Perdão em Família (Mt 18.21-35)
Famílias Cheias de Graça • Sermon • Submitted • Presented
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· 6 viewsGrande graça exige grande graciosidade. Somente os perdoados conseguem perdoar!
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Introdução
Introdução
Notícia veiculada no Globo Repórter de 01 de novembro de 2013 (g1.globo.com).
Daisy Guerra teve sua vida transformada em 2011 por uma tragédia ocorrida na padaria da família em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Rafael, seu filho, ao sair junto com os funcionários, voltou à padaria porque tinha esquecido uma chave. Ao retornar para a porta de saída, encontrou um bandido que estava lá com seu amigo. O bandido ordenou que eles se ajoelhassem, mas Rafael reagiu ao assalto. Eles lutaram, e Rafael levou dois tiros à queima roupa.
Rafael foi levado ao hospital. Então, o médico lhe falou: “olha, na realidade os pais são enterrados pelos filhos, mas a senhora vai ter que enterrar o seu filho, porque ele não resistiu”.
Naquela semana seria a formatura de Rafael. Na cerimônia, Daisy recebeu o diploma no lugar do filho.
A coordenadora do Departamento de Estresse e Qualidade de Vida da UNIFESP, Denise Diniz, investigou o histórico de 600 pacientes internados em dois hospitais em SP. Eles tinham diagnóstico de infartou ou insuficiência renal, e a maioria relavou episódio marcante de estresse emocional com ressentimentos um ano antes da doença. Veja o que a coordenadora Denise disse: “Vi nos históricos desemprego, morte, mudança de residência, divórcio. Há pesquisas que mostram que de seis meses a um ano e meio depois que você teve uma mágoa, um ressentimento de alguma forma, você tende a desenvolver um tumor”.
Mesmo com a dor de ter enterrado seu próprio filho, Daisy decidiu perdoar o assassino. Além disso, passou a ajudar a família dele, sua mulher e três filhos pequenos, com dinheiro e cestas básicas. Ela disse: “os filhos não tinham culpa da violência que o pai praticou. Assim vou ajudar a tirar um futuro marginal da rua”.
Ela disse mais: “Aquele perdão saiu espontaneamente do meu coração. Foi me aliviando, confesso. Perdoar faz bem sim”.
Naturalmente, o que nos move a perdoar não é simplesmente um efeito positivo em nossa saúde, mas sim o amor perdoador de Deus derramado em nossos corações que nos capacita a perdoar nossos ofensores.
Em Ef 4.31-32, Paulo reforça isso:
31 Que não haja no meio de vocês qualquer amargura, indignação, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer maldade. 32 Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês.
Essa parábola que lemos no início é uma das mais marcantes que Jesus contou sobre o perdão. Apesar de não estar focada na família, tem muitas aplicações para os conflitos familiares.
Alguém disse: “Guardar mágoas é como tomar veneno e esperar que seu inimigo morra”.
De uma forma ou de outra, todos somos vítimas uns dos outros: Mentira, traição, fofoca, divórcio, filho rebelde, maus-tratos, abusos, desrespeito, patrão agressivo, colega insuportável, calotes, assaltantes, assassinos. Como perdoar em situações tão difíceis?
Uma verdade é que, quanto maior a intimidade, mais dolorosa é a mágoa causada. Exemplo anterior da Daisy. Intimidade implica vulnerabilidade. Como somos todos pecadores, chegamos a uma dura conclusão: se não aprendermos a lidar com a dor que o pecado causa, nossos relacionamentos, todos eles, serão destinados ao fracasso!
Há 4 passagens sobre perdão em Mateus:
1ª - Mt 5.23-26: Se, ao levar a oferta para Deus, se lembrar de um irmão que tem algo contra ti, trate primeiro com seu irmão e, depois, entregue sua oferta. Para Deus, restaurar um relacionamento quebrado é muito mais importante do que celebrar um culto.
2ª - Mt 6.12,14,15: oração do Pai Nosso. Resumindo, uma das principais evidência de conversão é a prática do perdão.
3ª - Mt 18.15-20: como restaurar um irmão em pecado. No primeiro texto, o ofensor procura o ofendido. Nesse terceiro caso é o contrário: o ofendido procura o ofensor. Ao juntarmos os dois textos, entendemos um princípio divino: a primeira pessoa a reconhecer que existe um relacionamento quebrado deve procurar a outra para, assim, remover as barreiras que existem.
Depois desses três casos, chegamos ao texto principal sobre o perdão em Mt 18.21-35.
A história
A história
Logo após Jesus ter falado sobre como restaurar um irmão ofensor, Pedro lhe faz uma pergunta intrigante no v. 21: “até quantas vezes devo perdoar meu irmão?” Rabinos ensinavam: até 3x. 7x era muito!
Jesus usa de um exagero para enfatizar a importância do perdão. Setenta vezes sete! 490! Em outras palavras: o perdão deve acontecer sem limite. Quantas vezes for necessário! Não podemos estabelecer limites para o perdão ao próximo, pois Deus não faz isso.
Vamos meditar nos elementos principais da parábola que nos mostram seu significado.
1. O devedor e sua dívida impagável (vv. 23-26).
1. O devedor e sua dívida impagável (vv. 23-26).
A história começa com um rei (que representa Deus) que chama seus servos a prestarem conta de suas dívidas (pecados). Um servo (que representa a mim e a você) devia a soma astronômica de dez mil talentos.
Há várias formas de calcular o valor dessa dívida:
O talento valia cerca de 34kg de prata ou ouro. 34x10mil = 340 toneladas.
Comparação: em 1Rs 10.14 diz que o tributo anual que os países vizinhos pagavam a Israel na época de Salomão era de 666 talentos de ouro, ou 23 toneladas.
1 talento de prata: 6 mil denários; 1 talento de ouro = 180 mil denários; 1 denário = 1 salário mínimo diário de um trabalhador. 10 mil talentos de ouro = 4.931.508 anos!
Essa é a primeira lição dessa parábola: como somos pecadores, temos uma dívida impagável com Deus.
A dívida era tão grande que o servo pede clemência: “tenha paciência comigo” (v. 26a). Além disso, o servo fala algo muito ousado: “e pagarei tudo ao senhor” (v. 26b). Aquele servo era orgulhoso! Achava que por si mesmo conseguiria pagar a dívida. Nem em 1 milhão de anos! Todos nós temos uma parcela desse orgulho. Queremos resolver do nosso jeito o que não conseguimos.
Nós somos miseráveis pecadores diante de Deus. Somos carentes de Sua Graça. Não conseguimos calcular o tamanho da nossa dívida diante do Rei Jesus, e somos totalmente incapazes de pagar nossa dívida com Ele.
2. O Rei (v. 27).
2. O Rei (v. 27).
27 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.
Repare a graciosidade desse rei. Ele é misericordioso de forma incomum. Seu coração se comoveu pelo homem perdido em sua enorme dívida. No v. 32 vemos que o pedido de clemência do servo tinha tocado o coração do rei.
Mesmo vendo a arrogância do servo, o rei o perdoa. Significa que o rei assumiu o prejuízo da dívida. Esse perdão ultrapassa qualquer limite e mostra a grandiosidade da graça do rei.
Essa é a segunda lição dessa parábola: Deus é gracioso e está disposto a perdoar nossa dívida impagável.
Louvado seja Deus por Sua bondade e graça! Ele sabe do tamanho da nossa necessidade de perdão. Quando um pecador clama a Ele pedindo perdão com arrependimento e fé, Deus o adota como filho amado.
12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome,
Quem vai a Jesus de modo algum é desprezado. Todos os pecadores que se achegam a Ele são recebidos com braços de amor e são perdoados e amados.
3. O conservo (vv. 28-31).
3. O conservo (vv. 28-31).
A história nos surpreende mais uma vez. Depois de ter sido perdoado por sua dívida impagável, o servo deveria ter festejado e celebrado o perdão recebido com sua família, seus vizinhos e amigos. Mas algo muito errado no coração desse servo se transforma no ponto principal da história.
O servo encontra um conservo - um colega que presta serviço ao mesmo rei, alguém de mesma posição. Esse conservo lhe devia cem denários.
Apesar de esse valor ser bem menor, temos aqui mais três lições:
- A terceira lição dessa parábola é que a dívida que os outros têm conosco é muito menor do que nossa dívida para com Deus.
- A quarta lição dessa história é que, apesar de nossa dívida para com o próximo ter um valor alto, é uma dívida pagável. Não devemos minimizar o tamanho da nossa ofensa ao nosso próximo. Cem denários representam cem dias de serviço (mais de três meses de serviço). Ou seja, Jesus nos diz que as pessoas nos devem e que sim, suas dívidas importam. Contudo, apesar de ser um valor alto, era possível resolver aquele problema.
A atitude do primeiro servo é totalmente contrária ao esperado de alguém que recebeu o perdão de uma dívida tão grande. Ele agarrou o conservo, o sufocou e exigiu o pagamento da dívida.
É interessante notar que o segundo servo usou as mesmas palavras do servo: “tenha paciência comigo, e pagarei tudo a você”. Em vez de causar misericórdia, enfureceu o primeiro servo, e lançou seu conservo na prisão! (Observe que o rei ficaria mais uma vez no prejuízo, pois perde o serviço do segundo servo.) Como você classificaria a atitude do primeiro servo? Ingratidão. Crueldade. Dureza.
Qual foi a raiz do problema do primeiro servo? O que o motivou a agir assim? Provavelmente é que o servo malvado nunca realmente abraçou o perdão do rei. Talvez, por não ter acreditado no perdão do rei, pensou em se prevenir e ser implacável com os que lhe deviam.
Aquele servo mal nunca tinha experimentado verdadeiramente o perdão. Seu coração não tinha sido transformado pelo perdão do rei. Ele ainda estava preso à dívida em seu coração.
4. A conclusão preocupante(vv. 32-35).
4. A conclusão preocupante(vv. 32-35).
A história também termina de forma inesperada. Quando o rei foi avisado da atitude do primeiro servo, o chama de volta. No v. 33, aquele rei mostra a ele qual deveria ser sua atitude:
33 Será que você também não devia ter compaixão do seu conservo, assim como eu tive compaixão de você?”
A quinta lição dessa parábola é: quem foi perdoado por Deus tem o dever de perdoar ao próximo. O rei, indignado, entregou o servo mal aos torturadores, até pagar a dívida. Que dívida? Certamente a dívida do conservo para o servo. O servo mal experimentaria uma vida de tortura até aprender a perdoar como foi perdoado. Sofrimento, dor, muita dificuldade, parece que a vida não se desenvolve. Talvez a raiz do problema seja a falta de perdão a alguém - pode ser da própria família.
O último verso é uma explicação da parábola. Se alguém se recusa a perdoar, sofrerá uma vida de tortura até descobrir que sua dívida com o Rei é perdoar seus irmãos assim como Deus o perdoou em Jesus.
Alguns esclarecimentos sobre o perdão
Alguns esclarecimentos sobre o perdão
1. “Perdoar e esquecer” é um mito. Sl 103.10 nos fala sobre o perdão de Deus:
10 Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui conforme as nossas iniquidades.
2. Perdoar não significa necessariamente voltar ao que era antes. É preciso sabedoria. Nem sempre é possível conviver normalmente com a pessoa. Casos de abusos, maus-tratos, abuso de poder, violência psicológica etc.
3. Nossa responsabilidade tem limites. Devemos ter paz com todos no que depender de nós. Alguns não querem se reconciliar conosco. Não se culpe por isso. Perdoe em seu coração e siga em frente.
4. Quem libera perdão não somos nós, mas Deus. Nós agimos em resposta ao perdão de Deus que recebemos em Jesus.
Aplicações finais
Aplicações finais
Dois dos maiores problemas que enfrentamos hoje na família são as mágoas e a falta de perdão. Nossa tendência natural é terceirizar a responsabilidade em vez de perdoar ou pedir perdão. “Foi por causa dele(a)”.
Uma família cheia da graça de Deus deve exercer o perdão de Deus sempre que precisar, pois assim é o perdão de Deus. Duas aplicações:
Para perdoar próximo é preciso experimentar o perdão gracioso de Deus. É preciso confiar de todo coração em Jesus, depender Dele. Então Seu amor invadirá o nosso coração.
5 Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado.
2. O perdão de Deus deve ser experimentado no coração. Devemos abraçar esse perdão. Esse perdão nos transforma. Tornamo-nos pessoas humildes, felizes e quebrantadas diante de Deus.
Apelo
Apelo
Você precisa perdoar? Experimente verdadeiramente o amor perdoador de Deus.
Você já recebeu o perdão de Deus? Clame a Deus que você é um pecador miserável e que precisa de perdão. Ele nos oferece o perdão de graça, mas custou alto para Deus. Ele enviou Seu Filho para morrer na cruz.
Ceia
Ceia
19 E, pegando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: — Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim. 20 Do mesmo modo, depois da ceia, pegou o cálice, dizendo: — Este cálice é a nova aliança no meu sangue derramado por vocês.
A Ceia é um memorial do sacrifício de Jesus.
Quem pode participar?
Se vai participar, fique em pé enquanto cantamos ALVOS MAIS QUE A NEVE.
Seja bendito o Cordeiro que na cruz por nós padeceu!
Seja bendito o seu sangue que por nós, pecadores, verteu!
Salvos do mal nós estamos, por tua graça e teu favor,
pois que mais alvos que a neve o teu sangue nos torna, Senhor.
Alvos mais que a neve, alvos mais que a neve,
pois em seu sangue lavados, nós temos perdão do Senhor.
Foi espinhosa a coroa que Jesus por nós suportou;
foram profundas as chagas que nos provam o quanto ele amou.
Há nessas chagas pureza para o indigno pecador,
pois que mais alvos que a neve o teu sangue nos torna, Senhor.
Se tudo a ti confessarmos e seguirmos na tua luz,
tu não somente perdoas, purificas também, ó Jesus.
Lavas de todo pecado. Que maravilha esse amor!
Pois que mais alvos que a neve o teu sangue nos torna, Senhor.
Oração de gratidão.
Entrega de dízimos e ofertas enquanto cantamos e recolhemos os copos.