A chegada do Rei
A Missão do Rei • Sermon • Submitted • Presented
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Introdução
Introdução
Chegamos na última semana de vida de Jesus antes da cruscificação, aí você pode estar se perguntando: Jesus chegou na sua última semana mas nós estamos começando ainda o capítulo onze, e o evangelho de Marcos vai até o dezesseis?! Som, Marcos dedica mais de 1/3 do livro para falar da última semana de Jesus para frente. Não foi a toa que demos o nome dessa série, a Missão do Rei.
Marcos 11–16 registra a última semana da vida terrena de nosso Senhor. Marcos dedica mais de um terço de seu Evangelho à “Semana da Paixão”. Alguns se referiram ao Evangelho de Marcos como uma narrativa da paixão com uma introdução extensa. Será uma semana movimentada culminando em Sua morte na cruz e Sua gloriosa ressurreição. Essa era a hora mais esperada do ministério de Jesus. Estava se cumprindo o seu desejo e propósito eterno. Ele veio para morrer e agora estava entrando triunfalmente em Jerusalém para cumprir esse plano eterno do Pai.
1 Quando se aproximavam de Jerusalém, de Betfagé e Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois dos seus discípulos 2 e disse-lhes:
— Vão até a aldeia que está diante de vocês e logo, ao entrar, encontrarão preso um jumentinho, o qual ainda ninguém montou; desprendam o jumentinho e tragam aqui. 3 Se alguém perguntar: “Por que estão fazendo isso?”, respondam: “O Senhor precisa dele e logo o mandará de volta para cá.”
4 Então foram e acharam o jumentinho preso, junto ao portão, do lado de fora, na rua, e o desprenderam. 5 Alguns dos que ali estavam reclamaram:
— O que estão fazendo, soltando o jumentinho?
6 Eles, porém, responderam conforme as instruções de Jesus. Então os deixaram ir. 7 Levaram o jumentinho a Jesus, puseram as suas capas sobre o animal, e Jesus montou nele. 8 Muitos estenderam as suas capas no caminho, e outros espalharam ramos que tinham cortado nos campos. 9 Tanto os que iam adiante dele como os que o seguiam clamavam:
“Hosana!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
10 Bendito o Reino que vem,
o reino de Davi, nosso pai!
Hosana nas maiores alturas!”
11 E Jesus entrou em Jerusalém, no templo. E, tendo observado tudo, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze.
A semana começa com a chegada de Jesus a Jerusalém durante a Páscoa. Tradicionalmente, chamamos isso de “a entrada triunfal”. É uma declaração inequívoca de Sua realeza. O evento é tão importante que está registrado nos quatro Evangelhos (Mateus 21; Marcos 11; Lucas 19; João 12).
Com Sua chegada, a sorte está lançada! Não haverá como voltar atrás. O Cordeiro que foi preparado antes da fundação do mundo (1 Pedro 1:20) agora será morto no espaço e no tempo.
20 Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês.
A expiação pelo pecado, ordenada na eternidade passada, agora se torna histórica para todos contemplarem. Jerusalém estava fervilhando naquele momento com a proximidade da Pácoa. Durante a Páscoa, a população podia aumentar para três vezes seu tamanho normal, à medida que peregrinos de todo o mundo chegavam a ela. No entanto, esta Páscoa seria diferente de qualquer outra que já foi ou seria. Como Paulo escreveria em 1 Coríntios 5:7: "Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado."
Logo, a chegada de Jesus aponta algumas evidências do Seu reinado:
Autoridade (vv.1-3)
Autoridade (vv.1-3)
Jesus e os discípulos, aproximando-se de Jerusalém, chegaram a Betânia, no Monte das Oliveiras. Betânia era o lar de Maria, Marta e Lázaro, a quem Jesus ressuscitou dentre os mortos. Será o lugar onde Jesus ficará durante a última semana de Sua vida.
Nosso Senhor então enviou dois discípulos não identificados a uma aldeia local dizendo-lhes que, ao entrarem, encontrariam um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais havia montado. Em 1Samuel 6:7, Numeros19.2 e Deuteronômio 21.3 vemos que a arca da aliança precisava de um carregador sem jugo, a verdadeira arca da aliança, o Senhor Jesus, exigia um animal sem montaria. Nesse momento vemos o cumprimento do ritual da Antiga Aliança se cumprindo, que a Arca da Aliança era apenas sombra daquilo que estava se concretizando (nào cabe arca d aliança nos dias de hoje). O Santo dos santos estava sendo levado para dentro de Jerusalém. Jesus planejou tudo até o último detalhe e estava no controle total. Desde o momento em que Ele entra em Jerusalém, as prerrogativas da divindade estão presentes. Jesus é “Senhor” e Mestre de cada detalhe de Seu destino divino. Sinclair Ferguson está certo quando diz: “Sua majestade e autoridade começaram a brilhar desde o momento de sua entrada em Jerusalém”.
Foram nas encostas do monte das oliveiras que Davi fez sua rota de fuga de Jerusalém quando seu filho Absalão queria capturá-lo, foi neste monte que Salomão entristeceu a Deus ao erguer ídolos para suas esposas estrangeiras adorarem. Foi ali também em que Ezequiel testemunhou a glória de Deus. E agora Jesus, o Filho de Deus faz a sua entrada triunfal em Jerusalém. Mas nesse mesmo monte Jesus chora ao contemplar do alto do monte há menos de 1km de distância de Jerusalém a desobediência e a cegueira expiritual do povo.
E algo que me chama a atenção na autoridade de Jesus é que ela se submete sempre a vontade do Pai, está sempre de acordo com o que a Palavra de Deus já havia predito. (vv.4-7) Os dois discípulos foram e encontraram as coisas como Jesus disse. Eles trouxeram o jumentinho para Jesus, eles jogaram suas capas sobre ele (para Ele sentar), e Jesus montou nele para entrar em Jerusalém. Mas há tanto aqui nas entrelinhas! Jesus andou por toda parte em Seu ministério em Israel, exceto nas ocasiões em que estava andando de barco. Esta é a única vez que Ele monta um animal, um pequeno burro.
Tudo isso é altamente simbólico à luz das profecias, expectativas e alusões do Antigo Testamento! A frase “O Senhor precisa dele” (Marcos 11:3) usa a mesma frase de 2:25 para justificar o fato de Davi ter comido “o pão sagrado” quando ele e seus homens estavam com fome. O Filho maior de Davi está aqui! O fato de ele montar em um jumento também é uma declaração de Sua realeza e um cumprimento de Zacarias 9:9, como Mateus 21:4-5 e João 12:14-15 deixam claro. Zacarias 9 - que, como costuma acontecer com as profecias do Antigo Testamento, não faz uma distinção clara entre a primeira e a segunda vinda de nosso Senhor - certamente estaria na mente daqueles que assistiram a tudo isso se desenrolar:
9 Alegre-se muito, ó filha de Sião!
Exulte, ó filha de Jerusalém!
Eis que o seu rei vem até você,
justo e salvador,
humilde, montado em jumento,
num jumentinho, cria de jumenta.
10 Destruirei os carros de guerra de Efraim
e os cavalos de Jerusalém;
os arcos de guerra serão destruídos.
Ele anunciará paz às nações;
o seu domínio se estenderá de mar a mar
e desde o Eufrates até os confins da terra.
11 Quanto a você, Sião,
por causa do sangue
da minha aliança com você,
tirei os seus cativos da cova
em que não havia água.
12 Voltem para a fortaleza,
ó prisioneiros da esperança!
Também hoje anuncio
que lhes restituirei tudo em dobro.
16 Naquele dia, o Senhor,
seu Deus, os salvará,
como o rebanho do seu povo;
porque eles são pedras de uma coroa
e resplandecem na terra dele.
Nosso Senhor viveu Sua vida do começo ao fim em total submissão à Palavra de Deus. Sua vida, morte e ressurreição foram o desenrolar do drama da redenção. Não é de admirar que Ele dissesse em João 5:39: “Vocês se debruçam sobre as Escrituras porque pensam que têm a vida eterna nelas, mas elas testificam de mim”.
A pessoa mais poderosa e com mais autoridade que já existiu (poder sobre as doenças, sobre a natureza, sobre a morte, sobre os espíritos malignos e o único com autoridade para perdoar os pecados) viveu em submissão a Palavra de Deus. Não há poderosos nesse mundo que com mais poder que possua, o seu poder não sobrepõe a Palavra de Deus. A verdadeira autoridade é fazwer a vontade de Deus.
Humildade (vv.7-8)
Humildade (vv.7-8)
Outra marca na chegada de Jesus que o identifica como o Rei é a sua humildade. Aos olhos da cultura, realeza e humildade não combinam, mas Jesus é o Rei que inverte a lógica desse mundo.
Jesus monta no jumentinho e começa o desfile para Jerusalém. Aqui está a divindade em um burro! A profecia em Zacarias 9:9 faz lindamente uma conexão com Ele montado em um jumento e Sua humildade. Ele não precisava domá-lo - este burro conhecia seu Criador, seu Mestre! Sim, Ele está trazendo justiça e salvação. E sim, Ele vem humilde e montado em um jumento.
Em resposta, “Muitas pessoas estenderam suas vestes na estrada, e outras espalharam ramos frondosos cortados dos campos”. Foi um momento festivo de celebração com as boas-vindas a este Rei. Vindo desta forma, nosso Senhor agora proclama abertamente o que Ele proibiu até este momento: Eu sou o seu Rei! Jesus com propósito e intencionalidade se apresenta como o Messias, sabendo que isso provocará os líderes judeus resultando em Sua crucificação. No entanto, Sua declaração também é banhada em graciosa humildade.
A paradoxal realeza de Jesus brilha tanto neste momento! Ele é a realeza e a divindade envoltas em uma única pessoa, mas avança em Sua declaração de ser Rei em humildade, fraqueza e serviço. Ele não vem com pompa, mas com mansidão e humildade; Ele vem em humildade e simplicidade. Eu absolutamente amo a maneira como Sinclair Ferguson descreve esse momento:
pense, por um momento, o que o registro de Marcos transmitiria àqueles que o lessem primeiro - os cristãos em Roma. Sem dúvida, muitos deles viram generais entrarem triunfantes em Roma para receber os elogios da vitória. Quão nítido deve ter parecido o contraste entre a glória romana e a humildade de Jesus. Quão poderosa e poderosa é a espada e o poder político em contraste com o Rei Jesus! No entanto, sabemos que seu reino foi estabelecido, enquanto a glória que era Roma desapareceu no esquecimento. Sabemos que o que Jesus fez em Jerusalém estabeleceu um reino que sobreviveria a todos os reinos deste mundo e quebraria em pedaços todo reino centrado no homem que se opusesse a ele. Jesus veio para assumir seu trono - mas se comprometeu a começar seu reinado na cruz. (Ferguson, Mark, 181)
Mas além de autoridade e humildade, o reinado de Cristo aponta para nós o propósito da sua missão...
Salvação (9-10)
Estou fascinado com os gritos da multidão. Suas palavras não poderiam ser mais verdadeiras, mas não poderiam ter sido mais mal interpretadas por aqueles que as gritavam.A entrada triunfal apontou Jesus como o Salvador. A multidão gritou: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor (Mc 11.19). A palavra Hosana é um clamor pelo Salvador. Significa “salvar agora”, ou “salve, nós suplicamos”.
Mas a profecia não estava sendo cumprida da maneira que o povo de Israel naquele momento queria, esperava e acreditava que seria. Eles estão certos. Ele é o rei deles. Mas Ele não está aqui para expurgar Israel da dominação estrangeira. Não, Ele está aqui para purificar Seu povo de seus pecados! Eles estão procurando e ansiando por um Salvador temporal, político e militar. Ele, porém, está trazendo o que só Ele pode trazer: uma salvação completa e eterna do corpo e da alma! Eles querem e esperam um Salvador apenas para os judeus, mas Ele é um Salvador para o mundo inteiro, para todo e qualquer que crer em Seu Nome. João 1:12 diz isso muito bem: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, aos que crêem no seu nome”. João 3:16 diz isso muito bem: “Porque Deus amou o mundo desta maneira: deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
A salvação e o triunfo de Cristo seriam a vitória da vida sobre a morte, a salvação sobre o pecado, a verdade sobre o erro, o amor sobre o ódio, o perdão sobre a condenação. Eles clamaram por salvação naquele dia. Você já clamou a Ele para salvá-lo? Ele é o único que pode.
Essa salvação aponta também para a sua justiça. Aquele dia termina sem intercorrências, parecia que este teria sido o momento para Ele reivindicar e receber Seu trono e reino messiânico. Surpreendentemente, nada acontece. As multidões entusiasmadas desapareceram misteriosamente. Ele era apenas “Rei por um dia”? Jesus, sem qualquer alarde, parte com os Doze.
1 — Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. De repente, o Senhor, a quem vocês buscam, virá ao seu templo; e o mensageiro da aliança, a quem vocês desejam, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos.
2 Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros.
O fogo refinador chegou para purificar o que está impuro. O sabão da limpeza chegou para limpar o que está imundo. Ele começará Seu trabalho com o templo. Ele terminará Sua obra na cruz. Ele age com justiça quando julga. Ele é tão digno de nossa adoração!
Nosso Rei veio, e nosso Rei está voltando. E que diferença haverá em Seu primeiro e segundo adventos.
Na sua primeira vinda, Ele veio para morrer, na segunda vinda Ele virá para reinar.
Na sua primeira vinda ele veio em um burrinho, na sua segunda vinda Ele virá em um cavalo guerreiro.
Na sua primeira vinda ele veio como um humilde servo, na sua segunda vinda Ele virá como um rei exaltado.
Na sua primeira vinda ele veio Ele veio com fraqueza, na sua segunda vida Ele virá em poder.
Na sua primeira vinda ele veio para salvar, na sua segunda vinda Ele virá para julgar.
Na sua primeira vinda ele veio como divindade velada, na segunda vinda como divindade revelada.
Na sua primeira vinda ele veio com 12 discípulos, na sua segunda vinda com um exército de anjos.
Na sua primeira vinda ele veio trazer a paz, na segunda vinda Ele fará guerra.
Na sua primeira vinda ele recebeu uma coroa de espinhos, na segunda vinda a coroa da sua realeza.
Na sua primeira vinda ele veio como o Servo Sofredor, na sua segunda vinda o Reio dos Reis o Senhor dos Senhores!
Conclusão
Conclusão
Poucos se curvaram diante do grande Rei na primeira vez que Ele veio. No entanto, todo joelho se dobrará quando Ele voltar (Fp 2:9-11). você está olhando? Você está esperando? Você está pronto?
Jesus reinará eternamente, onde quer que o sol percorra suas jornadas sucessivas; Seu reino se estendenderá de ponta a ponta.
As bênçãos abundam onde quer que Ele reine:
O prisioneiro salta para perder suas correntes, o cansado encontra o descanso eterno, e todos os filhos necessitados são abençoados.
Toda criação louva e os anjos cantam em louvor a esse Rei. A entrada triunfal de Jesus é a prova inequívoca que o Rei já veio e Ele vai voltar. Para muitos um dia glorioso, mas para outros um dia de dor, tormento e sofrimento eterno.