Mulheres Cheias de Graça (1Pe 3.1-6)
Famílias Cheias de Graça • Sermon • Submitted • Presented
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· 4 viewsA esposa cristã submete-se ao seu próprio marido, mesmo que ele não seja cristão, como expressão da beleza interior, de grande valor perante Deus.
Notes
Transcript
Introdução
Introdução
Certa vez, um pai havia sido convidado pelo filho, oficial da Aeronáutica, a assistir a cerimônia em que receberia a patente de 2o tenente. O pai ficou maravilhado com a disciplina, a formalidade e a solenidade da cerimônia. Logo após receber a graduação, ao descer do palco, encontrou um soldado cheio de condecorações e medalhas. Era o homem que ocupava a posição mais alta entre os militares não oficiais. Aquele homem tinha muitos anos de serviço militar, e suas medalhas no peito mostravam sua participação ao redor do mundo. Mas, ao se encontrar com aquele segundo-tenente recém-formado enquanto descia do palco, ficou em pé, prestou continência a ele e, depois de reconhecido, com a permissão do segundo-tenente, sentou-se novamente.
Aquele pai ficou boquiaberto. Então, perguntou ao seu filho: “como aquele homem pôde demonstrar tamanho respeito a você, mesmo sendo um homem muito mais experimentado?” Seu filho lhe respondeu: “Aquele homem tem muito mais experiência do que eu, muito mais inteligência militar, e muito a me ensinar. Mas, nas Forças Armadas, existe uma hierarquia que é respeitada. Aquele homem me serve para fazer da minha carreira um sucesso. Sim, pai, eu seria um grande tolo se não me aproximasse desse homem e sugasse dele tudo o que ele tem para me ensinar. Mas, na hora da decisão, eu terei que ser o líder, e sei que ele me seguirá até o final”.
Assim também é o relacionamento conjugal! A esposa é melhor que o esposo em vários aspectos. Ela também serve para que a vida e o trabalho do marido sejam um sucesso. Os maridos seriam tolos se não se aproximassem das esposas para aproveitar ao máximo tudo que elas têm para oferecer. Mas, na hora da decisão, os maridos assumem a direção. E, se as coisas não saírem como o previsto, ela não dirá “eu não te disse?”.
Contexto
Contexto
Pedro escreve sua primeira carta tratando do sofrimento e da glória na vida do cristão. Pedro lida com a dura vida em que o cristão é apenas peregrino e estrangeiro. Pedro cita no capítulo 2 o modelo de submissão humilde de Cristo até a morte de cruz, um sacrifício que conquistou nossa salvação. Assim, o sofrimento injusto de Cristo é a base para o comportamento do cristão quando tratado injustamente.
Seguindo seu argumento, Pedro trata do sofrimento dentro do lar no cap. 3, especialmente quando o marido não é crente. Assim como Cristo suportou o sofrimento para o bem da humanidade, a esposa deve se submeter ao marido. No caso de um marido incrédulo, ele poderá ser ganho para Cristo através das atitudes da esposa.
Qual é a melhor esposa? É a mulher cheia da graça de Deus. Em vez de apresentar padrões estéticos, que são padrões culturais, Pedro enfatiza as qualidades internas dessa mulher cheia de graça, utilizando ainda como exemplo Sara, mulher de Abraão.
O texto se divide com facilidade. Primeiro, Pedro começa com uma ordem (v. 1a): as esposas devem submeter-se ao seu marido; depois, declara o propósito da ordem: para que os maridos que não conhecem a Cristo pudessem ser ganhos pelo comportamento piedoso da esposa (v. 1b, 2); em terceiro lugar, esclarece a importância do caráter associado à atitude de submissão, algo muito mais importante do que adereços externos (vv. 3,4). Finalmente, ilustra o princípio na vida de Sara, cuja atitude reverente diante do marido Abraão serve como exemplo para todas as mulheres.
1. A ordem (v. 1a)
1. A ordem (v. 1a)
Pedro já tinha tratado da submissão no cap. 2. Submissão não é exclusivo da mulher. Todo cristão é chamado a submeter-se às autoridades governamentais. Os servos devem submeter-se aos senhores.
Veja bem: “igualmente”. Isso significa que a submissão das esposas ao marido é uma terceira aplicação do princípio de submissão e do desempenho de papeis. A mesma palavra é aplicada aos homens no v. 7. Então, mesmo que signifique sofrer algumas injustiças, a esposa deve submeter-se ao marido como ao Senhor.
A ação “estejam sujeitas” no imperativo. Uma ordem. Como em outros textos, a submissão feminina não é para todos os homens, mas ao seu marido.
18 Esposas, que cada uma de vocês se sujeite a seu próprio marido, como convém no Senhor.
A palavra “submissão” usada aqui não significa inferioridade, mas se aplica às questões funcionais para o bom funcionamento do lar. Os cônjuges são iguais no ser, diferentes no fazer. A mulher cumpre seu chamado quando alegremente segue e apoia a liderança do marido na condução do lar.
Parte da frustração que muitas mulheres sentem hoje é resultado da falsa libertação do feminismo, onde abandonaram a beleza da sujeição estabelecida por Deus. É importante lembrar que a submissão da mulher ao marido reflete a submissão de Cristo ao Pai. Pedro, no v. 7, lembra o marido de que a mulher deve ser honrada pois é coerdeira da mesma graça.
Assim, longe de ser uma submissão dominadora, a submissão da mulher ao marido é uma parceria que o complementa e o apoia.
2. O propósito (v. 1b,2)
2. O propósito (v. 1b,2)
Infelizmente, é de esperar que algumas mulheres recém-convertidas tenham um marido descrente e hostil à nova fé da esposa. Naquela época, não seguir a religião do marido era visto como uma atitude de grande insubmissão. Por isso, alguns homens acabavam justificando assim o maltrato para com as esposas. Contudo, Pedro oferece uma perspectiva animadora: as mulheres poderiam “ganhar” o marido para a fé cristã. O procedimento de uma esposa cristã seria suficiente para conquistar o coração do marido. Os maridos observam o comportamento da esposa. Assim, observando a esposa cristã, o marido incrédulo poderia ser salvo.
O que o marido observa? duas atitudes: o temor e o comportamento honesto.
“Cheio de temor” não significa aqui medo do marido, mas respeito. O temor a Deus faz com que a mulher respeite seu marido.
O “comportamento honesto” é puro, sincero, ou inocente. Assim como os servos, a mulher que é perseguida pelo marido por causa de sua fé terá a possibilidade de silenciar a oposição pelo seu estilo de vida exemplar.
Infelizmente, alguns têm usado esse texto para justificar o “casamento evangelístico”. Nada mais longe desse texto. O fim nunca justifica os meios proibidos por Deus. São muito poucos os cônjuges que se convertem mais tarde.
3. O esclarecimento (v. 3,4)
3. O esclarecimento (v. 3,4)
O terceiro passo no argumento de Pedro esclarece a importância do caráter da mulher, muito acima de questões de aparência. Uma mulher cheia de graça é uma mulher virtuosa, e não uma mulher simplesmente de boa aparência. Pedro aqui não está proibindo o uso de roupas finas, maquiagem e outros adereços. Sua ênfase está no desenvolvimento de uma beleza interior que não apenas mantém a atenção do marido muito depois que a aparência externa já desvaneceu, mas uma beleza interior que o próprio Deus valoriza.
Nesse texto, Deus não está proibindo que as esposas cristãs cuidem de sua aparência. Pedro está dizendo que as mulheres não deveriam ficar bonitas somente usando enfeites, penteados exagerados, joias… Elas devem dar atenção primeiramente à beleza interior. Essa é a beleza mais importante e a beleza aprovada por Deus.
O v. 4 fala de algumas características da beleza da mulher cheia de graça:
i. É uma beleza “interior”. não é tão visível como cosméticos e roupas bonitas, mas a beleza de um caráter submisso atrai ao marido. Seu real valor, contudo, é percebido por Deus que sempre vê o interior.
ii. É beleza “permanente”, ou “incorruptível”. Ela não desaparece com o tempo, como a beleza exterior, mas permanece para sempre.
iii. Significa um “espírito manso e tranquilo”. Naquela época, assim como hoje, as mulheres eram tentadas a supervalorizar a aparência física e dar pouca ou nenhuma atenção ao que tinha mais valor - o espírito manso e tranquilo. Diferente de uma mulher barulhenta e “pra frente”. “Manso” não sugere que ela seja fraca ou tímida, mas alguém forte e moderado, capaz e humilde ao mesmo tempo. “Tranquilo” indica que a mulher cheia de graça é pacífica, não briguenta ou encrenqueira.
iv. É uma beleza de “grande valor”. Mesmo que alguns homens não valorizem uma mulher mansa e tranquila, Deus sempre a considera digna de imenso valor e honra.
4. A ilustração (v. 5,6)
4. A ilustração (v. 5,6)
i. A conclusão do texto apresenta uma ilustração baseada numa das mulheres mais respeitadas da história de Israel - Sara, esposa de Abraão. Pedro usa a história dela como um exemplo prático de como a beleza interior pode manifestar-se em submissão honrosa. Ele cita uma mulher bonita por dentro e por fora.
11 Quando se aproximava do Egito, quase ao entrar, disse a Sarai, sua mulher: — Ora, bem sei que você é uma mulher muito bonita.
ii. A mulher deve continuar submissa, mesmo se o homem falhar. Abraão falhou duas vezes com Sara: no Egito e com Abimeleque (Gn 12; 20).
iii. Sara era submissa em seu coração. Ela chamou Abraão de “senhor”. Citação de
12 Por isso Sara riu em seu íntimo, dizendo consigo mesma: — Depois de velha, e velho também o meu senhor, terei ainda prazer?
Ela não falou com Abraão, mas consigo mesma. A ênfase de Pedro é que Sara era submissa em seu coração, não apenas diante de Abraão. A mulher não precisa chamar o marido de “senhor”. O ponto aqui é a atitude.
Infelizmente, mesmo entre as mulheres que conseguem aparentar submissão e respeito na presença do seu marido, muitas revelam um coração magoado e rebelde pela maneira com que se referem ao marido diante de amigas e familiares na ausência dele.
iv. O parágrafo termina descrevendo o resultado desse caráter piedoso: a mulher não temerá nenhuma “perturbação”. A palavra traduzida por “perturbação” ocorre somente aqui no Novo Testamento e traz a ideia de algo que assusta, causa terror ou que é alarmante. Mas qual seria a ideia? A ideia parece ser que mulheres que não respeitam seu marido têm motivo de temer alguma sorte de recriminação, assim como cidadãos e servos rebeldes devem esperar algum castigo vindo das autoridades.
Considerações finais
Considerações finais
Somente o ES de Deus pode capacitar a esposa cristã a ser submissa conforme a vontade de Deus. Mesmo nos casos em que a mulher sofre com um marido incrédulo e talvez até hostil ao evangelho, a vida de Jesus pode se manifestar na esposa cristã. Apenas pelo poder de Deus em nosso coração que podemos viver o padrão bíblico para o casamento.
Deus não exige que a mulher deve se sujeitar ao abuso ou maus-tratos. Nesses casos, outros fatores bíblicos precisam ser avaliados. A autoridade do marido é limitada. A mulher não deve se submeter ao marido se isso significa desobedecer a Deus, por exemplo, renunciando a Cristo ou cometendo um ato imoral. Pecar em obediência a Cristo seria desobedecer a Cristo, a autoridade maior.
No entanto, a transformação interna feita pelo Espírito de Deus e que produz o fruto do Espírito faz com que a mulher temente a Deus reflita essas características e seja grandemente honrada por Deus, se não pelos homens.
Apelo
Apelo
Você deseja ser uma mulher cheia da graça de Deus?