1 Co 15.29-34: Negar a Ressurreição é Negar a Esperança Cristã

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Paulo demonstra como a negação da Ressurreição elimina a esperança cristã

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Introdução

Negar a Ressurreição torna a Esperança de Reencontrar os Mortos sem Sentido [15.29]

Um dos textos mais desafiadores para compreender o significado. alguns comentaristas conseguiram elencar cerca de 40 interpretações diferentes para o significado desse texto.
As três principais são:
Havia Coríntios que se Batizavam em favor de pessoas que morreram
A favor dessa ideia temos a visão de “sacramento” que os coríntios tinham quanto ao batismo e ceia os livrando do mal em práticas questionáveis (templos pagãos nos capítulos 8-10) e o fato de que alguns cristãos poderiam ter morrido antes de se batizar ou ainda os coríntios com a visão sacramentar aguardavam a redenção daqueles que morreram sem Cristo pelo batismo.
Contra essa posição há o fato de não termos essa prática registrada nem no meio cristão nem no meio pagão. Além disso Paulo precisaria considerar uma prática inofensiva para mencionar um erro sem condenar e ainda utilizar como argumento para a ressurreição.
2. O Batismo pelos mortos era o batismo cristão e o morto no caso é o corpo que é mortificado em prol da vida espiritual
A favor dessa posição vemos uma maior adequação com a Teologia Paulina da morte do corpo e vida no espírito, assim o batismo pelos mortos se refere de forma metafórica ao velho homem que morre em Cristo para que o Novo Homem viva. E a expressão seria uma expressão comum para os cristãos.
Contra essa posição não conseguimos ter clareza quanto a essa expressão ser comum, e não vemos ela se repetir em outros lugares.
3. O Batismo pelos mortos, se referem aos cristãos que se converteram e foram batizados na expectativa de rever pessoas queridas que partiram fiéis aos SENHOR
A favor dessa posição sabemos que grupos bárbaros em toda a história foram motivados a fé na esperança de rever pessoas queridas, assim como radicais no império. Além disso esse argumento se encaixa perfeitamente no contexto de que se batizar e vir a Cristo sendo motivado a rever cristãos queridos que partiram não teria sentido se a ressurreição dos crentes não fosse uma realidade.
Vários comentaristas concordam que essa é a possibilidade mais provável ao considerar o argumento de Paulo da ressurreição.
Contra essa posição, semelhante a anterior, não temos uma evidencia textual e nem elementos suficientes para afirmarmos sem nenhuma dúvida.
Alguns comentaristas concluem que simplesmente é impossível ter certeza. As três possibilidades são razoáveis e ao mesmo tempo carecem de elementos definitivos.
Particularmente olhando para o texto, contexto e propósito de Paulo, ainda que não tenha como dar uma palavra final, entendo que a terceira opção é a mais provável.

Negar a Ressurreição torna o Sacrifícios dos Apóstolos pelo Evangelho sem Sentido [15.30-32]

Paulo inicia com a expressão “todos os dias morro” como uma forma de destacar que frequentemente é exposto a morte por causa do evangelho e a ressurreição é a grande esperança que motiva os sacrifícios pessoais e a morte.
Em seguida fala de uma experiência específica que ele teve em Éfeso em que enfrentou feras.
Há pelo menos três formas distintas de interpretarmos a expressão “lutar com feras”.
1. Literalmente em um coliseu
Paulo nunca falou em nenhum lugar que teve essa experiência e com a cidadania romana isso nunca aconteceria.
2. Metaforicamente se referindo a lutas pessoais contra o pecado
Ainda que se encaixe bem, em especial no verso 32, essa expressão era usada pelos estoicos para se referir a batalhas internas, mas não vemos nada parecido com isso acontecendo especificamente em Éfeso como o texto deixa claro.
3. Uma referencia a forte oposição que ele enfrentava diariamente pelo mundo por causa do evangelho
Se encaixa em Éfeso quando a liderança o via como um risco político (Éfeso era uma cidade importante para o culto ao imperador), Econômico (Ganhavam dinheiro vendendo ídolos) e Religioso (Se só Cristo é o SENHOR então os deuses pagãos são mentirosos).
2Coríntios 11.23–27 NVI
23 São eles servos de Cristo? — estou fora de mim para falar desta forma — eu ainda mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. 24 Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. 25 Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. 26 Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. 27 Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez.
Ao olharmos a consideração que Paulo faz em 2 Coríntios, ter omitido a luta com feras, caso tenha ocorrido, seria estranho e parece deixar bem claro que essa batalha se refere a forte oposição que ele como apóstolo enfrentava diariamente por causa do evangelho e sua esperança na Ressurreição.
Encerra falando de seu orgulho pelos coríntios. Boa parte da carta Paulo condena a arrogância dos coríntios e destaca que quem se gloriar deve se gloriar no SENHOR. Assim Paulo o faz, ele se orgulha em Cristo da obra realizada no meio dos coríntios e que gerava risco sua vida diariamente.

Negar a Ressurreição torna a Conduta Cristã sem Sentido [15.33-34]

Paulo inicia com uma transição do risco de vida para a conduta cristã. Se Cristo não ressuscitou então devemos viver como se não houvesse amanha ou eternidade. Vamos comer e beber até morrer e não se preocupar com a conduta.
As expressões “comamos e bebamos porque amanha morreremos” e “as más companhias corrompem os bons costumes” parecem apontar aos coríntios que frequentavam os templos, viviam de modo carnal e ignoravam seus irmãos pensando não ter consequências, afinal o dia a dia era desconectado da fé.
Na cultura grega havia a ideia de que era necessário aproveitar ao máximo a comida, bebida e sexo, porque após a morte isso não existiria mais, afinal são elementos desfrutados no corpo.
Paulo lembra que a eternidade e ressurreição dão significado a vida cristã e lembra que temos a eternidade, de modo que precisamos viver de forma adequada. Assim Paulo corrige essa visão de uma vida no cotidiano e outra na igreja, demonstrando que o cristão é um ser completo em todo lugar que deve olhar para a Ressurreição e a eternidade.
Além disso lembra os coríntios que a ressurreição aponta para uma vida digna no corpo aqui e na eternidade.
A expressão não se deixem enganar está no tempo presente que indica uma ação contínua dos coríntios que precisava mudar. Não há certeza da origem das expressões, se de Isaias com os judeus se recusando a se arrepender e por isso condenados, ou de filósofos gregos que defendiam o hedonismo porque a alma seria liberta depois.
O fato é que Paulo lembra os coríntios que precisavam ter uma conduta cristã adequada por causa da certeza da ressurreição e da eternidade. Precisavam recuperar o bom senso e parar de uma vida pecaminosa e sim se voltarem para a esperança cristã que tinha seu fundamento e segurança na ressurreição de Cristo.
Encerra essa parte de forma bem forte para os coríntios que se sentiam esclarecidos, vocês que negam a ressurreição não tem conhecimento, afinal negar a ressurreição é negar a esperança cristã de reencontrar os mortos, negar a motivação a enfrentar as feras diariamente pelo evangelho e negar a maior motivação para a conduta cristã. Ou seja não faz o menor sentido para um cristão.

Princípios Eternos

Ressurreição reforça a esperança Cristã de encontrar gente querida nos céus e viver eternamente sem sofrimento ou dor.
Esperança Cristã da eternidade motiva pessoas a fé cristã e ao batismo
Ao olhar a Ressurreição de Cristo as perseguições perdem o valor
Posso me firmar, sacrificar e me dedicar independente das circunstâncias porque serei ressuscitado e viverei eternamente com Cristo
Motivo do nosso orgulho no ministério deve ser a Ação de Cristo e não nossas próprias capacidades
Correr risco pelo reino de Deus é um privilégio
Ressurreição nos motiva a viver em santidade e pureza

A Ressurreição Dá Sentido a Esperança, Sacrifícios e Conduta Cristã

Desafio

Quanto estamos a dispostos a suportar pelo evangelho?
O que nos motiva a viver o evangelho?
Ore para que a Ressurreição de Cristo e a certeza do evangelho inunde o seu coração e a igreja de Cristo
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