Homens Participantes do Lar (1Pe 3.7)
Famílias Cheias de Graça • Sermon • Submitted • Presented
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Introdução
Introdução
Certa vez, uma mulher saía do supermercado. Visivelmente estressada, carregava seu filho mais novo no colo, orientando o outro maior a andar próximo dela, empurrando o carrinho pesado, cheio de coisas, enquanto o marido ia atrás, de mãos vazias, olhando para os lados. Parecia estar mostrando físico privilegiado, enquanto sua esposa passava dificuldades para, sozinha, dar conta de tudo e todos.
Infelizmente, cenas absurdas como essas se repetem em muitos lares cristãos com maridos que estão sempre sobrecarregando suas esposas com fardos físicos, emocionais e até espirituais.
O apóstolo Pedro trata exatamente sobre essa inversão de valores dentro do lar, e orienta os maridos a assumirem suas responsabilidades familiares.
Contexto
Contexto
Desde o início do cap. 2, Pedro vem tratando da submissão às autoridades e do sofrimento que isso pode gerar por causa de Cristo. Agora, depois de tratar das esposas, o apóstolo volta sua atenção para os maridos: “maridos, vocês, igualmente” (“da mesma maneira”). Não apenas as esposas, mas também os maridos devem cumprir seu papel dado por Deus, o que inclui sacrifício e até mesmo sofrimento.
O versículo que lemos cita pelo menos três responsabilidades que o marido deve desempenhar no lar, seguidas de duas razões principais para isso.
1. As responsabilidades do marido cristão
1. As responsabilidades do marido cristão
Pedro começa destacando as responsabilidades do marido no trato da esposa.
a. Presença efetiva no lar
a. Presença efetiva no lar
“Vivam a vida comum do lar”. Traduz uma única palavra no grego, que dá a ideia de “habitar junto”. Naquela época, a mulher muitas vezes era apenas a mãe dos filhos, mas não a companheira de vida.
Pedro vai contra essa prática quando pede que os maridos vivam efetivamente com a esposa - não apenas marcando presença, mas estando realmente presentes no lar. Essa exortação de Pedro serve para nós hoje, em que é possível duas pessoas estarem casadas e não terem uma vida em comum.
O marido deve estar ciente de tudo que acontece em casa. Mesmo que a esposa tenha muitas responsabilidades, é o marido o responsável pelo lar. A forma como ele faz isso varia de cultura para cultura, mas, se ele nunca está presente no lar, não conseguirá cumprir com seu papel.
O marido enfrenta muitas tentações para viver fora do lar: as necessidades do trabalho, a sedução do dinheiro e da realização profissional… Não adianta construir uma casa e destruir o próprio lar. Deus chama os maridos de volta para o lar. Ao falar dos diáconos, a Bíblia aponta que eles devem ser modelos para os demais irmãos. Vejamos algumas de suas qualificações em 1Tm 3.4-5
4 e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito. 5 Pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?
Ao homem cabe governar bem a família. E que ele seja devotado, comprometido e fiel à sua própria esposa.
b. Conhecimento profundo da esposa
b. Conhecimento profundo da esposa
“Vivam a vida comum do lar com discernimento”. Essa segunda responsabilidade completa o propósito da convivência do marido com a esposa. A palavra “discernimento” significa literalmente “conhecimento”. Os maridos devem viver com as esposas de modo que as conheçam intimamente.
Mais uma vez, o Senhor desafia os maridos a assumirem sua responsabilidade. Geralmente os homens não são bons observadores das esposas. Costumam viver no mundo deles e às vezes têm pouca ideia do que se passa na vida da esposa - quais estão sendo no momento suas dores, suas preocupações, seus sonhos, o que têm afetado sua saúde etc.
Uma aplicação importante desse princípio envolve a vida sexual do casal. Leiamos a primeira frase de Gn 4.1:
1 Adão teve relações com Eva, a sua mulher. Ela ficou grávida e deu à luz Caim. Então ela disse: — Adquiri um varão com o auxílio do Senhor.
Em traduções mais antigas diz: “Adão conheceu Eva”. Conhecer a esposa tem a ver com a intimidade física. Ou seja, o homem que quer satisfazer sexualmente a esposa precisa conhecê-la bem para agradá-la. Um exemplo é como o momento afeta mais as mulheres do que os homens.
Através da participação na vida do lar, o marido conhecerá bem sua esposa e assim será possível agradá-la, servi-la melhor e apoiá-la sempre que necessário.
Maridos, se nós não conhecermos realmente nossas esposas, estaremos falhando no cumprimento do nosso papel.
c. Honra pública e particular
c. Honra pública e particular
“Dando honra à esposa”. O marido não deve apenas sentir respeito pela esposa, mas demonstrar esse respeito. O termo “dar honra” refere-se à honra que é devida à mulher - algo muito mais profundo do que apenas “sentir respeito”. O homem dá honra à mulher quando a considera digna de todo respeito.
Como o marido pode honrar sua esposa? Não é preciso fazer um show. Há formas criativas, sejam elas públicas ou particulares, que mostram o quanto o marido estima a esposa:
Falando bem dela para amigos, pais, filhos e outros parentes;
Agradecendo-lhe por tudo que ela faz pelo bem do lar e da família;
Surpreendendo-a de vez em quando com algum gesto de carinho ou presente;
Nunca criticando-a diante das outras pessoas;
Ouvindo-a e respeitando suas opiniões antes de tomar decisões;
Envolvendo-a em sua vida, nas preocupações, nas alegrias, nos sonhos e nos fracassos.
2. Razões das ordens
2. Razões das ordens
Esse versículo ainda cita duas razões pelas quais o marido cristão deve ter uma vida presente no lar, conhecer profundamente sua esposa e honrá-la: a) por ser a parte mais frágil; b) porque ela é coerdeira da mesma graça de vida; c) para que não se interrompam as orações.
a. Por ser a parte mais frágil
a. Por ser a parte mais frágil
Pedro parece dizer que a mulher é como um vaso ornamental, delicado, precioso, de grande valor e que deve ser protegido a qualquer custo.
Entretanto, em que sentido a mulher é mais “frágil”? Certamente não se refere à capacidade de suportar dor. Também não indica fraqueza intelectual. A mulher tem algumas fragilidades, e o homem precisa protegê-la dessas coisas:
i. Fragilidade emocional maior.
i. Fragilidade emocional maior.
Há exceções. O homem deve cuidar da esposa e protegê-la do estresse excessivo, de fardos emocionais muito grandes, da tristeza e do desânimo, entre outros. O marido deve se preocupar com o coração da esposa; verificar a causa de seu estado emocional afetado; entender sua fragilidade emocional na menstruação ou na menopausa; aliviar um pouco do estresse da mãe ajudando na disciplina e no cuidado das crianças; dentre outros.
ii. Fragilidade física.
ii. Fragilidade física.
Biologicamente, a mulher normalmente não tem a mesma estrutura muscular nem a resistência que o homem. Prova disso está no esporte em geral. Hoje há um dilema nessa área: atletas transgênero. As mulheres devem ser protegidas fisicamente. O homem deve carregar a maior parte do peso: compras, filhos (quando possível). Deus deu maior força física ao homem não é pra humilhar a esposa nem para se mostrar; é para carregar o maior peso.
iii. Proteção espiritual.
iii. Proteção espiritual.
O homem deve guiar espiritualmente a esposa. Ef 5.25-26:
25 Maridos, que cada um de vocês ame a sua esposa, como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela, 26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
O marido deve encorajar a vida espiritual da esposa; compartilhar com ela o que Deus está colocando no coração, o seu entendimento da Palavra; sempre aconselhar conforme o padrão bíblico; dentre outros.
b. Porque ela é coerdeira da mesma graça da vida
b. Porque ela é coerdeira da mesma graça da vida
Apesar de ser mais frágil que o homem, Pedro agora diz que a mulher não é inferior ao homem. Ambos são cordeiros da mesma graça. Ou seja, são iguais diante de Deus, mesmo havendo diferenças essenciais e funcionais entre eles. Então, longe de inferiorizar a mulher, Pedro a coloca no mesmo patamar do homem. Ambos são imagem de Deus. Ambos, se cristãos, terão o mesmo destino eterno.
Assim sendo, o homem deve tratar sua esposa com graça e respeito, pois ela também é filha do mesmo Deus. Ela também tem o mesmo ES. Ela também irá morar com o mesmo Senhor na eternidade no mesmo lugar.
c. Para que as orações não sejam interrompidas
c. Para que as orações não sejam interrompidas
Essa expressão sugere que, de alguma forma, Deus não responderá as orações do marido que é insensível e desrespeitoso para com sua esposa. Quando estamos com os relacionamentos quebrados, Deus deseja que resolvamos o problema para depois entregarmos nossas ofertas. Mt 5.23-24 fala disso:
23 Portanto, se você estiver trazendo a sua oferta ao altar e lá se lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra você, 24 deixe diante do altar a sua oferta e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão; e então volte e faça a sua oferta.
Nossas orações são como ofertas que levantamos a Deus. Ele não nos ouvirá se estivermos desprezando, maltratando ou sendo indiferentes para com as esposas.
Considerações finais
Considerações finais
Relembrando as três responsabilidades do marido:
Presença efetiva no lar;
Conhecimento profundo da esposa;
Honra pública e particular.
Isso por três razões:
Porque a esposa é a parte mais frágil;
Porque a esposa é coerdeira da mesma graça da vida;
Para que as orações não sejam interrompidas.
A forma como o homem cristão trata sua esposa revela muito do seu coração submisso a Jesus. O segredo para cumprir com nossas responsabilidades é amar nossa esposa e filhos como Jesus nos ama.
Apelo
Apelo
Você, marido, pai, tem levado a sério sua missão na família? Você tem amado sua família se entregando e se sacrificando por ela?
Vocês, homens solteiros, orem para que Deus os capacite a amar a futura família com o amor verdadeiro.