A ARVORE E SEUS FRUTOS - MT 12:33-37
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Portanto, a primeira coisa que aprendemos nesse texto é que precisamos levar a palavra falada muito mais a sério do que normalmente fazemos. “Não permitas que saia da minha boca nenhuma palavra vã.”
Com as palavras podemos causar graves danos, como nos instrui suficientemente a carta de Tiago. Podemos tornar-nos benfeitores de nosso próximo quando selecionamos conscientemente nossas palavras, quando falamos o melhor do outro, e quando também sabemos silenciar.
Quando a palavra se torna mensageira de um coração bondoso, então ela transforma-se em benefício para quem tem necessidade dessa bondade.
Por isso a palavra é para Jesus a manifestação da essência da pessoa. Pelo fruto se reconhece a árvore. Jesus havia falado disso também no sermão do Monte.
Jesus usa duas figuras para ilustrar a verdade de que a nossa natureza revela as nossas ações, e as nossas palavras são a radiografia do nosso coração. Depois, faz um alerta.
MATEUS 7:16-20.
16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.
Ele ensinou-nos a ver a comunidade como plantação de Deus: boas árvores, que agora precisam trazer bons frutos. Como é grande a decepção quando uma árvore que pertence a esse pomar de Deus não cumpre o que promete, não produz o que devia.
Que decepção para o mundo! Pois está claro que o mundo deve esperar muito da comunidade de Jesus. Porém Jesus critica: Essas árvores não trouxeram frutos bons.
Em primeiro lugar, os frutos revelam a natureza da árvore (12.33)
O parágrafo começa assim: 33. Ou considerem a árvore boa e seu fruto bom, ou considerem a árvore enferma e seu fruto doentio, pois pelo fruto se conhece a árvore.
Jesus estava ciente, bem como toda aquela sociedade agrícola, que, se uma árvore está podre, seu fruto – se é que existe algum – não é adequado para o consumo humano. Se um fazendeiro quiser produzir bons frutos, deverá fertilizar a árvore, podá-la e cuidar dela.
Somente quando mantém a árvore saudável é que ele pode colher bons frutos. Portanto, a qualidade de uma árvore pode ser conhecida pelo fruto que produz, mesmo que nenhum sinal de doença seja observado nela.
A dedução de Jesus é que os fariseus estavam mostrando seu verdadeiro caráter por meio das coisas que diziam a seu respeito.
Fruto e árvore vão juntos. Não devem separar-se. Portanto, dizer que, enquanto os feitos de Jesus, tais como expulsar demônios, curar enfermos, etc., são benéficos, ele mesmo é mau, é instrumento de Belzebu, não faz qualquer sentido.
Quem Jesus é deve ser determinado por aquilo que ele faz: uma árvore é julgada por seus frutos. Literalmente, o original diz: “Ou façam a árvore boa e seu fruto bom, ou façam a árvore enferma e seu fruto doentio”, onde “fazer” significa “considerem ser”.
Em seguida, acrescentou: Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração (v. 34).
Em Romanos 3, ao descrever o caráter do homem caído, o apóstolo Paulo cita uma série de passagens do Antigo Testamento, incluindo o Salmo 140.3: “veneno de víbora está nos seus lábios” (Rm 3.13b).
As pessoas caídas estão repletas de ódio venenoso contra as coisas de Deus, e elas o expressam com palavras. É isso que os fariseus estavam fazendo com Jesus, especialmente ao sugerir que ele expulsava demônios pelo poder de Belzebu.
O lógico, naturalmente, é que eles se comportassem desta maneira; por serem maus, eram incapazes de dizer coisas boas. Não se podia esperar que falassem a verdade, que louvassem o bem. Eles podiam apenas falar segundo a própria natureza. Podiam apenas dizer coisas coerentes com o que eram por dentro: víboras.
MEUS IRMÃOS Visto que o cubo de onde saem todos os raios da roda de seu ser, visto que a própria fonte de seus pensamentos, sentimentos e vontade é totalmente depravada, como seria possível que sua boca pronunciasse algo que não fosse mau?
Percebam que Jesus disse: “Porque a boca fala do que está cheio o coração.”
Temos a tendência de associar a boca mais ao cérebro do que ao coração.
Achamos que nossas palavras refletem nossos pensamentos. Porém, Jesus disse que a força motriz por trás de nossas palavras não é o intelecto, mas o coração, o âmago do nosso ser.
Quando Jesus mencionou o coração, ele estava falando sobre o cerne de nossa existência, aquele lugar onde nossa verdadeira natureza pode ser encontrada.
Portanto, as palavras não são tão insignificantes quanto costumamos achar que são. Pelo contrário; elas são um dos melhores “frutos” que indicam como somos por dentro.
Pois é da abundância do coração que a boca fala. Literalmente, “do transbordamento”, da sobra, do excesso.
Como uma cisterna demasiadamente cheia que transborda para uma bica, assim também os excessos do coração irromperão em palavras, como faziam esses perversos fariseus.
Tiago observa que a língua é um “pequeno órgão” (3.5), mas que “põe em chamas toda a carreira da existência humana” (v. 6). Ela pode causar danos gigantescos.
A dor causada por uma palavra tem o poder de paralisar a mente e o coração pelo resto da vida.
É por isso que o salmista fala sobre guardar a boca com uma mordaça (Sl 39.1). Os incrédulos não conseguem deixar de espalhar veneno com a língua, mas os cristãos podem e devem guardar suas palavras.
SALMO 39.1.
1 Disse comigo mesmo: guardarei os meus caminhos,para não pecar com a língua;porei mordaça à minha boca,enquanto estiver na minha presença o ímpio.
SALMO 141.3-5.
Põe guarda, SENHOR, à minha boca;vigia a porta dos meus lábios.4 Não permitas que meu coração se incline para o mal,para a prática da perversidade na companhia de homens que são malfeitores;e não coma eu das suas iguarias.
SALMO 119.11
Guardo no coração as tuas palavras,para não pecar contra ti.
Tesouro bom e tesouro mau Jesus prosseguiu insistindo no fato de que aquilo que há dentro do homem determina o que sai de sua boca: O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más (v. 35).
O coração de uma pessoa é um reservatório, um armazém ou, como o original literalmente expressa, um tesouro. Compare-se Mateus 2.11, onde a palavra é usada para indicar um cofre ou caixa da qual os sábios tiraram ouro, incenso e mirra. O que o homem extrai desse depósito interior, seja bom seja mau, precioso ou corriqueiro, depende do que está levando nele.
MATEUS 2.11 - Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra
Assim como a árvore boa produz frutos bons, o homem bom – por possuir um bom tesouro em seu coração – produz coisas boas.
Assim como a árvore má produz frutos maus, o homem mau – por possuir um mau tesouro em seu coração – produz coisas más.
Há uma ideia bem popular na atualidade de que o homem, embora seja capaz de fazer coisas más, é essencialmente bom.
Isto é mentira. Não, não somos essencialmente bons. Pelo contrário, somos essencialmente maus.
Na mesma passagem em que Paulo afirma que o homem natural tem veneno de víbora nos lábios, ele escreve: “Não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10).
É por isso que Jesus disse ao jovem rico: “Bom só existe um” (Mt 19.17b).
À luz dos claros e abundantes ensinamentos das Escrituras sobre o estado caído e o mal inerente do homem, por que Jesus falou aqui sobre pessoas “boas”?
Ninguém é bom por natureza. Porém, aqueles que nasceram novamente do Espírito Santo nasceram em retidão. Um dos frutos do Espírito Santo na vida dos cristãos é a bondade (Gl 5.22).
Conforme o Espírito Santo trabalha para nos conformar à imagem de Cristo, ele transforma nosso coração de modo a produzirmos bons frutos.
Jesus falou sobre “tesouros” no coração. Um tesouro é algo a que atribuímos grande valor e pelo qual muito nos esforçamos para proteger de ladrões e deterioração.
Contudo, Jesus falou tanto de tesouros bons quanto de tesouros maus. Nós sempre enxergamos tesouros como algo bom. Como um tesouro poderia ser mau?
Voltando para Romanos mais uma vez, vemos Paulo fazer um temível alerta aos incrédulos: “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” (2.5, ARC).
Aqueles que não confiam em Cristo amontoam uma pilha de pecados, e isto os torna sujeitos a uma “profusão” de ira. Se há pecado oculto em seu coração, nada pode sair dele senão o mal.
JOÃO 3.16 - Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
SALMO 27.19
Como na água o rosto corresponde ao rosto,assim, o coração do homem, ao homem.
PROVÉRBIOS 4.23 - Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração,porque dele procedem as fontes da vida.
MATEUS 6:19-21
Os tesouros no céu
19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; 21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
A luz e as trevas
MATEUS 6:22-23 - São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; 23 se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
Basicamente, Jesus estava dizendo que todos nós temos um tesouro. Portanto, todos precisamos parar e nos perguntar: “Qual é o meu tesouro? No que eu penso todos os dias? Quais são os meus desejos? Será que estou entesourando Cristo e a retidão que seu Espírito produz em mim? Ou será que estou entesourando o mal, e, desta forma, acumulando ira?”
Caso ache difícil responder essas perguntas, basta ouvir as palavras que saem de sua boca.
Palavras frívolas ou vazias Jesus prosseguiu: Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo (v. 36). Esta declaração me faz tremer de medo por duas razões.
Cada pessoa permanece plenamente responsável pelo que ela é, pensa, fala e faz, pois embora seja verdade que ela não pode mudar seu próprio coração, é também verdade que, com o poder que Deus lhe confere, ela tem a capacidade de apelar para aquele que renova corações e vidas.
MEUS IRMÃOS O QUE VAMOS OUVIR AGORA É PARA CAUSAR UM MEDO PROFUNDO EM NÓS
A primeira razão é que Jesus emprega a expressão palavra frívola. Aqui ele indica que toda palavra descuidada, impensada, que proferirmos será lembrada no dia do juízo.
Alguns comentaristas afirmam que Jesus estava falando não sobre a linguagem displicente, mas sobre a linguagem vã, dizendo que toda palavra vazia será julgada. O que é uma palavra vazia?
É uma promessa sem substância. Isto poderia incluir uma promessa muito séria, tal como um voto de casamento. Se você se apresenta diante de Deus e de um grupo de testemunhas no dia do seu casamento e promete ser fiel, mas não cumpre o que prometeu, o vazio desta promessa será revelado no dia do juízo.
MEUS IRMÃOS acredito que todas as promessas serão julgadas. Há diversos momentos em minha vida em que eu disse aos outros que faria algo, mas não fiz.
Nestes casos, minhas palavras foram vazias. Tais palavras serão trazidas perante Deus no dia do juízo, e eu serei solicitado a prestar contas.
A segunda razão por que este versículo nos dá medo é o fato de Jesus ter mencionado um dia de juízo.
Existe algo que tentamos apagar dos ensinamentos de Jesus é isto: seus constantes alertas sobre o juízo final.
Uma verdade inevitável é que, ao final de nossa existência, cada um de nós terá de se apresentar diante de um Deus santo e onisciente para que ele avalie nossa vida.
Nós não gostamos de pensar nisso, então agimos como se o juízo não fosse acontecer. Levianamente supomos que todos vão para o céu após a morte – mas, de acordo com as Escrituras, não é bem assim. É absolutamente indispensável nos prepararmos para esse dia enquanto ainda estamos vivos.
Justificado ou condenado Por fim, Jesus disse algo muito estranho: porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado (v. 37).
Jesus não estava falando sobre a doutrina da justificação. Ele estava falando sobre a manifestação daquilo que está no coração. Quando estivermos diante de Deus no juízo final, ele reproduzirá gravações daquilo que saiu de nossa boca. Se, nesse registro, houver um fluxo contínuo de palavras vãs, elas nos condenarão. Por outro lado, se as palavras que saíram do tesouro de nosso coração revelarem nossa afeição por Cristo e nosso amor pelas coisas de Deus, nós seremos abençoados naquele dia.
E PARA FECHARMOS NOSSO SERMÃO DE HOJE
Como espelhos do coração. Essas palavras revelarão se ele era um crente professo ou um incrédulo;
se era um crente professo, elas revelarão se sua fé era genuína ou fictícia.
É verdade que uma pessoa é salva unicamente pela graça, através de sua fé, à parte de quaisquer obras consideradas como merecedoras de salvação.
Não obstante, suas obras – e isso inclui suas palavras – fornecem a evidência necessária, demonstrando se ela era e é, ou não, filha de Deus. Além do mais, se esse juízo resulta ser favorável, as obras, refletindo o grau de lealdade humana a seu Mestre e Redentor, influi na determinação de seu grau de glória.
Elas influem semelhantemente para estabelecer o grau de punição para os que perecem. Jesus quer que cada indivíduo medite nessa importante verdade, para que seja justificado (declarado justo à vista de Deus) e não condenado.