A tentação de Jesus - Lc 4
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A tentação de Jesus - Lc 4
A tentação de Jesus - Lc 4
1 Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, 2 onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo Diabo. Não comeu nada durante esses dias e, ao fim deles, teve fome.
3 O Diabo lhe disse: “Se és o Filho de Deus, manda esta pedra transformar-se em pão”.
4 Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem’”.
Introdução
Introdução
Quer conhecer alguém de verdade? Dê poder a ele.
Abertura
Abertura
1 Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, 2 onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo Diabo. Não comeu nada durante esses dias e, ao fim deles, teve fome.
O texto começa dizendo que "Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão".
E o que aconteceu no Jordão? O batismo de Jesus.
Assim como nos outros evangelhos lemos que Jesus é batizado por João logo antes de passar pela experiência do deserto. Em seu batismo acontece algo maravilhoso que é a descida do Espírito Santo como uma pomba e pousando sobre Jesus, e em seguida a voz do Pai que diz dos céus: Tu és o meu filho amado, em ti me agrado.
Essa declaração de Deus Pai acerca de Jesus sob testemunho do Espírito Santo naquele batismo é poderosa. Cristo está prestes a iniciar seu ministério e essa certificação por parte do Pai e do Espírito servem de base para a manifestação de Jesus não apenas como homem mas também como filho de Deus.
Mas ao invés de sairmos do Jordão e irmos direto para o deserto, Lucas insere aqui uma genealogia.
Não é de se admirar que logo que lemos a declaração de Deus Pai dizendo "Tu és o meu filho amado, em ti me agrado" em seguida começa uma genealogia?
Veja Lc 3.23
23 Jesus tinha cerca de trinta anos de idade quando começou seu ministério. Ele era, como se pensava, filho de José,
filho de Eli,
38 filho de Enos,
filho de Sete, filho de Adão,
filho de Deus.
Lucas faz isso irmãos porque ele tem uma intenção ao nos contar essa história. Ele está fazendo uma comparação. Como se ele dissesse: você não vai conseguir entender a história a seguir se não relacionar ela com outra história.
Lucas está nos contando a história de Jesus, o Filho de Deus, mas nos lembrando da história de Adão, também filho de Deus.
A semelhança está nas tentações. Jesus e Adão passaram pela mesma experiência diante da serpente.
Perceba que o texto diz que Jesus vai ao deserto levado pelo Espírito. A maneira como é descrito pra nós é que Jesus precisava passar por aquele deserto. Para quê? Para ser tentado pelo Diabo.
Ele devia passar por aquela provação.
Ele devia passar pela mesma prova de Adão.
Ele então realiza um jejum de 40 dias e naturalmente ele se vê com fome.
E aí então chega Satanás.
Primeiro ato
Primeiro ato
3 O Diabo lhe disse: “Se és o Filho de Deus, manda esta pedra transformar-se em pão”.
4 Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem’”.
1. Tentado na Identidade:
1. Tentado na Identidade:
Jesus acaba de sair do Jordão tendo ouvido do Pai "Tu és o meu filho amado" e então o Diabo questiona "Se és o Filho de Deus..."
Desde o Jardim a estratégia do Diabo é uma só, meus irmãos: colocar em cheque o que Deus disse.
Ele não elabora nada novo, simplesmente distorce aquilo que Deus dez e determina.
Não é isso que vemos também em nossos dias?
Ainda mais nós que vivemos em um país que é historicamente católico, todos tem um pensamento sobre quem é Jesus e o que ele espera de nós, mas geralmente sem levar em conta o que Deus de fato disse em sua palavra.
Aquilo que Deus diz não importa muito, importa como eu vejo que as coisas devem ser.
Jesus e Adão são tentados acerca do que Deus disse acerca deles.
A Adão Deus disse que o criou a sua imagem e a sua semelhança.
A Jesus o Pai disse que era era seu filho amado.
Sanatás tenta ambos em sua identidade definida por Deus.
E quando então o Diabo questiona o que Deus diz acerca de Jesus, ele faz sua investida.
Se Jesus no deserto deve entendido a luz de Adão no jardim, o Diabo não poderia tentá-lo de outra forma senão a partir de sua fome.
Assim como Adão foi tentado através do fruto, Jesus é tentado através do que poderiam ser pães.
Mas tem algumas diferenças nos dois textos que precisam ser consideradas.
Porque uma coisa é ser tentado em um jardim, e outra bem diferente é ser tentado no deserto.
Adão foi tentado no meio da fatura. Cristo foi tentado na escassez.
Adão foi tentado em um fruto que já estava lá. Cristo foi tentado em transformar pedras em pães.
Existe uma lição que nos é dada quando comparamos as duas situações que é o fato de nós só sermos tentados naquilo que está ao nosso alcance.
Nenhum de nós, e nem mesmo Adão poderíamos ser tentados como Jesus. Porque nós não podemos transformar pedras em pães. Isso é algo que só ele pode fazer. Mas colher um fruto está na nossa capacidade.
Talvez nós nunca sejamos tentados a superfaturar uma obra para ficar com uma parte, mas cobrar injustamente por algum serviço está ao nosso alcance.
Pode ser que uma declaração nossa nunca vire notícia por causar grandes consequências, mas somos tentados todos os dias a contar mentiras e a ofender quem está a nossa volta.
Nós só podemos ser tentados naquilo que está ao nosso alcance.
Só somos tentados naquilo que podemos fazer mas não devemos.
E aqui então nós percebemos o que Lucas está nos ensinando. No fim tanto no jardim quanto no deserto só estamos diante de alguém se relacionando com o poder que tem.
Adão tinha um poder e uma liberdade dados por Deus e queria mais.
Jesus era aquele que possuia todo o poder mas estava disposto a abrir mão disso.
2. Tentado em seu ministério:
2. Tentado em seu ministério:
Afinal de contas quando lemos o Evangelho de João vemos que o primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho. Não seria nem um pouco dificultoso para alguém que transforma água em vinho transformar pedras em pães. Cristo podia fazer isso. Mas ele não faz. Cristo não realiza milagres para si mesmo. Cristo é aquele que doa, é aquele que faz pelo outro.
Vemos isso ao longo de todo o Evangelho de Lucas que tudo o que Cristo realiza de extraordinário é para o bem do seu povo. Ou seja, a tentação de satanás a Jesus não é apenas em sua identidade, ou em sua necessidade, mas é também em seu ministério.
Em relação a si, ele é aquele que abre mão do seu poder.
E esse é um ensino poderoso que o Evangelho nos trás, irmãos.
Porque nós vivemos em uma lógica que é a seguinte: quanto mais poder eu tenho, mais poder eu desejo.
Nós sofremos muito em nossas vidas. Quando nos deparamos com algo que está ao nosso alcance para tirarmos proveito ou alguma vantagem, nós fazemos.
É difícil ter poder, então quando temos, nós não pensamos duas vezes em utilizá-lo para nosso prazer e conforto, ainda que isso em algum momento desobedeça a Deus.
Mas Cristo nos ensina algo precioso aqui que demanda uma condição ainda maior do que simplesmente realizar o que deseja. Não realizar o que deseja.
Passamos nossa vida toda esperando a oportunidade de fazer o que queremos. Afinal de contas as vida é muito competente em nos mostrar que não podemos fazer o que queremos sempre. É difícil fazer o que quer.
Mas Jesus está nos mostrando algo ainda mais difícil: que é ter condições de fazer o que quer e não fazer.
Pode ser que em algum momento da nossa vida a gente se perceba tendo total condição de ter mais conforto, mais prazer, de realizar boa parte de nossos desejos mas através de caminhos que vão contra aquilo que lemos nas escrituras, contra aquilo que Deus nos ensinou por sua igreja. Esse dia será uma prova para nós.
Nossa decisão determinará se seremos Adão ou Jesus.
3. Tentado nos apetites:
3. Tentado nos apetites:
Ainda que Jesus estivesse com fome, aquele não era o meio que ele utilizaria para resolver seu problema.
O texto diz: "'Está escrito: Nem só de pão viverá o homem.'"
Se Lucas continuasse a citação de Jesus como Mateus leríamos também que "Nem só de pão viverá o homem mas de toda palavra que sai da boca de Deus".
Sua confiança estava totalmente ligada a palavra de Deus.
Eu não preciso disso, não preciso desse pão, tudo o que eu preciso é daquilo que Deus me disse.
E assim também devemos ser, irmãos. Nós devemos viver por aquilo que Deus diz. Nossa vida está baseada em sua palavra. É a Bíblia que nos orienta, que nos direciona, e não as declarações duvidosas que lemos ou ouvimos por aí.
Por mais necessitado que Jesus estivesse, sua confiança estava na palavra do Senhor. É assim inclusive que ele rebate a tentação do Diabo: "Está escrito".
Irmãos, Jesus sabe que sua maior necessidade não é suprida por pães, é suprida por aquilo que Deus diz a seu respeito.
Como nós viveríamos mais leves se confiássemos tanto no que Deus diz a nosso respeito a ponto ver nossos apetites como simples detalhes diante do que somos em Cristo.
Aplicação
Aplicação
Tentados em nossa identidade.
Tentados em nosso egísmo.
Tentados em nossos apetites.