Não adianta pensar que todos estão salvos pela confissão de apenas um deles. Todos precisam ouvir o Evangelho a fim de que o Espírito faça a obra nos corações.
Aplicação: Você que possui em sua família não convertidos ou que estão, de alguma maneira, afastados, compreende a urgência que há para que eles tenham um encontro com Cristo e se convertam? Você tem orado por eles, e mais, tem aproveitado as oportunidades para levar-lhes a Boa notícia?
Vivemos dias de um cristianismo relativizado em que cada um escolhe seguir seu caminho como julga melhor, na verdade, nos deparamos com um cristianismo sem Cristo. Ideologias contrárias ao Evangelho têm tomado conta de muitos lares cristãos, confundindo a mente e o coração sobre o que é certo ou errado, ou então que nada é errado se te faz feliz. Temos de nos posicionar!
Pessoas estão morrendo sem conhecer Jesus. O que nós temos feito quando sabemos disso?
Dobradiça: O Evangelho transforma vidas por meio do conhecimento da Palavra, e além disso, o que vemos na vida do carcereiro é o:
2. CUIDADO COM AQUELE QUE SOFRE
Atos dos Apóstolos 16.33 ARA
33 Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus.
Explicação: Depois de ouvir o Evangelho, aquele homem já está servindo ao tratar das feridas nos corpos de Paulo e Silas por terem sido açoitados antes de serem levados à prisão.
Quando nos convertemos, ficamos mais sensíveis aos problemas dos homens, temos mais empatia e preocupação pelo nosso semelhante, isso também é importante na hora de evangelizar nossos familiares e lhes dar o exemplo.
Logo após tratar das feridas dos missionários, ele e sua família foram batizados ao crerem em Jesus. O carcereiro obedeceu a Deus a cuidar dos missionários e também ao dar o exemplo de que o batismo é importante a fim de que todos sejam integrados na família da fé.
Veja o que o autor da Carta aos Hebreus orienta:
Hebreus 13.3 ARA
3 Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados.
Isto é ter empatia com quem sofre. Foi o amor por Jesus que fez com que aquele homem pensasse na situação de Paulo e Silas.
Aplicação: Como queremos que nossos familiares sigam nosso exemplo, se nosso exemplo não está sendo sentir a dor daquele que sofre dores físicas, emocionais e também as dores da alma? Temos de nos compadecer. Temos de nos colocar no lugar do outro e pensar: e se fosse eu? Com certeza, todos nós desejaríamos que alguém viesse até nós e tratasse dos nossos problemas.
Se é ssim conosco, porque não pode ser com nosso semelhante? Quem mais que nosso Senhor Jesus para ter empatia e compaixão por aquele que passa por dificuldades?
Mateus 9.35–38 ARA
35 E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. 36 Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. 37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ovelhas sem pastor ficam perdidas, desorientadas, estão sujeitas a perigos, predadores, acabam até mesmo morrendo de fome. Neste sentido figurado, Jesus veio para tratar os problemas das ovelhas que não têm pastor. Ele veio para ser o Pastor destas ovelhas.
E nós, o que fazemos? Viramos o rosto, fingimos que não vemos nem ouvimos? Fazemos de conta que não é conosco? Há muitas pessoas que não congregam em uma igreja por pensarem que nos fechamos em nosso mundo eclesiástico e não realizamos obras sociais, dizem que ignoramos os problemas aqueles que sofrem.
Como respondemos a isto? Ficamos parados para que confirmem que não nos movemos? Ou vamos agir e mostrar que Cristo transformou nosso coração? Devemos pensar como Jesus, agir como Jesus. Pode ter certeza de que isto chamará a atenção da sua família, poderá até fazer com que desejem se envolver, participar.
Jesus demonstrou que nos ama ao morrer por nós na cruz. O que faremos para demonstrar amor a quem precisa?
Dobradiça: O Evangelho de Jesus chegou à família do carcereiro transformando suas atitudes. Primeiramente, traz o desejo de que todos ouvissem a Boa Nova, também faz com que o carcereiro trate das feridas dos missionários, e além disso, o que vemos é que eles agem com:
3. HOSPITALIDADE PARA VIVER EM COMUNHÃO
Atos dos Apóstolos 16.34 ARA
34 Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus.
Explicação: Em comunhão, como uma grande família da fé, aquela família está sendo hospitaleira ao receber os homens de Deus em sua casa, todos se alegram, se alimentam juntos e louvam a Deus. Tudo porque estão provando da salvação e creem em Deus.
Aquela família recebe em casa Paulo e Silas para estabelecer a comunhão cristã e pra todos estarem junto à mesa para uma refeição. Mas, além disso, eles estão alegres por causa da conversão e do batismo de todos os familiares. Eles são gratos a Deus e aos missionários que proporcionaram este momento gracioso.
É possível que a refeição tenha incluído a Ceia do Senhor, já que era muito comum na igreja primitiva que as pessoas se reunissem nas casas para participar da Ceia.
O carcereiro sabe que eles ainda não foram libertos da prisão, então ele oferece a oportunidade de eles serem confortados e receberem o alimento físico para seu organismo. A batalha ainda continua, Paulo e Silas ainda têm de enfrentar as autoridades para recorrerem da condenação injusta que receberam.
Agora, a família do carcereiro considera Paulo e Silas irmãos em Cristo. A fé que eles demonstram não fica somente na confissão, mas vai além, eles não estão vivendo um emocionalismo de quem confessa a Cristo de forma forçada, crer em Cristo e serem salvos se tornou o que eles mais desejavam.
Já não seria uma fé temporária, mas duradoura. Veja o que o autor da Carta aos Hebreus orienta:
Hebreus 13.2 ARA
2 Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos.
A palavra “hospitalidade”, no original, é “philoxenia” e soa algo como “o amor ao estrangeiro”. Em certo sentido, Paulo e Silas
Antigamente, era comum as pessoas receberem estrangeiros em suas casas e acolhê-los, davam alimento e os tratavam com honra. Quem foi que acolheu anjos sem saber? Este homem foi Ló. Em Gênesis 19:1-4 ficamos sabendo disso:
Gênesis 19.1–4 ARA
1 Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra. 2 E disse-lhes: Eis agora, meus senhores, vinde para a casa do vosso servo, pernoitai nela e lavai os pés; levantar-vos-eis de madrugada e seguireis o vosso caminho. Responderam eles: Não; passaremos a noite na praça. 3 Instou-lhes muito, e foram e entraram em casa dele; deu-lhes um banquete, fez assar uns pães asmos, e eles comeram. 4 Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;
Aplicação: Pense bem, quem tem ido à sua casa? Quantas pessoas você tem recebido? Você trata bem, prepara o melhor alimento, honra esta pessoa?
Receber pessoas em casa por status não é o que Jesus quer de você, receber esperando algo em troca, por interesse, também não.
O que Jesus quer de você é que receba bem, independentemente de quem seja, se for o prefeito ou se for a pessoa que você considera mais simples e de condição mais humilde. Todos são iguais diante de Deus e merecem o mesmo tratamento. Não podemos fazer acepção de pessoas, não podemos ser seletivos.
Jesus nos convida, nesta noite, a compreendermos que a hospitalidade é uma das marcas do cristão verdadeiro.
E eu não estou dizendo isso como uma indireta para ninguém, pois fui muito bem-recebido nos lares onde já estive, e tenho certeza que os outros que ainda não tive a oportunidade de visitar, que nos receberão com atenção, cuidado e carinho por nós.
Sei que antes da pandemia havia reuniões de oração nas casas, e depois da pandemia, esta prática não teve continuidade. Quando tentamos retornar, poucos irmãos se dispuseram a isto.
Que tal se retornássemos? Que tal se vivêssemos novamente estes momentos tão agradáveis, como família da fé? Pense naquele seu familiar que não conhece a Deus ou está afastado, pense nos seus vizinhos, amigos, enfim… Há pessoas que, nos lares, são muito mais receptivas e sensíveis a ouvir.
Sexta nós tivemos um culto na casa da nossa irmã Abigail. Aqueles que estavam conosco podem confirmar como foi uma bênção. Oração, louvor, Palavra e comunhão logo após. Grupos familiares de oração são muito importantes para as igrejas. Também trazem crescimento e intimidade.
CONCLUSÃO
Queridos irmãos, precisamos entender que a igreja precisa despertar. Não podemos nos acomodar. Se a realidade é que há jovens não querendo congregar, saindo das igrejas ou nunca procurando alguma para participar, que comecemos pelas nossas famílias a fazermos a diferença. O Senhor espera isso de cada um de nós.
Seja na pregação da Palavra, seja no serviço atendendo a quem sofre dores físicas, dores emocionais e dores na alma, seja na hospitalidade recebendo pessoas em nossas casas.
Precisamos testemunhar de Cristo para nossos familiares, sermos exemplo, a fim de que Cristo seja conhecido através de nós.
Que o Senhor Jesus abençoe poderosamente a cada família da nossa igreja!
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