Jesus e as Três Últimas Polêmicas Religiosas (Mc 2.18-3.6)

Exaltando Jesus em Marcos  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 20 views

Jesus enfrenta três questões (jejum, colher no sábado, curar no sábado) e apresenta aspectos importantes de Si mesmo e do evangelho.

Notes
Transcript

Introdução

Poucas coisas são mais mortais, sedutoras e enganosas do que o legalismo: É moral porque gera morte em vez de vida. É sedutora porque tem um fascínio pela carne, e faz com que nos apresentemos diante de Deus baseados em nossas próprias obras, e não na obra salvadora de Jesus. É enganosa porque nos faz pensar que temos méritos diante de Deus, quando na verdade merecemos a Sua ira - Daniel L. Akin em seu comentário Exaltando Jesus em Marcos.
O legalismo nada mais é do que colocar como mandamentos divinos algo que Deus nunca ordenou em Sua Palavra. É fruto da tradição humana, e não do poder de Deus. Preocupa-se com atos externos de piedade, e não com um coração piedoso. O legalismo resulta em orgulho.
Na primeira polêmica, os fariseus reclamaram que Jesus reivindicou ser Deus e perdoou pecados. Na segunda, eles se ofenderam porque Ele estava à mesa com pecadores. Agora veremos as três últimas polêmicas entre Jesus e os fariseus. A terceira polêmica é sobre o jejum. A quarta está relacionada ao trabalho no sábado. A quinta trata da cura no sábado.
Nesses três últimos conflitos citados, Jesus enfrenta novamente a oposição dos líderes religiosos. Em cada polêmica, Jesus apresenta uma verdade importante do evangelho. É nessas três verdades que vamos meditar:

3ª polêmica: o jejum (2.18-22).

O discípulos de João Batista e os fariseus jejuavam; os discípulos de Jesus, não. Jesus foi questionado sobre isso. Precisamos entender o contexto.
Na Lei, o jejum era exigido por Deus apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação (Lv 16.29-31). Além desse jejum anual exigido por Deus, vemos no AT que ele era praticado como expressão de arrependimento e humilhação pessoais, especialmente diante do anúncio do juízo divino. Ao que parece, após o exílio babilônico, a prática do jejum aumentou. Zacarias 8.19 menciona vários jejuns anuais.
Os fariseus iam muito além dos jejuns praticados pelo povo como um todo.
Luke 18:12 NAA
12 Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo o que ganho.”
Mas por que os discípulos de Jesus não jejuavam? Jesus responde com três analogias:

1ª analogia: a festa de casamento (vv. 19-20).

O que os fariseus estavam fazendo naquele encontro com Jesus? Observe o v. 16.
Chama a atenção o fato de que Jesus se chamou de “noivo”. Deus já tinha profetizado que se uniria com Seu povo em um casamento eterno:
Isaiah 54:5 NAA
5 Porque o seu Criador é o seu marido; Senhor dos Exércitos é o seu nome. O Santo de Israel é o seu Redentor; ele é chamado ‘O Deus de toda a terra’.”
Jesus, o Noivo, estava com Seus discípulos. Era um tempo festivo, semelhante ao casamento judeu. O que estava acontecendo? V. 15. Deus estava no meio do Seu povo! Não era tempo de jejuar, mas de se alegrar. Deus não quer de nós religiosidade. Cumprimento de rituais. Quer estabelecer um relacionamento íntimo de amor conosco. É isso que Jesus veio fazer.
No v. 20, Jesus anuncia Sua morte. Durante Sua ausência física, ou seja, depois de Sua ascensão, aí sim, os discípulos jejuariam. Lembre-se de que os destinatários originais do evangelho de Marcos são os crentes em Roma, a capital do império. Ali a igreja sofria duramente. Marcos, então, lembra das aflições da igreja e diz que, nesse tempo de lutas e provações, a igreja jejuaria.
Mas devemos nos lembrar do preço que foi pago por Jesus na cruz. Essa é a primeira vez em que Jesus anuncia Sua morte. Jesus foi pendurado no madeiro por causa dos nossos pecados. Ele pagou o preço. Ele carregou a ira do Pai que eu e você deveríamos carregar. Deus, o Pai, matou Seu Filho para que nós tivéssemos a vida.
O jejum adequado é o tempo de arrependimento, de buscar mais intimidade com Deus. No tempo de jejum, devemos considerar o preço pago por Jesus para nos salvar.

2ª e 3ª analogias: o remendo e o vinho (vv. 21-22).

Na primeira analogia, não se costura remendo de tecido novo sobre o velho, pois o novo encolherá, e o buraco ficará grande. Na segunda analogia, não se põe um vinho novo em um odre velho, pois o vinho novo, ao fermentar, esticará o couro do odre. Um odre velho já não estica mais e, assim, estourará.
Essas duas metáforas nos ensinam que Jesus veio fazer algo novo. A nova aliança não continua a velha aliança, mas a substitui.
Jeremiah 31:31–33 NAA
31 — Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. 32 Não segundo a aliança que fiz com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois eles quebraram a minha aliança, apesar de eu ter sido seu esposo, diz o Senhor. 33 Porque esta é a aliança que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no seu coração as inscreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo.
A velha aliança não era ruim, mas já não era mais necessária. Os jejuns do AT deveriam ser deixados. Agora uma nova aliança estava sendo feita. A velha aliança estava sendo substituída por uma nova, superior. Não adianta nem mesmo dar uma nova roupagem à velha aliança. Os cordeiros não precisavam mais ser sacrificados; o Cordeiro de Deus já havia chegado. A velha aliança estava se cumprindo em Jesus.
A nova aliança é o remendo novo e o vinho novo. Com Jesus, Sua vida e morte, tudo muda. Muda pra melhor. A minha e a sua vida não são mais as mesmas. É por isso que Paulo diz em 2Co 5.17:
2 Corinthians 5:17 NAA
17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
1ª verdade do evangelho: com Jesus, tudo muda!

4ª polêmica: o trabalho no sábado (vv. 23-28).

O sábado começava às 18h da sexta e terminava às 18h do sábado. Deus ordenou que o Sábado seria dia santo ao Senhor, no Quarto Mandamento. Os judeus criaram normas que impediriam a quebra desse mandamento. A regra geral era “não faça nenhum trabalho que não seja absolutamente necessário”. O “absolutamente necessário” seriam tarefas que, se não feitas, poderiam resultar na perda de uma vida.
Os discípulos estavam colhendo espigas. Quebra dupla do mandamento: primeiro, por viajar (andar mais de 1,999 passos); segundo, por colher:
Exodus 34:21 NAA
21 — Seis dias vocês trabalharão, mas no sétimo dia vocês descansarão. Mesmo no tempo de arar e de colher vocês deverão descansar.
Jesus se responsabilizou pelas ações de Seus discípulos. Os fariseus pensavam: “seria melhor que eles passassem fome do que quebrassem nossas regras”.
Nesse episódio, Jesus deixa dois ensinos preciosos:

a. O Dia do Senhor deve ser bênção, e não um fardo.

Jesus cita a história de Davi, que quebrou várias regras pela sobrevivência de si mesmo e do seu grupo de soldados. Não era normal que eles comessem os pães da proposição. Por outro lado, Deus não queria que eles passassem fome. Deus estava mais preocupado com Seu servo Davi do que com os pães da proposição.
Jesus, então, diz no v. 27: “o sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”. O dia de descanso é para abençoar o homem. Jesus não deseja que Seus discípulos sejam legalistas. Também não deseja colocar um fardo insuportável sobre nós.
Agora, na nova aliança, devemos crescer espiritualmente, e não nos estrangular com regras e normas e tradições.

b. Devemos ser guiados por Jesus, o Senhor do sábado.

Jesus se chama de “Filho do Homem”. Ou seja, Ele é Deus. Por ser Deus, ele é Senhor do sábado. Como Senhor do sábado, Jesus tem autoridade para determinar o que é certo ou não fazer no dia de descanso. Ele chama, e Seus discípulos obedecem.
2ª verdade importante do evangelho: quem seguir a Jesus obedecerá a Deus.
Jesus é quem determina o certo e o errado. Ele é o perfeito intérprete da Lei, e não os líderes religiosos. O legalismo cai por terra diante de Jesus. Regras humanas nunca nos levarão a Deus. Apenas Jesus, o Senhor do sábado, nos levará a Ele. Quem Nele crer para chegar a Deus não será desapontado.

5ª polêmica: a cura no sábado (3.1-6).

Na sinagoga, Jesus vê um homem com uma mão ressequida. Ele carecia de amor e compaixão. Alguns provavelmente pensavam que sua mão era resultado da maldição divina sobre ele.
Quem tem um espírito legalista torna-se constantemente crítico. Procura o que está errado. Os fariseus estavam vigiando Jesus para ver o que Ele faria. Então Jesus toca no ponto central da tradição quanto à guarda do sábado: “é lícito salvar uma vida no sábado ou é melhor deixá-la morrer?” Os fariseus tinham tanta preocupação em não violar o sábado que um rabi de nome Shammai se opôs a orar ou visitar os doentes no sábado porque era um dia de alegria na presença de Deus.
Os fariseus atavam fardos pesados nas costas das pessoas. No fim, os fariseus eram escravos de seu próprio coração crítico, e faziam tudo que podiam para escravizar os outros também.
Infelizmente, logo após a cura daquele homem, não houve celebração por parte dos fariseus. A oposição dos fariseus cresceu a tal ponto que eles se uniram aos herodianos para matar Jesus.
3ª verdade do evangelho: Jesus sempre causa uma reação nas pessoas.

Considerações finais

Jesus sempre causa uma reação nas pessoas. Ou elas se arrependem e creem, ou se rebelam de forma crescente. Aqueles líderes religiosos amaram mais as trevas do que a luz. O status e a fama eram mais importantes pra eles do que a Deus.

Apelo

Qual reação Jesus tem causado na sua vida?

Perguntas

Alguns fariseus jejuavam para mostrar quão puros eles eram. Como eles estavam errando no jejum?
Hoje é correto jejuar? Se sim, qual é a motivação correta para isso?
Como uma pessoa pode honrar a Deus no dia de descanso sem ser legalista?
Como podemos nos proteger contra o legalismo?
Related Media
See more
Related Sermons
See more